Capítulo 09
Toni ficou apenas uma semana
no Japão, mas demorou três semanas a mais para ela voltar para Nova York.
Primeiro foi parar na Europa, então China, Coréia do Sul, Malibu e Washington
DC até poder retornar.
Alguma coisa não estava
certa.
O primeiro lugar que ela
visitou foi o laboratório de Bruce. Quando passou pelo de Jane, viu a doutora e
Lewis mexendo em uma daquelas máquinas esquisitissimas que tinham trazido e que
Toni adoraria jogar fora.
Bruce estava conversando com
Cora, ditando algo enquanto ela fazia anotações. Os dois tinham se aproximado
de alguma forma e Toni sentia como se estivesse a ponto de destruir isso.
-Voltei. –ela falou
simplesmente.
Os dois viraram-se
assustados, como se tivessem sido pegos fazendo algo errado.
-Senhorita Stark. –Cora
parecia chocada –Por que você não disse que voltava hoje?
Toni fez um gesto de
dispensa com a mão.
-Cora, eu preciso falar com
Bruce. –ela falou sem rodeios –Eu agradeceria se você nos desse uns minutos.
Cora lançou um olhar preocupado
a Bruce, mas saiu mesmo assim.
-Você está bem? –Bruce
perguntou preocupado.
-Sim, eu... –Toni passou a
mão pelos cabelos –Você precisa ir embora.
Os olhos de Bruce se
arregalaram e um flash de confusão e dor passaram pela face dele.
-Não, espera! –Toni pediu
–Isso saiu muito errado. Desculpa. –ela quase implorou.
-Toni, me explica com calma
o que está acontecendo. –ele pediu.
Ela respirou fundo.
-Algumas semanas atrás o
Rhodey me falou que alguma coisa estava rolando na SHIELD. –ela começou –Isso
me deixou encanada. Quando eu fui para o Japão eu me vi seguida por agentes
deles. A SHIELD supostamente me cortou da vida dela, não tem porque rolar esse
interesse agora.
Bruce fez um sinal para ela
prosseguir.
-Eu liguei para o Coulson. A
SHIELD está lidando com um problema bem grande, um cara que se chama o
Clarividente. –ela continuou –Até onde eles sabem, o cara pode ser um
charlatão, mas ele sabe de coisas que ninguém mais sabe. Inclusive sobre nós.
-Por isso você demorou pra
voltar? –Bruce adivinhou.
-Sim. Eu andei
providenciando algumas coisas. –ela admitiu –Especialmente proteção para
Pepper. Eu e o Agente Coulson concordamos que ela está correndo risco em dobro,
por minha causa e agora por ele. E então eu pensei...
-Em mim. Eu sou o ponto
fraco.
-Não! –Toni afirmou
rapidamente –Não é por isso. Mas você tem que pensar, Bruce. Se algo maior
estiver vindo, se eles forem nos atacar... O que faz mais sentido do que te
pegar desprevinido? Não dar uma chance do outro cara aparecer. E se eles te
amarrarem numa mesa, pegarem seu sangue e tentarem recriar seu experimento?
Bruce estava respirando
fundo, como se tentasse se acalmar. Toni aproximou-se dele na hora, tomando-o
pelos ombros.
-Não é que eu não te queira
aqui. –ela falou –Deus sabe que ninguém mais me tolera do jeito que você
tolera. –as mãos dela envolveram o rosto dele, percebendo o brilho verde que
começava a surgir nos olhos normalmente castanhos –Eu não vou arriscar sua
segurança, Bruce. Você precisa sumir do mapa, até nós termos uma ideia do que
está acontecendo. E eu preciso que você acredite: não tem nada que eu queira
menos do que me separar de você.
Bruce respirou fundo mais
uma vez e, entre uma piscada e outra, o verde sumiu de seus olhos. O cientista
tocou a mão de Toni que ainda estava em seu rosto.
-Eu já tentei sumir do mapa.
A SHIELD me achou. –ele falou por fim.
-Com todo respeito, você não
tinha meus recursos disponíveis. –ela informou –E dessa vez você vai sumir sem
eles nem preverem. Você vai falar que está indo para a Coréia do Sul e seu
avião nunca vai chegar la.
-Você ja tem um plano? –ele
perguntou surpreso.
