Junho
As coisas melhoraram muito
para Darcy e Agente Eu Sei Rir depois de Memorial Day. Ele finalmente começou a
chama-la de Darcy e parou de ser tão sério. Aceitava sair nos horários
apropriados (claro que não o tempo todo, vira e mexe eles ainda tinham debates
sobre isso) e parou de sugerir comida da máquina do corredor. Ele ainda era
extremamente profissional (não que existisse qualquer motivo para não ser) e não sorria quase nunca, mas agora
que a garota sabia que ele tinha capacidade para isso era uma questão de tempo.
A melhor coisa que aconteceu
(em relação ao trabalho) foi Clint.
Clint era, na humilde
opinião de Darcy, o Vingador mais legal! Não que ela não adorasse Thor e Steve,
porque eles eram labradores gigantes e mereciam todo o amor do mundo, mas Clint
era um brother. Ele era um babaca, muito engraçado, adorava o sarcasmo dela e
não ficava tratando-a como uma menininha: os dois conversavam de futebol
americano, filmes de ação e faziam pizzadas épicas.
Além do mais ele ficava
perfeitamente feliz em cuidar da carência de abraços que Darcy tinha, sem se
incomodar ou tirar casquinha (ela nunca mais ia abraçar Stark). Ele era a única
pessoa, fora Thor, que se deixava ser abraçado nos momentos mais aleatórios.
Steve ficava sem graça, Jane e Bruce não curtiam muito contato físico, da
Natasha ela tinha medo e Tony era um porco. Ou seja, sobravam mais abraços para
o arqueiro e o deus.
Por todos esses motivos foi
chocante demais descobrir que nunca tinha sequer perguntado para ele o que mais
queria saber: o nome do Agente Coulson!
Tudo veio a tona numa
conversa qualquer, num dia qualquer. Quando estava em Nova York Clint gostava
de ficar zanzando pela SHIELD aterrorizando os agentes mais novos, enchendo o
saco dos mais velhos e atrapalhando o trabalho de Darcy. Não que ela ligasse
muito.
Nesse dia específico ele
estava sentado na mesa dela, tapando a tela do computador, enquanto Darcy
ficava sentada em sua cadeira se fazendo de brava.
-Sério, Katniss, se você não
tem o que fazer, eu tenho. –Darcy revirou os olhos.
-Ah, Katniss, que engraçado.
–ele deu uma risada super falsa –Só que não.
-Se você não sair daí e me
deixar trabalhar eu vou começar a puxar todos os nomes de arqueiros e pássaros
que eu consigo lembrar. –ela ameaçou.
Clint ignorou-a.
-Como está o trabalho? –ele
quis saber.
-Legal. –ela falou
sinceramente –É bem mais fácil do que eu achei que seria. Só tem uma coisa que
não me deixa feliz.
-O que? –Clint perguntou
confuso.
-Eu não sei o primeiro nome
do Agente Ladrão de Ipod. –ela suspirou.
-Como você não sabe? –Clint
perguntou chocado.
-Não sabendo. Eu perguntei
umas vezes, mas ele se faz de surdo, eu acho.
-E você nunca pensou em me
perguntar? –Clint arqueou a sobrancelha.
Foi como se um novo mundo se
abrisse diante dos olhos de Darcy. Não, ela nunca tinha pensado em perguntar e
não tinha ideia do porquê!
-Meu deus! Eu esqueci que
vocês se conhecem só faz uns 50 anos... –ela ignorou o olhar ofendido de Clint
–Claro que você saberia.
-Muito engraçado, Lewis. Mas
agora não sei se quero te contar. –ele cruzou os braços e olhou para o outro
lado.
-Ah não, Clint, meu amor!
–ela choramingou levantando-se –Me conta, por favor! –pôs as mãos no ombro dele
e tentou chacoalha-lo sem muito sucesso.
-Agente Barton.
Os dois pularam com a voz de
Coulson.
-Fala, chefe! –Darcy sorriu
para ele –Eu achei que você só voltava as três.
O Agente olhou de um para o
outro, sua poker face perfeita.
-Eu percebi que você não
estava me esperando.
Ai, essa doeu!
-Eu que estava atrapalhando
a Darcy, Coulson. –Clint declarou pulando da mesa dela –E ja estava de saída.
Phil lançou mais um olhar
indecifrável de um para o outro e entrou em sua sala. Nossa, que antagonismo!
Ele nunca tinha agido assim antes.
-Darcy. –Clint chamou
-Philip Coulson. Esse é o nome dele, mas nós costumamos chama-lo de Phil.
Claro que ele se chamava
Philip! Devia ter pensado nisso antes. Ele tinha cara de quem tinha esses nomes
mais “clássicos”, embora Darcy não conseguisse pensar nele como Phil. Phil
seria aquele seu tio legal, que deixa você passar o fim de semana na casa dele
comendo porcaria e assistindo tv até tarde. Agente Coulson não tinha cara de
ser esse tipo de tio.
