Maio
Agente Coulson era um
inimigo e tanto, Darcy tinha que admitir.
A técnica do cabo só
funcionou uma vez, porque ele arrumou um substituto. Então ela teve que ser
criativa: no segundo dia ameaçou tirar a roupa se ele não fosse embora. Coulson
foi bem resistente, aguentou até ela soltar o quarto botão da camisa e daí
fugiu de lá com toda sua graça ninja.
A vantagem era que Darcy
tinha toda a equipe de segurança do andar do seu lado: comprou todos com café
decente e de vez em quando muffins e cookies.
Levou quase duas semanas de
táticas de batalha (e uma ameça muito séria de cortar o café) para Coulson
começar a entender que os dois tinham que ser amiguinhos.
Darcy estava cuidando
direitinho das papeladas e de sua agenda e, fora força-lo a sair do escritório
(que audácia!), estava facilitando muito sua vida.
Aliás, a garota gostava
muito do seu trabalho novo. Só tinha algumas coisinhas que a incomodavam: a
incapacidade de Coulson de chama-la de Darcy, não saber o primeiro nome dele e
ter que usar roupas formais.
Não que ela não ficasse
extremamente quente com as roupas de escritório, mas Darcy sempre foi mais do
tipo jeans e camiseta larga. E os saltos eram de matar.
Mas no geral sentia que tudo
estava meio que indo. O mês de maio entrou apresentando apenas um pequeno
desafio: convencer o Agente Coulson a folgar no feriado do Memorial Day, que
seria segunda-feira dia 26. Ta, faltava um bom tempo ainda, mas o homem era
viciado em trabalho e mal folgava fim de semana, imagina um feriado!
Só que ela ia conseguir!
Darcy Lewis era a pessoa mais obstinada do mundo (pergunta pra mamãe Lewis!) e
se fosse necessário negar café para ele pelo resto do ano para conseguir que
ele folgasse dia 26 era exatamente o que ela faria.
O duro era que ela não
conseguia. Pelo tanto que se fazia de durona, na verdade verdadeira, Darcy era
uma pessoa extremamente generosa, daquele tipo “mãezona” que adotava todo mundo
em volta. Aliás foi o que aconteceu com ela, Jane e Selvig. Podia ser de longe
a mais nova ali no meio, mas tinha terminado adotando os dois, porque nenhum
deles sabia se cuidar.
Tinha acontecido a mesma
coisa com Steve e Thor: adotou os dois, porque alguem tinha que cuidar deles
nesse mundo que não entendiam.
E o Agente Ladrão de iPods
também foi adotado. Ele precisava tanto de alguém para cuidar dele, era óbvio!
Então nem querendo Darcy ia conseguir negar café a ele, mas ninguem precisava
ficar sabendo disso ainda.
O telefone em sua mesa
tocou.
-Senhorita Lewis? Você pode
vir aqui um minuto? –Coulson sempre fazia soar como uma pergunta, mas desligava
o telefone antes de ela responder, então Darcy não entendia porque ele se dava
ao trabalho.
-Diga, chefe. –perguntou ao
entrar na sala.
Coulson nem levantou a
cabeça dos papéis que lia.
-Você poderia buscar alguma
coisa para eu comer? Na máquina ali do...
-Chefe, o que nós falamos
sobre as máquinas? –ela bufou –Aquilo faz mal, você vai ter um treco logo logo,
comida feia e coisa e tal. Lembra?
Coulson finalmente olhou-a.
-Lembro. –ele falou com
paciência exagerada –Então o que você sugere?
-Bom, eu diria pra você ir
almoçar la fora, ver o sol e tal, mas como eu sei que você vai rosnar pra mim
só pela sugestão, eu vou buscar no refeitório. Algum pedido específico?
Coulson arqueou a
sobrancelha.
-O refeitório é um pouco
longe, Lewis. Você não precisa se dar ao trabalho. Qualquer coisa serve.
-Isso não é verdade. –ela
falou de forma firme –Eu vou e volto rapidinho. Não sinta saudades, chefe.
É, o refeitório era meio
longe e andar de salto não era a atividade preferida de Darcy, mas ninguem
podia sobreviver daquelas porcarias de máquina. A comida da SHIELD podia não
ser nenhum oh-meu-deus, mas pelo menos era decente no quesito saúde.
Falando em sobreviver...
Darcy ligou para Jane para
ver se ela tinha lembrado de se alimentar e ao entrar no refeitório trombou com
alguém.
-Mil perdões, Darcy.
-Steve! –ela sorriu ao ver o
super soldado –O que você está fazendo aqui?
-Eu tinha uma reunião com a
Agente Hill, então eu vim comer aqui. –ele falou corando suavemente.
Ah, Steve apaixonadinho pela
Hill era tão bonitinho. Se algum dia ele criasse coragem e a chamasse para sair
seria lindo.
