Capítulo 13
-Eu preciso transar. –Toni
declarou para o nada ao entrar na cozinha comunal na manhã seguinte.
Clint, que era a única
pessoa ali e estava sentado em cima do balcão comendo cereal, olhou para os
lados e então voltou-se para Toni.
-Eu estou confuso. –ele
falou -Isso significa que eu deveria começar a tirar as roupas ou ligar para
prostitutas?
Toni pareceu parar por um
segundo para considerar possibilidades, então deu de ombros.
-De volta, passarinho. Que
gracinha. –ela provocou –Como foi seu reencontro com a Darcy ontem?
-Como se o Jarvis já não
tivesse te contado... –o outro revirou os olhos.
-Ele ja me mostrou o video.
Brilhante. Que azar o seu que a maratona de Harry Potter foi justo ontem e ela
estava aqui quando você chegou.
Maratona de Harry Potter...
Isso era a cara de Darcy.
-Como estão as coisas? –ele
quis saber.
-Fantásticas. –Toni
respondeu cheia de alegria –Bruce chega amanhã de manhã.
-Eu esqueci que sua
definição de felicidade é ter o Bruce e a Pepper por perto.
-E eu não ligo que me
julguem por isso. –ela cantarolou –Porque eu estou muito feliz no momento.
-Percebe-se. Embora você
precise dar uma. –ele ofereceu solicito.
-Embora eu precise dar
várias. –ela aceitou –Aliás, Steve está de volta com um amiguinho novo e a Nat
ainda está sumida.
-Eu vou ter que ir atrás
dela, eventualmente. –Clint suspirou –Ela deve estar com um humor daqueles e se
sentindo perdida, mas querendo se fazer de forte...
Toni arqueou uma
sobrancelha.
-Tem certeza que vocês não
se pegam? –ela perguntou.
-Não mais. –foi a resposta
de Clint.
-Justo. –ela deu de ombros
–Eu preciso ir visitar Ozzy.
-Quem é Ozzy? –Clint
perguntou confuso.
-O cara que vocês chamam de
Soldado Invernal.
-Toni, você não vai sozinha!
–Steve protestou entrando na cozinha.
-Ai meu saco... –ela revirou
os olhos –Não mesmo, Picolé. Jane vai comigo.
-Eu também vou. –ele
insistiu.
-Você só vai ver Ozzy se o
Ozzy quiser ver você. –ela colocou as mãos na cintura.
-Para tudo! –Clint ordenou
–Você ta chamando o Soldado Invernal, uma lenda entre assassinos e espiões, um
super soldado, de Ozzy?
-É. –ela falou impaciente
–Tipo Ozzy Osbourne.
Clint explodiu em risadas.
-Posso ver o Ozzy? –ele quis
saber.
-Só se ele quiser te ver.
–ela repetiu –O moço pode o que ele quiser.
-Por que? –Clint exigiu
inconformado.
-Porque eu digo que pode.
Vamos descer e ver no que dá.
XxX
Steve e Toni estavam se
ignorando no elevador e Clint parecia estar se divertindo com isso.
O andar onde “Ozzy” estava
era subterraneo. Na verdade tinha sido feito como um bunker e, com a
insistência de Bruce, transformado em um lugar para conter o Hulk caso fosse
ncessário. Eles nem sabiam se daria certo, mas a Torre tinha um Protócolo Verde
preparado para a situação.
O que devia segurar o Hulk
era obviamente forte o bastante para segurar o Soldado.
Jane estava esperando por
eles perto de um painel com telas que mostravam o interior do quarto de cada
angulo. Não havia nada que ele pudesse fazer sem que eles vissem.
O quarto estava decorado
demais para um super vilão. Pelo menos essa era a opinão de Clint. Aquilo tudo
devia ser padrão Four Seasons. O cara até tinha uma televisão gigante e uma
janela que ficava passando imagens da rua, como se ele não estivesse preso
embaixo da terra.
