Capítulo 10
Toni ia matar Clint e Natasha!
Ok, talvez só Clint, porque
da Natasha ela tinha medo.
Os dois tinham tido a ideia
brilhante de treinar Toni para se defender sozinha. Quando ela voltou de viagem
não teve escapatória: Nat encurralou-a e arrastou para a academia.
Uma semana depois e ela
estava querendo morrer. Depois que matasse os dois. Não tinha sido feita para
essa vida.
Então ela fugiu deles (com
muito orgulho) e foi fazer algo que não fazia há séculos: andar na rua. Colocou
uma peruca loira (mais pelo divertimento do que pelo disfarce) e foi passear na
Lexington Avenue, que era perto da Torre e tinha uma Victoria’s Secret.
Sim, Toni comprava calcinhas
na Victoria’s Secret, não na Perla ou na Agent Provocateur ou alguma outra loja
ridiculamente cara. Ela gostava de calcinhas confortáveis. E ela comprava da
coleção Pink! Chorem de decepção.
Comprou suas calcinhas (e
alguns sutiãs e até uma cinta-liga!), comprou um café ridiculamente doce na
Starbucks e estava considerando entrar numa loja de livros quando ouviu a
primeira explosão.
Sua mão foi automaticamente
para sua orelha direita, porque Jarvis devia estar gritando alerta. E qual a
surpresa? Ela tinha deixado o comunicador em casa.
Enfiou a mão no bolso da
calça e tirou seu StarkPhone.
-Jarvis!
-Senhorita. –a voz calma
respondeu –Bom saber que você continua viva em meio ao caos.
-Que caos, Jarvis? –ela
gritou no telefone.
-Um vilão ainda não
identificado acabou de lançar um ataque a Nova York. Pensando bem... Os robôs
que ele usa se parecem muito com os que o Dr Von Doom usou na última vez. –ele
informou calmamente.
-Você ta com a tocha hoje,
hein, Jarvis? –Toni revirou os olhos –Me faz um favor e manda a Mark 57 na
minha direção? Se não for te incomodar muito.
-A caminho, senhorita. Ah,
mais uma coisa. O Capitão, Thor e a Agente Romanoff já está enfrentando os
ditos robôs com a ajuda do Quarteto Fantástico.
-Que alegria. –Toni
resmungou –Acelera a coisa então, Jarvis!
-Sim, senhorita.
As explosões pareciam estar
ficando mais próximas a cada segundo. Toni ia fazer Jarvis baixar filme pornô
por um ano se essa armadura não chegasse logo! (Por algum motivo o IA não
gostava de baixar esse tipo de filme. Toni achava que ele andava assistindo
alguns, isso sim.)
Ela conseguiu avistar o
primeiro dos robôs descendo a rua e disparando tiros contra as pessoas. O bicho
não era extamente grande (devia ter por volta de 1,30 de altura) e meio que
lembrava uma aranha, embora só tivesse quatro pernas.
-Senhorita, Mark 57 chegando
a sua direita. –Jarvis declarou no celular.
Toni virou a cabeça e viu o
pontinho se aproximando.
-Valeu, Jarv! –ela agradeceu
guardando o aparelho.
Largou as sacolas e o café
na rua e atirou a peruca para o lado.
-Vamos, bebê, vamos...
–murmurou preocupada.
Conseguia ver mais das
máquinas chegando e as explosões estavam cada vez mais próximas. Também viu o
rastro de luz que era aquele babaca do Storm voando. Tomara que atingisse um
prédio.
A armadura estava cada vez
mais próxima e Toni ja se preparava para entrar em combate, quando um robo
disparou uma bomba contra a armadura.
Toni não tinha ideia de que
bomba era aquela, mas a Mark 57 explodiu e a bilionária, que estava perto
demais, foi arremassada longe.
Ela sentiu sua cabeça
conectar-se com a calçada e pontos negros dançaram em sua visão. De repente
tudo ficou desfocado e era como se o barulho de gritos, tiros e caos estivessem
muito longe.
Tinha que levantar e sair
dali, ou seria um alvo fácil, mas suas pernas não funcionavam.
Que inferno! Tinha sobrevivido
um sequestro no Afeganistão, um exército de robôs, uma invasão alienígena! Toni
não ia morrer num ataque chinfrim desses!
