Capítulo 5
As muralhas de Moria nada
mais eram do que um paredão cinza. Porém o tamanho dele era, de fato,
impressionante.
-As portas dos anões são
invisíveis quando fechadas. –Gimli estava falando, batendo seu machado contra
as pedras, provavelmente em busca da tal porta.
-Sim, Gimli. Seus próprios
mestres não conseguem encontra-las se seu segredo for esquecido. –Gandalf
completou.
-Por que isso não me
surpreende? –Legolas cutucou, fazendo Gimli rosnar.
Havia um lago de águas
turvas ali perto. Frodo escorregou, deixando o pé cair na água. Aquele lugar
não parecia ter vida. Susan só queria entrar na tal mina logo. Então refletiu
sobre esse pensamento. É, talvez não quisesse.
Gandalf estava limpando uma
parte do paredão, resmungando para si mesmo.
-Bem, vejamos. Ithildin.
Reflete apenas a luz das estrelas e da Lua. –o mago olhou para o céu e bem
nessa hora (coincidência ou não, quem saberia dizer?) as nuvens limparam, revelando
a lua e, com ela, o desenho prateado na parede.
As portas.
–Está escrito: “As Portas de
Durin, Senhor de Moria. Fale, amigo, e entre.” –Gandalf leu as runas sobre a
porta.
-O que será que isso
significa? –Merry perguntou curioso.
-É muito simples. Se você
for amigo, fale a senha, e as portas se abrirão.
Gandalf colocou seu cajado
contra a porta, pronunciando palavras numa língua que Susan nunca ouvira antes,
sua voz forte e segura.
E nada aconteceu.
O mago pareceu pensar, então
jogou as mãos para cima e gritou novas palavras.
Mais uma vez: nada.
-Nada aconteceu. –Pippin
sussurrou para Legolas.
-Ele é uma figura curiosa,
não? –Reepicheep murmurou para Susan ao mesmo tempo.
-Eu já soube de todos os
feitiços em todas as línguas de homens, elfos e orcs. –Gandalf estava
resmungando para si mesmo, mais uma vez.
-O que você vai fazer então?
–Pippin perguntou.
-Bater sua cabeça contra essas pedras,
Peregrin Tuk! E se isso não quebra-las e eu for permitido um pouco de paz de
perguntas tolas, eu tentarei achar um jeito de abri-las. –Gandalf esbravejou.
-Ei! –Susan chamou, mãos na
cintura –Você não tem o direito de descontar no pobre Pippin, só porque está
frustrado pela sua incapacidade de abrir as portas. Isso foi extremamente
grosseiro da sua parte e eu espero que não se repita.
Gandalf estava olhando
chocado para a garota. Aragorn deu uma tossida, que soava suspeitamente como
uma risada.
O mago resmungou alguma
coisa e foi sentar-se numa das pedras para pensar.
Susan encostou-se contra a
parede, mexendo no cordão em volta do seu pescoço. Viu Aragorn e Sam
desatrelarem Bill, o pônei, para que ele fosse embora. De fato, minas não eram
lugares para pôneis, mas Sam parecia estar de coração partido ao ver Bill
partir sozinho.
Reepicheep estava analisando
cada canto da parede, como se esperasse achar uma brecha. Merry e Pippin
estavam jogando pedras na água.
-Majestade.
Susan sorriu para Boromir,
que parou ao seu lado.
-Você pode me chamar de
Susan, Capitão. –ela ofereceu –Aqui eu não sou uma rainha.
-Há algo muito nobre em
você, Susan. Você sempre será uma rainha. –ele tinha um sorriso triste –E, por
favor, me chame de Boromir.
-Não agite a água.
Os dois olharam para
Aragorn, que estava segurando o braço de Pippin. Boromir deu um passo para a
frente. Algo parecia estar se mexendo na água.
-Aragorn? –Susan chamou.
De repente eles ouviram o
som de pedras se movendo. Gandalf finalmente abrira a porta.
