sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A Dama Vingadora - Capítulo 13



Capítulo 13

-Eu preciso transar. –Toni declarou para o nada ao entrar na cozinha comunal na manhã seguinte.

Clint, que era a única pessoa ali e estava sentado em cima do balcão comendo cereal, olhou para os lados e então voltou-se para Toni.

-Eu estou confuso. –ele falou -Isso significa que eu deveria começar a tirar as roupas ou ligar para prostitutas?

Toni pareceu parar por um segundo para considerar possibilidades, então deu de ombros.

-De volta, passarinho. Que gracinha. –ela provocou –Como foi seu reencontro com a Darcy ontem?

-Como se o Jarvis já não tivesse te contado... –o outro revirou os olhos.

-Ele ja me mostrou o video. Brilhante. Que azar o seu que a maratona de Harry Potter foi justo ontem e ela estava aqui quando você chegou.

Maratona de Harry Potter... Isso era a cara de Darcy.

-Como estão as coisas? –ele quis saber.

-Fantásticas. –Toni respondeu cheia de alegria –Bruce chega amanhã de manhã.

-Eu esqueci que sua definição de felicidade é ter o Bruce e a Pepper por perto.

-E eu não ligo que me julguem por isso. –ela cantarolou –Porque eu estou muito feliz no momento.

-Percebe-se. Embora você precise dar uma. –ele ofereceu solicito.

-Embora eu precise dar várias. –ela aceitou –Aliás, Steve está de volta com um amiguinho novo e a Nat ainda está sumida.

-Eu vou ter que ir atrás dela, eventualmente. –Clint suspirou –Ela deve estar com um humor daqueles e se sentindo perdida, mas querendo se fazer de forte...

Toni arqueou uma sobrancelha.

-Tem certeza que vocês não se pegam? –ela perguntou.

-Não mais. –foi a resposta de Clint.

-Justo. –ela deu de ombros –Eu preciso ir visitar Ozzy.

-Quem é Ozzy? –Clint perguntou confuso.

-O cara que vocês chamam de Soldado Invernal.

-Toni, você não vai sozinha! –Steve protestou entrando na cozinha.

-Ai meu saco... –ela revirou os olhos –Não mesmo, Picolé. Jane vai comigo.

-Eu também vou. –ele insistiu.

-Você só vai ver Ozzy se o Ozzy quiser ver você. –ela colocou as mãos na cintura.

-Para tudo! –Clint ordenou –Você ta chamando o Soldado Invernal, uma lenda entre assassinos e espiões, um super soldado, de Ozzy?

-É. –ela falou impaciente –Tipo Ozzy Osbourne.

Clint explodiu em risadas.

-Posso ver o Ozzy? –ele quis saber.

-Só se ele quiser te ver. –ela repetiu –O moço pode o que ele quiser.

-Por que? –Clint exigiu inconformado.

-Porque eu digo que pode. Vamos descer e ver no que dá.

XxX

Steve e Toni estavam se ignorando no elevador e Clint parecia estar se divertindo com isso.

O andar onde “Ozzy” estava era subterraneo. Na verdade tinha sido feito como um bunker e, com a insistência de Bruce, transformado em um lugar para conter o Hulk caso fosse ncessário. Eles nem sabiam se daria certo, mas a Torre tinha um Protócolo Verde preparado para a situação.

O que devia segurar o Hulk era obviamente forte o bastante para segurar o Soldado.

Jane estava esperando por eles perto de um painel com telas que mostravam o interior do quarto de cada angulo. Não havia nada que ele pudesse fazer sem que eles vissem.

O quarto estava decorado demais para um super vilão. Pelo menos essa era a opinão de Clint. Aquilo tudo devia ser padrão Four Seasons. O cara até tinha uma televisão gigante e uma janela que ficava passando imagens da rua, como se ele não estivesse preso embaixo da terra.

-Você deve gostar muito desse Ozzy, hein Toni. –Clint comentou –Caprichou no quarto.

-Ele não é exatamente uma má pessoa. –Toni falou –Eu andei invadindo computador atrás de computador essa semana, tentando descobrir mais sobre ele. Ele era uma máquina para eles, só fazia o que era ordenado, sem pensar em consequências. Eu sei que ele tem as mãos encharcadas de sangue, tanto que ele provavelmente nunca vai conseguir limpa-las. –ela suspirou –Mas a verdade é que ele merece uma chance. Porque alguém deu uma segunda chance para você, para a Nat e foi uma boa decisão. Ele merece ter a chance de se refazer. E eu tenho toda a inteção de dar essa chance para ele.