-Você deve gostar muito
desse Ozzy, hein Toni. –Clint comentou –Caprichou no quarto.
-Ele não é exatamente uma má
pessoa. –Toni falou –Eu andei invadindo computador atrás de computador essa
semana, tentando descobrir mais sobre ele. Ele era uma máquina para eles, só
fazia o que era ordenado, sem pensar em consequências. Eu sei que ele tem as
mãos encharcadas de sangue, tanto que ele provavelmente nunca vai conseguir
limpa-las. –ela suspirou –Mas a verdade é que ele merece uma chance. Porque
alguém deu uma segunda chance para você, para a Nat e foi uma boa decisão. Ele
merece ter a chance de se refazer. E eu tenho toda a inteção de dar essa chance
para ele.
Clint pareceu surpreso por
isso, então sorriu.
-Droga, Stark. Você não
devia me fazer pensar em você como uma pessoa decente. –ele provocou de leve.
-Então seja esperto e não
pense. –ela revirou os olhos –Vamos entrar, Jane?
-Sim. –a doutora sorriu
–Pelo jeito ele andou lendo os livros que a Cora trouxe.
-Ah sim. Eu mandei ela
peneirar com amor e carinho. –Toni falou –Nada que pudesse dar ideias
estranhas. Ficamos com os clássicos leves, tipo “Pequeno Príncipe”, “Orgulho e
Preconceito”, “Alice no País das Maravilhas”.
Clint estava rindo como um
demente.
-Você deu “Orgulho e
Preconceito” para Soldado Invernal ler?
–e continuou rindo.
Toni revirou os olhos e
entrou no quarto com Jane. Steve e Clint ficaram assistindo pelas telas.
-Bom dia, Ozzy! –ela falou
animada.
-Bom dia, Toni. Doutora
Foster. –ele inclinou a cabeça para as duas.
-Olá, Ozzy. Como você está?
–Jane quis saber.
-Bem. –ele respondeu sem
expressão alguma.
-O que achou dos livros?
–Toni perguntou indicando a pilha no chão.
-Eu estou lendo “O Grande
Gatsby” agora. –ele falou –Muito... Emocional. Desnecessariamente emocional.
-Tudo para você é emocional,
Ozzy. –Jane indicou –Emoção é o que faz valer a pena estar vivo.
Ozzy pareceu refletir sobre
isso.
-Você diz isso porque está
apaixonada. –ele concluiu –Thor está do outro lado querendo me matar hoje?
Toni riu.
-Não. Outra pessoa está la.
O Gavião Arqueiro. –ela falou.
-Eu já ouvi falar dele.
–Ozzy informou –Um dos melhores atiradores de elite do mundo.
-Tem mais uma pessoa com
ele. –Toni falou com cuidado –Capitão Rogers chegou ontem.
Ozzy pareceu congelar.
-Você está bem? –Jane
perguntou preocupada.
-Ele vai entrar aqui? –Ozzy
perguntou olhando para a porta.
-Só se você quiser que ele
entre. –Toni garantiu.
-Eu não devia ter vindo
aqui. –Ozzy falou dando as costas para as duas –Eu não devia ter vindo atrás de
vocês.
-Calma, Ozzy. Sem drama.
–Toni pediu –Você não precisa ver Steve ou falar com ele se você não quiser.
-Não é só isso. –ele falou
–Eu sou uma... Máquina. Nada mais. Eu não me sinto vivo. Eu me sinto vazio. Eu
sou um assassino.
-Você não é. –Jane falou
firme.
-Eu sou! Vocês nunca
entenderiam. –ele explodiu –Vocês não sabem como é.
-Você sabe porque eu sou
rica, Ozzy? –Toni perguntou com calma.
-Não. –ele respondeu.
