quinta-feira, 18 de julho de 2013

Damas Grifinórias 2 - Capítulo 5 (parte 2)

***

Rose estava perto de ter um colapso nervoso. Sempre fora um pouco estressada demais, mas esse ano as coisas estavam atingindo um nível ridículo. A culpa era toda dele!

Professor Black. O babaca.

Desde aquele dia o homem não a deixara em paz. Não de forma muito óbvia, porque não era burro, mas de um jeito sutil que as vezes a fazia pensar se estava imaginando coisas ou não.

Eram olhares, as pequenas frases com várias interpretações, os toques aparentemente inocentes. Ontem mesmo, durante a aula dele estavam praticando um feitiço (e era vergonhoso ela ter que admitir que nem lembrava qual era), quando ele parou atrás dela. Estivera nervosa e ansiosa a aula inteira, então não era surpreendente que não conseguisse fazer nada.

-Seu movimento de mão está errado, senhorita Weasley. –ele declarou de forma simples.

Então, no meio de todos os alunos, ele pegou o pulso dela para mostrar o movimento. O que deveria ser algo muito inocente, virou uma coisa totalmente diferente quando ele tocou a ponta dos dedos na cintura dela.

-Seu movimento tem que ser mais circular. –ele explicou, enquanto sua mão esquerda ajudava a garota a fazer o movimento e a direita fazia círculos na sua cintura.

Rose sentiu como se seu coração fosse pular para fora da boca. A mão na cintura estava do lado da parede, então ninguém ia ver a não ser que ela fizesse uma cena. E vamos ser bem honestos, ela não queria fazer uma cena. Mas claro que com a proximidade toda ela não ia conseguir fazer feitiço nenhum.

-Você está bem, senhorita Weasley? –Sirius perguntou, com a voz carregada de preocupação, embora a mão em sua cintura ainda estivesse se movendo de forma nada profissional.

-Eu estou ótima, professor Black. –ela falou por entre os dentes.

-Bom saber. –ele falou, apertando levemente a cintura dela antes de se afastar.

Rose estava tentando respirar fundo e se controlar quando seu olhar cruzou com o das três megeras com quem dividia o dormitório. E elas pareciam querer mata-la. Aliás, elas e todo o resto feminino da sala. Pronto. Agora ainda rolava um ciúme, só porque estivera falando com o professor.

Naquela noite quando voltou para o dormitório encontrou suas coisas todas espalhadas pelo chão. Era infantil, mas era um troco das malditas. O que a surpreendeu foi a caixa sobre sua cama. Uma que não tinha recado algum.

Rose sentiu-se confusa, perguntando-se se não seria mais uma brincadeira cretina das três megeras, então sacou sua varinha e empurrou a tampa com ela, mantendo-se afastada. Quando nada saltou pra fora da caixa arriscou olhar o seu conteúdo. Seu queixo foi parar no chão quando viu o que tinha dentro.

Uma camiseta do Manchester United. Oficial. Do Peddersen. Não precisava de recado, porque sabia exatamente de quem era aquela camiseta.

Depois de passar a noite em claro Rose chegou a uma conclusão muito simples: essa situação estava muito acima de sua capacidade de reação e se não arrumasse ajuda logo teria um surto. Então tomou a decisão mais difícil de sua juventude: foi pedir ajuda a Lily.

Não que não gostasse da prima. Sentia falta de quando Lily agia como um ser humano decente, mas ainda tinha carinho pela ruiva. O problema eram as amigas dela. Aliás, o duro seria pedir conselhos amorosos para sua prima, que era mais nova.

Mas tempos difíceis pedem por decisões duras. Ou algo do tipo.

Encontrou Lily conversando com Maxine na biblioteca e se aproximou com cuidado. A outra morena podia ser pior quando Anellise estava por perto, mas sozinha também era osso duro de roer.

-Lily, posso falar com você? –pediu ao se aproximar.

As duas Damas levantaram os olhos para ela, então pareceram ter uma conversa telepática, que terminou com Maxine levantando-se, um sorriso maldoso no rosto. Incrivelmente a morena saiu sem falar um “a”.

-O que foi, Rose? –Lily perguntou, arqueando a sobrancelha daquela forma expressiva que só ela conseguia fazer.

-Eu preciso da sua ajuda. –Rose declarou num suspiro.

Lily analisou-a mais um pouco antes de cruzar os braços e suspirar.

-Ok. Não me diga que você deixou o corpo largado em algum lugar, por favor. Se alguém achar o cadáver vamos ter problemas.

Rose ficou olhando para a outra em choque por alguns segundos, antes de finalmente reagir.

-Corpo? Lily, não é isso!

-Se você não quer esconder um corpo o que você quer? –ela perguntou entediada -Camisinha?

-Meu Merlin, Lily! –Rose estourou corando -Eu to falando sério! Será que dá pra gente conversar?

-Quem disse que eu estava brincando? –de novo a tal sobrancelha -Ok, ok. –a ruiva falou ao ver a cara da prima -Eu vou brincar junto... No que eu posso te ajudar, prima querida?

Rose respirou fundo, tentando pensar em como seria o melhor jeito de começar essa história.

-Eu tenho um problema com um homem. –ela falou com cuidado e Lily fez um gesto para ela continuar -Bom, lembra a história das férias? A de eu ter passado a noite fora e... Bom, enfim.