-E você? –ele estava
perguntando –Veio almoçar também?
-Eu ja almocei tem um tempo.
–ela falou –Eu vim buscar algo para o Agente Coulson.
Steve assentiu.
-Eu fico feliz em saber que
alguém está cuidando dele.
-Bom, eu to tentando, mas
ele gosta de dificultar minha vida.
Steve riu.
-O que foi dessa vez?
-Ele se recusa a tirar o
feriado de folga. –Darcy bufou –Ninguém vai morrer se ele não vier trabalhar.
-Eu entendo a frustração
dele, Darcy. –Steve ofereceu de forma política –Até pouco tempo atrás ele
estava morto para nós, vivendo com uma equipe que viajava o mundo todo e agora
está preso no escritório de novo. Agente Coulson é um homem de ação.
-Você não está ajudando,
Steve. –ela falou colocando as mãos na cintura –Eu preciso de alguma forma de
chantagem, não de compreensão!
Steve riu de novo.
-Se você quiser eu posso me
recusar a assinar o poster que ele pediu. –ele ofereceu.
-Epa, para tudo e volta. Que
poster?
-Ele é um fã... Meu. –Steve
falou sem graça –Ele se empenhou bastante em juntar as coleções vintage.
-Hum... Conte-me mais sobre
isso.
XxX
Três dias depois...
O plano ia dar certo. Steve
tinha garantido isso a ela. Stark também. Era, em teoria, infálivel.
Darcy repetiu isso para si
mesma mais três vezes antes de deixar os papéis na mesa de Coulson. Tinha
grandes chances de ele se recusar, baseado em um senso de justiça e verdade,
mas a esperança era a última que morria. Então... La vamos nós.
Deixou os papéis sobre a
mesa rapidamente e voltou correndo para a sua. Tinha chegado 30 minutos mais
cedo hoje só pra fazer isso. Tinha que dar certo.
Ligou o computador, abriu
todas as janelas necessárias para começar seu trabalho, mas quem disse que
conseguiu trabalhar? Quando Agente Coulson chegou ela até tentou fingir que
estava trabalhando, mas pela cara desconfiada dele não deve ter dado muito
certo.
Ele entrou na sala e dez
minutos depois voltou, segurando os papéis que ela deixara em sua mesa.
-Senhorita Lewis, o que é
isso? –ele perguntou. Não dava para saber se ele estava bravo, alegre,
interessado, entediado ou o que!
Darcy respirou fundo. Hora
da verdade.
-Ah, bom... –ela começou,
tentando parecer séria -Steve contou como você era mega fã e tinha juntado
todos os cartões do Capitão América e que o Fury passou no sangue pra
traumatizar todo mundo e você perdeu sua coleção. Acontece que o Steve guardou
os cartões, sabe Deus porque, ja que sangue... Eca. –fez uma careta e daí
percebeu que estava fugindo do assunto -Então eu estava procurando e achei um
cara que também tem uma coleção completa e está disposto a trocar pelos que
estão manchados de sangue, com a condição de que eles estejam assinados pelo
Capitão. Bom, pode ser que, eu tenha meio que, dado a entender que o sangue é o
do Capitão...
Phil arqueou a sobrancelha.
-Então Steve assinou os
cartões para mim, eu tirei foto do processo e até vestimos ele de Capitão pra
isso. O Tony ficou parado do lado fazendo cara de paisagem pra ficar ainda mais
garantido que era legítimo. –ela se apressou em explicar –Eu mandei as fotos
para o cara, ele aceitou a troca, mas tem que ser no feriado do Memorial Day.
Como eu não sou entendida nesses assuntos, você que devia ir e ver se os
cartões dele são legítimos.
O canto da boca de Phil
levantou-se minimante.
-Ah é? –ele perguntou, o tom
deixando transparecer um pouco de divertimento –E onde seria esse encontro?
-Boston. –ela falou como se
fosse normal, embora estivesse cruzando os dedos por baixo da mesa –Você pode
ir na sexta, passar o fim de semana. Eu até reservo o hotel para você.
De repente a coisa mais
bizarra do mundo aconteceu: ELE RIU! De verdade, sem zoeira, garantido cem por
cento! Agente Coulson olhou para o chão e soltou uma risada. Foi curta, rouca (como se fizesse tempo que ele não a
usasse) e simplesmente lindo!
-Eu sei o que você está
planejando. –ele falou, dessa vez realmente sorrindo (perfeito!) –Mas eu
realmente agradeço. E sim, eu vou me encontrar com ele. Obrigado, Darcy.
Darcy tinha certeza de que o
sorriso dela ia cegar todos num raio de cem metros. Mas ignorou firmemente as
borboletas querendo voar em seu estômago. O nome dela nem soava assim tão bem
vindo da boca dele...
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N/A: Ai está!!!
Comentários, por favorzinho!
B-jão
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