-Vamos entrar. –Aragorn
sugeriu.
Eles ainda estavam lançando
olhares a água, enquanto entravam na mina. A escuridão era total.
-Em breve, Mestre Elfo,
provará a lendária hospitalidade dos anões. –Gimli estava falando animado -Fogo
crepitante, cerveja de malte, carne vermelha no osso!
O anão continuava falando
animado, enquanto todos entravam de forma hesitante no salão escuro. Gandalf
pareceu soprar algo em seu cajado e então o lugar se iluminou.
A luz revelou um chão
coberto de corpos, pessoas que estavam mortas há muito tempo.
-Isso não é uma mina. É um
tumulo! –Boromir bradou.
Gimli parecia estar em
desespero vendo aquilo.
-Goblins. –Legolas rosnou,
analisando uma flecha que tirara de um crânio.
Todos levaram as mãos as
suas armas.
-Vamos para o Desfiladeiro
de Rohan. –Boromir exigiu -Nunca deveríamos ter vindo aqui! Saiam daqui! Saiam!
Eles estavam recoando da
caverna quando os hobbits começaram a gritar.
-Passolargo!
Eles se viram a tempo de ver
tentáculos capturando Frodo, que gritava.
Os hobbits estavam tentando
lutar contra a criatura, quando Boromir e Aragorn entraram na água. Legolas e
Susan atiravam flechas, tentando distrai-la.
Finalmente eles conseguem
cortar um dos tentáculos do monstro e Frodo cai no braços de Boromir.
-Para dentro das minas!
–Gandalf gritou.
O que quer que fosse aquela
criatura parecia estar perseguindo-os, mas ao tentar entrar na caverna fez as
paredes desabarem, tapando a saída, prendendo-os ali na escuridão.
Gandalf mais uma vez
iluminou a caverna.
-Reepicheep! –Susan gritou.
-Aqui, Majestade. –o rato se
apresentou.
-Agora só temos uma opção. –Gandalf
falou com pesar -Precisamos encarar a longa escuridão de Moria. Fiquem alerta.
Há seres mais velhos e repugnantes que orcs nas profundezas do mundo. Façam
silêncio. É um travessia de quatro dias até o outro lado. Vamos esperar que
nossa presença passe despercebida.
Então começaram a andar,
quase como uma procissão fúnebre, sem conversas ou risadas dessa vez.
Moria era, de fato, uma
maravilha estrutural. A mina parecia não ter fundo ou fim. Era como se olhando
para o seu teto você pudesse esperar ver o céu ao invés de pedra.
A rainha agora entendia o
que Gandalf queria dizer. Esse lugar tinham uma energia terrível. Algo não
estava certo ali.
Eventualmente, depois de
dois dias de caminhada, eles chegaram a um caminho com três escolhas para
seguir.
-Eu não me recordo deste
lugar. –Gandalf declarou depois de alguns segundos olhando para as entradas
Eles acabaram sentando-se para esperar que o mago tomasse alguma
decisão.
-Estamos perdidos? –Pippin
perguntou a Merry.
-Não. –Merry respondeu.
-Eu acho que estamos. –Pippin
insistiu.
-Sh! Gandalf está pensando.
-Merry.
-O que?
-Estou com fome.
Merry revirou os olhos e
decidiu ignorar o amigo.
-Majestade. –ele chamou
Susan -Conte-nos algo de Nárnia.
Só de ouvir o nome de sua
terra um sorriso apareceu no rosto da garota.
-Nárnia é o lugar mais belo
que eu já vi na minha vida. –ela falou num suspiro –Nós temos belos mares.
Nossas árvores cantam e dançam, os animais falam. Nós conhecemos centauros,
minotauros, fadas, duendes... –riu diante da cara de espanto dos hobbits –E
Cair Paravel, nosso palácio, fica na praia e suas colunas de mármore reluzem
com o sol. E os vitrais... Ah os vitrais...
Os hobbits pareciam
hipnotizados por ela, o que fez Boromir e Aragorn, que pitavam juntos, trocarem
um sorriso.
