N/A: Então, Bruce Wayne pega a Toni. Quem diria... hahahaha
Eu não resisti o crossover e não me arrependo.
O capítulo contém insinuação de sexo (mas nada gráfico, então nem
adianta animar). Fora isso existe uma conversa sobre estupro. Mais uma vez,
nada gráfico, mas o assunto é abordado.
Capítulo 4
Toni abriu os olhos e percebeu que ainda
era noite. O quarto estava escuro, o que não era um problema, porque assim
podia ver ainda melhor a silhueta de Bruce contra a janela.
Bruce estava hospedado em um desses hotéis
ridiculamente caros de Nova York, na cobertura. O quarto tinha janelas de vidro
do chão ao teto, de onde a vista para cidade era maravilhosa. Ele estava parado
nesse exato momento na janela, olhando na direção da Stark Tower. Completamente
sem roupa.
Yummy.
Ela
ficou deitada onde estava, observando Bruce. Deixando seus olhos escorregarem
pelas costas dele. O corpo dele tem cicatrizes, várias delas. Mais cedo, quando
chegaram ao quarto, Toni tinha beijado cada uma delas, antes de empurrar Bruce
contra a parede e cair de joelhos.
Eles não discutiam essa parte de suas
vidas. Ambos sabiam quem o outro era (ok, todo mundo sabia quem ela era e Toni
tinha hackeado o sistema de segurança dele e meio que descoberto o negócio do
Batman, mas enfim...), mas tentavam não se meter. Tinham prometido um ao outro
não interferir a não ser que eles realmente pedissem ajuda. Toni tinha o número
de Bruce salvo e já quase ligara para ele em quatro situações, mas nunca
conseguira no final.
Algumas coisas não deviam se misturar.
-Eu estou me sentindo um pedaço de carne
com o jeito que você está me secando. –Bruce comentou sem virar da janela.
-Meu amor, você é um pedação de carne de
primeira. –Toni declarou espreguiçando.
Bruce riu e fez um gesto para ela se aproximar.
Toni espreguiçou-se mais uma vez antes de sair da cama sem roupa nenhuma.
Algumas mulheres tinham a mania estranha de
se cobrirem (Pepper era uma delas) pós-coito. Toni não tinha esses problemas
porque se o corpo dela era bom o bastante para o rala e rola, então era bom o
bastante para sair andando por ai.
Bruce puxou-a para perto e encostou-a
contra o vidro.
-Você cortou o cabelo. – ele comentou
segurando uma mecha.
Toni revirou os olhos.
-Faz um tempo, Sherlock.
Na verdade o cabelo dela tinha pegado fogo
quando ela estava enfrentando aquela louca no Tenessi, que resolveu explodir um
restaurante inteiro. Toni adorava o cabelo comprido, mas não ia negar que o
corte de agora, até o ombro, estava legal.
-Você continua linda. – ele falou.
-Bruce, eu estou começando a ficar
preocupada. – Toni falou séria – Você está sendo meloso demais.
Bruce deu uma risada, mas essa era sem
humor.
-Tudo o que aconteceu ano passado... Na
verdade tudo o que aconteceu nos últimos anos, me deixou pensando. Eu não sou
“super”, não como alguns dos outros. Eu sou, dolorosamente, humano. Uma hora eu
vou encontrar alguém que vai bater muito mais forte do que eu aguento. – ele
suspirou – Eu encontrei esse alguém. Ele está trancado numa cela, mas eu sei
que ele não vai ficar para sempre nela. Eu devia ter matado aquele...
As mãos de Toni foram parar em volta do
rosto de Bruce, mas ela não falou nada.
-Você sabe do que eu estou falando, deve
sentir a mesma coisa. – ele terminou.
-Eu não durmo direito desde o que aconteceu
em Nova York. – ela admitiu – O que aconteceu no Natal não ajudou muito, mas eu
agradeço todos os dias o fato de Killian estar morto.
-Ele te machucou muito? – Bruce perguntou,
correndo o dedo pelo rosto dela.
-Pior. Ele machucou a Pepper.
Bruce abriu um pequeno sorriso.
-Como está a senhorita Potts? – ele quis
saber – Ainda a luz da sua vida?
-Ela sempre vai ser a luz da minha vida, de
um jeito ou de outro. – Toni deu de ombros –Infelizmente não deu certo.
-Como nós. – Bruce completou – Eu nunca
quis amar alguém mais do que eu quis amar você.
Toni bufou suavemente.
-Ainda bem que não. Nós nunca daríamos
certo. Nossos filhos nasceriam traumatizados.