-Meu pai criou a maior
indústria de armas do mundo. –ela falou –E eu a levei a lugares que ninguém conseguiria
imaginar. Eu inventei mísseis que... –ela respirou fundo –Eu abasteci conflitos
armados por anos. Milhares de pessoas morreram por causa das armas que eu
criei. Soldados, civis, crianças... E não passa um dia em que eu não me
arrependa disso. Eu posso não ter apertado os gatilhos, mas eu gozei de uma
vida plena e cheia de luxo porque eu criava armas ótimas para matar pessoas. E
eu nunca vou me perdoar por ter sido cega por tanto tempo.
Ozzy não disse nada.
-Você não tem que falar com
ele se não quiser. –Toni repetiu por fim.
-Eu sinto muito. –Ozzy falou
de repente –Eu só estou te causando problema.
-Não tá não. –ela garantiu
–Todo mundo merece uma segunda chance.
-Até um assassino? –ele
desafiou.
-Você não é um assassino,
Barnes. –ela falou –Você é uma vítima.
Ozzy suspirou e ofereceu a
mão para Toni. A bilionária sorriu e apertou a mão dele entre as suas.
-Já já eu vou estar te
abraçando. –ela provocou.
-Não mesmo. –ele falou
sério.
-Espere e verá, meu caro
Ozzy.
XxX
Clint não era um mega espião
do calibre de Nat, que conseguiria tirar informação de um mudo, ou um mestre em
dedução como aquele Holmes estranho de Londres, mas sentia que podia dizer, com
absoluta certeza, que Capitão América estava se remoendo de ciúmes nesse exato
segundo.
Era tão óbvio. No momento em
que Toni chegara perto de Ozzy (pausa para os risos) o Capitão ficou tão reto e
tenso que parecia que ia quebrar no meio. Quando ela deu a mão para o outro
cara, ele achou que Steve ia invadir a sala.
O que estava rolando e por
que ele não sabia da fofoca?
Mais uns dez minutos depois,
Toni e Jane saíram.
-Bom, ele não ta afim de
falar com vocês hoje, mas quem sabe amanhã. –a bilionária falou sem um pingo de
compaixão.
-Eu tenho que voltar para o
laboratório. –Jane disse –O Thor não fica muito feliz quando eu venho
visita-lo.
-Jane querida, dez minutos
com você de joelhos e eu tenho certeza que ele te perdoa. –Toni revirou os
olhos.
-Toni! –Jane corou, mas
então começou a rir –Você é terrível.
-Você fala isso porque sabe
que eu to certa.
Jane deu um pequeno sorriso
enigmático.
Clint podia ver que Steve
estava se remoendo para falar alguma coisa e decidiu dar ao cara a chance.
Porque, o que quer que saísse dali, ia ser pura diversão para todas as outras
pessoas na Torre, com certeza absoluta.
-Eu vou com você, Jane.
–Clint falou rapidamente –Eu preciso falar com a Darcy e pedir desculpas por
ontem.
Jane lançou um olhar para
ele que deixava bem claro que ela não estava impressionada.
-Agente Barton, você pode
até começar por ontem, mas se você acha que dá pra parar por aí você é mais
burro do que achava. –ela declarou de forma seca.
Clint achou melhor ficar
quieto e seguir a doutora para fora.
Steve até tentou ser
razoável, porque sabia que no fundo estava sendo ridículo. Ele mesmo estava
pronto para ir atrás de Bucky e salva-lo, não era? Qual o problema se Toni o
achara primeiro e estava disposta a ajuda-lo? E daí que com Bucky ela não era
irônica, sarcástica e seca? Se ela tinha dado um apelido especial para ele? Se
ela segurava a mão dele e prometia abraços?
Jesus amado! Ele estava com
cíumes do Soldado Invernal! De Bucky, seu melhor amigo!
Qual era o problema dele?
-Sabe, Picolé, eu consigo
praticamente ouvir o discurso que você está planejando ai nessa cabecinha linda
e loira, então... Poupe-me. –Toni pediu caminhando para o elevador.
-Toni, espera. –ele foi
atrás dela.
