segunda-feira, 28 de julho de 2014

MIB 2 - Epílogo



Epílogo

Uma garota entra num bar.

Ela tem um cigarro pendendo dos lábios pintados de um vermelho barato. A sua maquiagem está praticamente escorrendo do seu rosto. Estava muito quente la fora, embora fosse noite. O cabelo dela era loiro e estava preso precariamente. A meia calça dela estava desfiada. A saia era curta demais. O salto alto demais.

Uma garota assim, num lugar assim, ou era puta ou estava prestes a virar uma.

Niran era um homem de negócios diversificados, um empresário ocupado, mas até ele tinha tempo para loira que se debruçava no balcão.

Claro que se ele quisesse podia ir para sua “empresa” e lá teria várias garotas para escolher e nenhuma delas podia dizer “não”. Mas as vezes um homem precisava de uma novidade. Fazia séculos que não via uma loira de olhos claros como aquela.

Ele se levantou e fez um comentário vulgar com os amigos antes de se aproximar dela.

-Sozinha, princesa? –ele perguntou com um sotaque carregado e a voz de alguém que bebera demais.

Os olhos dela se viraram para ele, analisando-o de cima a baixo. Ela abriu um sorriso, o cigarro ainda entre os lábios.

-Não to mais.

***

-Bom, ele foi uma ótima escolha, Evans. Peixe grande. –Lee declarou saindo da sala, as faixas que tinha em volta dos punhos manchadas de sangue.

A loira abriu um pequeno sorriso.

-Eu sei quem são os meus alvos, Lee. Você não precisa me ensinar a caçar. –ela falou de forma elegante.

-Engraçadinha. –ele revirou os olhos.

A porta da sala se abriu e Marine saiu por ela, soltando os cabelos.

-Ele não sabe de mais nada mesmo. –ela declarou –Mas o que ele sabe é mais que suficiente para trabalharmos.

-Por onde nós vamos começar? –Charlotte quis saber.

-No de sempre. –Mary Jane explicou –Checando endereços e datas. Não fazendo nada louco.

Lee, que estava do lado dela, braço jogado em volta da sua cintura e mão no bolso da frente do jeans da mulher, fez um sinal de concordância com a cabeça.

-Eles tem um container de mulheres que vai sair em três dias. –Marine advertiu –Nós vamos ter que trabalhar com um pouco de pressa dessa vez.

-Faz parte. –Lily deu de ombros –Isso não elimina a necessidade de termos cuidado.

-Ainda bem que um de vocês tem bom senso. –declarou a voz irônica.

Marine revirou os olhos.

-Fica na sua, Steve.

Steve, anteriormente conhecido como Severus Snape, estreitou os olhos e se aproximou lentamente da garota, apoiando-se pesadamente em sua bengala.

-Eu odeio esse nome. –ele resmungou.

-Ninguem manda ser fugitivo. –Charlotte falou dando risada.

Tudo tinha acabado. Elas tinham enviado os passaportes das garotas de volta para suas famílias. Agora eles sabiam que não havia esperança, suas meninas nunca iam voltar daquela viagem.

Snape, que tinha tomado uma bala no tornozelo e ficado manco, tinha tido problemas bem sérios pelo que acontecera. A morte de Barbara e a falta de testemunhas fez todos duvidarem da versão dele da história.

O melhor era pular fora.

E agora, quase um ano depois, lá estavam todos eles em Bangkok, cumprindo a promessa que fizeram para Lee.

-Nós nos organizamos hoje para atacar amanhã. –Lee decidiu.

-É, parece bem mais sensato. –Lily concordou.

-Me passe as informações e eu checo tudo. –Snape falou para Marine.

-Sim, meu amo e senhor. –ela jogou os braços em volta do pescoço dele.

O homem depositou um beijo na testa dela.

-Bom, temos trabalho a fazer. –Charlotte declarou –Quem quer pizza e whisky?


Todos levantaram a mão.

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N/A: ACABOUUUUUUUUUUUUUUU T.T

Eu nem acredito.

Obrigada a todos que acompanharam a MIB por todo esse tempo. E eu digo todo mesmo, porque MIB começou em 2009 O.O

Comentem se puderem e quiserem.

B-jão

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A Dama Vingadora - Capítulo 6


Capítulo 6

Não chocou Toni nem um pouquinho chegar na Stark Tower e dar de cara com Steve andando de lá pra cá no andar comunal. O cara tinha “preocupação” como passatempo preferido.

Bruce, Cora e Pepper também estava lá e nem sinal dos Gêmeos Maravilha.

-Oh, meus súditos me aguardam! –Toni falou abrindo os braços ao sair do elevador.

Steve lançou um olhar para ela. Cora e Pepper apenas reviraram os olhos.

-Por que você foi sozinha para Londres? –ele quis saber –Você podia ter esperado...

-Ah corta essa, Capitão Pentelho. –Toni interrompeu o discurso imediatamente –Eu trouxe novos amiguinhos pra nós.

-Capitão! –Thor bradou entrando na sala –Doutor Banner!

Depois das apresentações (Toni podia ver o comentário se formando na língua de Darcy quando esta foi apresentada ao Capitão. Infelizmente Jane, que provavelmente podia também, cortou a menina antes que ela tivesse a chance de dizer algo) o assunto foi parar em quartos.

-O apartamento do Princípe Thor já está pronto no mesmo andar do doutor Banner e eu posso colocar a senhorita Lewis e a doutora Foster no andar logo abaixo. –Cora estava falando, analisando seu Stark Pad.

Toni arqueou a sobrancelha com o “Princípe Thor”, mas preferiu não comentar.

-Lady Jane e eu deviámos dividir os aposentos. –Thor refletiu.

Cora já estava dando de ombros, mas Toni, que estava reparando, viu a cara de pânico de Jane e resolveu interferir.

-Desculpa, colega, mas eu não posso permitir que vocês vivam em pecado embaixo do meu teto. –ela declarou.

Todos os olhares voltaram-se para Toni imediatamente e Pepper parecia estar se perguntando se a outra tinha fumado alguma coisa estranha.

Thor era o único que parecia estar levando o que ela dizia a sério.

-Eu não posso permitir que você manche o meu nome, ou pior ainda, o bom nome da doutora Foster dessa maneira. Morar junto só depois de casados e isso depois de um noivado longo, um ano, no mínimo. –ela continuou como se tudo estivesse bem.