-Por que você acha que eu
fiquei tanto tempo fora? –ela revirou os olhos –Eu e Jarvis planejamos tudo
sozinhos, depois ele apagou tudo da sua memória. Ninguem mais além de nós dois
pode saber para onde você está indo de verdade.
-E onde seria isso? –ele
quis saber.
-Macau. –ela falou –Obadiah
tinha uma base secreta de operações lá. Eu só descobri depois que tudo tinha
terminado e o maldito tinha morrido. É quase impossível de ser rastreada,
ninguém sabe que está la. Eu também vou manter meus olhos abertos aqui,
desviando toda e qualquer atenção que possa se virar pra você.
Bruce suspirou.
-Tudo bem, eu vou. –ele
concordou.
E que ele concordasse tão
fácil em largar tudo e sumir do mapa quebrava o coração de Toni.
-Nós vamos desenvolver uma
linha segura para comunicação. –ela garantiu –Vamos ser só eu e você trocando
mensagem. –brincou suavemente.
-Eu já fiz coisas piores, eu
imagino. –ele sorriu de leve.
-Bruce... –Toni suspirou.
-Está tudo bem, Toni. Eu
entendo. –ele assegurou.
-Eu não quero que você
entenda! –Toni estourou –Eu quero que você brigue comigo! Eu estou me sentindo
a pior pessoa do mundo. Para de ser tão compreensivo, Bruce. Você pode exigir
coisas também, sabe.
Bruce deu mais um sorriso
triste.
-Não, eu não posso. –ele
falou de forma firme.
-Não se atreva a ir sem
falar algum tipo de “tchau” para a Cora. –Toni avisou –Eu sei que ela não pode
saber a coisa toda, mas... Ela realmente gosta de você.
-Eu sei.
-Droga. –Toni abaixou a
cabeça –Eu atrapalhei alguma coisa. –adivinhou.
-Eu ia chama-la para sair.
Mas... –ele cortou quando Toni abriu a boca –Se está acontecendo alguma coisa,
então não é um bom momento, Toni. Outros virão.
-Quando você vem com esse
tipo de papo, eu não acredito. –ela falou –Eu sempre acho que você está
tentando me enrolar.
-Porque eu estou e você
sabe. –ele falou –Eu vou arrumar minha mala. O que estou indo fazer na Coréia?
-Conferência
Mundial de alguma coisa a ver com radiação. –Toni fez um gesto de dispensa com
a mão.
-Parece importante. –Bruce
riu –Eu vou arrumar as malas. E eu parto...
-Amanhã. –ela completou.
-Amanhã. –ele aceitou.
Toni ficou olhando para ele
em silêncio por um segundo.
-Ah que se foda. Eu preciso
de um abraço. –declarou jogando o braço em volta do pescoço dele.
Bruce suspirou e apertou
Toni contra si. É, foda-se, ele precisava de um abraço também.
XxX
Cora não ia dizer que Toni
era a melhor chefe do mundo, essa tinha sido Pepper. Cora conseguia entender
Pepper perfeitamente, as duas eram exatamente o mesmo tipo de mulher: focadas,
ambiciosas (não do jeito extremo e perigoso) e organizadas.
Toni não era nada disso.
Pra ser bem sincera, depois
de dois meses trabalhando para Toni pensara em pedir demissão e foi falar com
Pepper. A ruiva foi muito compreensiva e dissera que aceitaria a demissão de
Cora, se fosse o caso. Então explicou que, quando começou a trabalhar com Toni,
ela chorara os três primeiros meses e quase desistiu do emprego várias vezes.
Aí estava algo que Cora
nunca imaginara.
-A Toni não gosta muito de
pessoas novas. –Pepper explicou –Mas quando você prova seu valor, ela é capaz
de tudo por você. Eu ainda acho que você tem grandes chances de sucesso se
ficar conosco. Mas, obviamente, eu não vou te obrigar.
Cora resolveu tentar mais um
pouco.
Toni foi cedendo cada vez
mais espaço para ela e, quando se deu conta, seu trabalho ficara mais fácil.
Não muito, porque ainda tinha Toni lá e tal, mas bem mais simples.
E, claro, havia o doutor
Banner.
Não tinha certeza de quando
tinha começado a reparar nele. Não que fosse difícil, porque se Toni era a
tempestade, Bruce era a calmaria. Tudo com ele era fácil. O homem era um pouco
desorganizado e esquecia coisas tipo comer e dormir, mas era uma boa pessoa. E
era uma gracinha.