-Eu tenho que esperar. –ela
falou recusando-se a olha-lo –Jane e Clint foram no elevador e aqui só tem
esse. Jarvis, muito feio da sua parte! Você tá de castigo.
-Posso lembrar a senhorita
que um único elevador nesse andar foi decisão sua e do doutor Banner, por
motivos de segurança? –Jarvis retrucou contrariado.
-Não, não pode.
-Toni, eu prometo que não
vou falar nada. –Steve falou.
-Não vai mesmo. –ela ainda
não estava olhando –Eu pretendo te ignorar.
-Eu só quero agradecer o que
você tem feito pelo Bucky. –ele falou sincero –Você está sendo incrivelmente
generosa.
Toni pareceu desconfortável.
-De nada. –ela falou
simplesmente, como se não quisesse prolongar a conversa.
-Sabe o que é mais incrível
sobre você, Toni? –Steve falou, porque não pôde resistir –Você é toda
arrogante, adora se vangloriar, mas quando o elogio é sincero, feito por algo
bom que você fez, você não sabe como reagir.
Ela olhou para ele, olhos
estreitados em irritação.
-Muito gentil da sua parte
ficar esfregando isso na minha cara.
-É troco por todas as vezes
que você ficou me enchendo. –ele retrucou.
Um pequeno sorriso surgiu no
canto da boca dela.
-Ta saidinho, hein Picolé.
-Deve ser por exposição a
você. –ele retrucou.
Steve pôde ver no olhar de
Toni que ela estava a um passo de dizer algo nada apropriado. Felizmente o
elevador chegou bem nessa hora e os dois embarcaram.
-Isso quer dizer que você sentiu
minha falta? –ela falou de repente –Pensou muito no nosso beijo?
-Toni...
-Eu vou aceitar isso como um
“sim”. –ela avisou –Para de ser mole, Steve. O que te impede de pegar o que
você quer se está sendo oferecido de livre e espotânea vontade?
Steve sentiu como se seu
coração tivesse pulado várias batidas.
Antes que ele pudesse
responder alguma coisa a porta abriu-se mais uma vez e Toni desceu, deixando-o
para trás.
-Pensa com carinho, Steve.
Afinal, eu também posso mudar de ideia. –ela jogou por cima do ombro enquanto
ia embora.
Steve esperou a porta fechar
antes de encostrar contra a parede e soltar o folêgo que estivera segurando.
-Por favor, não conte isso
para ela, Jarvis. –ele pediu para o teto.
-Sem problemas, Capitão. –a
voz garantiu –Algumas coisas são mais satisfatórias de serem descobertas
pessoalmente.
XxX
Bruce voltou no dia seguinte
quando praticamente todos os moradores do
prédio estavam tomando café da manhã.
Toni foi a primeira a soltar
sua caneca e correr para o cientista.
-Bruce!
O cientista largou as bolsas
num reflexo. Foi uma ótima ideia, porque ele precisou das duas mãos quando Toni
pulou no pescoço dele e grudou como um koala.
-Você voltou! –ela celebrou.
-Claro que eu voltei, você
sabia que eu ia...
Bruce não conseguiu
completar a frase porque a boca de Toni o estava interrompendo.
-Você voltou! –ela celebrou,
finalmente despendurando dele –Eu senti muito sua falta.
-Percebi. –Bruce riu.
-Por que seu cabelo está
mais curto? –ela perguntou curiosa, passando a mão pela cabeça raspada.
-Piolhos. –ele falou de
forma simples –Depois da terceira vez pareceu mais fácil.
-Macau é uma ilha famosa
pelo turismo e pelos cassinos. Onde você se enfiou? –Toni quis saber.
-As clínicas nas favelas
precisavam de ajuda. –ele deu de ombros.
-Você é meu herói. –ela
declarou abraçando-o de novo –Agora que você voltou, nós temos ciência a fazer,
coisas a explodir, um mega braço mecânico para decifrar.