Agora até Cora estava parecendo preocupada com a saúde mental dela.

-Eu entendo, Lady Stark. –Thor falou de maneira solene –Eu peço mil desculpas. Eu não quis ofende-la de forma alguma. Nem você, Jane. –ele falou para a astrofísica.

-Sem problemas. –Jane falou com uma risada sem graça. Quando Thor deu as costas a ela, a mulher lançou um olhar agradecido na direção de Toni.

-Eu devia ter percebido isso antes. –Thor continuou –Afinal, nem você e o bom doutor Banner dividem aposentos.

Isso fez Toni parar.

-Oi? –ela perguntou –Eu e o Bruce não estamos juntos.

-Não? –Thor parecia confuso.

-Ah meu senhor... –ela resmungou –Não! A gente nunca nem se beijou. O que é uma grande perda na parte dele, porque eu beijo bem pra cacete.

-Você sabe o que é modéstia, Stark? –Clint, que estava entrando na sala logo atrás de Natasha, quis saber.

-Se não for alcoolico não estou interessada. –foi a resposta da bilionária.

Clint e Natasha entraram na sala completamente e, bem nessa hora, o arqueiro pareceu finalmente perceber quem eram todos os ocupantes do lugar. O olhar dele bateu em Darcy e ele pareceu em choque, mas sendo um super espião recuperou-se rápido. Darcy não teve a mesma graça e ficou olhando para ele de queixo literalmente caído.

Toni olhou de um para o outro e fez todos os cálculos rapidamente na cabeça. Queria fazer um comentário, mas... O certo seria ficar quieta e poupar os dois da vergonha né? Ha! Até parece!

-Quando vocês transaram? –Toni perguntou olhando de um para o outro.

Os olhos de Darcy se arregalaram ainda mais, Natasha lançou um olhar calculista a garota, Jane parecia chocada e Thor estava olhando para Clint com os olhos estreitados.

-Ah, dane-se. –Darcy bufou –Dois anos atrás, Puerto Antiguo e eu nunca achei que fosse ver esse cara de novo.

Toni fez uma careta.

-Eu te entendo, cupcake. Quem nunca passou por isso que atire a primeira pedra. Ta ai a Christine Everhart que não me deixar mentir... –pensando nessa mulher específica Toni até entendia os perigos de ficadas de uma noite.

Darcy, aparentemente esquecendo de Clint, virou-se na hora para Toni.

-É verdade que você dormiu com a Christine Everhart? –ela perguntou chocada.

-Dormir não teve muito a ver com o que rolou. –Toni explicou.

Darcy pareceu refletir.

-Bradley Cooper? –ela perguntou por fim.

-Foi só uma vez.

-Justin Timberlake?

-Hum... Pra ser bem sincera eu não lembro. –Toni suspirou -Aliás, eu não lembro boa parte daquela noite, então pode ser que sim.

-Robert Downey Jr?

-Não! Que coisa! –Toni bufou impaciente -Eu nunca transei com esse cara! Não sei porque todo mundo insiste em perguntar isso.

-Sem querer cortar essa conversa interessante... –Bruce começou com cuidado –Não vai ser um problema pra nenhum de vocês dois morar na Torre, não é? –ele olhou de Clint para Darcy –Ou vai?

Darcy estava dando o máximo de si para ignorar Clint, que parecia estar tendo alguma conversa telepática com Natasha.

-Problema nenhum. –Darcy falou de repente –Eu preciso ir ao banheiro. –ela disse antes de virar e sair em uma direção qualquer.

Jane lançou um olhar a Thor antes de ir atrás da garota. Thor, por sua vez, virou um olhar sério demais na direção de Clint.

-Amigo Barton. –ele começou –Se de alguma forma você ofendeu Lady Darcy...

-OK, calma la, galera! –Toni cortou –Darcy é uma mocinha crescida, Thor, eu tenho certeza de que nada demais aconteceu que os dois não concordassem. Ela só ficou surpresa de ver o Clint por aqui, assim como ele ficou. Como eu disse, quem nunca passou por isso que atire a primeira pedra.

Steve olhou de um lado para o outro, porque todo mundo estava concordando com Toni, então limpou a garganta.

-A Toni tem razão, Thor. –ele falou de forma segura –Clint e Darcy podem se resolver entre eles. Com muito respeito, é claro. –completou ao ver o princípe abrir a boca.

-Bom, esse drama ja me cansou, então vou procurar um mais interessante. –Toni declarou –Cora, leva o Thor pro apartamento dele. Pepper, gruda aqui.

A ruiva, que devia estar tão curiosa quanto Toni, colocou-se imediatamente do lado da bilionária e juntas elas foram na direção que Darcy tinha saído.

-Jane, sério! Eu to bem. Eu só não esperava dar de cara com ele. Eu achei que ele era o tipo de cara que ficava em zona de guerra, não em prédios chiques em Nova York! –Darcy estava falando.

-Em defesa do Legolas... –Toni falou se aproximando –Eu acho que era exatamente o tipo de coisa que ele costumava fazer.

Darcy bufou.

-Eu não acho que tem como isso ficar mais vergonhoso.

-Por favor, não diga isso. –Pepper pediu –Ela vai considerar um desafio. –apontou Toni.

-Eu só tenho uma dúvida. –Toni falou, ignorando o comentário de Pepper –Você é obviamente das minhas, da turma que sabe que sexo casual é casual, então porque você saiu da sala?

Darcy soltou um suspiro e olhou para o chão.

-Agente Barton fazia parte da segurança do laboratório no Novo México. –ela começou –Mas ele era um fantasma, porque a gente só ouvia falar, mas nunca o vimos. –Jane estava concordando com essa afirmação –Então, ao invés de termos o medão que todo mundo tinha dele, nós ficávamos fazendo piadinhas.

-Nós o apelidamos de Agente Gasparzinho. –Jane admitiu.

Pepper engoliu uma risada.

-Num dos últimos dias em que a SHIELD estava la, eu fiquei de saco cheio de não poder por o pé pra fora sem permissão e resolvi sair. –Darcy continuou –Puente Antiguo tem um bar. Eu sabia que eles iam me achar rápido, mas eu precisava de um minuto de paz. Então eu estava la, me preparando para encher a cara e esse... Ser humano entra no bar. –ela jogou as mãos para cima –Parecia uma cena desses filmes rídiculos, só faltou uma música tema e o slow motion. Aliás, gostoso nem começava a descrever o cara.