-Mas eles seriam bonitos. – Bruce provocou
deixando um beijo no ombro dela.
-Eles tentariam dominar o mundo. – Toni deu
um sorriso arrogante – E conseguiriam.
Bruce riu de novo e deu um longo beijo em
Toni, daqueles sem pressa, pretensão ou mentira e ela soube que seria a última
vez que os dois ficariam desse jeito.
-Estava invejando minha Torre, Wayne? – ela
provocou quando ele se afastou.
Bruce arqueou a sobrancelha.
-Você já viu onde eu moro?
-Você já viu onde eu moro? – ela
retrucou – E com quem?
-Isso eu não invejo nem um pouco. – ele
revirou os olhos – Não sei como você aguenta.
-Eu também não. – ela soltou um suspiro
resignado – É que eu tenho um coração bondoso demais.
Bruce explodiu em risadas e Toni deu um
tapa no braço dele.
-Não é pra tanto, né!
-OK, desculpa, mas essa eu não esperava. –
ele falou, a risada diminuindo – Mas eu finjo que acredito.
-Tá, eu deixo eles morarem comigo pelo
suprimento inacabável de delícia humana que circula minha casa. Serve? – ela
bufou.
-Muito melhor. – Bruce falou, algumas
risadas ainda escapando – E por falar em delícia humana... – a mão dele escorregou
pelas costas dela.
-Eu achei que você ia me enrolar com conversa a noite toda. – ela provocou.
Bruce beijou-a mais uma vez, agora com
intenção clara. A mão dele passou pela bunda dela, descendo para as coxas, por
onde ele içou-a para cima, prendendo-a contra o vidro.
Com apenas as luzes de Nova York
iluminando-os, Antonella teve Bruce totalmente para si. Pela última vez.
XxX
Algumas pessoas chamavam de “caminhada da
vergonha”, aquela saída no começo da manhã do quarto de alguém, quando você
tinha que voltar pra sua casa e era meio óbvio que você tinha transado com um
desconhecido.
Toni nunca tinha feito a caminhada da
vergonha, porque ela não tinha um pingo de vergonha. Não tinha nada de errado
com sexo e nenhum falso moralista ia convencê-la do contrário. Então ter
descido o elevador de um hotel seis estrelas usando uma camisa e uma boxer de
Bruce e carregando seu vestido no braço? Nada demais. Quem não quiser ver pode
olhar para o outro lado.
-Bom dia, Alfred. – ela sorriu para o super
mordomo de Bruce, que estava na porta do hotel, o carro esperando por ela.
-Senhorita Stark. – o homem sorriu
segurando a porta para ela.
O bom velhinho (sério, pra ele ser o Papai
Noel só faltava a barba) deixou Toni na frente da torre. Toni despediu-se com
um pedido para que Alfred cuidasse de Bruce.
Ela decidiu subir até o andar comunal,
porque quando aquela tratante da Cora estava dando em cima de Bruce (que era
sempre, só ele não via) ela fazia café lá de manhã e ele ia tomar.
Mas como o karma era um babaca, claro que
não era Bruce ou Cora quem estava na sala quando ela entrou. Era Steve.
E podia ser sete horas da manhã de um dia
pós-festa, mas Steve estava perfeitamente vestido com suas roupas de vovô e seu
cabelo milimetricamente arrumado. Cretino.
Ele tinha sorte de ser gostoso ou Toni o
odiaria.
Aliás, ele também parecia chocado em vê-la.
-Toni! O que você está fazendo aqui? –ele
perguntou claramente surpreso.
-Até onde eu me lembro, eu moro aqui. –ela
falou, jogando o vestido sobre uma cadeira sem cuidado algum e chutando os
sapatos para longe.
-Eu sei. –Steve falou sem graça –Mas Pepper
tinha certeza de que você sumiria com o Wayne.
-Ah. Não. Eu tô aqui. – ela declarou
distraída olhando em volta – Cadê a Cora?
-Eu tinha a impressão de que hoje era o dia
de folga dela. –Steve falou com cuidado.
-Droga. É mesmo. –Toni bufou – O que você está fazendo aqui?
-A Natasha me ligou ontem, pouco depois que
você deixou a festa. – ele informou – Ela e o Clint estão mudando para cá e
chegando logo mais.
-Finalmente. Eu estou louca para que o time
todo venha logo.
Steve pareceu ainda mais surpreso por essa
informação.
-Por quê? – ele quis saber.
-Por que não? – ela rebateu – Cacete, eu
preciso de café. – bradou – Você tem alguma ideia de onde ficam as coisas na
cozinha daqui?
