Rose Weasley não estava tendo uma manhã agradável.
Começara com o trio de megeras com quem divida o dormitório bagunçando o quarto
todo, deixando roupas, sapatos e maquiagem para todo o lado. Inclusive em cima
dela. Ao acordar e se ver coberta por saias e camisas, percebeu outra coisa:
estava atrasada! As megeras tinham desligado seu despertador.
Teve que descer correndo as escadas e não teve tempo
de tomar café da manhã. Chegou com quase dez minutos de atraso para a aula de
Feitiços, o que lhe rendeu uma bronca extraordinária, pontos perdidos para sua
Casa e sua capacidade como Monitora-chefe questionada. Como se não bastasse,
por causa da bronca por estar atrasada para Feitiços quase se atrasou para DCAT.
Definitivamente não era seu dia.
No fim chegou em cima da hora. Se tivesse sorte, o que
duvidava a essa altura, o novo professor não ficaria muito bravo com ela.
-Desculpe o atraso, professor Black. –pediu ao entrar
na sala de cabeça baixa, rezando para não ser percebida.
-Fico feliz que tenha decidido nos agraciar com sua
presença, senhorita Weasley.
Foi a voz dele que a fez levantar a cabeça e olha-lo
na hora. Porque ela conhecia aquela
voz.
Ah Merlin, por favor
não...
Mas era.
Não tinha visto o novo professor de DCAT no banquete
do primeiro dia, porque ele não estivera la. Não tivera aulas da matéria no dia
anterior e não cruzara com ele em momento algum, mas nunca pensara...
Droga.
***
Rose não sabia disfarçar as expressões. Todas suas
emoções ficavam a mostra para quem quisesse ver. Já sabia que ela era assim
daquela única noite, agora ela só confirmava suas suspeitas.
Não que Sirius não estivesse surpreso por estar
vendo-a ali. Lembrava-se perfeitamente bem dela dizendo que tinha vinte anos.
Isso fazia dela a maior repetente na história de Hogwarts ou uma grandessíssima
mentirosa. Como até então só ouvira elogios sobre a carreira acadêmica da
Monitora-Chefe, ela devia ser mentirosa mesmo.
Sirius topara com a morena algumas semanas atrás em um
pub no centro de Londres. Ela estivera bebendo cerveja, embora claramente não
gostasse do sabor. Não pensara em conversar com ela, porque parecia ser o tipo
de menina que trazia só problemas. Devia ter ouvido a si mesmo e ficado longe.
E até teria ficado, se não fosse o bêbado que fora
conversar com ela e, quando não foi respondido, ficou levemente violento e
puxou-a pelo braço. Sirius, que tinha uma prima caçula, não gostava de ver
mocinhas sendo tratadas daquele jeito.
Foi assim, ao defendê-la, que conheceu Rose. Sem
último nome. E foi essa a primeira vez que levou uma garota para o seu
apartamento e passou a noite dormindo no sofá. Agora que via que ela não só
tinha apenas 17 anos, mas como era sua aluna,
agradecia imensamente por isso.
-Vai continuar parada ai a
aula inteira, senhorita Weasley? –ele perguntou.
Rose pareceu sair do choque
e balançou a cabeça. A garota ainda corou ao ver que todos os outros olhavam
para ela e foi sentar-se.
-Ah, mais uma coisa,
senhorita Weasley. –ele falou, antes que conseguisse refletir melhor –Eu
gostaria de dar uma palavra com você depois da aula.
Era errado sentir-se
totalmente satisfeito com a cara de desespero dela?
***
Scorpius Malfoy, o outro
príncipe Sonserino, bufou entediado enquanto esperava a poção em seu caldeirão
ferver. Ao seu lado Albus fazia anotações em um pergaminho.
Os olhos dele foram parar no
novo professor. Descobrira, por Albus, que ele era irmão de Anabelle. Família
curiosa.
A grande maioria dos alunos
ainda não sabia da relação. Claro que a rede de fofocas de Hogwarts logo
ouviria alguma coisa e a notícia se espalharia. Scorpius estava tentando
decidir se tinha algo a ganhar espalhando a fofoca mais cedo.
Provavelmente não.
Conhecendo Anabelle sabia que ela ainda ia tirar algum proveito da situação.
Nunca vira uma Grifinória
que merecesse tanto estar na Sonserina. Sabia, também por Albus, que na verdade
a loira pedira para ficar na Grifinória, só para ficar perto de Lily. Essa
história ele espalhou pela escola, o que gerou boatos um tanto longos de um
possível caso romântico entre as duas. Não que o visual desse boato não fosse
interessante, mas seria um desperdício imenso.
Claro que sabia muito bem
que Lily não era lésbica, afinal namorara a ruiva por um bom tempo e tinha
memórias dela que Albus provavelmente não devia ficar sabendo. Já Anabelle... Essa era um grande mistério. As vezes surgia um ou outro imbecil falando que tinha ficado com a
loira. Se ela saía com rapazes não era com a mesma frequência que aquela louca
que a chamava de gêmea. Nunca assumiu um namorado em todos os anos que esteve
em Hogwarts, o que fazia as pessoas pensarem...
-No que você está pensando? –Albus
quis saber.
-Sua irmã e a Roberts se
pegando. –Scorpius falou extremamente sério.
Albus arregalou os olhos.
-Vai se foder, Malfoy. –deu um
tapa na cabeça do amigo.
Scorpius não resistiu e caiu
na risada.
-Meu, essa é minha irmã
caçula! A imagem é perturbadora. –Albus reclamou.
-Esse é o sonho de 90% da
população masculina de Hogwarts. –Scorpius falou como se fosse óbvio –Os outros
10% só não sonham com isso porque são da sua família.
Albus revirou os olhos.
-Hilário, Malfoy, de
verdade. –ele resmungou.
-Por que o senhor Malfoy não
compartilha essa piada “hilária” com a turma?
Scorpius voltou os olhos
para o professor Lupin, que o olhava com os braços cruzados e esperando. Se o
homem achava que podia botar banca com ele,
estava a ponto de ver que não era assim que as coisas funcionavam em Hogwarts.
-Eu estava falando para o
Albus que a fantasia de 90% da população masculina de Hogwarts é ver a irmã dele e a sua se pegando. –ele falou com simplicidade.
A classe caiu num silêncio
chocado, provavelmente tentando entender quem era a irmã do professor. Remus
meramente arqueou a sobrancelha. Então os cochichos começaram e logo todos já estavam
entendendo quem era a tal irmã.
-Eu não posso dizer nada
pela senhorita Potter, mas eu garanto que minha irmã não tem esse interesse. –ele
declarou com simplicidade –Anabelle é apreciadora do sexo masculino. –concluiu,
tirando de qualquer um a dúvida de quem podia ser a tal irmã –Essa... “Fantasia”,
como você disse, é coisa de moleque.
Com isso e um sorriso
angelical, Lupin virou-se e começou a ditar novas ordens para os alunos.
-Moleque, hein? –Albus comentou
rindo.
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N/A: Comentários, queridos e queridas? *-*
Sobre a Rose e o Sirius... Calma, chegaremos la e tudo será explicado em detalhes. Aliás, grandes chances de virar uma one-shot se eu achar que a explicação ta longa demais.
B-jão
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