-E nossas criaturas são as
mais corajosas! –Reepicheep declarou –Especialmente os ratos.
-Com certeza os ratos. –a
rainha concordou.
-E como você virou Rainha,
Susan? –Gimli quis saber.
-Bom, essa é uma longa
história. –ela falou.
Sam lançou um olhar para
Gandalf.
-Aparentemente nós temos
tempo livre.
-Nárnia só pode ser governada
por humanos. –ela começou -Porém mais de cem anos atrás Jadis, a Feiticeira
Branca, tomou Nárnia e forçou um inverno eterno nela. Ela dizia-se uma de nós,
mas caçou todos os humanos, matou-os e proibiu qualquer um dos reinos vizinhos
de se aproximarem. Como era poderosa demais, todos aceitaram. Ninguém veio ao
socorro de Nárnia e por um século a terra ficou congelada.
Agora todos prestavam
atenção.
-Havia uma profecia que
dizia que duas filhas de Eva e dois filhos de Adão viriam um dia e salvariam a
terra. –ela continuou –Quatro irmãos.
-Mas se a Feiticeira matou
todos os humanos em Nárnia e nenhum dos países vizinhos ajudou... De onde vocês
vieram? –Merry perguntou confuso.
Legolas pareceu entender na
hora.
-Vocês, na verdade, são
daqui. –ele falou.
Susan concedeu.
-Sim, nós somos. De uma vila
muito pequena ao norte. –ela confirmou –Anos atrás a colheita não deu um grão
sequer, os animais começaram a morrer e nós sabíamos que íamos todos padecer de
fome ou frio. O que viesse primeiro. Mas havia esse homem que parecia saber
tanto, um escolar, chamado Cornelius, que nos ensinara a ler. Ele se ofereceu
para nos tirar de lá e minha mãe aceitou. Ele nos levou até um porto e nos
colocou num navio. –ela continuou –E esse navio ancorou em Nárnia.
-Ele mandou vocês quatro
para lá? –Pippin perguntou chocado.
-Cornelius era na verdade um
narniano. Filho de um anão e uma humana. Ele queria ver a profecia ser
cumprida. –Susan explicou –Eu não digo que o perdoamos por isso. Ele podia ter
matado nós quatro.
-Onde há navios que partem
para Nárnia? –Aragorn perguntou curioso.
-Em mais portos do que você
imagina, meu caro guardião. –Reepicheep falou divertido.
-O que aconteceu quando
vocês chegaram la? –Merry quis saber.
-Nós brigamos e Edmund se
afastou de nós. –ela falou –Ele acabou conhecendo a Feiticeira Branca por
acidente. Quando soube de nós tentou usar Edmund para nos trazer até ela. Mas
Edmund sempre foi egoísta como criança e resolveu ir sozinho. Ela acabou
prendendo-o em seu calabouço.
A mão dela foi em reflexo
para o cordão em volta do seu pescoço.
-Mas só nossa presença em
Nárnia ja começou a derreter o gelo, o inverno estava para acabar. Conseguimos
nos reunir com os narnianos que não tinham lealdade alguma para com Jadis.
Edmund conseguiu fugir e voltou para nosso lado. Eu me lembro com perfeição
daquele dia: o quão azul o céu estava, o medo na face do nosso pequeno
exército, sabendo que estávamos para enfrentar uma batalha que não podíamos
vencer. Lembro de Peter gritando para eu e Lucy irmos para o porto e voltar
para cá. E então...
Ela respirou fundo, o punho fechado
no cordão.
-Edmund enfretou Jadis
sozinho para proteger Peter e ela perfurou a barriga dele com uma lança. Eu
tive tanto medo de perde-lo.
-Mas Rei Edmund é sempre teimoso.
–Reepicheep falou para encorajar a rainha –E ele sobreviveu.
