quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Damas Grifinórias 2 - Capítulo 4 (Parte 3)




Rose Weasley não estava tendo uma manhã agradável. Começara com o trio de megeras com quem divida o dormitório bagunçando o quarto todo, deixando roupas, sapatos e maquiagem para todo o lado. Inclusive em cima dela. Ao acordar e se ver coberta por saias e camisas, percebeu outra coisa: estava atrasada! As megeras tinham desligado seu despertador.

Teve que descer correndo as escadas e não teve tempo de tomar café da manhã. Chegou com quase dez minutos de atraso para a aula de Feitiços, o que lhe rendeu uma bronca extraordinária, pontos perdidos para sua Casa e sua capacidade como Monitora-chefe questionada. Como se não bastasse, por causa da bronca por estar atrasada para Feitiços quase se atrasou para DCAT. Definitivamente não era seu dia.

No fim chegou em cima da hora. Se tivesse sorte, o que duvidava a essa altura, o novo professor não ficaria muito bravo com ela.

-Desculpe o atraso, professor Black. –pediu ao entrar na sala de cabeça baixa, rezando para não ser percebida.

-Fico feliz que tenha decidido nos agraciar com sua presença, senhorita Weasley.

Foi a voz dele que a fez levantar a cabeça e olha-lo na hora. Porque ela conhecia aquela voz.

Ah Merlin, por favor não...

Mas era.

Não tinha visto o novo professor de DCAT no banquete do primeiro dia, porque ele não estivera la. Não tivera aulas da matéria no dia anterior e não cruzara com ele em momento algum, mas nunca pensara...

Droga.

***

Rose não sabia disfarçar as expressões. Todas suas emoções ficavam a mostra para quem quisesse ver. Já sabia que ela era assim daquela única noite, agora ela só confirmava suas suspeitas.

Não que Sirius não estivesse surpreso por estar vendo-a ali. Lembrava-se perfeitamente bem dela dizendo que tinha vinte anos. Isso fazia dela a maior repetente na história de Hogwarts ou uma grandessíssima mentirosa. Como até então só ouvira elogios sobre a carreira acadêmica da Monitora-Chefe, ela devia ser mentirosa mesmo.

Sirius topara com a morena algumas semanas atrás em um pub no centro de Londres. Ela estivera bebendo cerveja, embora claramente não gostasse do sabor. Não pensara em conversar com ela, porque parecia ser o tipo de menina que trazia só problemas. Devia ter ouvido a si mesmo e ficado longe.

E até teria ficado, se não fosse o bêbado que fora conversar com ela e, quando não foi respondido, ficou levemente violento e puxou-a pelo braço. Sirius, que tinha uma prima caçula, não gostava de ver mocinhas sendo tratadas daquele jeito.

Foi assim, ao defendê-la, que conheceu Rose. Sem último nome. E foi essa a primeira vez que levou uma garota para o seu apartamento e passou a noite dormindo no sofá. Agora que via que ela não só tinha apenas 17 anos, mas como era sua aluna, agradecia imensamente por isso.

-Vai continuar parada ai a aula inteira, senhorita Weasley? –ele perguntou.

Rose pareceu sair do choque e balançou a cabeça. A garota ainda corou ao ver que todos os outros olhavam para ela e foi sentar-se.

-Ah, mais uma coisa, senhorita Weasley. –ele falou, antes que conseguisse refletir melhor –Eu gostaria de dar uma palavra com você depois da aula.

Era errado sentir-se totalmente satisfeito com a cara de desespero dela?

***

Scorpius Malfoy, o outro príncipe Sonserino, bufou entediado enquanto esperava a poção em seu caldeirão ferver. Ao seu lado Albus fazia anotações em um pergaminho.

Os olhos dele foram parar no novo professor. Descobrira, por Albus, que ele era irmão de Anabelle. Família curiosa.

A grande maioria dos alunos ainda não sabia da relação. Claro que a rede de fofocas de Hogwarts logo ouviria alguma coisa e a notícia se espalharia. Scorpius estava tentando decidir se tinha algo a ganhar espalhando a fofoca mais cedo.

Provavelmente não. Conhecendo Anabelle sabia que ela ainda ia tirar algum proveito da situação.

Nunca vira uma Grifinória que merecesse tanto estar na Sonserina. Sabia, também por Albus, que na verdade a loira pedira para ficar na Grifinória, só para ficar perto de Lily. Essa história ele espalhou pela escola, o que gerou boatos um tanto longos de um possível caso romântico entre as duas. Não que o visual desse boato não fosse interessante, mas seria um desperdício imenso.

Claro que sabia muito bem que Lily não era lésbica, afinal namorara a ruiva por um bom tempo e tinha memórias dela que Albus provavelmente não devia ficar sabendo. Já Anabelle... Essa era um grande mistério. As vezes surgia um ou outro imbecil falando que tinha ficado com a loira. Se ela saía com rapazes não era com a mesma frequência que aquela louca que a chamava de gêmea. Nunca assumiu um namorado em todos os anos que esteve em Hogwarts, o que fazia as pessoas pensarem...

-No que você está pensando? –Albus quis saber.

-Sua irmã e a Roberts se pegando. –Scorpius falou extremamente sério.

Albus arregalou os olhos.

-Vai se foder, Malfoy. –deu um tapa na cabeça do amigo.

Scorpius não resistiu e caiu na risada.

-Meu, essa é minha irmã caçula! A imagem é perturbadora. –Albus reclamou.

-Esse é o sonho de 90% da população masculina de Hogwarts. –Scorpius falou como se fosse óbvio –Os outros 10% só não sonham com isso porque são da sua família.

Albus revirou os olhos.

-Hilário, Malfoy, de verdade. –ele resmungou.

-Por que o senhor Malfoy não compartilha essa piada “hilária” com a turma?

Scorpius voltou os olhos para o professor Lupin, que o olhava com os braços cruzados e esperando. Se o homem achava que podia botar banca com ele, estava a ponto de ver que não era assim que as coisas funcionavam em Hogwarts.

-Eu estava falando para o Albus que a fantasia de 90% da população masculina de Hogwarts é ver a irmã dele e a sua se pegando. –ele falou com simplicidade.

A classe caiu num silêncio chocado, provavelmente tentando entender quem era a irmã do professor. Remus meramente arqueou a sobrancelha. Então os cochichos começaram e logo todos já estavam entendendo quem era a tal irmã.

-Eu não posso dizer nada pela senhorita Potter, mas eu garanto que minha irmã não tem esse interesse. –ele declarou com simplicidade –Anabelle é apreciadora do sexo masculino. –concluiu, tirando de qualquer um a dúvida de quem podia ser a tal irmã –Essa... “Fantasia”, como você disse, é coisa de moleque.

Com isso e um sorriso angelical, Lupin virou-se e começou a ditar novas ordens para os alunos.

-Moleque, hein? –Albus comentou rindo.

-Cala a boca. –Scorpius resmungou.

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N/A: Comentários, queridos e queridas? *-*

Sobre a Rose e o Sirius... Calma, chegaremos la e tudo será explicado em detalhes. Aliás, grandes chances de virar uma one-shot se eu achar que a explicação ta longa demais.

B-jão

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