-Você não sabe?
-Claro que não. –ela retrucou como se fosse
óbvio - Eu tenho cara de quem entra na cozinha?
Steve acabou rindo e indo fazer o café
(aparentemente alguém ensinou como mexer na cafeteira, Cora provavelmente) e ,quando
Clint e Natasha chegaram, os dois estavam comentando a festa do dia anterior,
com Toni sentada sobre o balcão da cozinha e Steve num dos bancos.
-Saudações, Agente Romanoff! – ela gritou
animada – E Legolas!
Clint arqueou a sobrancelha.
-Por que só ela tem respeito?
-Porque dela eu tenho medo. –Toni falou
como se fosse óbvio.
Clint bufou, mas seu olhar estava
analisando Toni cuidadosamente.
-Você está com cara de bem comida. – ele
declarou de repente, fazendo Steve engasgar com seu café.
-Uau, não é a toa que você é um super
espião pra SHIELD. – Toni falou sarcástica – Eu fui bem comida.
Dessa vez, quando Steve engasgou com o
café, Natasha teve que dar um tapa nas costas dele.
-Por quem? –Clint perguntou curioso.
-Bruce Wayne. –Toni falou num suspiro.
Natasha virou-se na hora para a bilionária
e estreitou os olhos.
-O que? Desde quando você renovou seu
relacionamento com Wayne? – a ruiva quis saber.
-“Renovar” não é bem o termo. A gente se
pega on e off faz muito tempo. –Toni deu de ombros.
Natasha parecia passada.
-Como assim “faz muito tempo”? Até onde a
SHIELD sabe vocês namoraram uma vez, anos atrás. – Natasha rebateu.
-Então, desculpa te dizer, vocês não sabem
nada. – Toni falou, parecendo absurdamente satisfeita com a noção – Eu só
namorei com ele uma vez, mas nós tivemos alguns remembers ao longo dos anos, o mais recente ontem.
Natasha arqueou a sobrancelha.
-Mesmo depois do Afeganistão?
-Mesmo depois da Pepper. – Toni informou,
sem entender qual era o problema de Natasha.
-Você sabia que ele usa uma máscara com
chifres e uma capa, né? – Clint ofereceu.
-É, ele não tem meu senso de estilo pra
heroísmo, mas o homem fica um espetáculo de terno. –Toni falou.
-Então por que vocês não ficam realmente
juntos? – Steve perguntou e pareceu se arrepender logo em seguida.
-Porque nós não damos certo. – Toni falou
como se fosse óbvio – Além de nós dois termos egos enormes, eu odiar Gotham e
ele odiar a Califórnia. Nós dois somos tão problemáticos que íamos nos deixar
loucos. Bruce tem um monte de traumas relativos à família dele e as coisas que
ele fez e viu. Eu nem vou falar dos meus problemas familiares porque eles são
meio que óbvios. Nós seriámos o futuro casal “terapia para sempre”.
Natasha parecia pensativa.
-Eu não sabia que você ainda saía com
homens. – ela comentou.
-Por que eu não sairia? – Toni perguntou
surpresa – Eu adoro homens. E eles tendem a entender o conceito de sexo casual
muito mais facilmente que mulheres.
Clint estava rindo agora.
-Eu estava começando a achar que você
estava se pegando com o Banner. – o arqueiro falou.
-Claro que não! – Toni falou em afronta –
Bruce estará, muito em breve, se pegando com a Cora e eu não quero deixar as
coisas estranhas entre todos nós.
Clint ficou roxo de tanto rir.
-Você está empurrando o Bruce pra sua
assistente pessoal? – Natasha perguntou.
-Na verdade ela meio que dá em cima dele
sozinha, sem encorajamento nenhum. – Toni deu de ombros – Eu só tô encorajando
o Bruce a virar macho e fazer algo a respeito. Você já viu aquela mulher? Ela
tem cara daquelas bibliotecárias que usam lingerie ultra sexy por baixo. Eu
adoro quando ela abaixa para pegar coisas.
Clint caiu no chão sem ar.
-Toni... Pra você ser um homem, e um porco,
só falta o principal mesmo, porque essa sua mentalidade... – Natasha revirou os
olhos.
-Você ta falando de pinto, né? Porque eu
não sei o que mais é essencial num homem...
Steve esperava que Clint um dia conseguisse
parar de rir e voltar a respirar.