Clint pareceu surpreso por isso, então sorriu.

-Droga, Stark. Você não devia me fazer pensar em você como uma pessoa decente. –ele provocou de leve.

-Então seja esperto e não pense. –ela revirou os olhos –Vamos entrar, Jane?

-Sim. –a doutora sorriu –Pelo jeito ele andou lendo os livros que a Cora trouxe.

-Ah sim. Eu mandei ela peneirar com amor e carinho. –Toni falou –Nada que pudesse dar ideias estranhas. Ficamos com os clássicos leves, tipo “Pequeno Príncipe”, “Orgulho e Preconceito”, “Alice no País das Maravilhas”.

Clint estava rindo como um demente.

-Você deu “Orgulho e Preconceito” para  Soldado Invernal ler? –e continuou rindo.

Toni revirou os olhos e entrou no quarto com Jane. Steve e Clint ficaram assistindo pelas telas.

-Bom dia, Ozzy! –ela falou animada.

-Bom dia, Toni. Doutora Foster. –ele inclinou a cabeça para as duas.

-Olá, Ozzy. Como você está? –Jane quis saber.

-Bem. –ele respondeu sem expressão alguma.

-O que achou dos livros? –Toni perguntou indicando a pilha no chão.

-Eu estou lendo “O Grande Gatsby” agora. –ele falou –Muito... Emocional. Desnecessariamente emocional.

-Tudo para você é emocional, Ozzy. –Jane indicou –Emoção é o que faz valer a pena estar vivo.

Ozzy pareceu refletir sobre isso.

-Você diz isso porque está apaixonada. –ele concluiu –Thor está do outro lado querendo me matar hoje?

Toni riu.

-Não. Outra pessoa está la. O Gavião Arqueiro. –ela falou.

-Eu já ouvi falar dele. –Ozzy informou –Um dos melhores atiradores de elite do mundo.

-Tem mais uma pessoa com ele. –Toni falou com cuidado –Capitão Rogers chegou ontem.

Ozzy pareceu congelar.

-Você está bem? –Jane perguntou preocupada.

-Ele vai entrar aqui? –Ozzy perguntou olhando para a porta.

-Só se você quiser que ele entre. –Toni garantiu.

-Eu não devia ter vindo aqui. –Ozzy falou dando as costas para as duas –Eu não devia ter vindo atrás de vocês.

-Calma, Ozzy. Sem drama. –Toni pediu –Você não precisa ver Steve ou falar com ele se você não quiser.

-Não é só isso. –ele falou –Eu sou uma... Máquina. Nada mais. Eu não me sinto vivo. Eu me sinto vazio. Eu sou um assassino.

-Você não é. –Jane falou firme.

-Eu sou! Vocês nunca entenderiam. –ele explodiu –Vocês não sabem como é.

-Você sabe porque eu sou rica, Ozzy? –Toni perguntou com calma.

-Não. –ele respondeu.

-Meu pai criou a maior indústria de armas do mundo. –ela falou –E eu a levei a lugares que ninguém conseguiria imaginar. Eu inventei mísseis que... –ela respirou fundo –Eu abasteci conflitos armados por anos. Milhares de pessoas morreram por causa das armas que eu criei. Soldados, civis, crianças... E não passa um dia em que eu não me arrependa disso. Eu posso não ter apertado os gatilhos, mas eu gozei de uma vida plena e cheia de luxo porque eu criava armas ótimas para matar pessoas. E eu nunca vou me perdoar por ter sido cega por tanto tempo.

Ozzy não disse nada.

-Você não tem que falar com ele se não quiser. –Toni repetiu por fim.

-Eu sinto muito. –Ozzy falou de repente –Eu só estou te causando problema.

-Não tá não. –ela garantiu –Todo mundo merece uma segunda chance.

-Até um assassino? –ele desafiou.

-Você não é um assassino, Barnes. –ela falou –Você é uma vítima.

Ozzy suspirou e ofereceu a mão para Toni. A bilionária sorriu e apertou a mão dele entre as suas.

-Já já eu vou estar te abraçando. –ela provocou.

-Não mesmo. –ele falou sério.

-Espere e verá, meu caro Ozzy.

