Quarto mês
Por que, Senhor? Por que
gravidez era um processo tão sofrido? Toni estava de saco cheio e queria parar
com a coisa toda.
Ela só vomitava! O tempo
todo, sem parar! Tinha a impressão de que os enjoos deviam ser matinais, não
diários e de hora em hora!
Tudo a deixava enjoada:
andar de carro, de elevador, de escada rolante. Não suportava o cheiro do
perfume de Pepper, o desodorante de Barnes, fora os cheiros de café, curry,
alho e, por algum motivo estranho, ver gelatina também dava vontade de vomitar.
Todos tinham recomendado
alguma coisa para os enjoos, mas o que funcionava para ela era morango e
bolacha de maizena. Não ia mais para lugar nenhum sem essas duas coisas.
E pensar que isso não fazia
sua fome passar. Ela morria de fome o tempo todo. Daí comia, vomitava e ficava
com fome de novo. Era um processo ridículo.
Mas o pior era o sono. O
tempo inteiro sentia sono, cansaço e preguiça. Não conseguia mais trabalhar
direito!
-Quando isso tudo vai passar?
–ela choramingou da maca.
Doutora Fontenele, que ela
estava descobrindo era fofa, mas brava, pôs as mãos na cintura.
-Isso não vai passar,
senhorita Stark. –ela falou séria –Gravidez não é uma doença ou um estado
passageiro. Depois que você tem os bebês, tem que cuidar deles. Nada aqui vai
passar.
Toni pareceu desconfortável.
-Eu estava falando dos
enjoos. –ela falou sem firmeza nenhuma.
-Não, você não estava. –a
doutora falou séria –Deita.
Toni obedeceu na hora.
-Será que eu devia sair?
–Steve perguntou pela milésima vez, super sem jeito.
-Fica quieto e fica ai,
Picolé.
Tinha sido decidido que Toni
devia estar sempre acompanhada, por motivos de segurança, quando fosse ao
médico. Dessa vez era a vez de Steve.
-Pronta para descobrir o
sexo dos bebês? –a doutora perguntou.
-To. –Toni deu de ombros.
Dafny estreitou os olhos,
mas não disse nada por hora. Apenas aplicou o gel na barriga da bilionária, que
reclamou (como sempre).
-E aqui estão seus... Como
você os chama mesmo?
-Carioquinha e Fradinho.
–Toni falou.
Steve sorriu.
-Posso...
-Claro que pode, Capitão
Rogers. –Dafny fez um gesto para ele chegar mais perto.
-Uau, isso é incrivel. –ele
falou maravilhado, os olhos fixos na tela, onde era possível ver os bebês –A
tecnologia de agora é chocante.
-E fica melhor. –a doutora
falou –Fradinho é um menino. –ela falou indicando o bebê e a evidência na tela
–E Carioquinha... É uma menina.
Toni surtou nessa hora.
Não saberia explicar na
hora, mas de repente um pânico tomou conta dela. Por que achava que ia
conseguir fazer isso? Não sabia nem cuidar de si mesma sem Pepper ficar
lembrando-a que precisava comer de vez em quando.
Como achava que seria capaz
de cuidar de duas crianças?
Ela levantou-se de repente,
assustando a doutora e Steve.
-Eu não vou conseguir fazer
isso. –ela declarou –Eu não sei cuidar de crianças. Eu odeio crianças! Eu não
posso... Eu... Você tem que dar um jeito nisso. –ela falou para a doutora.
-Capitão, você poderia
esperar la fora? –Dafny pediu gentilmente ao soldado.
Steve, que ainda parecia
chocado pela reação de Toni, apenas fez que sim com a cabeça e saiu.
-Senhorita Stark, sente-se
agora, antes que você prejudique os seus bebês com tanto nervosismo. –ela falou
de forma séria, deixando bem claro que não era um sugestão.
Toni bufou, mas sentou mesmo
assim.
-Eu não posso fazer isso.
–ela declarou de novo, abraçando a si mesma –Eu mal sei cuidar de mim, como eu
vou cuidar de uma criança? De duas!
-Então você quer colocar os
dois para adoção? –Dafny perguntou com simplicidade.
-Oi? –Toni parecia chocada.
-Bom, é a única opção
viável. –a doutora explicou calma –É muito tarde para um aborto, mas nós
podemos anunciar os dois para adoção. É um processo bem simples e você nunca
mais vai ver nenhum dos dois. Claro, você sempre pode joga-los numa lixeira.
Toni levantou-se irritada.
-Como você pode dizer um
absurdo desses?
-Como você pode dizer
um absurdo desses, Toni? –ela falou brava –Você tem duas vidas dentro de você,
duas pessoas que dependem do seu amor e do seu cuidado. Como você pode falar
deles como se eles fossem dois problemas? Como se fossem um cancêr que você tem
que remover?
Isso calou Toni.
-A sua gravidez pode não ter
sido planejada, mas ela é um fato. –a doutora continuou –Então você quer
“resolver” isso? Sua opção é adoção. Você pode dar seus filhos para estranhos
que você nunca vai saber se estão cuidando bem deles.
Toni não disse nada.
-Ou você pode parar de drama
e egoísmo e ser responsável. –Dafny completou um pouco mais suavemente –Eles
precisam de você, Toni. Está na hora de você levar isso mais a sério.
XxX
Quando Toni saiu da sala da
médica, vestida e em silêncio, Steve pulou da cadeira onde estivera sentado.
-Você está bem? –ele
perguntou.
Toni apenas fez que sim com
a cabeça.
-Sabe, Toni... –Steve
começou com cuidado –Eu sei que você acha que não está preparada. Mas a verdade
é que você não está sozinha. Todos nós estamos aqui do seu lado e qualquer um
de nós daria a vida pelos feijõezinhos. Além do mais, você é uma pessoa
incrível, generosa e justa. Você vai ser uma mãe incrível.
-Ah Picolé, eu vou estragar
minha maquiagem. –Toni falou, com lágrimas grossas escorrendo pelo seu rosto.
Steve revirou os olhos, mas
deu um super abraço em Toni. Ia dar tudo certo.
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N/A: E ai estamos!!! Mais um capítulo e o mistério persiste! Quem será o pai dos feijõezinhos?
Mais uma vez, milhares de agradecimentos a Dafny, que não só é inspiração para uma médica pra la de porreta, tambem me ajudou muito na construção dessa fanfic!
COMENTEM!
B-jão
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