-É, eu sei. Eu tentei convece-lo a andar sem roupa pela casa, mas não colou. –Toni comentou.

-Eu teria tentado a mesma coisa. –Darcy admitiu –Bom, resumindo uma noite bem longa, ao invés de me levar de volta pro laboratório, ele se apresentou, bebeu comigo e nós acabamos fazendo sexo em três locais semi-públicos antes de acharmos uma cama.

As outras três não sabiam exatamente o que falar.

-Eu sou a única que está sentindo inveja agora? –Pepper quis saber.

-Não. –Jane e Toni falaram ao mesmo tempo.

-Eu achei que nunca mais fosse ver o imbecil, então... –Darcy bufou frustrada –Sei lá, as coisas aconteceram de um jeito diferente.

-Eu sei exatamente do que você está falando. –Toni adivinhou –Você achou que nunca mais ia vê-lo, então você tratou diferente dos caras que você sabia que ainda ia ter que ver. Você foi provavelmente mais honesta, mais aberta.

-Beeeem menos tímida... –Darcy completou com um sorriso satisfeito.

-Eu gosto dela. –Toni decidiu -Pepper, contrate-a para ficar em volta da torre sendo engraçadinha.

-Ei! –Jane protestou agarrando o braço de Darcy -Ela é minha!

-Pessoas, não há necessidade de brigar. –Darcy falou, adorando a atenção -Eu sei que eu sou incrível, mas tem Darcy pra todo mundo.

Toni sacou-a de cima a baixo sem um pingo de vergonha.

-Eu sei que parte eu vou querer... –falou olhando para o peito de Darcy.

-Tava demorando. –Pepper bufou –Eu estava me perguntando quando o assédio ia começar.

-Pepper, olha pra essas duas maravilhas. –Toni falou apontando para os seios de Darcy –Apesar de eu não discriminar, eu sou da opinião que todas as mulheres deviam ser assim. Aliás, eu devia por silicone, você não acha?

Pepper revirou os olhos e resolveu ignorar a outra.

-Você vai ficar bem, morando aqui com ele? –a ruiva quis saber.

-Vou sim. –Darcy afirmou sorrindo –Acho que eu só fiquei meio chocada mesmo. E eu tinha esquecido quão fantástico os braços dele eram.

Suspirous de concordância percorreram o grupo.

-Ah, obrigada, Toni. –Jane falou de repente –Por antes com o Thor. Não é que eu não goste dele...

-Morar junto é demais. –Toni completou –Eu imaginei que fosse o caso. Se alguem tivesse dito algo do tipo eu teria saído correndo.

-Você saiu. –Pepper falou seca –Quando eu falei de morarmos juntas.

-Não foi um dos meus momentos mais graciosos, eu devo admitir.

As outras riram e Toni pensou que, só talvez, essa zona toda pudesse dar certo.

***

Quem ela estava qurendo enganar? Isso nunca ia dar certo!

Alguns dias depois da mudança de Thor & cia para seu lindo prédio foi votado que eles deviam fazer alguma coisa como time, para afirmar os laços de amizade, ou alguma besteira do tipo. Não tinha sido ideia dela, só pra deixar bem claro. Foi um projeto do quarteto mais improvável da face da terra: Steve, Pepper, Thor e Bruce.

Ela não acreditava na traição até agora.

Então la estavam eles todos no andar da Torre que tinha uma piscina e uma churrasqueira.

Claro que ela tinha um andar desses.

As coisas complicaram um pouco na hora de arrumar trajes de banho para os dois desinformados: Thor e Steve. O deus nórdico garantiu que não era nada necessário, que ele nadava sem roupa tranquilamente. Toni votou a favor dessa ideia. Jane, a estraga festa (só porque ela ja sabia o que tinha por baixo daquela armadura toda!), explicou para Thor o conceito de pudor. (Totalmente desnecessário na opinião de Toni, ela também não ligava de nadar sem nada)

E Steve... Bom, a bilionária teria adorado arrumar uma sunguinha branca cavada para ele, mas Pepper não deixou. Qual era o problema dessas  mulheres? Por isso a raça feminina não progredia! Que falta de união!

Elas acabaram arrumando aquelas bermudas para os dois. Um completo desperdício de bom material.

Fora isso, Toni tinha convencido Cora a vir. Era para ser uma coisa positiva, porque se Bruce visse a moça de biquini, ele tinha que ter alguma reação. Cora veio de vestido e disse que não ia nadar.

Qual era o problema dessas pessoas?

Clint e Natasha (Deus abençoe super espiões) estavam super confortáveis: ela de biquini preto e ele numa daquelas sungas mais largas. Ai estava um menagé do qual Toni adoraria participar.

OK, OK. A situação não era um desastre completo, mas vendo todas essas pessoas juntas, em sua casa, Toni se perguntava se não estava ficando louca. Desde quando ela gostava tanto assim de outros seres humanos? De gente, no geral?

E ela seria a primeira a admitir que tinha dificuldade em se relacionar. Não estava brincando quando dissera que eram poucas as pessoas que realmente a aguentavam. E ela sabia que não era exatamente flor que se cheirasse.

Ta bom, era uma vaca de vez em quando. Satisfeitos?

Até certo ponto gostava de ter os Vingadores em sua casa, mas havia uma parte dela que queria paz e isolamento, além da chance de explodir o próprio laboratório ocasionalmente sem começar uma crise.

Talvez devesse passar uns tempos em Malibu. A mansão estava reconstruída, embora Pepper fosse “a dona” de lá agora. Tinha certeza que a ruiva a deixaria, no mínimo, dormir no sofá.

Então seus olhos caíram em Steve.

Sério, injusto.

Quando o doutor Erskine fez o tal super soro ele sabia que o resultado seria essa coisa toda? Toni tinha visto fotos de Steve pré-soro. O rostinho bonito era o mesmo, embora tivesse a aparência mais saudável, agora o corpo... Uau.

-Eu sinto que eu vou me arrepender por perguntar... –Cora comentou, parando ao lado de Toni -Mas lá vai: por que essa cara de extrema concentração?

Toni nem tirou os olhos de Steve para responder.

-Eu estou pensando por onde eu começaria a lamber se um dia eu tivesse a chance...

-SENHORITA STARK! –Cora bronqueou corando.

A voz dela saiu mais alto que o planejado e todos viraram para olhar as duas, fazendo Cora ficar ainda mais vermelha.