Foi assim que se viu
interessada no cientista.
Também achava que não tinha
chance nenhuma. Bruce era extremamente fechado e Cora não era exatamente uma
femme fatale.
Mas quanto mais tempo
passava, quanto mais firme os relacionamentos entre os próprios Vingadores
ficavam, mais Bruce se abria com as outras pessoas. Então ela começou a ter um
pouco mais de esperança.
Aliás, tudo parecia estar
dando muito certo, principalmente depois da massagem no ombro. Tinha certeza de
que Bruce estava se abrindo mais com ela e talvez...
Mas agora, parada do lado de
fora da sala, vendo Toni e Bruce tão próximos e abraçados... Já não sabia mais.
Talvez estivesse sendo
ridícula. Nunca tinha tido a impressão de que Toni queria Bruce desse jeito, ou
vice-versa. Na verdade, tinha quase certeza de que Toni queria o Capitão, mas
vai saber?
Cora tinha a impressão de
que Toni sempre conseguia quem queria. E, se fosse o caso, que chance ela
teria?
XxX
Toni encontrou Darcy na
cozinha comunal, sentada perto do balcão com fones enormes e coloridos na
orelha, mexendo num laptop. E ela estava usando regata, de novo.
Toni aproximou-se e cutucou
Darcy no ombro. A garota virou-se para ela, então tirou os fones.
-Olha quem voltou... –ela
sorriu –Fala, Toni.
-Oi, Lewis. Eu posso
deduzir, pela regata, que seu plano pra re-seduzir o cérebro de passarinho ainda
não deu certo?
Darcy suspirou.
-É. Eu to quase desistindo,
pra ser bem sincera. –admitiu –E eu não posso continuar vestida assim pra
sempre. O pobre Steve mal consegue falar comigo.
Toni revirou os olhos.
-Normalmente eu não dou
conselho amoroso, porque... Bom. –ela limpou a garganta –Mas eu acho que,
embora a técnica dos peitos seja ótima, você poderia tentar algo diferente.
-Se você souber de alguma
coisa, me avisa. –Darcy falou.
Toni abriu a boca, mas então
fechou.
-Bom, vou refletir sobre
isso. –prometeu –Mas seu bom gosto no sexo oposto me choca, Darcy. Eu achei que
você era do tipo que saía com os piores caras possíveis. Ele parece ser um cara
decente.
-Por favor, não me diga que
você transou com ele. –Darcy implorou -Não sei se minha auto estima sobrevive a
isso.
-Eu nunca transei com o
passarinho. –Toni informou -Só com a Nat.
O queixo de Darcy caiu.
-É estranho que eu ache isso
quente? –perguntou preocupada.
-Nem um pouco. –Toni
garantiu -Foi bem quente. Pensando bem... –ela pareceu reflexiva -Só pelos
movimentos que ela sacou naquela noite eu devia ter desconfiado que ela era uma
super-espiã-barra-assassina...
Darcy riu.
-Você é louca.
-Obrigada. Ah! Eu trouxe uma
coisa pra você. –Toni começou a apalpar os bolsos de sua calça e jaqueta, até
conseguir tirar a caixa azul de um deles –As meninas no Japão usam isso o tempo
todo. Já que você tem o mal gosto de ter um iPhone eu pensei que você podia
gostar.
Darcy estava com o olhar congelado
na caixa.
-Swarovski? –ela falou
incrédula –Você está me dando Swarovski?
-Por que? Você não gosta de
cristais? –Toni perguntou confusa.
-Toni! Isso deve ter custado
uma fortuna.
Toni revirou os olhos.
-Nem de longe. Agora larga a
mão de ser grossa e abre meu presente.
Darcy pegou a caixa e abriu.
Então começou a rir.
-Um pingente de pinguim?
–ela riu –Adorei, Toni!
-Na verdade, isso é um plug.
–Toni corrigiu –Não tem onde prender um pingente num iPhone. Então , você usa o
plug.
Darcy revirou os olhos, mas
continuou rindo. Era uma gracinha. Na ponto do plug havia uma pedra branca,
então uma delicada corrente de onde o pinguim de cristal azul pendia.
-Muito obrigada. –Darcy
agradeceu sincera -Por que um pinguim?
-Você não tem cara de quem
gosta de gatinhos e coelhinhos. Você deve gostar daquelas bichos estranhos,
tipo koala, ornitorrinco, preguiças... Mas eles só tinham pinguim.
