quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A Dama Vingadora - Capítulo 10

Capítulo 10

Toni ia matar Clint e Natasha!

Ok, talvez só Clint, porque da Natasha ela tinha medo.

Os dois tinham tido a ideia brilhante de treinar Toni para se defender sozinha. Quando ela voltou de viagem não teve escapatória: Nat encurralou-a e arrastou para a academia.

Uma semana depois e ela estava querendo morrer. Depois que matasse os dois. Não tinha sido feita para essa vida.

Então ela fugiu deles (com muito orgulho) e foi fazer algo que não fazia há séculos: andar na rua. Colocou uma peruca loira (mais pelo divertimento do que pelo disfarce) e foi passear na Lexington Avenue, que era perto da Torre e tinha uma Victoria’s Secret.

Sim, Toni comprava calcinhas na Victoria’s Secret, não na Perla ou na Agent Provocateur ou alguma outra loja ridiculamente cara. Ela gostava de calcinhas confortáveis. E ela comprava da coleção Pink! Chorem de decepção.

Comprou suas calcinhas (e alguns sutiãs e até uma cinta-liga!), comprou um café ridiculamente doce na Starbucks e estava considerando entrar numa loja de livros quando ouviu a primeira explosão.

Sua mão foi automaticamente para sua orelha direita, porque Jarvis devia estar gritando alerta. E qual a surpresa? Ela tinha deixado o comunicador em casa.

Enfiou a mão no bolso da calça e tirou seu StarkPhone.

-Jarvis!

-Senhorita. –a voz calma respondeu –Bom saber que você continua viva em meio ao caos.

-Que caos, Jarvis? –ela gritou no telefone.

-Um vilão ainda não identificado acabou de lançar um ataque a Nova York. Pensando bem... Os robôs que ele usa se parecem muito com os que o Dr Von Doom usou na última vez. –ele informou calmamente.

-Você ta com a tocha hoje, hein, Jarvis? –Toni revirou os olhos –Me faz um favor e manda a Mark 57 na minha direção? Se não for te incomodar muito.

-A caminho, senhorita. Ah, mais uma coisa. O Capitão, Thor e a Agente Romanoff já está enfrentando os ditos robôs com a ajuda do Quarteto Fantástico.

-Que alegria. –Toni resmungou –Acelera a coisa então, Jarvis!

-Sim, senhorita.

As explosões pareciam estar ficando mais próximas a cada segundo. Toni ia fazer Jarvis baixar filme pornô por um ano se essa armadura não chegasse logo! (Por algum motivo o IA não gostava de baixar esse tipo de filme. Toni achava que ele andava assistindo alguns, isso sim.)

Ela conseguiu avistar o primeiro dos robôs descendo a rua e disparando tiros contra as pessoas. O bicho não era extamente grande (devia ter por volta de 1,30 de altura) e meio que lembrava uma aranha, embora só tivesse quatro pernas.

-Senhorita, Mark 57 chegando a sua direita. –Jarvis declarou no celular.

Toni virou a cabeça e viu o pontinho se aproximando.

-Valeu, Jarv! –ela agradeceu guardando o aparelho.

Largou as sacolas e o café na rua e atirou a peruca para o lado.

-Vamos, bebê, vamos... –murmurou preocupada.

Conseguia ver mais das máquinas chegando e as explosões estavam cada vez mais próximas. Também viu o rastro de luz que era aquele babaca do Storm voando. Tomara que atingisse um prédio.

A armadura estava cada vez mais próxima e Toni ja se preparava para entrar em combate, quando um robo disparou uma bomba contra a armadura.

Toni não tinha ideia de que bomba era aquela, mas a Mark 57 explodiu e a bilionária, que estava perto demais, foi arremassada longe.

Ela sentiu sua cabeça conectar-se com a calçada e pontos negros dançaram em sua visão. De repente tudo ficou desfocado e era como se o barulho de gritos, tiros e caos estivessem muito longe.

Tinha que levantar e sair dali, ou seria um alvo fácil, mas suas pernas não funcionavam.

Que inferno! Tinha sobrevivido um sequestro no Afeganistão, um exército de robôs, uma invasão alienígena! Toni não ia morrer num ataque chinfrim desses!