-Sim. Ele sobreviveu. –Susan
sorriu para o rato –E nós vencemos aquela batalha por um milagre e fomos
coroados reis e rainhas de Nárnia. Eu tinha 12 anos, Lucy tinha apenas 8.
-E depois? –Boromir
perguntou –Eu lembro que mais batalhas foram citadas no Conselho.
-Sim, três anos depois
lutamos contra os Telmarianos. –ela respondeu –Foi como conhecemos Reepicheep.
-E todos esses anos têm sido
os mais gloriosos de minha vida, Majestade. –o rato falou orgulhoso.
-O que aconteceu com os
Telmarianos? –Pippin quis saber.
-Nós vencemos a guerra
contra a Feiticeira, o inverno se foi e Nárnia voltou a ser uma terra próspera.
–ela explicou –Mesmo assim, os Telmarianos talvez nunca tivessem nos atacados.
Mas nós acabamos envolvidos na política deles, quase que por acidente.
-Veja, o Rei Miraz devia
governar pelo filho do seu irmão que morrera, até o rapaz ter idade para
assumir o trono que era dele por direito. –Reepicheep foi quem começou
explicando –Mas a verdade era que o rei matara o irmão pelo trono. Na noite que
sua esposa teve um filho homem ele decidiu se livrar de Caspian, seu sobrinho.
O rapaz conseguiu fugir pela floresta, onde eu o encontrei por acaso.
-Reepicheep trouxe Caspian
para nós. –Susan explicou –Meus irmãos nunca ficariam parados diante de tamanha
traição, então nós prometemos ajudar Caspian. Porém, isso fez Miraz declarar
guerra contra nós. Nosso exército ainda não estava amadurecido ou pronto para
outra guerra, além disso Miraz era um general sem igual e tinha um exército
enorme.
-Mas nós não íamos nos render
facilmente! –Reepicheep bradou, tirando sua espada da bainha e agitando-a no
ar.
-Exato. –Susan concordou
–Mas por um momento pareceu que tudo estava perdido e que nós íamos cair. Então
Aslan chegou, trazendo as árvores e o rio com ele e a batalha virou-se a nosso
favor. Nós devolvemos o trono a Caspian, que se tornou nosso maior amigo e
aliado.
-Além de ser loucamente
apaixonado por nossa rainha gentil. –Reepicheep falou.
-Reepicheep! –a rainha
corou.
-É verdade! –ele assegurou
os demais –Ele a pede em casamento todo ano na comemoração do reinado dele.
-Caspian está tentando me
vencer pelo cansaço. –Susan cortou –O que não vai acontecer, embora eu goste
muito dele.
-O que tem pra não gostar?
–Reepicheep continuou –Ele é um rei, um homem nobre, até bem apessoado,
gentil... –o rato lançou um olhar a Legolas –Humilde. Ideal para nossa rainha.
Legolas estreitou os olhos.
Susan estava olhando para o camundongo como se ele tivesse perdido o juízo.
-Não importa. –ela falou
–Caspian é rei de suas terras e eu sou rainha de Nárnia. Eu não vou abandonar
meu país e nunca pediria para ele fazer algo desse tipo. Além do mais, há
grandes chances de que eu nunca me case.
-Por que não? –Merry
perguntou chocado.
-Não é por falta de
pretendentes. –Reepicheep declarou –Vários príncipes e reis pedem pela mão de
nossa bela rainha.
O que estava acontecendo com
esse rato? Susan estava confusa com a atitude dele.
-Nós decidimos anos atrás
que os filhos de Peter seriam os herdeiros do trono de Nárnia. –ela falou –Parece
mais fácil nós não envolvermos filhos nossos que podem nutrir ressentimento. E
eu não sinto necessidade de me casar.
-Talvez os grandes homens de
Nárnia não sejam tão magnificos assim, Majestade. –Legolas comentou.
Aragorn lançou um olhar ao
elfo, mas Susan o ignorou.
-E a última batalha? –Gimli
quis saber.
Os olhos da princesa foram
parar no chão.