-Sabe, Stark... Ninguem te
dá o devido crédito. –Darcy observou –Todo mundo pensa em você como gênio, mas
ninguém te vê como ser humano.
Toni bufou.
-Eles estão certos, Lewis.
–ela avisou –Se você me ver de outra forma, cedo ou tarde vai se decepcionar.
Muito.
XxX
Tinha alguma coisa
acontecendo naquela Torre. Steve tinha certeza disso. Sua dúvida era o que.
Bruce tinha ido viajar para
uma convenção na Coréia do Sul. Cora estava abatida e Toni tinha sumido. Na
verdade, todos tinham sumido.
As coisas estavam fervendo
na SHIELD e Fury estava pressionando Steve para ir para DC por uns tempos.
Steve não tinha certeza de que queria ir. Fury não era confiável.
Além do mais... Tinha
prometido a Toni que a SHIELD ficaria do lado de fora da Torre e, por algum
motivo estranho, não queria decepciona-la agora. Tinha a impressão de que se
fosse morar em DC por causa de Fury, Toni ia mata-lo.
E que estivesse preocupado
com isso o irritava. Toni sumia para onde queria, por quanto tempo fosse e nem
avisava ninguém! Por que ele devia se preocupar com os sentimentos dela? Toni
nem devia ter sentimentos.
E toda aquela conversa de...
De... Ele não ia transar com ela. No mínimo a bilionária tinha feito alguma
aposta com alguém ou só estava querendo encher o saco dele.
Cansado de ficar sozinho foi
buscar companhia no andar comunal da Torre. Toni estava lá, encostada contra o vidro,
no escuro, tomando whisky.
Ela parecia estar a milhares
de milhas dali, perdida em algum lugar do qual eles não conseguiriam tira-la.
-Toni? –chamou suavemente.
Ela virou-se para ele,
surpresa que mais alguém estivesse ali.
-Ah, boa noite, Picolé. –sua
atenção voltou-se para o vidro –Posso ajudar?
-Eu só queria saber se você
está bem. –ele se aproximou com cuidado.
-Eu estou igual eu sempre
estou. –ela respondeu dando de ombros –Quer beber comigo? –ela apontou a
garrafa que estava numa mesinha ali perto.
-Seria um desperdício. –ele
informou –Eu não fico bêbado. Nunca.
-Isso soa péssimo. –ela fez
uma careta –As vezes não tem nada melhor do que esquecer de tudo por algumas
horas, mesmo sabendo que amanhã tudo vai estar exatamente onde você deixou.
-Isso soa pessoal. –Steve
observou –Qual o problema, Toni?
-Nada, eu estou sendo chata.
–ela deu uma risada seca –To meio down.
-Por que o Bruce foi viajar?
–ele chutou.
-Mais ou menos. –ela deu de
ombros –Tem isso e tem a Pepper. E a Cora. E essa maldita SHIELD.
-Você ainda não fez as pazes
com eles, eu suponho.
-Nem vou. Eu gosto da Nat,
do Clint, até do Coulson, mas o Fury... –ela praticamente rosnou –Ele pode ir
pro inferno.
-Ele está me pressionando
para ir para DC. –Steve admitiu.
-Cretino. –Toni resmungou
–Ele deve estar querendo te salvar da minha má influência. Ou ele gosta de
saber que tem você na coleira.
-Eu não sou um cachorro para
estar na coleira, Toni. –ele falou irritado.
-Como você acha que essas
pessoas nos vêem, Steve? –ela virou-se para ele –O tal “Conselho”, que nós até hoje
nem sabemos quem participa, uh? Nós somos peças, propaganda, armas. Eles não
nos vêem como pessoas.
Steve suspirou com pesar.
Era exatamente isso. O valor deles se resumia ao que podiam fazer pelos outros.
-As vezes eu acho que não
entendo o que esse mundo virou. –seu olhar foi parar em Toni -E entendo você
ainda menos. –admitiu.
Toni deu uma risada seca e
virou seu copo, secando-o.
-Sabe... –ela começou, os
olhos fixos na cidade -Quando eu era mais nova meu pai ficava me contando
histórias sobre você, como você tinha sido um homem incrível. –ela contou -Eu
não vou mentir, eu costumava ter ciúmes do jeito que ele falava de você. Só
que... –mordiscou os lábios -Agora que eu te conheço... Bom, ele estava certo,
você meio que é esse espécime humano incrível e perfeito. Voce é irritantemente
bom.
