segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A Dama Vingadora - Capítulo 09


Capítulo 09

Toni ficou apenas uma semana no Japão, mas demorou três semanas a mais para ela voltar para Nova York. Primeiro foi parar na Europa, então China, Coréia do Sul, Malibu e Washington DC até poder retornar.

Alguma coisa não estava certa.

O primeiro lugar que ela visitou foi o laboratório de Bruce. Quando passou pelo de Jane, viu a doutora e Lewis mexendo em uma daquelas máquinas esquisitissimas que tinham trazido e que Toni adoraria jogar fora.

Bruce estava conversando com Cora, ditando algo enquanto ela fazia anotações. Os dois tinham se aproximado de alguma forma e Toni sentia como se estivesse a ponto de destruir isso.

-Voltei. –ela falou simplesmente.

Os dois viraram-se assustados, como se tivessem sido pegos fazendo algo errado.

-Senhorita Stark. –Cora parecia chocada –Por que você não disse que voltava hoje?

Toni fez um gesto de dispensa com a mão.

-Cora, eu preciso falar com Bruce. –ela falou sem rodeios –Eu agradeceria se você nos desse uns minutos.

Cora lançou um olhar preocupado a Bruce, mas saiu mesmo assim.

-Você está bem? –Bruce perguntou preocupado.

-Sim, eu... –Toni passou a mão pelos cabelos –Você precisa ir embora.

Os olhos de Bruce se arregalaram e um flash de confusão e dor passaram pela face dele.

-Não, espera! –Toni pediu –Isso saiu muito errado. Desculpa. –ela quase implorou.

-Toni, me explica com calma o que está acontecendo. –ele pediu.

Ela respirou fundo.

-Algumas semanas atrás o Rhodey me falou que alguma coisa estava rolando na SHIELD. –ela começou –Isso me deixou encanada. Quando eu fui para o Japão eu me vi seguida por agentes deles. A SHIELD supostamente me cortou da vida dela, não tem porque rolar esse interesse agora.

Bruce fez um sinal para ela prosseguir.

-Eu liguei para o Coulson. A SHIELD está lidando com um problema bem grande, um cara que se chama o Clarividente. –ela continuou –Até onde eles sabem, o cara pode ser um charlatão, mas ele sabe de coisas que ninguém mais sabe. Inclusive sobre nós.

-Por isso você demorou pra voltar? –Bruce adivinhou.

-Sim. Eu andei providenciando algumas coisas. –ela admitiu –Especialmente proteção para Pepper. Eu e o Agente Coulson concordamos que ela está correndo risco em dobro, por minha causa e agora por ele. E então eu pensei...

-Em mim. Eu sou o ponto fraco.

-Não! –Toni afirmou rapidamente –Não é por isso. Mas você tem que pensar, Bruce. Se algo maior estiver vindo, se eles forem nos atacar... O que faz mais sentido do que te pegar desprevinido? Não dar uma chance do outro cara aparecer. E se eles te amarrarem numa mesa, pegarem seu sangue e tentarem recriar seu experimento?

Bruce estava respirando fundo, como se tentasse se acalmar. Toni aproximou-se dele na hora, tomando-o pelos ombros.

-Não é que eu não te queira aqui. –ela falou –Deus sabe que ninguém mais me tolera do jeito que você tolera. –as mãos dela envolveram o rosto dele, percebendo o brilho verde que começava a surgir nos olhos normalmente castanhos –Eu não vou arriscar sua segurança, Bruce. Você precisa sumir do mapa, até nós termos uma ideia do que está acontecendo. E eu preciso que você acredite: não tem nada que eu queira menos do que me separar de você.

Bruce respirou fundo mais uma vez e, entre uma piscada e outra, o verde sumiu de seus olhos. O cientista tocou a mão de Toni que ainda estava em seu rosto.

-Eu já tentei sumir do mapa. A SHIELD me achou. –ele falou por fim.

-Com todo respeito, você não tinha meus recursos disponíveis. –ela informou –E dessa vez você vai sumir sem eles nem preverem. Você vai falar que está indo para a Coréia do Sul e seu avião nunca vai chegar la.

-Você ja tem um plano? –ele perguntou surpreso.