-Ninguém chamou vocês. –Toni falou alto.

Bruce lançou um olhar desconfiado a Toni antes de voltar a conversar com Steve, que também não parecia muito assegurado.

A bilionária voltou-se para sua assistente com um sorriso divertido.

-Vai dizer que você não pensa nada do tipo?

-Eu não falo nada do tipo. –Cora retrucou séria.

-Não sei porque. Não tem nada de errado em ter... Vontades. –Toni moveu as sobrancelhas de forma sugestiva.

Cora fez cara de brava por um minuto, então corou levemente.

-Tanquinho. –ela admitiu baixinho -Definitivamente o tanquinho.

-Muito bem, Cora. –Toni comemorou dando um tapinha no ombro dela -Admitir não mata. Embora eu saiba muito bem que quem você ta realmente querendo é o nosso querido doutor Banner.

-Senhorita Stark... –Cora começou franzindo o cenho.

-Se você me disser que não é nada disso eu te dou um tapa. –Toni advertiu.

A outra mulher revirou os olhos.

-Eu ia dizer que não sei mais o que fazer.

-Ah, que bonitinho. –Toni cedeu a tentação (que novidade...) e apertou a bochecha de Cora (embora soubesse que ia pagar por isso de alguma forma no futuro) -O Bruce é complicado. Ele é mais inseguro do que uma adolescente gordinha cheia de espinhas, é o tipo de cara com quem vai ser sempre complicado, cheio de problemas... –falou sincera, porque havia poucas pessoas no mundo que queria ver feliz do jeito que queria Bruce, mas tinha que ser realista -Mas ele é uma pessoa incrível e merece uma vida normal. Ou seja, você vai ter que dar um jeito. Tira a roupa ou senta no colo dele. Se vira.

-E eu estava começando a te achar um ser humano decente... –Cora falou, mas estava sorrindo.

-Não posso deixar você se enganar dessa forma. –Toni piscou para ela –Agora que isso está resolvido... Darcy, venha aqui, querida! –chamou alto

Darcy trocou um olhar confuso com Jane e aproximou-se de Toni como se ela fosse um cão raivoso.

-Você ta bêbada? –a menina perguntou desconfiada.

-Infelizmente não. –Toni suspirou -Você ta de biquíni por baixo disso ai?

Darcy estreitou os olhos desconfiada, antes de olhar para seus shorts jeans e camiseta.

-To. –respondeu.

-Ótimo. Tira a roupa e vai nadar. –Toni ordenou fazendo um gesto de dispensa com a mão.

-Ei! Ta louca? –Darcy perguntou agarrando sua camiseta, como se Toni fosse arranca-la a força (nunca se sabe) -Com a Viúva Negra dando sopa ali, sendo mais que perfeita? Nem que eu estivesse bêbada.

-Ta louca, você? –Toni perguntou como se a garota estivesse se fazendo de lerda para irrita-la -Tira essa camiseta aí e o Time Testosterona nem vai lembrar que a Nat ta aqui.

Darcy ainda não parecia convencida.

-Você está insistindo demais. –ela decidiu -O que você ganha com isso?

-Fora uma visão e tanto? Eu quero fazer duas observações e elas dependem de você tirar a blusa.

Cora estava olhando de uma para a outra, provavelmente tão curiosa quanto Darcy pra saber o que a bilionária estava querendo.

-Não tem ninguém nadando. –Darcy falou por fim.

Toni bufou.

-Se essa é a única desculpa que sobrou... –ao invés de completar a frase, Toni soltou o nó da canga que estava usando (ela tinha aprendido a usar quando foi passar o Carnaval no Rio e acabou se perdendo no Brasil... Por sete meses) e deixou o tecido cair no chão.

-Bom... Isso é mínimo. –Darcy concluiu olhando o biquíni de Toni –E eu estou surpresa que não seja vermelho ou dourado. Ou vermelho e dourado.

Não tinham sido só as cangas brasileiras que ela tinha curtido. (Ou os homens, ou as mulheres, ou caipirinha... Enfim.) Os biquínis de lá eram um must.

-Não comece a tirar roupa nenhuma antes de eu estar preparada. –Toni falou para Darcy antes de correr e pular na piscina sem um pingo de graça (ela sempre odiou as aulas de natação).

Ela emergiu da água e debruçou na beirada da piscina olhando para Darcy.

-Sua vez. –declarou alto, mais uma vez atraindo a atenção de todos.

Darcy ainda não parecia feliz com a coisa toda, mas começou a tirar o short.

Em qualquer outro momento Toni teria ficado apreciando a vista, mas ela realmente tinha que fazer suas duas observações muito importantes.

Primeiro seu olhar foi parar em Clint. Ficada de uma noite o caramba. O jeito que ele estava olhando para Darcy deixava meio óbvio que o quer que tivesse rolado, não estava terminado. Nem de longe.

Bom saber.

Depois seu olhar foi para Steve. Queria saber se o Capitão era tão bom moço quanto se dizia. Tudo bem que seu corpo e o de Darcy não eram nada parecidos, mas se Steve curtisse mulheres (e sempre tinha a possiblidade de não), então tinha uma chance de Toni pega-lo.

A surpresa de Toni foi virar-se para olhar na direção de Steve e dar de cara com o super soldado olhando para ela. Não para Darcy, novinha, bonitinha e peituda, mas para ela.

Claro que assim que fizeram contato visual o Capitão corou e desviou o olhar. Só que Toni já tinha visto.


Agora sim as coisas estavam ficando interessantes.

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N/A: Comentem, por favorzinho!!!!

B-jão

Um Ano Com Você - Setembro

Setembro

Darcy queria morrer agora mesmo! Já!

Onde estava o apocalipse zumbi quando precisava dele? Se bem que, com a sorte que tinha, ao invés de Brad Pitt ou Norman Reedus salvando-a, ia terminar com Devin-zumbi num vestido de noiva perseguindo-a.

Tinha que existir um jeito de fugir! Não conseguia acreditar que estava sem opções! Pelo amor de Deus, trabalhava numa agência que lidava com o impossível. Alguém tinha que ter uma solução.

Ela estava ferrada. Um pouco mais que o normal.

Darcy deixou sua testa cair contra a mesa sem um pingo de dó. Quem sabe a batida a colocava em um coma. Isso seria uma boa desculpa para faltar ao casamento.