XxX
Toni não ficou realmente surpresa quando,
horas mais tarde, Natasha foi procurá-la em seu workshop. A ruiva passara um
bom tempo analisando-a enquanto estavam na cozinha e era meio óbvio que tinha
algo em mente. Toni só não tinha muita certeza do que podia ser.
Ela parecera meio incomodada com a história
com Bruce Wayne, embora Toni não conseguisse entender por que. SHIELD era
contra a Liga da Justiça? (Não que ela não entendesse, porque esse nome era o
cúmulo da breguice)
-Posso falar com você? – Natasha perguntou
sem rodeios – Te fazer uma pergunta extremamente pessoal?
Natasha era o tipo de pessoa que podia te
enrolar tão bem que você nunca ia perceber, até você já ser um novelo de lã
(vide Loki), mas quando queria ser direta ela era, sem um pingo de remorso.
Para ela estar escolhendo usar essa tática com Toni, algo devia ter acontecido.
-Pode. – Toni deu de ombros, derrubando a
chave de fenda que tinha nas mãos de volta na mesa e pegando um alicate – O que
foi?
-Você foi violentada no Afeganistão?
O alicate caiu da mão de Toni no chão.
-Não. – ela falou de forma simples.
-Toni...
-Ah, que merda. – ela esbravejou virando as
costas para Natasha – Pepper também não acredita em mim!
-Olha nos meus olhos e diz que não e eu vou
acreditar em você. – Natasha falou de firme.
Toni ficou completamente parada por um
minuto, então respirou fundo algumas vezes e virou-se para Natasha de novo.
-Não, Natasha. – ela falou olhando nos
olhos da mulher – Eu não fui violentada no Afeganistão.
-Mas... – Natasha encorajou, porque sabia
que tinha mais.
-Mas eles me ameaçaram com isso, várias
vezes. – a voz de Toni estava carregada de amargura como Natasha nunca ouvira
antes – Raza, o líder deles, me falou alguma vezes que só não tinha acontecido
ainda porque queria que eu construísse o míssil para ele, e que nós mulheres
quebrávamos muito fácil e se eu fosse só uma casca seria inútil. – a voz dela
estava carregada de asco – Mas depois ou caso eu falhasse...
Toni bufou e sentou no chão, seu olhar
voltada para a parede.
-De tudo o que já me aconteceu, Natasha,
nada, e eu juro que absolutamente nada, me deu mais medo e mais horror do que
essa promessa dele. A ideia... – a voz
dela se quebrou.
Quando o silêncio ficou carregado demais,
Natasha limpou a garganta.
-Todo esse tempo, eu te analisei mal. –
Natasha falou suavemente – Eu tinha certeza de que tinha acontecido algo. Você
voltou e criou não uma, mas duas ONGs para ajudar mulheres vítimas de qualquer
tipo de violência, recusou qualquer tipo de terapia para lidar com o stress pós
traumático, não se relacionou com nenhum homem...
-Eu me relacionei sim! – Toni protestou –
Vocês que são mal informados! A culpa não é minha!
-Ninguém disse que a culpa é sua, Toni. –
Natasha falou mais gentilmente do que Toni achou que ela era capaz e a
bilionária soube que ela estava falando de outra coisa.
-Você sabia que muitas mulheres desistem de
denunciar violência sexual por que se sentem culpadas pelo o que aconteceu? –
Toni falou, finalmente olhando de volta para Natasha –Quantas delas têm que ouvir que o que
aconteceu foi merecido, pela atitude delas, pelas roupas que usavam, até pelo
jeito que riam? Eles nunca tocaram em mim, Natasha, mas o horror da
possibilidade não me deixava dormir. Eu não consigo imaginar como é para as
mulheres que tiveram que passar por isso.
-Você quis ajudar...
-Do único jeito que eu sabia que podia. –
Toni suspirou – A Pepper teve as mesmas desconfianças que você, mas ela ainda
não acredita em mim.
-Você recusou terapia. – Natasha indicou.
-Nada que um terapeuta fosse falar ia me
ajudar.
-Você triplicou o consumo de bebidas
alcoólicas. – agora era censura.
-Me diz uma coisa que eu não sei? – Toni
revirou os olhos – Eu estou diminuindo aos poucos. Eu sempre bebi demais,
Natasha.
As duas ficaram em silêncio por um tempo.
-Então... – Natasha começou – Bruce Wayne?
Toni soltou uma risada meio rouca, como se
tivesse acabado de chorar.
-Ele é uma gracinha, né? – a bilionária
provocou.
(1) A famosa “Walk of shame”.
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N/A: Aí está!
Espero que vocês curtam. Quero ver se tem post em MIB até semana que vem!
B-jão!
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