Um dos robôs quase-aranhas
virou-se na direção dela e apontou o canhão. Que merda...
De repente uma sombra
cobriu-a e a explosão aconteceu como se tivsse sido longe, bem longe...
-Toni! Toni!
Steve (em traje total de
Capitão América) sacudiu Toni mais uma vez, mas ela não parecia estar escutando
muito bem.
-Toni, você está bem? –ele
perguntou.
-Picolé? –o olhar dela pareceu
finalmente focar nele –Eu acho que bati a cabeça.
Steve colocou a mão na parte
de trás da cabeça dela e sentiu os dedos ficarem molhados. Sangue. Podia não
ser nada, ferimentos na cabeça tendiam a sangrar muito, mesmo quando eram
pequenos, mas não podia deixa-la ali.
-Romanoff. –chamou pelo
comunicador –Eu acabo de encontrar a Stark na rua, ferida. Eu vou leva-la de
volta para a Torre, depois eu retorno.
-Afirmativo, Capitão.
–Natasha respondeu –Nós temos as coisas sob controle aqui.
Steve pegou Toni no colo (o
peso dela era quase irrelevante) e correu (literalmente) em direção a Torre.
Ainda teve que se defender e desviar de alguns robôs, mas chegaram intactos ao
destino.
-Jarvis, você poderia chamar
a senhorita Myers e um médico para o andar da Toni? –ele pediu enquanto subiam
o elevador.
-Infelizmente, eu não posso
chamar o médico, Capitão. –o IA respondeu.
-Oi? –Steve soltou.
-A senhorita Stark me
programou para não chamar médicos para ela nunca. –Jarvis explicou –Nem em caso
de vida ou morte.
Steve lançou um olhar
incrédulo a Toni, que continuava encolhida contra seu peito.
-Eu odeio médicos. –foi a
única coisa que ela disse.
-Inacreditável. –Steve
revirou os olhos –Então chame a Cora, o mais rápido possível.
-Sim, senhor.
-Você não tem noção das
coisas que faz, não é Toni? –ele resmungou, entrando na suíte –Que tipo de
ordem é...
-Se você me levar pro quarto
eu vou gritar. –ela anunciou quando viu o caminho que ele estava tomando –E não
vai ser de prazer, querido, então pode dar meia volta.
Steve parou, olhou para os
céus e pediu forças.
-Onde você quer ficar, Toni?
–ele perguntou, cheio de paciência.
-No bar. Eu quero tomar
alguma coisa.
-Você não vai beber nada.
–ele informou sério –Mas eu posso por gelo na sua cabeça, então podemos ir pra
la.
Steve sentou Toni no balcão
e olhou nos olhos dela.
-Você está sentindo alguma
coisa? –ele quis saber –Naúsea, tontura extrema, formigamento, dificuldade de
me entender?
Toni bufou.
-Saco cheio é considerado
“sentir alguma coisa”? –ela perguntou.
Steve jogou as mãos para
cima.
-Desisto. –ele disse,
tirando a máscara e deixando do lado dela –Vou pegar o gelo. Tente não cair de
cara no chão.
-Sim, senhor! –ela bateu uma
cotinência para ele.
Steve tentou respirar fundo
e não perder a paciência. Era tão... Tão... Tão Toni ficar agindo dessa forma
depois de ter se machucado no meio de uma batalha.
Ele abriu a geladeira,
encontrou o gelo, enrolou num pano e voltou a ficar de frente com Toni.
-Aqui, põe isso na cabeça.
–ele falou, esticando o pano na direção dela.
Toni pegou o gelo sem dizer
nada e pôs em sua cabeça, seu olhar ainda voltado para a janela.
-Você devia ir ajuda-los.
–ela falou de repente –A Cora já deve estar chegando e a briga pode ficar pior.
-A Nat disse que estava sob
controle. –Steve falou –Você bateu a cabeça com muita força, alguem precisa
ficar de olho em você. Quando ela chegar eu vou.
-Nem ta sangrando mais.
–Toni choramingou -Vai logo.
-Está querendo se livrar de
mim, Stark? –Steve sorriu de leve.
-Eu não gosto que me vejam
nesse tipo de condição. –ela resmungou.
Steve ficou surpreso.