A culpa era dela, isso sim. Ficou evitando pensar no casamento, deixando pra depois e depois, como se isso fosse fazer o evento sumir. No fim só adiou o inevitável. Sua mãe ligara ontem, exigindo saber quando ela chegaria.

-Darcy?

A morena levantou a cabeça, os óculos tortos em seu rosto e deu de cara com Phil olhando-a como se fosse uma bomba relógio.

Ótimo.

-Eu esqueci seu café, chefe? –ela perguntou, porque não queria ter essa conversa.

-Não. –Phil respondeu com cuidado –Mas eu gostaria de falar com você na minha sala.

Darcy lançou um olhar desconfiado a ele, mas levantou-se. Phil fez um gesto para ela ir na frente e, quando ela entrou na sala, ouviu-o trancar a porta.

Darcy teve que parar um minuto e pensar: estava dormindo? Porque muitos sonhos dela começavam desse jeito e avançavam em várias direções alternativas (de “Agente Coulson é mau”, até “senta no meu colo enquanto eu dito uma carta”).

O que? Ela era uma jovem saudável e sexualmente ativa (Ta, não tão ativa assim nos últimos tempos).

-Sente-se, Darcy. –Phil pediu, indicando a cadeira em frente a sua mesa.

Darcy sentou, mordiscando o lábio inferior e perguntou-se o que tinha feito dessa vez.

-Eu sou inocente. –ela declarou tão logo Phil tomou seu lugar do outro lado da mesa.

Phil arqueou a sobrancelha.

-Inocente de que? –ele quis saber.

Darcy sentiu seu rosto começar a queimar.

-Hum...Nada. O que você queria, chefe?

Phil estreitou os olhos, mas decidiu ignorar o deslize e focar no problema.

-O que está acontecendo, Darcy? –ele quis saber.

-Minha irmã caçula vai casar esse fim de semana. –Darcy admitiu num muxoxo.

-Esse fim de semana? –Phil perguntou chocado –Por que você não pediu licença, Darcy? Eu teria te liberado...

-Esse é o problema, chefe. Não tem nada que eu queira mais do que NÃO comparecer a esse casamento.

Isso fez Phil parar.

-Eu acho que não entendi. –ele falou por fim.

Darcy bufou, apoiou os braços na mesa e deixou a testa cair sobre eles. Se tinha uma coisa que ela queria discutir menos do que o casamento era o seu motivo para não querer ir. Seus pais sempre a fizeram parecer dramática e egoísta quando ela falava dessas coisas, então aprendeu a não falar.

-Darcy... –Phil tocou o braço dela suavemente –Pode me falar. Eu não vou te julgar.

E o pior era que ela acreditava nele. E queria falar com ele.

-A Devin é minha irmã caçula. –ela começou com cuidado, sem levantar a cabeça –Fora ela tem o Dylan, o meu irmão mais velho.

Phil sorriu diante dos nomes.

-Meus pais tem uma coisa por nomes que são unissex e com D. –ela comentou revirando os olhos –Eles são pais normais, eu acho, sempre se dedicaram para dar tudo o que a gente precisava. Meu pai trabalhava muito, mas sempre deu um jeito de arrumar tempo pra gente e minha mãe é dona de casa.

Darcy parou e tentou organizar seus pensamentos. Então levantou um pouco a cabeça, apoiando o queixo nos braços.

-Meu pai é um advogado bem sucedido, sócio num escritório bom da Filadélfia. Eles não são cheios da nota, mas vivem muito bem. Minha mãe foi criada para ser o que é, e aparentemente adora. Quando eu vejo os dois juntos eu penso naqueles seriados de antigamente, minha mãe segurando uma torta de maçã e parece que só falta a bandeira americana tremeluzindo no fundo, sabe?

Phil riu, porque conseguia imaginar a cena (embora não soubesse a cara dos pais de Darcy) e era meio o que ele pensava de Steve.

-Eles são pé no chão, sérios, calmos... Meus irmãos são assim. Dylan virou um cirurgião cardíaco e já está virando estrela no hospital dele, casou com uma Barbie, que ironicamente chama Susie, e os dois são a versão jovem dos meus pais. E agora tem a Devin, casando com um promotor fodidão. –ela bufou –Ela estava fazendo Direito, mas agora que agarrou um marido deve largar e virar minha mãe. Eu sou a única que não se encaixa.

Phil arqueou a sobrancelha, mas não disse nada.

-Eu sempre fui a que falava alto, a que não ligava de se sujar de lama. Era eu quem queria ser bailarina, astronauta, presidente, chef de cozinha... –ela suspirou e afundou a cabeça nos braços mais uma vez, fazendo suas palavras saírem abafadas –Eu não sou como eles.

-Darcy, isso não é uma coisa ruim. –Phil falou com simplicidade.

-Quando eu era criança não era. –ela concordou, agora sentando-se reta –Acho que eles esperavam que eu “crescesse” ou coisa assim. Mas quando ficou claro que não era uma fase, que eu era mesmo diferente... –ela suspirou de novo –Eu queria estudar arte, viajar o mundo com uma mochila nas costas, ver todos os países e experimentar comidas e bebidas. Quando eu pedi pra mochilar pela Europa minha mãe ficou horrorizada. Foi tudo ladeira abaixo daí.

-Eu tentei estudar Ciências Políticas, porque era a única coisa que eu achei que conseguia tolerar. –ela continuou –E eu gostei do curso, de verdade, mas eu não sou como eles. Eu não quero um trabalho chato e repetitivo, que eu vou largar eventualmente pra ser dona de casa. Eu gosto daqui porque nenhum dia é igual ao outro, porque vocês não ligam pros meios, mas sim pros resultados.

-E eu achando que era pela permissão para carregar seu taser. –Phil provocou suavemente.

Darcy sorriu bem de leve, nem de longe um sorriso normal para ela.

-Eu nunca me dei bem com a Devin. Ela se sente a filha preferida, com suas amigas perfeitas e seu namorado perfeito. Eu nunca liguei muito porque ela é fútil e vazia, eu não quero ser como ela. –Darcy suspirou –Mas não vou negar que me deixa bem chateada ver que ela está certa, que meus pais preferem ela, no mínimo porque conseguem se entender com ela e não comigo. Ela nem me chamou para ser madrinha dela, porque eu sou morena e vou destoar de todas elas que são loiras. –ela repetiu com uma careta -E minha mãe acha isso um motivo justo.