XxX

Clint não era um mega espião do calibre de Nat, que conseguiria tirar informação de um mudo, ou um mestre em dedução como aquele Holmes estranho de Londres, mas sentia que podia dizer, com absoluta certeza, que Capitão América estava se remoendo de ciúmes nesse exato segundo.

Era tão óbvio. No momento em que Toni chegara perto de Ozzy (pausa para os risos) o Capitão ficou tão reto e tenso que parecia que ia quebrar no meio. Quando ela deu a mão para o outro cara, ele achou que Steve ia invadir a sala.

O que estava rolando e por que ele não sabia da fofoca?

Mais uns dez minutos depois, Toni e Jane saíram.

-Bom, ele não ta afim de falar com vocês hoje, mas quem sabe amanhã. –a bilionária falou sem um pingo de compaixão.

-Eu tenho que voltar para o laboratório. –Jane disse –O Thor não fica muito feliz quando eu venho visita-lo.

-Jane querida, dez minutos com você de joelhos e eu tenho certeza que ele te perdoa. –Toni revirou os olhos.

-Toni! –Jane corou, mas então começou a rir –Você é terrível.

-Você fala isso porque sabe que eu to certa.

Jane deu um pequeno sorriso enigmático.

Clint podia ver que Steve estava se remoendo para falar alguma coisa e decidiu dar ao cara a chance. Porque, o que quer que saísse dali, ia ser pura diversão para todas as outras pessoas na Torre, com certeza absoluta.

-Eu vou com você, Jane. –Clint falou rapidamente –Eu preciso falar com a Darcy e pedir desculpas por ontem.

Jane lançou um olhar para ele que deixava bem claro que ela não estava impressionada.

-Agente Barton, você pode até começar por ontem, mas se você acha que dá pra parar por aí você é mais burro do que achava. –ela declarou de forma seca.

Clint achou melhor ficar quieto e seguir a doutora para fora.

Steve até tentou ser razoável, porque sabia que no fundo estava sendo ridículo. Ele mesmo estava pronto para ir atrás de Bucky e salva-lo, não era? Qual o problema se Toni o achara primeiro e estava disposta a ajuda-lo? E daí que com Bucky ela não era irônica, sarcástica e seca? Se ela tinha dado um apelido especial para ele? Se ela segurava a mão dele e prometia abraços?

Jesus amado! Ele estava com cíumes do Soldado Invernal! De Bucky, seu melhor amigo!

Qual era o problema dele?

-Sabe, Picolé, eu consigo praticamente ouvir o discurso que você está planejando ai nessa cabecinha linda e loira, então... Poupe-me. –Toni pediu caminhando para o elevador.

-Toni, espera. –ele foi atrás dela.

-Eu tenho que esperar. –ela falou recusando-se a olha-lo –Jane e Clint foram no elevador e aqui só tem esse. Jarvis, muito feio da sua parte! Você tá de castigo.

-Posso lembrar a senhorita que um único elevador nesse andar foi decisão sua e do doutor Banner, por motivos de segurança? –Jarvis retrucou contrariado.

-Não, não pode.

-Toni, eu prometo que não vou falar nada. –Steve falou.

-Não vai mesmo. –ela ainda não estava olhando –Eu pretendo te ignorar.

-Eu só quero agradecer o que você tem feito pelo Bucky. –ele falou sincero –Você está sendo incrivelmente generosa.

Toni pareceu desconfortável.

-De nada. –ela falou simplesmente, como se não quisesse prolongar a conversa.

-Sabe o que é mais incrível sobre você, Toni? –Steve falou, porque não pôde resistir –Você é toda arrogante, adora se vangloriar, mas quando o elogio é sincero, feito por algo bom que você fez, você não sabe como reagir.

Ela olhou para ele, olhos estreitados em irritação.

-Muito gentil da sua parte ficar esfregando isso na minha cara.

-É troco por todas as vezes que você ficou me enchendo. –ele retrucou.

Um pequeno sorriso surgiu no canto da boca dela.

-Ta saidinho, hein Picolé.

-Deve ser por exposição a você. –ele retrucou.

Steve pôde ver no olhar de Toni que ela estava a um passo de dizer algo nada apropriado. Felizmente o elevador chegou bem nessa hora e os dois embarcaram.

-Isso quer dizer que você sentiu minha falta? –ela falou de repente –Pensou muito no nosso beijo?

-Toni...

-Eu vou aceitar isso como um “sim”. –ela avisou –Para de ser mole, Steve. O que te impede de pegar o que você quer se está sendo oferecido de livre e espotânea vontade?