-Por que você acha que eu fiquei tanto tempo fora? –ela revirou os olhos –Eu e Jarvis planejamos tudo sozinhos, depois ele apagou tudo da sua memória. Ninguem mais além de nós dois pode saber para onde você está indo de verdade.

-E onde seria isso? –ele quis saber.

-Macau. –ela falou –Obadiah tinha uma base secreta de operações lá. Eu só descobri depois que tudo tinha terminado e o maldito tinha morrido. É quase impossível de ser rastreada, ninguém sabe que está la. Eu também vou manter meus olhos abertos aqui, desviando toda e qualquer atenção que possa se virar pra você.

Bruce suspirou.

-Tudo bem, eu vou. –ele concordou.

E que ele concordasse tão fácil em largar tudo e sumir do mapa quebrava o coração de Toni.

-Nós vamos desenvolver uma linha segura para comunicação. –ela garantiu –Vamos ser só eu e você trocando mensagem. –brincou suavemente.

-Eu já fiz coisas piores, eu imagino. –ele sorriu de leve.

-Bruce... –Toni suspirou.

-Está tudo bem, Toni. Eu entendo. –ele assegurou.

-Eu não quero que você entenda! –Toni estourou –Eu quero que você brigue comigo! Eu estou me sentindo a pior pessoa do mundo. Para de ser tão compreensivo, Bruce. Você pode exigir coisas também, sabe.

Bruce deu mais um sorriso triste.

-Não, eu não posso. –ele falou de forma firme.

-Não se atreva a ir sem falar algum tipo de “tchau” para a Cora. –Toni avisou –Eu sei que ela não pode saber a coisa toda, mas... Ela realmente gosta de você.

-Eu sei.

-Droga. –Toni abaixou a cabeça –Eu atrapalhei alguma coisa. –adivinhou.

-Eu ia chama-la para sair. Mas... –ele cortou quando Toni abriu a boca –Se está acontecendo alguma coisa, então não é um bom momento, Toni. Outros virão.

-Quando você vem com esse tipo de papo, eu não acredito. –ela falou –Eu sempre acho que você está tentando me enrolar.

-Porque eu estou e você sabe. –ele falou –Eu vou arrumar minha mala. O que estou indo fazer na Coréia?

-Conferência Mundial de alguma coisa a ver com radiação. –Toni fez um gesto de dispensa com a mão.

-Parece importante. –Bruce riu –Eu vou arrumar as malas. E eu parto...

-Amanhã. –ela completou.

-Amanhã. –ele aceitou.

Toni ficou olhando para ele em silêncio por um segundo.

-Ah que se foda. Eu preciso de um abraço. –declarou jogando o braço em volta do pescoço dele.

Bruce suspirou e apertou Toni contra si. É, foda-se, ele precisava de um abraço também.

XxX

Cora não ia dizer que Toni era a melhor chefe do mundo, essa tinha sido Pepper. Cora conseguia entender Pepper perfeitamente, as duas eram exatamente o mesmo tipo de mulher: focadas, ambiciosas (não do jeito extremo e perigoso) e organizadas.

Toni não era nada disso.

Pra ser bem sincera, depois de dois meses trabalhando para Toni pensara em pedir demissão e foi falar com Pepper. A ruiva foi muito compreensiva e dissera que aceitaria a demissão de Cora, se fosse o caso. Então explicou que, quando começou a trabalhar com Toni, ela chorara os três primeiros meses e quase desistiu do emprego várias vezes.

Aí estava algo que Cora nunca imaginara.

-A Toni não gosta muito de pessoas novas. –Pepper explicou –Mas quando você prova seu valor, ela é capaz de tudo por você. Eu ainda acho que você tem grandes chances de sucesso se ficar conosco. Mas, obviamente, eu não vou te obrigar.

Cora resolveu tentar mais um pouco.

Toni foi cedendo cada vez mais espaço para ela e, quando se deu conta, seu trabalho ficara mais fácil. Não muito, porque ainda tinha Toni lá e tal, mas bem mais simples.

E, claro, havia o doutor Banner.

Não tinha certeza de quando tinha começado a reparar nele. Não que fosse difícil, porque se Toni era a tempestade, Bruce era a calmaria. Tudo com ele era fácil. O homem era um pouco desorganizado e esquecia coisas tipo comer e dormir, mas era uma boa pessoa. E era uma gracinha.