-Nada tão interessante
quanto... –Reepicheep começou a dizer, mas a voz de Gandalf cortou-o
-Ah! É por ali. –ele falou.
-Ele se lembrou! –Merry comemorou
levantando.
-Não, mas o ar não fede
tanto aqui embaixo. –o mago explicou -Quando estiver em dúvida, Meriadoc, siga
sempre o seu nariz.
Susan levantou-se do chão e
passou a mão pelas roupas. Legolas parou-a colocando a mão em seu ombro.
-Por que a memória da tal
batalha com os Calormanos sempre põe essa tristeza nos seus olhos? –ele quis
saber.
-Porque a culpa daquela
guerra é só minha. –ela respondeu antes de se fastar.
xXx
Susan adoraria saber há
quanto tempo estavam andando. Ja nem tinha certeza se foram alguns dias ou
algumas horas.
Gandalf assegurara que eles
estavam quase no fim. A Rainha não sabia se acreditava nisso.
Finalmente chegaram ao que
parecia um salão, mais um daqueles totalmente negros.
-Agora vou arriscar um pouco
mais de luz. –Gandalf falou.
Quando a luz em seu cajado intensificou-se,
revelou um salão com colunas gigantescas.
-Uau. –Susan murmurou sem
fôlego.
-Contemplem. O grande reino
e a cidade dos anões de Dwarrowdelf. –Gandalf falou.
-É deslumbrante mesmo. –Sam
concordou.
Eles caminharam, ainda num
silêncio cheio de reverência. Então Gimli começou a correr.
-Gimli! –Gandalf chamou, sem
sucesso.
O anão correu até uma sala,
onde vários corpos jaziam e, o que parecia um túmulo, estava iluminado por um
único raio de luz.
-Não. –caiu de joelhos
diante do túmulo –Não. Não!
Os demais seguem o anão para
dentro da sala. Vários corpos, que deviam estar ali há muito tempo, estavam
espalhados pelo chão. Era óbvio que uma batalha acontecera ali e eles não
puderam se defender.
-“Aqui jaz Balin, filho de
Fundin, Senhor de Moria.” –Gandalf leu as incrições sobre a pedra –Então ele
está morto. Era o que eu temia.
Susan ajoelhou-se ao lado de
Gimli e passou os braços pelos ombros dele, segurando o anão enquanto este chorava.
Gandalf passou o chapéu e o
cajado para Pippin, então recolheu um livro das mãos de um dos corpos.
-Precisamos seguir em
frente. Não podemos nos demorar. –Legolas cochichou para Aragorn.
-“Eles tomaram a ponte e o
segundo salão.” –Gandalf começou a ler, atraindo a atenção de todos para si –“Nós
obstruímos os portões, mas não podemos segura-los por muito tempo. O chão
treme. Tambores, tambores nas profundezas. Não podemos escapar. Uma Sombra se
move nas trevas. Não podemos escapar. Eles estão vindo.”
Um silêncio cheio de medo
tomou todos, até o som de algo caindo desperta-los. Pippin mexera em um dos
esqueletos, fazendo-o desmanchar-se e cair por um poço. O barulho era
ensurdecedor em vista da quietude de antes.
Todos aguardaram,
respirações presas por algum sinal de alguma coisa. Quando o silêncio voltou a
reinar, Boromir soltou um suspirou aliviado.
-Seu Tuk tolo! –Gandalf
esbravejou -Jogue a si mesmo da próxima vez e nos livre de sua estupidez!
E então, das profundezas, os
tambores começaram a soar, ficando cada vez mais intensos e mais altos.
-Frodo! –Sam chamou.
Frodo tirou sua espada da
bainha e viu a lâmina brilhar azul.
Eles ouviram os gritos de
batalha.
-Orcs! –Legolas falou.
Boromir correu para a porta
e ao olhar para fora quase foi atingido por duas flechas.
-Recuem! Fiquem atrás de
Gandalf! –Aragorn gritou para os hobbits.