Steve sentiu como se seu coração tivesse pulado várias batidas.

Antes que ele pudesse responder alguma coisa a porta abriu-se mais uma vez e Toni desceu, deixando-o para trás.

-Pensa com carinho, Steve. Afinal, eu também posso mudar de ideia. –ela jogou por cima do ombro enquanto ia embora.

Steve esperou a porta fechar antes de encostrar contra a parede e soltar o folêgo que estivera segurando.

-Por favor, não conte isso para ela, Jarvis. –ele pediu para o teto.

-Sem problemas, Capitão. –a voz garantiu –Algumas coisas são mais satisfatórias de serem descobertas pessoalmente.

XxX

Bruce voltou no dia seguinte quando praticamente todos os moradores do prédio estavam tomando café da manhã.

Toni foi a primeira a soltar sua caneca e correr para o cientista.

-Bruce!

O cientista largou as bolsas num reflexo. Foi uma ótima ideia, porque ele precisou das duas mãos quando Toni pulou no pescoço dele e grudou como um koala.

-Você voltou! –ela celebrou.

-Claro que eu voltei, você sabia que eu ia...

Bruce não conseguiu completar a frase porque a boca de Toni o estava interrompendo.

-Você voltou! –ela celebrou, finalmente despendurando dele –Eu senti muito sua falta.

-Percebi. –Bruce riu.

-Por que seu cabelo está mais curto? –ela perguntou curiosa, passando a mão pela cabeça raspada.

-Piolhos. –ele falou de forma simples –Depois da terceira vez pareceu mais fácil.

-Macau é uma ilha famosa pelo turismo e pelos cassinos. Onde você se enfiou? –Toni quis saber.

-As clínicas nas favelas precisavam de ajuda. –ele deu de ombros.

-Você é meu herói. –ela declarou abraçando-o de novo –Agora que você voltou, nós temos ciência a fazer, coisas a explodir, um mega braço mecânico para decifrar.

-Eu nem vou fingir que entendi. –Bruce falou.

-Ei, Bruce. –Pepper aproximou-se –Toni está te atormentando?

-Eu senti falta desse tormento. –ele sorriu –Olá, Pepper.

Pepper abraçou o bom doutor.

-Seu laboratório está pronto e esperando por você, seu apartamento também. –a ruiva informou.

-Ei! Por que meu apartamento não estava esperando por mim? –Clint gritou da mesa.

-Porque eu estava irritada com você, Piu-Piu. –Toni revirou os olhos.

-Olá a todos. –Bruce acenou para a mesa.

Um a um todos foram falar com Bruce.

-Onde está Natasha? –ele perguntou.

-Temporariamente desaparecida. –Toni informou –Mas o periquito vai traze-la de volta.

-Dá pra parar com os apelidos de passarinho? –Clint pediu –E como assim eu vou trazer a Nat de volta?

-Trazendo. –Toni falou de forma firme –Eu preciso da ajuda dela com o Ozzy.

-Quem? –Bruce perguntou confuso.

-Eu te explico depois. Vai descansar. –Toni falou –Nós vamos ter várias chances de pôr a conversa em dia, mas o negócio aqui ta fervendo. Minha casa ta parecendo abrigo para heróis e/ou psicopatas perdidos.

-O que andou acontecendo na minha ausência? –Bruce perguntou preocupado.

-Depois eu te explico. –Toni garantiu –Agora eu tenho um compromisso.

Bem nessa hora Sam entrou na sala.

-Eu estou pronto, senhorita Stark. –ele declarou, pose de soldado sério e tudo.

-Que gracinha. –ela provocou de leve –Vamos, Wilson. Eu estou muito curiosa.

-Com o que? –Darcy perguntou curiosa.

-Eu não sei. –Toni admitiu, então secou Sam de cima a baixo –Mas eu espero que seja embaixo das roupas dele.

Sam revirou os olhos e entregou uma pasta para Toni.

-Eu não gosto que me entreguem coisas. –ela falou sem tocar na pasta.

Sam arqueou uma sobrancelha que obviamente dizia: “Isso é sério?”. Toni apenas deu de ombros. Ele acabou revirando os olhos mais uma vez e abriu a pasta, mostrando a primeira imagem para ela.

Os olhos de Toni se arregalaram e ela tomou a pasta das mãos dele.

-Eu quero ver isso agora! –exigiu.

-Infelizmente ela foi destruída na luta do Triskelion. Pelo seu amigo Ozzy. –Sam informou –Eu estava com esperanças de que você se interessasse em construir um par novo.