Um dos robôs quase-aranhas virou-se na direção dela e apontou o canhão. Que merda...

De repente uma sombra cobriu-a e a explosão aconteceu como se tivsse sido longe, bem longe...

-Toni! Toni!

Steve (em traje total de Capitão América) sacudiu Toni mais uma vez, mas ela não parecia estar escutando muito bem.

-Toni, você está bem? –ele perguntou.

-Picolé? –o olhar dela pareceu finalmente focar nele –Eu acho que bati a cabeça.

Steve colocou a mão na parte de trás da cabeça dela e sentiu os dedos ficarem molhados. Sangue. Podia não ser nada, ferimentos na cabeça tendiam a sangrar muito, mesmo quando eram pequenos, mas não podia deixa-la ali.

-Romanoff. –chamou pelo comunicador –Eu acabo de encontrar a Stark na rua, ferida. Eu vou leva-la de volta para a Torre, depois eu retorno.

-Afirmativo, Capitão. –Natasha respondeu –Nós temos as coisas sob controle aqui.

Steve pegou Toni no colo (o peso dela era quase irrelevante) e correu (literalmente) em direção a Torre. Ainda teve que se defender e desviar de alguns robôs, mas chegaram intactos ao destino.

-Jarvis, você poderia chamar a senhorita Myers e um médico para o andar da Toni? –ele pediu enquanto subiam o elevador.

-Infelizmente, eu não posso chamar o médico, Capitão. –o IA respondeu.

-Oi? –Steve soltou.

-A senhorita Stark me programou para não chamar médicos para ela nunca. –Jarvis explicou –Nem em caso de vida ou morte.

Steve lançou um olhar incrédulo a Toni, que continuava encolhida contra seu peito.

-Eu odeio médicos. –foi a única coisa que ela disse.

-Inacreditável. –Steve revirou os olhos –Então chame a Cora, o mais rápido possível.

-Sim, senhor.

-Você não tem noção das coisas que faz, não é Toni? –ele resmungou, entrando na suíte –Que tipo de ordem é...

-Se você me levar pro quarto eu vou gritar. –ela anunciou quando viu o caminho que ele estava tomando –E não vai ser de prazer, querido, então pode dar meia volta.

Steve parou, olhou para os céus e pediu forças.

-Onde você quer ficar, Toni? –ele perguntou, cheio de paciência.

-No bar. Eu quero tomar alguma coisa.

-Você não vai beber nada. –ele informou sério –Mas eu posso por gelo na sua cabeça, então podemos ir pra la.

Steve sentou Toni no balcão e  olhou nos olhos dela.

-Você está sentindo alguma coisa? –ele quis saber –Naúsea, tontura extrema, formigamento, dificuldade de me entender?

Toni bufou.

-Saco cheio é considerado “sentir alguma coisa”? –ela perguntou.

Steve jogou as mãos para cima.

-Desisto. –ele disse, tirando a máscara e deixando do lado dela –Vou pegar o gelo. Tente não cair de cara no chão.

-Sim, senhor! –ela bateu uma cotinência para ele.

Steve tentou respirar fundo e não perder a paciência. Era tão... Tão... Tão Toni ficar agindo dessa forma depois de ter se machucado no meio de uma batalha.

Ele abriu a geladeira, encontrou o gelo, enrolou num pano e voltou a ficar de frente com Toni.

-Aqui, põe isso na cabeça. –ele falou, esticando o pano na direção dela.

Toni pegou o gelo sem dizer nada e pôs em sua cabeça, seu olhar ainda voltado para a janela.

-Você devia ir ajuda-los. –ela falou de repente –A Cora já deve estar chegando e a briga pode ficar pior.

-A Nat disse que estava sob controle. –Steve falou –Você bateu a cabeça com muita força, alguem precisa ficar de olho em você. Quando ela chegar eu vou.

-Nem ta sangrando mais. –Toni choramingou -Vai logo.

-Está querendo se livrar de mim, Stark? –Steve sorriu de leve.

-Eu não gosto que me vejam nesse tipo de condição. –ela resmungou.

