terça-feira, 8 de janeiro de 2013

MIB 2 - Capítulo 7 - parte 3



***

As quatro garotas conseguiram sair da estrada pouco antes da polícia chegar. Claro que naquelas regiões a “polícia” consistia em um grupo de homens armados, mais ou menos fardados e que tinham um caminhão. Embora a autoridade legal deles fosse duvidosa não era bom cair na mira deles, por isso fugiram da cena.

Mas a adrenalina estava esgotando e o choque vindo. Depois de meia hora andando as quatro praticamente se arrastavam. Também havia um grande sentimento de culpa dentro de todas elas por terem roubado os passaportes. Sim, tinham feito para se protegerem, mas mesmo assim. Era triste pensarem que por causa delas quatro famílias não saberiam o que realmente acontecera com suas filhas.

-Eu não aguento mais. –Charlotte declarou, sentando-se numa pedra a beira da estrada.

Marine aproximou-se da amiga e verificou o corte na perna dela.

-Você precisa de pontos nisso. –ela falou –Vai acabar infeccionando e dai eu não quero nem ver.

-A não ser que você tenha antisséptico e agulha escondidos em algum lugar ai, colega, eu não sei como você pretende me remendar. –Charlotte falou.

Mary Jane e Lily também tinham desmanchado contra as pedras, a chuva ainda caía levemente e não havia sinal de vida num raio de quilômetros.

-Eu tenho que admitir... –Mary Jane falou –Quando as coisas têm que dar errado, elas vão pro inferno com estilo.

As quatro se olharam em silêncio por alguns segundos e então explodiram em risadas.

-É, o fundo do poço sempre pode ser um pouco mais fundo. –Charlotte admitiu ainda rindo –O que nós vamos fazer?

-Sabe Deus. –Mary Jane suspirou –Eu acho que eu vou ficar aqui sentada esperando um raio cair na minha cabeça.

-Eu preferiria esperar com uma garrafa de whisky. –Lily admitiu –Ou qualquer coisa alcoólica pra ser bem sincera.

Isso fez todas elas rirem de novo.

-Provavelmente é o que estaríamos fazendo agora em Londres. –Marine falou –Nós estamos o que? Quatro horas atrás de Londres?

-Por ai. –Lily cedeu –Hoje sendo sábado nós estaríamos no bar bebendo e dançando em cima do balcão.

-Nunca achei que eu fosse sentir falta daquele lugar. –Mary Jane comentou.

-Ta zoando? Ser paga pra dançar e beber e ser objeto sexual? –Charlotte falou –Aquele era meu emprego dos sonhos.

Isso fez todas rirem ainda mais. A chuva tornou-se mais grossa.

-Acho que finalmente nós surtamos. –Lily concluiu –Não há outra explicação para rir numa situação dessa.

-Melhor rir do que chorar. –Charlotte concluiu filosoficamente.

O som de um carro vindo pela estrada chamou a atenção de todas. Elas levantaram-se rapidamente e ficaram próximas umas das outras. Charlotte enfiou a mão na bolsa e tirou a trava de segurança da arma que tinham conseguido comprar de um bandidinho em Shangai.

Uma caminhonete, que devia ter sido nova um dia nos anos 70, vinha na direção oposta para a qual elas seguiam. O veículo tinha cor indefinida e, com a quantidade de água que começara a cair, era impossível ver quem dirigia, mas era com certeza apenas uma pessoa.

O carro parou perto delas e a porta abriu. Um homem desceu, ignorando totalmente a chuva. Ele era asiático, possivelmente japonês, usava uma regata e uma camisa de estampa florida por cima. Observou as quatro de cima a baixo, então soltou um suspiro.

-Eu provavelmente vou me arrepender... –falou mais para si do que para elas –Subam na caçamba, Spice Girls. –então entrou no carro e bateu a porta.

As quatro trocaram olhares.

-Com a nossa sorte ele é um serial killer. –Lily observou.

Elas se olharam de novo e deram de ombros. Dali pra frente até pior era melhor.

***

Mary Jane agradecia imensamente não ter que andar mais, mas ficar na chuva não era muito melhor. Seus dentes estavam batendo com o frio e a viagem parecia não terminar nunca. E ainda havia o detalhe de que elas nem imaginavam que seria o cara que as resgatara. Ele parecera um ser humano decente, mas até ai os quatro vizinhos também tinham parecido a principio, né?

Elas tinham prometido não falar mais no caso, mas Mary perguntava-se se talvez fosse melhor falar sobre isso. Era óbvio que nenhum delas estava bem e não conseguia esquecer todo o ocorrido. Marine estava lamentando a família, Lily não conseguia superar o tiro e Charlotte ainda se culpava. Claro, ela também tinha problemas, mas a maioria deles era bem mais simples: não se ferira durante o episódio todo e não tinha família para perder. A única coisa que realmente a incomodava era Sirius Black. Deixara-se ser seduzida pelo cretino e o tempo todo ele só estivera pensando em como matar todas elas.

Enfim, águas passadas. Era melhor deixar para la, porque alguém naquele grupo tinha que pensar claramente e, pela primeira vez na vida, seria ela. Os tempos realmente mudavam.

Depois de quase uma hora na estrada o carro finalmente entrou num caminho mais estreito até sair num tipo de clareira onde um chalé de madeira estava. O motorista parou perto da casa e desceu. As quatro fizeram o mesmo e foram se abrigar embaixo da varanda.

-Esperem aqui. –ele falou, antes de entrar na casa.

Elas ficaram lá, esfregando os braços, tentando se aquecerem até ele voltar.

-Se sequem antes de entrar. –ele falou, atirando toalhas para Lily –E nem pensem em entrar com essas roupas ensopadas. –então voltou para dentro da casa e bateu a porta.

Ela trocaram olhares mais uma vez e então começaram a se enxugar. Lily estava tirando os sapatos quando percebeu que Charlotte estava tirando a blusa.

-Charlotte! –a ruiva bronqueou.

-Ele falou que não é pra entrar ensopada. –a morena se defendeu –Eu talvez tenha alguma coisa seca na mochila, mas não é garantido.

Todas mexeram nas respectivas mochilas em busca de roupas secas. Felizmente todo aquele tempo na estrada lhes ensinara a comprar mochilas a prova d’água e ainda colocar as coisas dentro de sacos plásticos, então todas conseguiram puxar alguma coisas secas.

Finalmente secas entraram na casa. Por dentro o estilo lembrava ainda mais o de um chalé: a parte de baixo era grande com uma sala que dava para a cozinha aberta, onde ficava uma lareira que estava acesa. Um mezanino levava ao que devia ser o quarto. Mais nada.

O anfitrião misterioso delas estava mexendo na lareira, mas ao ouvi-las entrar ele virou-se.

-Ah bom. –falou ao ver que estavam secas.

-Obrigada pela carona. –Lily começou com cuidado –Mas... Quem é você?

-Meu nome é Lee. –ele falou com simplicidade –E o que quatro meninas estão fazendo sozinhas no meio do nada? –ele exigiu cruzando os braços.

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N/A: Ai está!!! Desculpa a demora para postar aqui!
Alguem lembra do Lee? Ele ja foi citado hein!!!

COMENTEM!!!

B-jão

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