Foi assim que se viu interessada no cientista.

Também achava que não tinha chance nenhuma. Bruce era extremamente fechado e Cora não era exatamente uma femme fatale.

Mas quanto mais tempo passava, quanto mais firme os relacionamentos entre os próprios Vingadores ficavam, mais Bruce se abria com as outras pessoas. Então ela começou a ter um pouco mais de esperança.

Aliás, tudo parecia estar dando muito certo, principalmente depois da massagem no ombro. Tinha certeza de que Bruce estava se abrindo mais com ela e talvez...

Mas agora, parada do lado de fora da sala, vendo Toni e Bruce tão próximos e abraçados... Já não sabia mais.

Talvez estivesse sendo ridícula. Nunca tinha tido a impressão de que Toni queria Bruce desse jeito, ou vice-versa. Na verdade, tinha quase certeza de que Toni queria o Capitão, mas vai saber?

Cora tinha a impressão de que Toni sempre conseguia quem queria. E, se fosse o caso, que chance ela teria?

XxX

Toni encontrou Darcy na cozinha comunal, sentada perto do balcão com fones enormes e coloridos na orelha, mexendo num laptop. E ela estava usando regata, de novo.

Toni aproximou-se e cutucou Darcy no ombro. A garota virou-se para ela, então tirou os fones.

-Olha quem voltou... –ela sorriu –Fala, Toni.

-Oi, Lewis. Eu posso deduzir, pela regata, que seu plano pra re-seduzir o cérebro de passarinho ainda não deu certo?

Darcy suspirou.

-É. Eu to quase desistindo, pra ser bem sincera. –admitiu –E eu não posso continuar vestida assim pra sempre. O pobre Steve mal consegue falar comigo.

Toni revirou os olhos.

-Normalmente eu não dou conselho amoroso, porque... Bom. –ela limpou a garganta –Mas eu acho que, embora a técnica dos peitos seja ótima, você poderia tentar algo diferente.

-Se você souber de alguma coisa, me avisa. –Darcy falou.

Toni abriu a boca, mas então fechou.

-Bom, vou refletir sobre isso. –prometeu –Mas seu bom gosto no sexo oposto me choca, Darcy. Eu achei que você era do tipo que saía com os piores caras possíveis. Ele parece ser um cara decente.

-Por favor, não me diga que você transou com ele. –Darcy implorou -Não sei se minha auto estima sobrevive a isso.

-Eu nunca transei com o passarinho. –Toni informou -Só com a Nat.

O queixo de Darcy caiu.

-É estranho que eu ache isso quente? –perguntou preocupada.

-Nem um pouco. –Toni garantiu -Foi bem quente. Pensando bem... –ela pareceu reflexiva -Só pelos movimentos que ela sacou naquela noite eu devia ter desconfiado que ela era uma super-espiã-barra-assassina...

Darcy riu.

-Você é louca.

-Obrigada. Ah! Eu trouxe uma coisa pra você. –Toni começou a apalpar os bolsos de sua calça e jaqueta, até conseguir tirar a caixa azul de um deles –As meninas no Japão usam isso o tempo todo. Já que você tem o mal gosto de ter um iPhone eu pensei que você podia gostar.

Darcy estava com o olhar congelado na caixa.

-Swarovski? –ela falou incrédula –Você está me dando Swarovski?

-Por que? Você não gosta de cristais? –Toni perguntou confusa.

-Toni! Isso deve ter custado uma fortuna.

Toni revirou os olhos.

-Nem de longe. Agora larga a mão de ser grossa e abre meu presente.

Darcy pegou a caixa e abriu. Então começou a rir.

-Um pingente de pinguim? –ela riu –Adorei, Toni!

-Na verdade, isso é um plug. –Toni corrigiu –Não tem onde prender um pingente num iPhone. Então , você usa o plug.

Darcy revirou os olhos, mas continuou rindo. Era uma gracinha. Na ponto do plug havia uma pedra branca, então uma delicada corrente de onde o pinguim de cristal azul pendia.

-Muito obrigada. –Darcy agradeceu sincera -Por que um pinguim?