-Eu nem vou fingir que
entendi. –Bruce falou.
-Ei, Bruce. –Pepper
aproximou-se –Toni está te atormentando?
-Eu senti falta desse
tormento. –ele sorriu –Olá, Pepper.
Pepper abraçou o bom doutor.
-Seu laboratório está pronto
e esperando por você, seu apartamento também. –a ruiva informou.
-Ei! Por que meu apartamento
não estava esperando por mim? –Clint gritou da mesa.
-Porque eu estava irritada
com você, Piu-Piu. –Toni revirou os olhos.
-Olá a todos. –Bruce acenou
para a mesa.
Um a um todos foram falar
com Bruce.
-Onde está Natasha? –ele
perguntou.
-Temporariamente desaparecida.
–Toni informou –Mas o periquito vai traze-la de volta.
-Dá pra parar com os
apelidos de passarinho? –Clint pediu –E como assim eu vou trazer a Nat de
volta?
-Trazendo. –Toni falou de
forma firme –Eu preciso da ajuda dela com o Ozzy.
-Quem? –Bruce perguntou
confuso.
-Eu te explico depois. Vai
descansar. –Toni falou –Nós vamos ter várias chances de pôr a conversa em dia,
mas o negócio aqui ta fervendo. Minha casa ta parecendo abrigo para heróis e/ou
psicopatas perdidos.
-O que andou acontecendo na minha
ausência? –Bruce perguntou preocupado.
-Depois eu te explico. –Toni
garantiu –Agora eu tenho um compromisso.
Bem nessa hora Sam entrou na
sala.
-Eu estou pronto, senhorita
Stark. –ele declarou, pose de soldado sério e tudo.
-Que gracinha. –ela provocou
de leve –Vamos, Wilson. Eu estou muito curiosa.
-Com o que? –Darcy perguntou
curiosa.
-Eu não sei. –Toni admitiu,
então secou Sam de cima a baixo –Mas eu espero que seja embaixo das roupas
dele.
Sam revirou os olhos e
entregou uma pasta para Toni.
-Eu não gosto que me
entreguem coisas. –ela falou sem tocar na pasta.
Sam arqueou uma sobrancelha
que obviamente dizia: “Isso é sério?”. Toni apenas deu de ombros. Ele acabou
revirando os olhos mais uma vez e abriu a pasta, mostrando a primeira imagem
para ela.
Os olhos de Toni se
arregalaram e ela tomou a pasta das mãos dele.
-Eu quero ver isso agora! –exigiu.
-Infelizmente ela foi
destruída na luta do Triskelion. Pelo seu amigo Ozzy. –Sam informou –Eu estava
com esperanças de que você se interessasse em construir um par novo.
-Quem é Ozzy? –Bruce
perguntou levemente preocupado.
-O que foi destruído? –Darcy
perguntou super curiosa.
Toni ignorou os dois.
-Esses documentos são muito
bons. Eu posso aproveitar muita coisa. –ela observou –Mas claro que eu vou
fazer melhor.
Sam abriu um sorriso.
-Tenho certeza que sim.
-Fazer o que? –Darcy exigiu.
-Asas. –Toni finalmente
falou, mostrando um dos desenhos –Isso vai ser fantástico! Venha comigo pro meu
laboratório. Vamos discutir ideias. E eu vou arrumar uma fita métrica, você
tira a roupa e eu tiro medidas. –ela falou de forma sugestiva.
Sam começou a rir.
-Eu temo pela minha
inocência. –ele provocou.
-Você devia. –Darcy opinou
de seu lugar.
-Vamos la, Piu-Piu 2. –ela
falou dirigindo-se para o elevador –Bruce, vai dormir.
-Toni! –Steve finalmente
falou –Eu preciso falar com você sobre o Soldado.
-Eu não tenho tempo pra você
agora, querido. –ela falou de forma doce –Quem sabe amanhã.