Steve ficou surpreso.

-Eu já te vi caindo de bebâda, Toni. –ele lembrou.

-Isso eu não ligo. –ela falou –Não quero você vocês me vejam assim: fraca, machucada.

Steve colocou a mão na testa dela.

-Você está bem? Será que a batida na cabeça te afetou tanto assim?

Ela revirou os olhos, mas então pareceu pensar em algo.

-Quer dizer que eu posso agir de forma estranha e ser perdoada porque eu tenho uma concussão? –perguntou.

-Você sempre age de forma estranha. –Steve respondeu para não dar corda –Eu vou olhar seu machucado. –declarou, preparando-se para se afastar.

Toni, no entanto, foi mais rápida. Ela agarrou o braço de Steve e puxou-o para mais perto. O Capitão devia estar surpreso demais, porque deixou-se ir. E quando ele ficou perto o bastante, Toni abraçou a cintura dele com as pernas, pegou a gola do uniforme dele, puxou-o para baixo e colou sua boca na dele.

Ah! Sabia que ele não ia estar esperando por essa.

No primeiro momento Steve jogou as mãos para cima, como se não soubesse o que fazer com elas (empurrar Toni ou toca-la). Também não mexeu boca ou corpo para se afastar dela.

Toni não tinha beijado centenas de pessoas ao longo dos anos sem efeitos positivos para si mesma. Ela era uma ótima beijadora.

Então ela apertou o laço de suas pernas, encaixando seu quadril perfeitamente no dele (obrigada, balcão, sua altura é perfeita), deslizou as mãos pelos ombros dele e mordeu a boca maravilhosa de Steve.

Tão mais lindo quando estava quietinho...

Hesitantemente, Steve começou a beija-la de volta. Bem suave, cuidadoso, quase assustado. Toni recompensou-o com alguns beijos curtos, mas doces. Esse devia ser o estilo dele...

As mãos de Steve finalmente pousaram na cintura de Toni e ela decidiu que já estava bom de doçura, hora de ir ao que realmente interessava. A mão dela agarrou os fios curtos de cabelo de Steve e ela passou a língua suavemente entre os lábios dele. O corpo dele soltava calor como um aquecedor e Toni queria se afundar nele e passar horas ali.

Mas assim, de um jeito nada romântico. Só sexo mesmo.

Sério!

A língua de Toni roçou na de Steve e foi como se tudo explodisse. De repente as mãos dele estavam realmente segurando-a, puxando-a para mais perto e a boca dele estava insistente contra a dela, beijando-a mais profundamente, com mais força.

Toni nunca teria sonhado –nem em mil anos –que o Capitão conseguia beijar desse jeito! Tinha que rever seus conceitos, porque esse homem não devia ser tão virgem quanto achara antes.

Não que ela estivesse reclamando, porque... Uau!

Toni deixou as mãos correrem pelo corpo de Steve, procurando desesperandamente uma brecha na roupa dele. Aquele maldito colant não tinha uma!

Uma das mãos de Steve foi parar na coxa de Toni e a vontade dela era que ele começasse a desfazer botões, faz favor. Até ondulou o quadril contra o dele –e, meu Deus, super soldado mesmo! –pra ver se ele entrava no clima, mas Steve estava bem focado nos beijos.

O que ainda era uma delícia.

Só deu errado quando a outra mão dele subiu e foi parar na cabeça de Toni. O gemido de dor escapou sem querer, mas foi o suficiente para faze-lo parar na hora.

-Você ainda está machucada. –ele falou de repente –Eu não devia ter feito isso.

Toni estava bem mais interessada no jeito que os lábios dele estavam inchados, na respiração ofegante, no fato de que ele ainda estava entre as pernas dela, do que nas palavras dele.

-Eu sou grandinha, Steve. –ela informou –E eu acho que estou em ótimas condições. Agora sim, você pode me carregar pra cama.

Steve abriu a boca para falar alguma coisa, então parou e levou a mão ao comunicador.

-Nat? O que? Como assim mais robôs? De onde eles...

O Tocha Humano passou voando pela janela nesse instante, sendo perseguido por cinco robôs.

-Ta, eu entendi. –o Capitão falou.

