domingo, 22 de março de 2015

Nove Meses - Quarto Mês


Quarto mês

Por que, Senhor? Por que gravidez era um processo tão sofrido? Toni estava de saco cheio e queria parar com a coisa toda.

Ela só vomitava! O tempo todo, sem parar! Tinha a impressão de que os enjoos deviam ser matinais, não diários e de hora em hora!

Tudo a deixava enjoada: andar de carro, de elevador, de escada rolante. Não suportava o cheiro do perfume de Pepper, o desodorante de Barnes, fora os cheiros de café, curry, alho e, por algum motivo estranho, ver gelatina também dava vontade de vomitar.

Todos tinham recomendado alguma coisa para os enjoos, mas o que funcionava para ela era morango e bolacha de maizena. Não ia mais para lugar nenhum sem essas duas coisas.

E pensar que isso não fazia sua fome passar. Ela morria de fome o tempo todo. Daí comia, vomitava e ficava com fome de novo. Era um processo ridículo.

Mas o pior era o sono. O tempo inteiro sentia sono, cansaço e preguiça. Não conseguia mais trabalhar direito!

-Quando isso tudo vai passar? –ela choramingou da maca.

Doutora Fontenele, que ela estava descobrindo era fofa, mas brava, pôs as mãos na cintura.

-Isso não vai passar, senhorita Stark. –ela falou séria –Gravidez não é uma doença ou um estado passageiro. Depois que você tem os bebês, tem que cuidar deles. Nada aqui vai passar.

Toni pareceu desconfortável.

-Eu estava falando dos enjoos. –ela falou sem firmeza nenhuma.

-Não, você não estava. –a doutora falou séria –Deita.

Toni obedeceu na hora.

-Será que eu devia sair? –Steve perguntou pela milésima vez, super sem jeito.

-Fica quieto e fica ai, Picolé.

Tinha sido decidido que Toni devia estar sempre acompanhada, por motivos de segurança, quando fosse ao médico.  Dessa vez era a vez de Steve.

-Pronta para descobrir o sexo dos bebês? –a doutora perguntou.

-To. –Toni deu de ombros.

Dafny estreitou os olhos, mas não disse nada por hora. Apenas aplicou o gel na barriga da bilionária, que reclamou (como sempre).

-E aqui estão seus... Como você os chama mesmo?

-Carioquinha e Fradinho. –Toni falou.

Steve sorriu.

-Posso...

-Claro que pode, Capitão Rogers. –Dafny fez um gesto para ele chegar mais perto.

-Uau, isso é incrivel. –ele falou maravilhado, os olhos fixos na tela, onde era possível ver os bebês –A tecnologia de agora é chocante.

-E fica melhor. –a doutora falou –Fradinho é um menino. –ela falou indicando o bebê e a evidência na tela –E Carioquinha... É uma menina.

Toni surtou nessa hora.

Não saberia explicar na hora, mas de repente um pânico tomou conta dela. Por que achava que ia conseguir fazer isso? Não sabia nem cuidar de si mesma sem Pepper ficar lembrando-a que precisava comer de vez em quando.

Como achava que seria capaz de cuidar de duas crianças?

Ela levantou-se de repente, assustando a doutora e Steve.

-Eu não vou conseguir fazer isso. –ela declarou –Eu não sei cuidar de crianças. Eu odeio crianças! Eu não posso... Eu... Você tem que dar um jeito nisso. –ela falou para a doutora.

-Capitão, você poderia esperar la fora? –Dafny pediu gentilmente ao soldado.

Steve, que ainda parecia chocado pela reação de Toni, apenas fez que sim com a cabeça e saiu.

-Senhorita Stark, sente-se agora, antes que você prejudique os seus bebês com tanto nervosismo. –ela falou de forma séria, deixando bem claro que não era um sugestão.

Toni bufou, mas sentou mesmo assim.

-Eu não posso fazer isso. –ela declarou de novo, abraçando a si mesma –Eu mal sei cuidar de mim, como eu vou cuidar de uma criança? De duas!

-Então você quer colocar os dois para adoção? –Dafny perguntou com simplicidade.

-Oi? –Toni parecia chocada.

-Bom, é a única opção viável. –a doutora explicou calma –É muito tarde para um aborto, mas nós podemos anunciar os dois para adoção. É um processo bem simples e você nunca mais vai ver nenhum dos dois. Claro, você sempre pode joga-los numa lixeira.

Toni levantou-se irritada.

-Como você pode dizer um absurdo desses?

-Como você pode dizer um absurdo desses, Toni? –ela falou brava –Você tem duas vidas dentro de você, duas pessoas que dependem do seu amor e do seu cuidado. Como você pode falar deles como se eles fossem dois problemas? Como se fossem um cancêr que você tem que remover?

Isso calou Toni.

-A sua gravidez pode não ter sido planejada, mas ela é um fato. –a doutora continuou –Então você quer “resolver” isso? Sua opção é adoção. Você pode dar seus filhos para estranhos que você nunca vai saber se estão cuidando bem deles.

Toni não disse nada.

-Ou você pode parar de drama e egoísmo e ser responsável. –Dafny completou um pouco mais suavemente –Eles precisam de você, Toni. Está na hora de você levar isso mais a sério.

XxX

Quando Toni saiu da sala da médica, vestida e em silêncio, Steve pulou da cadeira onde estivera sentado.

-Você está bem? –ele perguntou.

Toni apenas fez que sim com a cabeça.

-Sabe, Toni... –Steve começou com cuidado –Eu sei que você acha que não está preparada. Mas a verdade é que você não está sozinha. Todos nós estamos aqui do seu lado e qualquer um de nós daria a vida pelos feijõezinhos. Além do mais, você é uma pessoa incrível, generosa e justa. Você vai ser uma mãe incrível.

-Ah Picolé, eu vou estragar minha maquiagem. –Toni falou, com lágrimas grossas escorrendo pelo seu rosto.


Steve revirou os olhos, mas deu um super abraço em Toni. Ia dar tudo certo.

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N/A: E ai estamos!!! Mais um capítulo e o mistério persiste! Quem será o pai dos feijõezinhos?

Mais uma vez, milhares de agradecimentos a Dafny, que não só é inspiração para uma médica pra la de porreta, tambem me ajudou muito na construção dessa fanfic!

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B-jão

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