O mago posicionou-se em
frente aos quatro pequenos, enquanto Boromir e Aragorn iam fechar as portas.
-Eles têm um troll das
cavernas. –Boromir comentou ácido.
Legolas passou machados para
Aragorn e Boromir que tentava barrar a porta.
Gandalf sacou sua espada,
incitando os hobbits a fazerem o mesmo.
-Deixe que venham. –Gimli
subiu no túmulo, machado em mãos, o rosto uma máscara de fúria –Ainda há um anão
em Moria que continua a respirar!
Aragorn, Legolas e Susan
estavam parados lado a lado, arcos em mãos.
-Quer fazer uma aposta,
Majestade? –Legolas falou, sem tirar os olhos da porta que tremia sobre o
impacto dos orcs que tentavam derruba-la.
-Quem sair daqui vivo, vence?
–ela retrucou sem olha-lo também.
-Eu estava pensando algo na
linha de quem derrubar mais orcs vence.
Um machado abriu um buraco
na madeira podre e o elfo disparou a primeira flecha, causando um ruído de dor
do outro lado. Susan e Aragorn seguiram.
Porém logo a porta foi
destruída e eles estavam em combate.
Era a primeira vez que Susan
via um orc e eles eram criaturas nojentas, com pele que parecia ter apodrecido
no corpo.
Susan usava para lutar
apenas seu arco. Ela tinha punhais, mas se precisasse de uma espada – e
raramente precisava – tirava a do oponente.
Viu Reepicheep passar por
ela e derrubar mais um orc. O rato era rápido.
Então o troll entrou na
sala.
Ele era enorme e tinha uma
coleira em volta do pescoço e uma clava na mão.
-Por Aslan... –Susan
murmurou.
Os próximos minutos foram
extremamente longos, era sempre assim. Cada segundo em uma batalha parecia
durar uma eternidade. Ela tinha perdido Reepicheep de vista, mas sabia que ele
podia se cuidar.
Ela tinha achado um ponto
mais alto de onde podia atirar flechas quando ouviu Sam gritando e viu Frodo
cair.
Ver o hobbit caindo pareceu
fazer algo despertar nos demais. Eles mataram rapidamente os orcs restante e se
uniram contra o troll.
Susan foi a primeira a chegar
até Frodo e abraçou o corpo dele.
-Não... –Aragorn mumurou se
aproximando.
-Está tudo bem. –Susan
garantiu com lágrimas nos olhos –Ele está bem.
Ela afastou-se para mostrar
que Frodo estava apenas tentando recuperar o fôlego. Sentira a respiração dele
tão logo o abraçara.
-Ele está vivo. –Sam
informou aos outros, lágrimas de alívio em seus olhos.
-Eu estou bem. Não estou
ferido. –Frodo garantiu a todos.
-Você deveria estar morto.
–Aragorn falou em choque -Aquela lança teria atravessado um javali.
-Acho que há mais para esse
hobbit do que parece. –Gandalf falou com um sorriso.
Frodo abriu sua camisa,
revelando uma malha de combate que parecia ouro branco.
-Mithril. –Gimli falou
surpreso -Você é cheio de surpresas, senhor Baggins.
O momento de alívio foi
cortado pelos sons de mais tambores e mais orcs chegando. Ainda não tinha
terminado.
-Para a ponte de Khazad-Dûm!
–Gandalf gritou.
Reepicheep pulou no ombro de
Susan e todos eles saíram correndo.
Orcs pareciam sair de todos
os buracos, inundando o lugar como formigas. Havia milhares deles e logo
estavam cercados.
Nunca saíriam vivos dali.
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N/A: Na hora de explicar a história dos narnianos dentro do mundo de "O Senhor dos Anéis" eu fiz uma baita mistura. Todas as batalhas citadas aconteceram nos livros/filmes, mas várias delas com mudanças significativas (como vocês podem ver). Eu estou exercitando meu direito criativo... hahahah
Espero que vocês tenham gostado!
COMENTEM!
B-jão
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