-Quem é Ozzy? –Bruce perguntou levemente preocupado.

-O que foi destruído? –Darcy perguntou super curiosa.

Toni ignorou os dois.

-Esses documentos são muito bons. Eu posso aproveitar muita coisa. –ela observou –Mas claro que eu vou fazer melhor.

Sam abriu um sorriso.

-Tenho certeza que sim.

-Fazer o que? –Darcy exigiu.

-Asas. –Toni finalmente falou, mostrando um dos desenhos –Isso vai ser fantástico! Venha comigo pro meu laboratório. Vamos discutir ideias. E eu vou arrumar uma fita métrica, você tira a roupa e eu tiro medidas. –ela falou de forma sugestiva.

Sam começou a rir.

-Eu temo pela minha inocência. –ele provocou.

-Você devia. –Darcy opinou de seu lugar.

-Vamos la, Piu-Piu 2. –ela falou dirigindo-se para o elevador –Bruce, vai dormir.

-Toni! –Steve finalmente falou –Eu preciso falar com você sobre o Soldado.

-Eu não tenho tempo pra você agora, querido. –ela falou de forma doce –Quem sabe amanhã.

-O que eu perdi? –Bruce perguntou extremamente confuso ao ver Toni se fechar no elevador com Sam.

Ninguém tinha ideia de por onde começar a explicar.

XxX

Cora não devia estar fazendo isso.

Ta, talvez ela devesse.

Nunca tinha sido esse tipo de mulher antes, que ia atrás e tomava a iniciativa.

Sua mãe sempre foi uma lady. Ela sempre ensinou Cordelia que uma dama não tomava a iniciativa. Uma mulher de respeito esperava o homem se apresentar. Sua mãe ficaria horrorizada com 70% do que ela fazia todos os dias no trabalho.

Cora já tinha chegado a conclusão de que Bruce nunca tomaria uma atitude. Antes achava que era porque ele tinha alguma coisa com Toni. E, para ser bem sincera, nas primeiras semanas que ele tinha desaparecido e a bilionária ficava vagando pela Torre entristecida, Cora teve quase certeza de que havia algo mais do que amizade ali.

Porém, olhando além do seu ciúme, começou a perceber que Toni agia assim quando Pepper estava longe também, ou quando Rhodey ficava muito tempo sem aparecer. Sim, Toni podia amar Bruce, mas era como amigo.

Isso ficou ainda mais claro quando todo o caso com a HYDRA aconteceu em DC. Toni ficou pregada na frente da TV, esperando por notícias de Steve.

Bruce não era de Toni.

Ok, ele não era de Cora também, mas ia ser. Ela ia dar um jeito nisso. Já.

-O doutor Bannner está dentro do apartamento dele. Fazendo chá. –Jarvis informou do nada.

Cora tirou os olhos da porta e olhou para o teto irritada.

-Nada de ser engraçadinho agora, Jarvis. –ela avisou –Eu preciso de coragem.

-O que você disser, senhorita Myers. –o IA respondeu –Mas quando você estiver pronta, a senhorita Stark, deu permissão para você entrar sem bater no apartamento do doutor Banner.

Cora respirou fundo.

-Eu vou entrar.

A porta abriu.

-Quem está ai? –Bruce perguntou esticando a cabeça da cozinha –Cora. –sorriu.

Cora respirou fundo.

-Bem vindo de volta, doutor Banner. –ela falou.

-Obrigado. É bom estar de volta.

Ele devia ter acabado de sair do banho e estava usando uma calça de moleton cinza e uma camisa branca. Claro que Bruce não seria o tipo de pessoa que andaria por ai sem camisa. Não que ela estivesse esperando encontrar ele sem camisa.

Fantasiando, talvez. Esperando, não.

-Eu posso te ajudar com alguma coisa? –ele perguntou solicíto.

-Sim. –ela respirou fundo –Eu vim aqui porque eu preciso falar com você.

-Aconteceu alguma coisa? –ele perguntou preocupado.

Cora almaldiçoou a sua mania de estar sempre séria.

-Não, nada aconteceu. Desculpa. –respirou fundo –Eu to um pouco nervosa.

Bruce estava parecendo mais confuso a cada segundo e as coisas não estavam indo de acordo com o que ela planejara.

-Você quer sair pra jantar comigo? –ela falou de uma vez.