-O que eu perdi? –Bruce
perguntou extremamente confuso ao ver Toni se fechar no elevador com Sam.
Ninguém tinha ideia de por
onde começar a explicar.
XxX
Cora não devia estar fazendo
isso.
Ta, talvez ela devesse.
Nunca tinha sido esse tipo
de mulher antes, que ia atrás e tomava a iniciativa.
Sua mãe sempre foi uma lady.
Ela sempre ensinou Cordelia que uma dama não tomava a iniciativa. Uma mulher de
respeito esperava o homem se apresentar. Sua mãe ficaria horrorizada com 70% do
que ela fazia todos os dias no trabalho.
Cora já tinha chegado a
conclusão de que Bruce nunca tomaria uma atitude. Antes achava que era porque
ele tinha alguma coisa com Toni. E, para ser bem sincera, nas primeiras semanas
que ele tinha desaparecido e a bilionária ficava vagando pela Torre
entristecida, Cora teve quase certeza de que havia algo mais do que amizade
ali.
Porém, olhando além do seu
ciúme, começou a perceber que Toni agia assim quando Pepper estava longe
também, ou quando Rhodey ficava muito tempo sem aparecer. Sim, Toni podia amar
Bruce, mas era como amigo.
Isso ficou ainda mais claro
quando todo o caso com a HYDRA aconteceu em DC. Toni ficou pregada na frente da
TV, esperando por notícias de Steve.
Bruce não era de Toni.
Ok, ele não era de Cora
também, mas ia ser. Ela ia dar um jeito nisso. Já.
-O doutor Bannner está dentro
do apartamento dele. Fazendo chá. –Jarvis informou do nada.
Cora tirou os olhos da porta
e olhou para o teto irritada.
-Nada de ser engraçadinho
agora, Jarvis. –ela avisou –Eu preciso de coragem.
-O que você disser,
senhorita Myers. –o IA respondeu –Mas quando você estiver pronta, a senhorita
Stark, deu permissão para você entrar sem bater no apartamento do doutor
Banner.
Cora respirou fundo.
-Eu vou entrar.
A porta abriu.
-Quem está ai? –Bruce
perguntou esticando a cabeça da cozinha –Cora. –sorriu.
Cora respirou fundo.
-Bem vindo de volta, doutor
Banner. –ela falou.
-Obrigado. É bom estar de
volta.
Ele devia ter acabado de
sair do banho e estava usando uma calça de moleton cinza e uma camisa branca.
Claro que Bruce não seria o tipo de pessoa que andaria por ai sem camisa. Não
que ela estivesse esperando encontrar ele sem camisa.
Fantasiando, talvez.
Esperando, não.
-Eu posso te ajudar com
alguma coisa? –ele perguntou solicíto.
-Sim. –ela respirou fundo
–Eu vim aqui porque eu preciso falar com você.
-Aconteceu alguma coisa?
–ele perguntou preocupado.
Cora almaldiçoou a sua mania
de estar sempre séria.
-Não, nada aconteceu.
Desculpa. –respirou fundo –Eu to um pouco nervosa.
Bruce estava parecendo mais
confuso a cada segundo e as coisas não estavam indo de acordo com o que ela
planejara.
-Você quer sair pra jantar
comigo? –ela falou de uma vez.
Bruce parecia chocado. Ela
também se sentia chocada. Jesus amado, o que estava fazendo?
-Você... Ta me chamando para
um encontro? –Bruce perguntou ainda meio chocado.
Cora suspirou resignada.
-Estou. Porque...
Sinceramente, esperar você não ia dar certo. Então eu estou sim, te chamando
para sair. Sábado as sete, se você não tiver outros planos.
Bruce ainda parecia muito
chocado.
-Isso é um “não”? –ela
perguntou com uma risada nervosa.
-Não! Não, isso não é um
“não”... –ele falou ainda chocado –É mais um “eu devo ter ouvido errado”,
porque isso não pode estar acontecendo.