-Você não tem cara de quem gosta de gatinhos e coelhinhos. Você deve gostar daquelas bichos estranhos, tipo koala, ornitorrinco, preguiças... Mas eles só tinham pinguim.

-Sabe, Stark... Ninguem te dá o devido crédito. –Darcy observou –Todo mundo pensa em você como gênio, mas ninguém te vê como ser humano.

Toni bufou.

-Eles estão certos, Lewis. –ela avisou –Se você me ver de outra forma, cedo ou tarde vai se decepcionar. Muito.

XxX

Tinha alguma coisa acontecendo naquela Torre. Steve tinha certeza disso. Sua dúvida era o que.

Bruce tinha ido viajar para uma convenção na Coréia do Sul. Cora estava abatida e Toni tinha sumido. Na verdade, todos tinham sumido.

As coisas estavam fervendo na SHIELD e Fury estava pressionando Steve para ir para DC por uns tempos. Steve não tinha certeza de que queria ir. Fury não era confiável.

Além do mais... Tinha prometido a Toni que a SHIELD ficaria do lado de fora da Torre e, por algum motivo estranho, não queria decepciona-la agora. Tinha a impressão de que se fosse morar em DC por causa de Fury, Toni ia mata-lo.

E que estivesse preocupado com isso o irritava. Toni sumia para onde queria, por quanto tempo fosse e nem avisava ninguém! Por que ele devia se preocupar com os sentimentos dela? Toni nem devia ter sentimentos.

E toda aquela conversa de... De... Ele não ia transar com ela. No mínimo a bilionária tinha feito alguma aposta com alguém ou só estava querendo encher o saco dele.

Cansado de ficar sozinho foi buscar companhia no andar comunal da Torre. Toni estava lá, encostada contra o vidro, no escuro, tomando whisky.

Ela parecia estar a milhares de milhas dali, perdida em algum lugar do qual eles não conseguiriam tira-la.

-Toni? –chamou suavemente.

Ela virou-se para ele, surpresa que mais alguém estivesse ali.

-Ah, boa noite, Picolé. –sua atenção voltou-se para o vidro –Posso ajudar?

-Eu só queria saber se você está bem. –ele se aproximou com cuidado.

-Eu estou igual eu sempre estou. –ela respondeu dando de ombros –Quer beber comigo? –ela apontou a garrafa que estava numa mesinha ali perto.

-Seria um desperdício. –ele informou –Eu não fico bêbado. Nunca.

-Isso soa péssimo. –ela fez uma careta –As vezes não tem nada melhor do que esquecer de tudo por algumas horas, mesmo sabendo que amanhã tudo vai estar exatamente onde você deixou.

-Isso soa pessoal. –Steve observou –Qual o problema, Toni?

-Nada, eu estou sendo chata. –ela deu uma risada seca –To meio down.

-Por que o Bruce foi viajar? –ele chutou.

-Mais ou menos. –ela deu de ombros –Tem isso e tem a Pepper. E a Cora. E essa maldita SHIELD.

-Você ainda não fez as pazes com eles, eu suponho.

-Nem vou. Eu gosto da Nat, do Clint, até do Coulson, mas o Fury... –ela praticamente rosnou –Ele pode ir pro inferno.

-Ele está me pressionando para ir para DC. –Steve admitiu.

-Cretino. –Toni resmungou –Ele deve estar querendo te salvar da minha má influência. Ou ele gosta de saber que tem você na coleira.

-Eu não sou um cachorro para estar na coleira, Toni. –ele falou irritado.

-Como você acha que essas pessoas nos vêem, Steve? –ela virou-se para ele –O tal “Conselho”, que nós até hoje nem sabemos quem participa, uh? Nós somos peças, propaganda, armas. Eles não nos vêem como pessoas.

Steve suspirou com pesar. Era exatamente isso. O valor deles se resumia ao que podiam fazer pelos outros.

-As vezes eu acho que não entendo o que esse mundo virou. –seu olhar foi parar em Toni -E entendo você ainda menos. –admitiu.

Toni deu uma risada seca e virou seu copo, secando-o.

-Sabe... –ela começou, os olhos fixos na cidade -Quando eu era mais nova meu pai ficava me contando histórias sobre você, como você tinha sido um homem incrível. –ela contou -Eu não vou mentir, eu costumava ter ciúmes do jeito que ele falava de você. Só que... –mordiscou os lábios -Agora que eu te conheço... Bom, ele estava certo, você meio que é esse espécime humano incrível e perfeito. Voce é irritantemente bom.