-Meu pai as vezes tenta entender, mas ele sempre acaba frustrado comigo e vice-versa. –ela deu de ombros –É por isso que eu não quero ir no casamento. Vai ser mais uma celebração de como Devin é perfeita, meus pais vão me cobrar, querendo saber quando eu vou ter um “emprego de verdade”, minha família vai querer saber da minha vida romântica e... Sério, eu não quero ir.

Bom, Phil não sabia o que dizer, isso era óbvio. Darcy não queria a pena dele, também não queria ouvir que esse problema com sua família era coisa da cabeça dela. Já escutara isso milhares de vezes e nunca serviu de consolo. Não tinha ideia do que Phil poderia fazer, ou o que ela queria que ele fizesse, mas, por algum motivo, sentia-se feliz por ter contado para ele.

-Não tem como escapar mesmo? –ele perguntou de forma prática.

-Não vai valer a pena todo o drama que vai vir depois. Minha mãe já está enchendo meu saco porque eu não fui no almoço de 4 de julho deles. –Darcy suspirou –Eu não devia ter ficado empurrando isso pra depois. Eu já inventei uma desculpa para não passar o fim de semana. Eu vou chegar para o casamento, talvez ficar para a festa e vir embora na mesma noite.

-Por que você não leva alguém com você? –Phil sugeriu.

-Eu pensei nisso. –ela admitiu –Mas eu conheço poucas pessoas aqui e não tem chance de eu levar o Stark. Clint e Natasha estão fora numa missão, Steve também. Bruce não iria nem que eu pagasse com uma strip-tease. Eu sei, porque eu ofereci. Eu adoro o Thor, mas ele vai mais ajudar do que atrapalhar. Pepper vai finalmente tirar o fim de semana de folga, eu não posso atrapalhar isso. O James nem merece ser citado como opção. E Jane tem planos com Thor, então... Não sobra ninguém.

Phil arqueou a sobrancelha.

-Eu sou invisível? –ele perguntou.

Darcy olhou chocada para o seu chefe.

-Phil, eu não posso te pedir... Você é meu chefe e... Isso não é contra alguma regra da SHIELD? –ela concluiu por fim.

-Não é contra regra alguma. –então ele parou e pensou –Você não vai me fazer passar por seu namorado, como naquelas comédias românticas, né?

Isso finalmente fez Darcy sorrir.

-Não, chefe. Você só tem que ficar do meu lado a noite toda. –ela advertiu –Nada de aproveitar o clima de festa pra pegar as outras madrinhas.

-Eu tenho cara de quem faz essas coisas? –ele perguntou arqueando a sobrancelha.

-Eu nunca te vi em ação, chefe. –ela provocou –Até onde eu sei você pode ser o James Bond da SHIELD.

Phil revirou os olhos.

-Eu não vou fingir que sou seu namorado. –ele reforçou sério.

-Relaxa, chefe. –Darcy falou –Nem precisa. Minha família vai tirar as próprias conclusões e nada do que a gente diga ou faça vai convence-los do contrário.

Phil pareceu pronto para dizer mais alguma coisa, então mudou de ideia. Darcy agradecia. Não tinha nada que gostasse menos do que pessoas que tentavam dar opinião na vida familiar dela sem conhece-los antes. Se depois que Phil conhecesse os Lewis, achasse que que Darcy era dramática (nunca tinha acontecido), daí ele podia dar palpite. Antes não.

-OK. –ele falou por fim –Quando vamos? Aliás... Pra onde nós vamos?

XxX

Out Door Country Club, York, Pensilvânia

Darcy não acreditava no que estava fazendo. Ou que Phil tivesse topado.

Mas lá estavam os dois a caminho do casamento em Lola, o Corvette 1962 vermelho paixão que Coulson tinha. Ah, Lola era conversível. Como se Darcy precisasse de ainda mais um motivo para achar Phil o máximo.

Ela tinha quase derretido ao sentar no banco de couro da carro. Queria fechar os olhos e fingir que os dois estavam indo pra qualquer lugar que não fosse o casamento. Mas cedo demais eles chegaram ao Country Club.

Claro que tudo no casamento de Devin seria grandioso. A Lewis mais nova provavelmente desmaiaria se alguem sugerisse algo simples na vida dela. Ja na entrada do salão onde a cerimônia se realizaria havia vasos e mais vasos de flores, velas, cristais e, obviamente, um foto gigante do casal.

Eca.

Darcy tinha tentado enrolar Phil, para que os dois chegassem pouco antes da cerimônia começar (com sorte até depois do começo), mas o pentelho fizera questão de chegar vinte minutos e foi assim que eles deram de cara com a mãe de Darcy.

-Darcy! –Patty Lewis parecia realmente surpresa por ver a filha –Oh graças a deus você está aqui! O que todos iam dizer se você não viesse ao casamento da sua irmã?

Darcy achou melhor nem responder e abraçou sua mãe. Era incrível como toda vez que via sua mãe pensava naquele filme “Mulheres Perfeitas” e, levando em conta a história do dito filme, era até assustador.

-Você ganhou peso, Darcy? –sua mãe perguntou tão logo terminaram o abraço.

-Não. –Darcy respondeu –Mesmo peso desde a última vez que nos vimos.

-Hum... Você está parecendo mais gordinha... Devem ser os seus seios, como sempre. Cirurgia de redução seria a melhor escolha, querida.

-Certo. –Darcy revirou os olhos –Mãe, deixa eu te apresentar, esse é Philip Coulson, ele trabalha comigo. Phil, essa é minha mãe, Patty Lewis.

Os olhos de Patty voltaram-se para Phil como uma mira laser. Ela o mediu de cima a baixo em uns dois segundos. Um sorriso ofuscante tomou conta do rosto dela.

-Senhor Coulson! Que prazer tê-lo conosco. –ela disse –E vindo de tão longe para o casamento...

-É um prazer estar aqui. –Phil falou com um sorriso charmoso que Darcy desconhecia e já não estava curtindo –E, por favor, me chame de Phil.

-Só se você me chamar de Patty, querido. –a mãe de Darcy falou, rindo como uma adolescente desmiolada.

Era isso. Tinha acontecido! Darcy caíra num universo alternativo.

-Vocês trabalham juntos então... –Patty estava comentando, provavelmente avaliando a (super) qualidade do terno de Phil –Darcy nunca explicou muito bem o que ela faz...

-Nós trabalhamos para o governo. –Phil explicou rapidamente –Com segurança para ser mais preciso. Mas é um monte de burocracia e chatice, eu não iria querer entedia-la, Patty.