-Não tem como esquecer. –Lily falou com um sorriso divertido.

-Bom, pois é... Acontece que... –respirou fundou, não era uma covarde -O cara que me ajudou naquela noite... –tinha que contar -É o professor Black.

Lily ficou olhando para ela em choque.

-Sirius Black? O primo da Anellise?

-Ele mesmo. –Rose confirmou.

-Você tem certeza?

Rose lançou um olhar a prima que deixava claro que a pergunta era ridícula.

-E vocês não transaram? –Lily insistiu.

-Não. Ele não quis. –admitiu doída.

-Ok, espera. Eu acho que você vai ter que contar essa história do começo. –Lily pediu.

Rose respirou fundo. Era o que temia.

-Vamos para a Sala Precisa? –pediu.

-É, boa ideia. –Lily declarou pegando suas coisas.

Graças aos pais e tios os jovens sabiam todos os segredos de Hogwarts: passagens, salas escondidas e caminhos para Hogsmeade. O único ponto dolorido era o Mapa do Maroto, que todos queriam, mas nenhum podia ter para evitar brigas. Eles brigavam pelo mapa mesmo assim. Sorte a das meninas Roxanne era um gênio. E sorte a dos meninos Fred também era.

As duas primas andaram em silêncio até o sétimo andar e passaram pela parede lisa três vezes, antes de uma porta surgir. Ao entrarem na sala depararam-se com uma sala comunal.

-Ok, senta e explica. –Lily falou, indicando uma poltrona para a prima.

Rose respirou fundo e começou a contar sua noite. No começo quis resumir, mas Lily queria os detalhes. Onde encontrara Sirius? Para onde ele a levara? Estivera realmente babada? Os dois tinham se beijado e ele tinha pulado fora?

Rose explicou tudo, sentindo-se cada vez mais envergonhada. Duvidava que esse tipo de coisa acontecesse com Lily, ser rejeitada do jeito que fora.

-Que imbecil! –Lily declarou quando a história terminou –Eu não acredito que ele fez isso com você!

Rose se chocou ao ver a prima defendendo-a de forma tão firme.

-Ah mas deixa esse cretino. –Lily continuou esbravejando –Nós vamos dar um jeito nele, Rose. O que aconteceu aqui em Hogwarts?

Rose explicou para Lily como tinha dado de cara com ele na sala de aula, contou o que vinha acontecendo nos últimos tempos, a camiseta no quarto. Ao final do relato Lily parecia pensativa.

-Eu vou te falar, Rose... Você conseguiu superar todas nós com essa daí. –a ruiva falou –Arrumando rolo com um professor.

-Nem me fale. –Rose falou suspirando –Eu nunca imaginei que sair da linha uma vez fosse me trazer tantos problemas.

Lily revirou os olhos.

-Menos drama aí, colega. Nós vamos pensar em alguma coisa, porque ele obviamente é um babaca que está se divertindo a suas custas e isso eu não vou deixar.

-Mas e a Anellise? Ela não via ficar irritada se mexermos com o primo dela?

-A Anellise vai entender. Antes de mais nada somos todas mulheres e ela estaria fazendo a mesma coisa no seu lugar. –Lily deu de ombros.

-Interessante, mas... –Rose engoliu em seco –Que coisa vamos fazer mesmo?

-Daí depende de você.

-Depende de mim o que?

-Do que você quer. –Lily falou como se fosse óbvio –Você quer fazer ele pagar pelos seus pecados e comer na sua mão, ou você quer que ele sofra na vontade?

Rose corou, o que fez Lily abrir um sorriso maldoso.

-Eu acho que já sei o que você quer... –provocou.

-Talvez não seja uma boa ideia. –Rose falou por fim –As três megeras já estão fazendo da minha vida um inferno agora, imagina se elas desconfiam de alguma coisa.

-Opa, para tudo. –Lily pediu –Do que você está falando?

-Minhas colegas de quarto. A Phillips, a Grouse e a Tetcher. Elas meio que fizeram do professor Black propriedade delas na mente delas e desde que ele começou a me dar atenção elas tem sido meio vacas.

-Essas três vagabundas sempre foram assim? –Lily perguntou friamente.

-Desde o quarto anos elas me tratam assim. -Rose deu de ombros –Espalhando minhas coisas pelo chão, sumindo com meus livros, me fazendo perder hora.

-E você nunca fez nada? –Lily perguntou inconformada.

-Fazer o que?

-Você é uma lerda, Rose. –a ruiva suspirou -Eu cuido delas. Você pode ser uma pentelha metida a perfeita, mas ainda é minha prima. E todos já deviam saber que ninguém mexe com nossa família nessa escola.

Rose olhou surpresa para Lily.

-Nossa... Isso foi quase legal da sua parte. –ela falou admirada.

Lily bufou.

-Não espalha, eu tenho uma reputação a zelar. Agora vamos planejar, porque essa sempre é a parte mais divertida...

***

N/A: Ai está o post de hoje!
Lily tentando ser uma prima decente. Coitada da Rose... hahahha

A história da camiseta e tudo o que rolou entre a Rose e o Sirius vai ser contado em uma one shot chamada "Só por essa noite" que eu vou postar assim que esse capítulo terminar!

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B-jão

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