Steve abriu a boca, mas som nenhum saiu dela. Era injusto, para qualquer criança, ser comparada a qualquer outra pessoa.

-Mas por um bom tempo eu só queria passar o tempo com ele. –Toni continuou, sem olhar para ele -Quando ele estava na oficina, mexendo em todas aquelas máquinas, eu só queria ficar ali, mas ele me falava: “Toni, você é uma menina, vá brincar com bonecas.” –ela fez uma voz afetada, como se fosse o pai -Então eu comecei a desmontar as coisas por conta, quando estava sozinha, o que era muito frequentemente.  E quando meu pai descobriu, eu finalmente ganhei um pouco do respeito dele e nós tivemos alguns bons momentos.

Toni pegou a garrafa e encheu se copo mais uma vez. Steve queria perguntar quantos ela já tinha tomado, mas que direito tinha de perguntar? Toni era adulta.

-Mas depois que ele morreu, havia a empresa para tomar conta, e mais uma vez eu tive que ouvir pessoas me dizendo: “ah, senhorita Stark, você é uma mulher, não precisa preocupar sua cabecinha com essas coisas.” Como se ser uma mulher fosse uma confirmação imediata da minha falta de capacidade administrativa. –ela explodiu -Então eu decidi mostrar a todos quão errados estavam. Eu construi uma empresa multibilionária, quase sozinha! E esse tipo de coisa sempre foi ofuscado pelas notícias de quem eu estava namorado, o que eu estava vestindo e o que eu estava fazendo. –ela parecia absolutamente furiosa com o mundo agora -Quando “descobriram” que eu era bi, uma pesquisa inteira de anos da Stark Industry foi ignorada como se não valhesse nada. Ninguém ligou para os avanços que nós estávamos fazendo. E foi aí que todo mundo resolveu me criticar por ter uma vida sexual. Mas ninguém critica Bruce Wayne ou Hugh Hefner por dormirem com qualquer uma. Eles são homens e pra eles tudo bem, mas porque eu sou uma mulher eu não posso gostar de sexo? –ela virou o copo mais uma vez -Bom, eles que se fodam. –completou -Eu faço o que eu quero.

Steve estava olhando para Toni chocado. Nunca tinha visto a mulher ser tão honesta com qualquer coisa, muito menos seus sentimentos.

-É por isso que eu sou do jeito que eu sou. –ela concluiu com uma risada seca.

-Você não tem mais nada a provar para ninguém, Toni. –ele falou –Você conquistou muito em pouco tempo.

-Para algumas pessoas eu vou ter que continuar me provando. Só por ser mulher, Steve. Olha nos meus olhos e diz que você nunca viu uma mulher ser tratada diferente, só por ser mulher.

E Steve pensou em Peggy, que era chamada de “docinho”, que muitos soldados não respeitavam, que alguns generais ignoravam, mesmo sendo uma das mulheres mais fortes e oficiais mais eficientes que já vira.

-Você tem razão. –ele cedeu –Mas o importante é você saber que para nós isso não faz diferente. Para as pessoas que realmente contam, você é Toni. E só.

Toni finalmente olhou para ele.

-Obrigada, Steve. Eu sei que eu não deixou transparecer muito, mas eu gosto de todos vocês. E eu gosto de ter vocês aqui.

Os dois ficaram se olhando em silêncio.

-Você vai pra DC? –ela quis saber.

-Eu ainda não decidi. –ele admitiu.

Toni pegou a garrafa (que já estava na metade) e colocou embaixo do braço.

-Espero que você não esteja fugindo de mim, Picolé. –ela falou enquanto saía –Porque cedo ou tarde eu vou te encurralar e a gente vai se acertar. Hasta la vista.

E justo quando Steve estava começando a acha-la um ser humano decente...


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N/A: Estamos caminhando de forma firme para "Capitão América 2: O Soldado Invernal".

Acho que vale lembrar que essa fanfic foi feita para ser puro amor, então não vamos ter grandes emoções do filme aqui... Mesmo assim, espero que vocês estejam gostando!

COMENTEM!

B-jão

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