Darcy ia matar Phil! De verdade, se sua mãe desse mais uma risadinha, ele estava morto.

-Brendon, venha aqui! –Patty estava sinalizando para o famoso senhor Lewis –Venha conhecer o novo namorado da Darcy!

Phil olhou em pânico para Darcy e olhar dela só dizia “Eu avisei”.

-Mãe, o Phil não é meu namorado. Nós só trabalhamos juntos. –Darcy falou, embora soubesse que era inútil.

-Brendon, venha. Ela finalmente trouxe alguém decente. –Patty continuou acenando, ignorando os dois.

Darcy até pediria desculpas para Phil pelo constrangimento, mas no momento ele bem que merecia.

Seu pai sempre parecia um homem tão grande... Tudo bem que Darcy não era nenhuma top model na altura, mas seu pai sempre parecia um colosso. E um político. Darcy conseguia imagina-lo perfeitamente em cima de um palanque beijando bebês.

-Olha minha Darcy! –Brendon comentou exuberante, abraçando-a –Você está muito linda, querida. Ter um trabalho sério fez maravilhas por você.

Darcy adorava o pai, mesmo porque não tinha nada em comum com a mãe, mas ele também não sabia a hora de parar.

Brendon também mediu Phil de cima a baixo, mas seu olhar era diferente do de Patty. Enquanto ela estivera buscando sinais de dinheiro, checando por alianças, o pai procurava por motivos para desaprovar Phil. Era o passatempo preferido dele: reprovar os namorados de Darcy.

-Brendon Lewis. –ele falou oferecendo a mão para Phil.

O olhar dele ainda era cheio de desconfiança, mas Coulson apertou sua mão como se nada estivesse acontecendo.

-Philip Coulson. –o agente se apresentou.

-Você não é velho demais para minha filha? –Brendo perguntou direto.

-Pai! –isso era demais, Darcy estava passada –Número um, ele não é “velho demais” e dois, nós não estamos juntos.

-Darcy, eu estou apenas tomando conta de você. –Brendon declarou sem um pingo de culpa –Você é muito ingênua e não sabe escolher namorados.

O que era um absurdo! Ta que ela ja namorara dois ou três roqueiros tatuados e mais do que alguns perdedores, mas quem tivera um namorado com mão pesada e um viciado em jogo fora Devin, não ela. Mas eles tinham dinheiro, então pode né?

-Eu acho melhor a gente sentar. –ela declarou –Nos falamos depois.

Sem pensar muito Darcy agarrou Phil pela mão e o puxou para dentro do salão onde as cadeiras estavam arrumadas para a cerimônia.

-Eu não queria dizer “eu avisei”, mas... Eu avisei. –ela declarou se um pingo de bom humor.

-Está tudo bem, Darcy. –Phil falou calmo –Eu já passei por situações piores.

Darcy tinha suas dúvidas.

Os dois sentaram-se na segunda fileira do lado da noiva. Darcy respirou fundo e pediu força aos céus. A cerimônia nem tinha começado ainda.

Phil estava olhando em volta, provavelmente acessando o nível de ameaça (-2), procurando todas as saídas e pensando em rotas de fuga. Darcy aprendera que, para pessoas como ele, isso era normal. Eles viviam olhando para trás, esperando o próximo ataque.

Ninguém devia ter que viver assim.

OK, quem ela queria enganar? Não queria que Phil vivesse assim, mas não era só porque estava ridiculamente apaixonada por ele. Phil era um homem fantástico: justo, inteligente, honesto e corajoso. Ele era uma boa pessoa e um bom chefe. Phil merecia um pouco de paz.

-Ei. –ele chamou –Você está bem? Você parece séria.

-Eu estou bem. –Darcy garantiu rapidamente –Eu não sou chegada em casamentos. –o que era verdade, embora não fosse o caso.

-Por que não? –Phil perguntou confuso.

-Eu sempre associei casamento com perda de individualidade. –ela admtiu –E com a taxa de divórcio hoje em dia, é até obsceno gastar essa quantia de dinheiro em um dia só.

Phil ficou olhando como se Darcy fosse um grande mistério. Ela não sabia se isso era uma coisa boa ou não.

-Você não para de me surpreender, Darcy. –ele comentou –Eu sempre pensei que você fosse romântica.

-São os óculos. –ela informou –Eles me fazem parecer uma daquelas bibliotecárias tímidas, que lêem romances picantes e esperaram o princípe encantado.

Phil explodiu em risadas.

-É. Talvez seja isso. –falou ainda rindo.

-Se serve de consolo, eu adoro aqueles romances picantes. –ela ofereceu.

-Eu aposto que sim. -ele provocou.

Foi a vez de Darcy rir.

-Seus pais são... Únicos. –Phil falou de forma neutra.

-Esse é um jeito de ver as coisas. –ela revirou os olhos –Desculpa por tudo. Você não precisava ouvir tudo aquilo.

-Eu estou bem mais preocupado com você do que comigo. –ele falou sincero –Se você quiser eu invento uma emergência e nós vamos embora.

-Não me tente. –ela suspirou.

Phil deu um sorriso reconfortante.

Daí que ela percebeu que, esse tempo todo, desde que fugiram dos pais dela, os dois estiveram de mãos dadas, dedos entrelaçados. E agora o polegar dele estava fazendo círculos na mão dela de forma acolhedora.

OH-MEU-DEUS!

O que ela devia fazer? Será que ele percebera o que estava fazendo?

Meu Deus! Ela devia soltar a mão dele agora. Seria estranho ficar segurando né? Mas não seria mais estranho soltar de repente? E se ele ficasse sem graça? Mesmo porque... A mão dele era confortável em volta da dela, com seus calos e seu calor.

Ela era uma idiota.

Felizmente nessa hora (e Darcy nem tinha visto o tempo passar) a marcha nupcial começou a tocar , dando a ela a desculpa perfeita para soltar da mão de Phil.

Devin estava linda. Não que Darcy esperasse o oposto. Ela parecia extremamente satisfeita consigo mesma, como se isso fosse uma grande realização. Na cabecinha dela devia ser mesmo.

As duas não podiam ser mais diferentes: Devin (como a mãe delas) optara por ser loira tão logo foi permitida usar tinta, tinha olhos castanhos como o pai delas e um corpo bem menos “volumoso” do que o de Darcy.