-Eu já te vi caindo de
bebâda, Toni. –ele lembrou.
-Isso eu não ligo. –ela
falou –Não quero você vocês me vejam assim: fraca, machucada.
Steve colocou a mão na testa
dela.
-Você está bem? Será que a
batida na cabeça te afetou tanto assim?
Ela revirou os olhos, mas
então pareceu pensar em algo.
-Quer dizer que eu posso
agir de forma estranha e ser perdoada porque eu tenho uma concussão?
–perguntou.
-Você sempre age de forma
estranha. –Steve respondeu para não dar corda –Eu vou olhar seu machucado.
–declarou, preparando-se para se afastar.
Toni, no entanto, foi mais
rápida. Ela agarrou o braço de Steve e puxou-o para mais perto. O Capitão devia
estar surpreso demais, porque deixou-se ir. E quando ele ficou perto o
bastante, Toni abraçou a cintura dele com as pernas, pegou a gola do uniforme
dele, puxou-o para baixo e colou sua boca na dele.
Ah! Sabia que ele não ia
estar esperando por essa.
No primeiro momento Steve
jogou as mãos para cima, como se não soubesse o que fazer com elas (empurrar
Toni ou toca-la). Também não mexeu boca ou corpo para se afastar dela.
Toni não tinha beijado
centenas de pessoas ao longo dos anos sem efeitos positivos para si mesma. Ela
era uma ótima beijadora.
Então ela apertou o laço de
suas pernas, encaixando seu quadril perfeitamente no dele (obrigada, balcão,
sua altura é perfeita), deslizou as mãos pelos ombros dele e mordeu a boca
maravilhosa de Steve.
Tão mais lindo quando estava
quietinho...
Hesitantemente, Steve
começou a beija-la de volta. Bem suave, cuidadoso, quase assustado. Toni
recompensou-o com alguns beijos curtos, mas doces. Esse devia ser o estilo
dele...
As mãos de Steve finalmente
pousaram na cintura de Toni e ela decidiu que já estava bom de doçura, hora de
ir ao que realmente interessava. A mão dela agarrou os fios curtos de cabelo de
Steve e ela passou a língua suavemente entre os lábios dele. O corpo dele
soltava calor como um aquecedor e Toni queria se afundar nele e passar horas
ali.
Mas assim, de um jeito nada
romântico. Só sexo mesmo.
Sério!
A língua de Toni roçou na de
Steve e foi como se tudo explodisse. De repente as mãos dele estavam realmente
segurando-a, puxando-a para mais perto e a boca dele estava insistente contra a
dela, beijando-a mais profundamente, com mais força.
Toni nunca teria sonhado
–nem em mil anos –que o Capitão conseguia beijar desse jeito! Tinha que rever
seus conceitos, porque esse homem não devia ser tão virgem quanto achara antes.
Não que ela estivesse
reclamando, porque... Uau!
Toni deixou as mãos correrem
pelo corpo de Steve, procurando desesperandamente uma brecha na roupa dele.
Aquele maldito colant não tinha uma!
Uma das mãos de Steve foi
parar na coxa de Toni e a vontade dela era que ele começasse a desfazer botões,
faz favor. Até ondulou o quadril contra o dele –e, meu Deus, super soldado mesmo! –pra ver se ele
entrava no clima, mas Steve estava bem focado nos beijos.
O que ainda era uma delícia.
Só deu errado quando a outra
mão dele subiu e foi parar na cabeça de Toni. O gemido de dor escapou sem
querer, mas foi o suficiente para faze-lo parar na hora.
-Você ainda está machucada.
–ele falou de repente –Eu não devia ter feito isso.
Toni estava bem mais
interessada no jeito que os lábios dele estavam inchados, na respiração
ofegante, no fato de que ele ainda estava entre as pernas dela, do que nas
palavras dele.
-Eu sou grandinha, Steve.
–ela informou –E eu acho que estou em ótimas condições. Agora sim, você pode me
carregar pra cama.
Steve abriu a boca para
falar alguma coisa, então parou e levou a mão ao comunicador.
-Nat? O que? Como assim mais
robôs? De onde eles...
O Tocha Humano passou voando
pela janela nesse instante, sendo perseguido por cinco robôs.
-Ta, eu entendi. –o Capitão
falou.