Steve abriu a boca, mas som
nenhum saiu dela. Era injusto, para qualquer criança, ser comparada a qualquer
outra pessoa.
-Mas por um bom tempo eu só
queria passar o tempo com ele. –Toni continuou, sem olhar para ele -Quando ele
estava na oficina, mexendo em todas aquelas máquinas, eu só queria ficar ali,
mas ele me falava: “Toni, você é uma menina, vá brincar com bonecas.” –ela fez
uma voz afetada, como se fosse o pai -Então eu comecei a desmontar as coisas
por conta, quando estava sozinha, o que era muito frequentemente. E quando meu pai descobriu, eu finalmente
ganhei um pouco do respeito dele e nós tivemos alguns bons momentos.
Toni pegou a garrafa e
encheu se copo mais uma vez. Steve queria perguntar quantos ela já tinha
tomado, mas que direito tinha de perguntar? Toni era adulta.
-Mas depois que ele morreu,
havia a empresa para tomar conta, e mais uma vez eu tive que ouvir pessoas me
dizendo: “ah, senhorita Stark, você é uma mulher, não precisa preocupar sua
cabecinha com essas coisas.” Como se ser uma mulher fosse uma confirmação
imediata da minha falta de capacidade administrativa. –ela explodiu -Então eu
decidi mostrar a todos quão errados estavam. Eu construi uma empresa
multibilionária, quase sozinha! E esse tipo de coisa sempre foi ofuscado pelas
notícias de quem eu estava namorado, o que eu estava vestindo e o que eu estava
fazendo. –ela parecia absolutamente furiosa com o mundo agora -Quando
“descobriram” que eu era bi, uma pesquisa inteira de anos da Stark Industry foi
ignorada como se não valhesse nada. Ninguém ligou para os avanços que nós
estávamos fazendo. E foi aí que todo mundo resolveu me criticar por ter uma
vida sexual. Mas ninguém critica Bruce Wayne ou Hugh Hefner por dormirem com
qualquer uma. Eles são homens e pra eles tudo bem, mas porque eu sou uma mulher
eu não posso gostar de sexo? –ela virou o copo mais uma vez -Bom, eles que se
fodam. –completou -Eu faço o que eu quero.
Steve estava olhando para
Toni chocado. Nunca tinha visto a mulher ser tão honesta com qualquer coisa,
muito menos seus sentimentos.
-É por isso que eu sou do
jeito que eu sou. –ela concluiu com uma risada seca.
-Você não tem mais nada a
provar para ninguém, Toni. –ele falou –Você conquistou muito em pouco tempo.
-Para algumas pessoas eu vou
ter que continuar me provando. Só por ser mulher, Steve. Olha nos meus olhos e
diz que você nunca viu uma mulher ser tratada diferente, só por ser mulher.
E Steve pensou em Peggy, que
era chamada de “docinho”, que muitos soldados não respeitavam, que alguns
generais ignoravam, mesmo sendo uma das mulheres mais fortes e oficiais mais
eficientes que já vira.
-Você tem razão. –ele cedeu
–Mas o importante é você saber que para nós isso não faz diferente. Para as
pessoas que realmente contam, você é Toni. E só.
Toni finalmente olhou para
ele.
-Obrigada, Steve. Eu sei que
eu não deixou transparecer muito, mas eu gosto de todos vocês. E eu gosto de
ter vocês aqui.
Os dois ficaram se olhando
em silêncio.
-Você vai pra DC? –ela quis
saber.
-Eu ainda não decidi. –ele
admitiu.
Toni pegou a garrafa (que já
estava na metade) e colocou embaixo do braço.
-Espero que você não esteja
fugindo de mim, Picolé. –ela falou enquanto saía –Porque cedo ou tarde eu vou
te encurralar e a gente vai se acertar. Hasta la vista.
E justo quando Steve estava
começando a acha-la um ser humano decente...
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N/A: Estamos caminhando de forma firme para "Capitão América 2: O Soldado Invernal".
Acho que vale lembrar que essa fanfic foi feita para ser puro amor, então não vamos ter grandes emoções do filme aqui... Mesmo assim, espero que vocês estejam gostando!
COMENTEM!
B-jão
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