Naqueles anos infernais da adolescência, Darcy invejara o corpo da irmã mais do que qualquer outra coisa. Hoje em dia ela agradecia todos os dias por nunca ter aceitado fazer redução, como sua mãe sempre insistira.

A cerimônia em si passou bem rápido. Então veio a primeira parte do jantar, as puxações de saco entre padrinhos, noivos e sogros, fotos e finalmente a pista de dança (e o álcool!) foi liberadada.

O pai de Darcy, junto com seu irmão Dylan e o novo marido de Devin, tinham cercado Phil e agora ele estava numa rodinha de homens, falando sabe-se la do que.

Enquanto isso ela tinha ido parar numa roda com Devin, Susie, sua mãe e duas das madrinhas loiras e desmioladas das quais ela não lembrava o nome.

Darcy ja tinha se feito de besta quando perguntaram de seu trabalho e do seu relacionamento com Phil, fingido interesse na lua de mel de sua irmã, escutado uma conversa muito maldosa sobre pessoas que ela nem imaginava quem eram. Até que...

-Darcy, você precisa arrumar um bom vestido. –sua mãe estava falando.

-Oi? Pra que? –ela perguntou confusa.

Susie e Devin reviraram os olhos.

-O jantar do seu irmão dia 15 de novembro. –sua mãe explicou pacientemente –É para a promoção dele no hospital e toda a família tem que estar lá. Você pode até levar Phil. Ele te faz parecer mais madura.

Darcy ignorou tudo isso e se focou na boa notícia: dessa vez nem precisava inventar uma desculpa para não ir. Ela tinha um motivo!

-Eu não posso ir. –falou sem esconder sua satisfação com a situação -Eu vou ser madrinha em um casamento.

-Darcy, francamente. –sua mãe bufou, enquanto Devin e Susie trocavam risinhos -Você e suas desculpas para não participar dos eventos em família.

-Não é uma... –ela parou, porque tinha alguém ali que teria mais credibilidade do que ela –Phil! –acenou para ele até ele olhar em sua direção -Phil, vem aqui. –ignorou sua mãe mandando parar -O que vai acontecer dia 15 de novembro? –perguntou tão logo ele parou ao seu lado.

Phil pensou um segundo.

-15 de novembro é o dia do casamento. –ele lembrou -Você vai estar lá, né? Aquilo seria insuportável sem sua presença. –então ele pensou um pouco mais -Espera aí! Você é uma das madrinhas! Você tem que estar lá. A Pepper ficaria muito chateada se você não estivesse.

-Eu vou estar. –ela assegurou antes de virar-se para sua mãe -Viu? Casamento.

-Pepper? –Susie perguntou curiosa.

-Sim. –Phil respondeu por ela -Pepper Potts. Ela e Tony Stark vão estar casando dia 15. Darcy é uma das madrinhas e o vestido dela é muito bonito. Combina com a cor dos olhos dela. –sorriu carinhosamente para Darcy.

A vontade dela foi perguntar se ele estava bebâdo ou atuando, porque tinha alguma coisa errada nessa cena.

Pelo menos as caras de sua mãe e irmã estavam valendo cada segundo!

-Como a...

-Darcy, vamos dançar. –Phil declarou puxando-a para a pista de dança, antes que Susie tivesse a chance de abrir a boca.

Quando os dois ficaram frente a frenta na pista (de saltos Darcy tinha exatamente a mesma altura dele) ela caiu na risada.

-Essa foi brilhante! –ela falou em meio as risadas.

-Que bom que você achou. –Phil falou com um pequeno sorriso –Mão esquerda no meu ombro. –ele indicou.

Darcy fez o que ele disse automaticamente, só para então perceber que ele tinha a mão direita dela na sua.

-A gente não pode ir embora? –ela perguntou, tentando esconder seu nervosismo.

-Sim, mas depois dessa música. –ele falou pousando a outra mão na cintura dela –Eu adoro essa.

Darcy decidiu prestar atenção em qual era a tal música. E um sorriso enfeitou seu rosto.

-“The way you look tonight”? Eu devia imaginar que você preferia os clássicos. –ela comentou deixando Phil conduzi-la.

-Eu sou meio a moda antiga. –ele falou.

-Ninguém disse que isso não é bom. –ela respondeu –Principalmente quando você sabe dançar desse jeito. Eu geralmente sou desajeitada.

-Você só tem que me deixar tomar conta de você. Daí tudo vai dar certo. –ele sorriu para ela mais uma vez e Darcy sentiu aquele solavanco no seu estômago que era tão familiar e mesmo assim tão novo.

Ela deixou Phil conduzi-la calmamente pela pista, tentando esquecer por alguns minutos onde estava e com quem realmente dançava. Segunda-feira ia chegar logo logo e ele voltaria a ser seu chefe. E ela ia ter que fazer alguma coisa.

A música estava quase acabando quando o telefone de Phil tocou. Os dois pararam e ele atendeu.

-Coulson. –essa era a cara de Agente dele. Nada de brincadeiras, agora era sério –Estaremos aí em dez minutos. –ele desligou o aparelho –Nós temos uma emergência e precisamos ir. Agente May está pilotando o avião e virá nos buscar em 11 minutos.

-Por isso temos que estar lá em 10, saquei. –E ela sabia que se eles atrasassem May era capaz de ir embora sem eles –Eu vou me despedir dos meus pais.

-Eu vou com você.

Felizmente Patty e Brendon estavam na beira da pista, tendo uma intensa conversa em cochichos, que eles brecaram tão logo viram os dois.

-Mãe, nós temos que ir. –Darcy falou apressada –É uma emergência de trabalho e não podemos perder o avião. Dá um beijo na Devin por mim e fala pro Dylan que eu vou ficar devendo o jantar.

-Foi um prazer, senhor e senhora Lewis. –Phil falou rapidamente apertando a mão dos dois (que pareciam congelados) –Pode deixar que eu tomo conta dela.

Patty e Brendon apenas fizeram que sim com a cabeça, enquanto Phil e Darcy se apressavam para fora.

-Isso foi armado, né? –ela perguntou desconfiada.

-Não. Eu admito que tinha um acordo com a Hill para ligar e nos tirar daqui, mas pelo jeito foi desnecessário. Doom resolveu atacar Nova York.

Ela realmente tinha o melhor chefe do mundo.

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N/A: Comentários, se possível ;)

A loira malvada é a Devin Lewis.

B-jão