-A senhorita Myers está
subindo, senhorita. –Jarvis informou.
-E esse tanto de senhorita
na frase está estranho. –Toni refletiu –Acho que você devia voltar a me chamar
my lady, Jarvis.
-Como você quiser, my lady.
–Jarvis respondeu na hora.
-Toni... –Steve começou sem
jeito –Você poderia... –indicou as pernas dela, que ainda o estavam prendendo.
Até parece que ele não
conseguiria sair se realmente quisesse.
-Olha, eu até te solto,
Picolé, mas eu quero que fique bem claro: isso não terminou. –ela avisou.
Steve estreitou os olhos.
-Eu não acho que seja a hora
pra discutir isso. –ele retrucou.
-Fica avisado. –ela
completou, então puxou-o pela nuca e o beijou de novo.
E ele topou de novo, então,
sério, de quem era a culpa, né?
-Eu deveria ir embora?
Steve pulou para longe de
Toni com a som da voz de Cora.
-Não, Cora querida, está
tudo sob controle. –Toni falou com um sorriso enorme, então devolveu a máscara
para Steve –Vai lá, querido. Volta inteiro pra gente terminar de conversar.
-Toni...
-Nananina não. –ela cortou
–Eu sei que você está sendo todo nobre ou tonto, ou sei la o que. Nós não vamos
ter essa conversa agora. Vai la salvar o dia e daí a gente conversa. E por
“conversar” eu quero dizer que nós vamos fazer sexo, você sabe disso, né?
Cora parecia querer sumir.
-Eu vou, porque
sinceramente... –Steve respirou fundo –Mas nós vamos conversar.
Toni apenas fez que sim com
a cabeça.
-Chama um médico para ela.
–Steve disse para Cora ao passar por ela.
-Pobre Capitão... –Cora
murmurou quando a porta fechou-se atrás dele.
Toni não tinha um pingo de
dó.
XxX
A confusão em Nova York
aumentou em proporções ridículas e rápido demais. De repente o Sexteto Sinistro
brotou, trazendo o Homem Aranha pra jogada.
E o pior era que ninguém
queria deixar Toni entrar na briga. Até parece, né. Então ela vestiu sua
armadura e mergulhou de cabeça na coisa toda. Que eles venceram, claro.
O duro foi o controle de
danos. Como ninguém sabia quem era o Homem-Aranha, mas todo mundo sabia quem
ela e o povo do Quarteto eram, sempre sobrava pra eles. Ela ainda ia jogar
inseticida naquele inseto maldito.
Com tudo o que aconteceu foi
difícil falar com Steve. E ele estava evitando-a obviamente. O duro é que
quanto mais tempo passasse, mais Steve ia se convencer de que tudo fora um
erro, ele devia ter sido um gentleman e blá blá blá.
Sério, o que uma mulher
tinha que fazer para dar uma nessa Torre?
No terceiro dia depois do
ocorrido, Toni entrou na cozinha e deu de cara com o time inteiro se preparando
para tomar café.
-Ocasião especial e ninguém
me chamou? –ela perguntou sentando-se ao lado de Jane.
-É uma ocasião de despedida,
Lady Stark. –Thor informou –O bom Capitão e o Gavião foram transferidos para a
cidade que chamam Washington.
Toni virou o olhar para
Steve e arqueou a sobrancelha.
-Aumentaram a pressão por
causa do incidente de ontem. –Steve explicou sem graça –Fury não nos deixou
escolha.
-Hum... –Toni comentou.
Eles terminaram de comer,
Steve ficou para trás para lavar a louça. Toni respirou fundo e desceu até seu
laboratório.
-Jarvis! –chamou tão logo
sentou-se em sua bancada.
-My lady? –a voz respondeu.
-Eu não estarei recebendo
ligações do Capitão Rogers daqui em diante. Avise para a Cora também.
-Sim, my lady. –parecia
haver uma certa satisfação na voz dele -Eu devo deduzir que o Capitão está de
castigo?
-Ah sim. Ele está.
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N/A: Noooooooooooooooooooossa... Agora foi, hein Toni... hahaha
No próximo capítulo A Dama entra em Capitão América 2: O Soldado Invernal. E a coisa ta ficando séria!!!
Comentem!
B-jão