Bruce parecia chocado. Ela também se sentia chocada. Jesus amado, o que estava fazendo?

-Você... Ta me chamando para um encontro? –Bruce perguntou ainda meio chocado.

Cora suspirou resignada.

-Estou. Porque... Sinceramente, esperar você não ia dar certo. Então eu estou sim, te chamando para sair. Sábado as sete, se você não tiver outros planos.

Bruce ainda parecia muito chocado.

-Isso é um “não”? –ela perguntou com uma risada nervosa.

-Não! Não, isso não é um “não”... –ele falou ainda chocado –É mais um “eu devo ter ouvido errado”, porque isso não pode estar acontecendo.

-Por que? –era a vez de Cora ficar confusa.

-Porque eu sou...

-Se você disser o Hulk eu vou gritar! –Cora falou antes de cobrir a própria boca, chocada consigo mesmo –Eu não devia ter dito isso, não desse jeito. –desculpou-se rapidamente –Mas mesmo assim. Isso é uma desculpa, atrás da qual você tem se escondido por tempo demais. Então eu não vou aceitar. Se você não quer sair comigo, você vai ter que dizer outra coisa. Não estou interessado, sou gay, tem outra pessoa que eu amo. Essas são respostas aceitáveis.

Bruce tinha um pequeno sorriso.

-Eu não estou envolvido com ninguém no momento. –ele falou depois de alguns segundos –Eu não sou gay. E eu estou, definitivamente, interessado. Então, eu aceito sim, sair com você. Sábado as sete está perfeito.

-Oh. –agora era Cora que estava chocada –Ok. Sábado as sete. Eu... Te vejo... Amanhã! Isso, amanhã, porque eu vou estar trabalhando. –sentiu seu rosto pegar fogo –Até amanhã, Bruce.

-Até amanhã, Cora. –ele sorriu suavemente.

Ela tinha conseguido!

-Parabéns, senhorita Myers. –Jarvis falou quando ela saiu no corredor.

-Obrigada, Jarvis.

XxX

-Fica a vontade, colega. –Toni falou quando Sam entrou logo atrás dela no laboratório –Só fica avisado que, se parece que vai explodir, provavelmente vai.

Sam riu e começou a olhar em volta.

Ele esperava que o laboratório de Toni fosse uma bagunça de fios, máquinas, ferramentas e o que mais fosse. Na verdade, era extremamente bem organizado, cheio de coisas que Sam nem imaginava o que pudesse ser. Tipo aquele robô carregando um extintor de incêndio...

-Certo, chega mais, Wilson. –Toni chamou depois de ter distruíbuidos os papéis num tipo de mesa e pedir pra Jarvis scanea-los –Fica parado ali. –apontou para um lugar.

Sam parou onde tinha sido indicado.

-Jarvis vai tirar suas medidas. –ela informou.

-E eu achando que a história da fita métrica era séria... –ele provocou.

-Quem sabe outro dia. –Toni piscou para ele.

Sam estava analisando Toni com cuidado.

-Então... O Steve não quis me contar, mas qual o lance de vocês? –ele perguntou.

-Nenhum. –ela respondeu sem olhar para ele –Jarvis, pode começar.

-Com licença, senhor Wilson. –Jarvis disse.

Sam foi envolvido pelo que parecia uma luz azul.

-Obrigado. –Jarvis declarou.

-Não parece ser “nada”. –Sam insistiu.

-Ta curioso por que? –ela quis saber.

-Steve é um cara legal, mas muito sério. Ele precisa de alguem que o ajude a relaxar. –ele deu de ombros –Eu achei que ia rolar alguma coisa com a Romanoff, mas ela não parava de tentar arrumar mulher para ele.

Toni arqueou a sobrancelha.

-Ah é?

-Isso é ciúme? –Sam falou.

-Não. Eu não tenho ciúmes de absolutamente nada. –ela falou de forma firme –E não tenho nada com o Capitão.

-Eu ouvi o “infelizmente” que você não disse.

-Você é muito engraçadinho, Wilson. –Toni declarou, pondo as mãos na cintura –Me vejo relutantemente encantada.

-Isso quer dizer que eu posso morar aqui?

-Só se você andar sem camisa.

Sam explodiu em risadas.


Sim, ela seria ótima para Steve. Se ela admitisse que era o que queria.

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N/A: Madame voltou com a tocha. E a Toni também ;)

Comentem, por favor!

Amanhã teremos "A Senhora de Nárnia".

B-jão

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