Quando ela saiu de sua
reflexão sobre o nome do Agente Coulson, Clint já tinha ido embora (que
grosseiro!), deixando-a sozinha para encarar o que quer que tivesse deixado seu
chefe nesse mau humor.
Ele tinha saído para uma
reunião com a Comandante Hill e o Diretor Fury. Será que não tinha ido bem?
Darcy preparou café da para
ele do jeito que o Agente gostava, respirou fundo, arrumou sua blusa e cabelo
(O que? Tinha que parecer profissional!) e entrou na sala.
Coulson (Phil!) nem levantou
a cabeça quando ela entrou.
-Foi tudo bem na reunião,
chefe? –ela perguntou preocupada, deixando a caneca perto dele.
-Sim. –ele respondeu de
forma simples, sem tirar os olhos do computador.
-Hum... OK. –fazia muito
tempo que Darcy não via o chefe nesse mau humor. A última vez tinha sido quando
ela se negou a comprar torta para ele por uma semana, porque ele não andava
comendo direito.
-Onde estão aqueles
formulários que eu pedi para você organizar? –ele perguntou de repente.
-Você disse que eles eram
para amanhã.
-Eu mudei de ideia. –ele
falou de forma simples –Quero eles o mais rápido possível.
Então ele tinha ativado o modo-babaca
e estava indo com força total, né? Darcy podia ser paga para várias coisas, mas
não tinha dinheiro no mundo que a fizesse aguentar mau humor alheio.
Principalmente quando não tinha nada a ver com ela. Se Agente Coulson quisesse
café daqui pra frente, ia ter que melhorar essa atitude. Muito.
Darcy virou-se para sair da
sala sem falar mais nada.
-Agente Barton está com a
Agente Romanoff. –Coulson falou de repente.
Darcy, que já estava quase
saindo da sala, parou e virou para ele.
-Eu sei. –ela falou como se
fosse óbvio –Aliás, eu sei muito mais da vida sexual deles do que eu gostaria
de saber de qualquer pessoa. E, embora eu ache os dois uma gracinha, eu acho
meio patético o jeito que o Clint fica suspirando quando fala dela.
Phil arqueou a sobrancelha.
-O agente Barton vem aqui
com muita frequência? –ele quis saber.
-Quase o tempo todo. –Darcy
revirou os olhos –Arruma alguma coisa pra ele fazer, chefe, que o moço ta
desocupado. Ele vem aqui encher o saco. Ele é tipo o segundo irmão mais velho
que eu nunca quis ter, mas tenho que aguentar mesmo assim.
-Vocês são... Amigos?
–Coulson perguntou confuso.
-É, eu sei, estranho.
Acredite, eu tentei evitar, mas eu sou adorável e todos querem me amar. –ela
deu de ombros –Clint é só mais um fã.
Coulson parecia estar
analisando-a com cuidado.
-Os formulários podem
esperar até amanhã. –ele falou por fim –Desculpe-me por ter sido tão grosseiro,
Darcy.
Esse era o tipo de chefe que
ganhava café. E olha que gracinha, sabia até pedir desculpas.
-Ah chefe, quando você fala
todo certinho, eu tenho vontade de apertar suas bochechas. –ela declarou.
Coulson arqueou a
sobrancelha e o canto esquerdo de sua boca levantou-se.
-Eu agradeceria se você não
fizesse isso. –ele falou, mas não era uma bronca.
-Não tema, Agente C. Eu
ainda não tenho intimidade o bastante. –ela falou –Mas me dá uns meses.
-Não foi muito
reconfortante. –ele respondeu.
-Podia ser pior. –ela
informou.
-Eu não sei se quero saber
como.
-Claro que quer! –ela riu
–Sabe o que a Jane ganhava todo dia de manhã quando eu trabalhava com ela? Um
abraço e um tapa na bunda.
Coulson abaixou a cabeça e
coçou a testa.
-Nada de tapa em lugar
nenhum. –ele falou por fim.
-Isso é uma permissão para
abraçar? –Darcy perguntou animada.
-Não agora. –ele falou sério
–Quem sabe mais para frente, se eu sobreviver a você ou você não cansar de mim.
Darcy colocou a mão na
cintura.
-Chefe... Agora que você me
prometeu abraços, você ta perdido. Você nunca vai se livrar de mim. –ela
declarou, dando uma piscadela para Phil e saindo da sala.
Chama-lo pelo nome ia ficar
um pouquinho mais para frente. Por hora ela estava feliz com a promessa de
abraços.
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N/A: Comentem, me deixem feliz e talvez tenha post em MIB 2 semana que vem ;)
B-jão!
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