-Por que? –era a vez de Cora
ficar confusa.
-Porque eu sou...
-Se você disser o Hulk eu
vou gritar! –Cora falou antes de cobrir a própria boca, chocada consigo mesmo
–Eu não devia ter dito isso, não desse jeito. –desculpou-se rapidamente –Mas
mesmo assim. Isso é uma desculpa, atrás da qual você tem se escondido por tempo
demais. Então eu não vou aceitar. Se você não quer sair comigo, você vai ter
que dizer outra coisa. Não estou interessado, sou gay, tem outra pessoa que eu
amo. Essas são respostas aceitáveis.
Bruce tinha um pequeno
sorriso.
-Eu não estou envolvido com
ninguém no momento. –ele falou depois de alguns segundos –Eu não sou gay. E eu
estou, definitivamente, interessado. Então, eu aceito sim, sair com você.
Sábado as sete está perfeito.
-Oh. –agora era Cora que
estava chocada –Ok. Sábado as sete. Eu... Te vejo... Amanhã! Isso, amanhã,
porque eu vou estar trabalhando. –sentiu seu rosto pegar fogo –Até amanhã,
Bruce.
-Até amanhã, Cora. –ele
sorriu suavemente.
Ela tinha conseguido!
-Parabéns, senhorita Myers.
–Jarvis falou quando ela saiu no corredor.
-Obrigada, Jarvis.
XxX
-Fica a vontade, colega.
–Toni falou quando Sam entrou logo atrás dela no laboratório –Só fica avisado
que, se parece que vai explodir, provavelmente vai.
Sam riu e começou a olhar em
volta.
Ele esperava que o
laboratório de Toni fosse uma bagunça de fios, máquinas, ferramentas e o que
mais fosse. Na verdade, era extremamente bem organizado, cheio de coisas que
Sam nem imaginava o que pudesse ser. Tipo aquele robô carregando um extintor de
incêndio...
-Certo, chega mais, Wilson. –Toni
chamou depois de ter distruíbuidos os papéis num tipo de mesa e pedir pra
Jarvis scanea-los –Fica parado ali. –apontou para um lugar.
Sam parou onde tinha sido
indicado.
-Jarvis vai tirar suas
medidas. –ela informou.
-E eu achando que a história
da fita métrica era séria... –ele provocou.
-Quem sabe outro dia. –Toni
piscou para ele.
Sam estava analisando Toni
com cuidado.
-Então... O Steve não quis
me contar, mas qual o lance de vocês? –ele perguntou.
-Nenhum. –ela respondeu sem
olhar para ele –Jarvis, pode começar.
-Com licença, senhor Wilson.
–Jarvis disse.
Sam foi envolvido pelo que
parecia uma luz azul.
-Obrigado. –Jarvis declarou.
-Não parece ser “nada”. –Sam
insistiu.
-Ta curioso por que? –ela
quis saber.
-Steve é um cara legal, mas muito
sério. Ele precisa de alguem que o ajude a relaxar. –ele deu de ombros –Eu
achei que ia rolar alguma coisa com a Romanoff, mas ela não parava de tentar
arrumar mulher para ele.
Toni arqueou a sobrancelha.
-Ah é?
-Isso é ciúme? –Sam falou.
-Não. Eu não tenho ciúmes de
absolutamente nada. –ela falou de forma firme –E não tenho nada com o Capitão.
-Eu ouvi o “infelizmente”
que você não disse.
-Você é muito engraçadinho,
Wilson. –Toni declarou, pondo as mãos na cintura –Me vejo relutantemente encantada.
-Isso quer dizer que eu
posso morar aqui?
-Só se você andar sem
camisa.
Sam explodiu em risadas.
Sim, ela seria ótima para
Steve. Se ela admitisse que era o que queria.
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N/A: Madame voltou com a tocha. E a Toni também ;)
Comentem, por favor!
Amanhã teremos "A Senhora de Nárnia".
B-jão
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