-A senhorita Myers está subindo, senhorita. –Jarvis informou.

-E esse tanto de senhorita na frase está estranho. –Toni refletiu –Acho que você devia voltar a me chamar my lady, Jarvis.

-Como você quiser, my lady. –Jarvis respondeu na hora.

-Toni... –Steve começou sem jeito –Você poderia... –indicou as pernas dela, que ainda o estavam prendendo.

Até parece que ele não conseguiria sair se realmente quisesse.

-Olha, eu até te solto, Picolé, mas eu quero que fique bem claro: isso não terminou. –ela avisou.

Steve estreitou os olhos.

-Eu não acho que seja a hora pra discutir isso. –ele retrucou.

-Fica avisado. –ela completou, então puxou-o pela nuca e o beijou de novo.

E ele topou de novo, então, sério, de quem era a culpa, né?

-Eu deveria ir embora?

Steve pulou para longe de Toni com a som da voz de Cora.

-Não, Cora querida, está tudo sob controle. –Toni falou com um sorriso enorme, então devolveu a máscara para Steve –Vai lá, querido. Volta inteiro pra gente terminar de conversar.

-Toni...

-Nananina não. –ela cortou –Eu sei que você está sendo todo nobre ou tonto, ou sei la o que. Nós não vamos ter essa conversa agora. Vai la salvar o dia e daí a gente conversa. E por “conversar” eu quero dizer que nós vamos fazer sexo, você sabe disso, né?

Cora parecia querer sumir.

-Eu vou, porque sinceramente... –Steve respirou fundo –Mas nós vamos conversar.

Toni apenas fez que sim com a cabeça.

-Chama um médico para ela. –Steve disse para Cora ao passar por ela.

-Pobre Capitão... –Cora murmurou quando a porta fechou-se atrás dele.

Toni não tinha um pingo de dó.

XxX

A confusão em Nova York aumentou em proporções ridículas e rápido demais. De repente o Sexteto Sinistro brotou, trazendo o Homem Aranha pra jogada.

E o pior era que ninguém queria deixar Toni entrar na briga. Até parece, né. Então ela vestiu sua armadura e mergulhou de cabeça na coisa toda. Que eles venceram, claro.

O duro foi o controle de danos. Como ninguém sabia quem era o Homem-Aranha, mas todo mundo sabia quem ela e o povo do Quarteto eram, sempre sobrava pra eles. Ela ainda ia jogar inseticida naquele inseto maldito.

Com tudo o que aconteceu foi difícil falar com Steve. E ele estava evitando-a obviamente. O duro é que quanto mais tempo passasse, mais Steve ia se convencer de que tudo fora um erro, ele devia ter sido um gentleman e blá blá blá.

Sério, o que uma mulher tinha que fazer para dar uma nessa Torre?

No terceiro dia depois do ocorrido, Toni entrou na cozinha e deu de cara com o time inteiro se preparando para tomar café.

-Ocasião especial e ninguém me chamou? –ela perguntou sentando-se ao lado de Jane.

-É uma ocasião de despedida, Lady Stark. –Thor informou –O bom Capitão e o Gavião foram transferidos para a cidade que chamam Washington.

Toni virou o olhar para Steve e arqueou a sobrancelha.

-Aumentaram a pressão por causa do incidente de ontem. –Steve explicou sem graça –Fury não nos deixou escolha.

-Hum... –Toni comentou.

Eles terminaram de comer, Steve ficou para trás para lavar a louça. Toni respirou fundo e desceu até seu laboratório.

-Jarvis! –chamou tão logo sentou-se em sua bancada.

-My lady? –a voz respondeu.

-Eu não estarei recebendo ligações do Capitão Rogers daqui em diante. Avise para a Cora também.

-Sim, my lady. –parecia haver uma certa satisfação na voz dele -Eu devo deduzir que o Capitão está de castigo?


-Ah sim. Ele está.

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N/A: Noooooooooooooooooooossa... Agora foi, hein Toni... hahaha

No próximo capítulo A Dama entra em Capitão América 2: O Soldado Invernal. E a coisa ta ficando séria!!!

Comentem!

B-jão

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