-Por
que você estaria fugindo da Yakuza? –Marine perguntou, sem conter a
curiosidade.
Lee
tirou a camisa de cima, revelando os braços cobertos por tatuagens orientais.
-Porque
eles não gostam muito de desertores. -foi a resposta dele.
As
meninas ficaram em um silêncio chocado por alguns segundos até que...
-Claro
que ele é da Yakuza. –Charlotte declarou bufando –Com a nossa sorte ele ainda
deve ter um fetiche por esquartejar pessoas com espadas.
-Não,
querida. –Mary Jane cortou –Com a nossa sorte ele tem uma camisa escrito:
“Comensal da Morte e amando muito tudo isso”.
As
outras concordaram.
Já
Lee parecia chocado.
-É
isso? Eu falo que sou da Yakuza e vocês acham normal?
-Eu
achei que você tinha dito que tinha pulado fora. –Lily observou.
Lee
jogou um olhar para cima, como se pedisse paciência aos céus.
-Foi
exatamente o que eu falei. Semânticas, ruiva. –ele falou.
-Nesse
caso as semânticas são bem importantes. –ela retrucou.
-E
como vocês sabem dos Comensais da Morte? –ele quis saber, finalmente percebendo
esse detalhe.
-Nós
somos inglesas. –Marine falou como se fosse óbvio –Todo mundo sabe de Voldemort
la.
-Talvez.
–ele cedeu –Mas no caso de vocês parece mais pessoal.
-Você conhece os Comensais? –Charlotte
rebateu.
-Alguns
e superficialmente. –ele admitiu –Voldemort achou que tinha moral para chegar
no Japão e desafiar a Yakuza. Não deu muito certo.
-Sério?
–elas perguntaram chocadas.
-Já
faz um bom tempo, eu ainda estava por la. –ele deu de ombros –Aquele pessoal já
deve ter morrido... Uma tal de Beatrix e o marido...
-Se
você está falando de Bellatrix, então
sim, a maldita morreu. –Charlotte falou com muita satisfação.
-Esse
comentário pareceu bem pessoal, boneca. Não que eu não esteja feliz que ela
tenha morrido, afinal ela era um vaca louca.
-Nem
me fale. –Marine comentou, levando a mão ao ombro automaticamente.
Lee
analisou o gesto.
-Ok,
Spice Girls, podem começar a falar já. –ele exigiu –O que vocês fizeram com os
Comensais e qual risco de eles virem bater na minha porta?
-Primeiro:
Spice Girl é sua mãe, Super Junior. –Mary Jane explodiu –Segundo: nós não te
devemos nada.
-Devem
se querem passar a noite embaixo o meu teto. –ele retrucou.
Nisso
ele estava coberto de razão.
-Ok,
você venceu. –Charlotte cedeu –A gente fala, mas... Que tal um pouco de álcool
para fazer todo mundo feliz?
-Pode
ser. –Lee aceitou.
***
O
único álcool que Lee tinha na casa era um whisky de fabricação duvidosa, mas
nenhuma das meninas reclamou. O dia estava ficando cada vez mais estranho e
beber o que poderia ser gasolina com um ex-membro da Yakuza (supostamente) não
parecia la tão pior que quase morrer num acidente de estrada.
Lily
explicou para Lee a história inteira e as meninas incluíam coisas aqui e ali.
Ele ouviu tudo em silêncio, as vezes fazendo perguntas, mas na maior parte do
tempo só ouvindo.
Ele
também pediu para olhar os passaportes e decidiu que desde já iria chamar as
meninas pelos nomes novos, porque elas tinham que se acostumar a responder por
eles.
Depois
de quase três horas de conversa, mais uma garrafa do liquido duvidoso e a queda
da energia devido a falta de combustível no gerador de força, Lee parecia até
mais tolerável.
-E
qual o plano de vocês quatro, agora que têm novas identidades? –ele quis saber.
-Sinceramente...
Eu não sei. –Charlotte admitiu –O que eu mais queria poder fazer era voltar
para Inglaterra e matar Voldemort eu mesma. Mas já foi provado que não temos a
capacidade.
-A
capacidade para matar, todos os seres humanos têm. –Lee falou, acendendo um
cigarro. As meninas já tinham desistido de reclamar –Você talvez não tenha a
habilidade, mas isso pode ser adquirido.
-Como?
–Marine perguntou, realmente curiosa.
–Treinamento.
–ele deu de ombros –Vocês já têm a desvantagem de serem mulheres. E não me
venham com essa história de que eu estou sendo machista. –ele falou quando viu
Lily preparando-se para protestar –Vocês são menores que a maioria dos caras la
fora e muitas vezes mais fracas fisicamente. Duvido que alguma de vocês saiba
atirar também.
-Hum,
na verdade... –todos os olhares voltaram-se para Lily –Eu sei atirar. Mais ou
menos. Eu sou melhor em tiro a distância. Meu pai me ensinou com uma espingarda
de caça.
-Meu
deus, Lily! Bebe como um caminhoneiro e ainda atira? –Charlotte provocou.
-Papai
queria um menino. –ela suspirou.
-Parece
muita coisa... –Lily comentou pensativa.
-É
muita coisa, moranguinho. –ele revirou os olhos.
-Então
quando você vai começar a ensinar a gente? –Charlotte perguntou.
-O
que?!
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N/A: COMENTEM!!!
B-jão