***
No dia seguinte viria a
primeira visita a Hogsmeade do ano. O Professor Longbottom autorizara festas nas
salas comunais, contanto que os monitores se responsabilizassem e garantissem
que não haveria álcool no meio. Claro que todos prometeram e claro que era tudo
mentira.
Dominique se perguntava se o
professor era inocente desse jeito ou preferia se fazer de tonto. Se bem que a
maioria dos alunos não tinha como trazer bebidas para dentro da escola, apenas
os Potter Weasley sabiam o caminho secreto até Hogsmeade e conseguiam trazer e
vender whisky de fogo dentro da escola. Eles eram uma família focada nos negócios.
Lily tinha tido uma conversa
com elas ontem sobre a situação de Rose. Anabelle fora a primeira a cair na
risada e falar que elas tinham quem fazer alguma coisa para ajudar Rose.
De acordo com ela seria a primeira vez que ia ter a chance de se meter na vida
romântica de Sirius e não podia perder.
Aproveitando a deixa a loira
também disse que Remus estava com o Livro das Damas, mas que só ia entregar
para Lily depois de uma certa... Negociação. Isso fez todas, menos Lily, caírem
na risada.
Quando perguntaram a ela o
que pretendia fazer, a ruiva apenas deu de ombros e disse que ia ensinar a um
certo lobo que com Damas não se brinca. Anabelle caiu na risada de novo.
Depois disso trataram de um
outro assunto, que levava Dominique aonde estava agora. Lily disse que três
colegas de quarto de Rose estavam fazendo a vida dela desnecessariamente
complicada. Todo mundo naquela escola estava cansado de saber: com os Potter
Weasley não se mexia. Os primos das Damas eram intocáveis, não importava se
eram de casas diferentes, mais velhos ou mais novos. Que as três idiotas
estivessem acreditando que podiam fazer o que quisessem com Rose era
inaceitável. Rose podia ser uma chata quando queria, mas era prima delas.
Então Dominique vestiu-se
absurdamente bem, como sempre fazia, e desceu as escadas em direção ao
refeitório. La encontrou as três vítimas da vez.
-Olá, meninas. –falou
sorrindo, sentando-se ao lado de Grouse –Como vocês estão hoje?
As três abriram sorrisos
imediatamente. Elas eram bonitas e tinham um certo estilo, se as Damas não
existissem talvez fossem bem populares na escola. Mas as Damas existiam e eram
elas quem mandavam.
-Estamos bem, Dominique e
você? –Phillips, que sempre fora a liderzinha delas, falou com um sorriso
enorme.
Falar com as Damas era
sempre bom para a imagem das pessoas, então era óbvio que elas a tratariam bem.
Poucas pessoas tinham a coragem ou a estupidez necessária para desafia-las.
-Eu vou ótima. Não posso
falar o mesmo da minha querida prima Rose. –soltou um risinho de escárnio –Ela
parece estar com uma onda terrível de azar.
As três meninas trocaram
sorrisos maldosos entre si.
-Não tanto azar, quanto
castigo. Ninguém manda ser uma chata intrometida. –Phillips falou –Ela precisa
saber o lugar dela.
O sorriso de Dominique tornou-se
cruel.
-Eu sei que você é burra,
Phillips, então eu vou falar bem devagar. –começou –Rose é minha prima e vocês vão deixa-la
em paz. Imediatamente. Aliás, vocês vão virar as melhores amigas dela, porque
se eu souber que vocês esqueceram de dar bom dia para ela, vocês vão implorar
para sair de Hogwarts. –avisou extremamente séria.
-Mas, ela é uma...
-Ela é uma Weasley, Grouse.
–Dominique cortou a outra –E vocês foram burras demais e se esqueceram disso.
Eu não vou avisar de novo. –ela se levantou do banco –E eu espero que vocês se
lembrem disso.
***
-Qual o plano de ação de
hoje? –Lily perguntou tão logo chegaram ao vilarejo.
-Eu só queria saber... –Rose
começou –Por que eu estou aqui com vocês.
Dominique revirou os olhos.
-Você não queria dar um
jeito no professor safado? A gente precisa dar um jeito nesse visu de virgem
seu. –ela informou a prima.
-E você pediu nossa ajuda,
então fica quieta e aceita. –Roxanne rebateu.
-Enquanto vocês quatro vão
reafirmar seus laços de família, eu vou ao Três Vassouras, porque tenho um
encontro de negócios com um amigo. –Anabelle informou, retocando o batom.
-Eu vou no nosso fornecedor
preferido, garantir que o Halloween Grifinório esteja propriamente abastecido.
–Maxine falou.
-Você não vai comprar
álcool! –Rose falou na hora.
Maxine revirou os olhos.
-Claro que eu vou. Hasta la
vista, babies.
Rose virou-se para Lily na
hora.
-Lily, você não pode
deixar...
-Ih... Quem disse que eu
posso falar para a Maxine o que ela faz ou não? Ela é uma mocinha crescidinha e
sabe o que faz. –a ruiva informou –Nós estamos indo, Anabelle. Te vejo em 1
hora na Dedos de Mel?
-Sim, senhora. –Anabelle
bateu continência e saiu em direção ao Três Vassouras.
-Nós vamos dar um jeito em
você, Rose. Não tema. –Dominique assegurou.
-Vocês não vão me fazer
desfilar pela escola depois de uma transformação tipo Julia Roberts em uma
linda mulher né? –Rose perguntou incerta.
-Só se fosse o processo
contrário, né? De lady pra puta. –Roxanne falou –Mas não, não vai ser isso.
–acrescentou ao ver a prima começar a protestar –O professor Black não é
estúpido. Se de repente você aparecer toda mulher fatal ele vai perceber que
tem alguma jogada.
-A gente vai te dar uma
transformação pequena. Só algumas coisas básicas, como cabelo e maquiagem leve,
além de uma ou outra roupa. –Dominique assegurou –Não adianta comprar muito
porque a maior parte do tempo a gente ainda usa o uniforme.
-E precisamos falar sobre
isso com você. –Lily avisou.
-O que? –Rose perguntou
confusa.
-Uniforme. –ela esclareceu –Parabéns,
Rose. Você vai ser a primeira não-Dama a ter um uniforme como o nosso.
-Uau... –Rose falou
totalmente chocada –Eu nem sei o que dizer. Mas espera aí! E a saia? Eu não vou
usar...
As outras três meninas
procederam ignorando-a.
***
-Não se preocupe, Madame. –Rick
falou com um sorriso –Está tudo certo, é só vir buscar dia 30.
-Você é um anjo, Rick. –Maxine
falou debruçando sobre o balcão –Não sei o que faria sem você.
Os olhos dele caíram de
forma previsível. Maxine podia não ter o poder de fogo de Roxanne, mas aprendera que para homens peitos
são peitos. Por isso era sempre ela quem vinha falar com Rick, porque flertava,
piscava e sempre conseguia o que queria.
Ela puxara a mãe, uma atriz
trouxa mundialmente famosa. Monique Dupre era conhecida pela beleza estonteante
e grande atuação, sendo vencedora de dois Oscars. Nisso Maxine também era
igualzinha a mãe: tudo era falso, tudo era ensaiado de forma que ela
conseguisse tirar o máximo da situação. Sua mãe sempre lhe dissera para
aproveitar sua beleza para ter o que quisesse. E era exatamente o que fazia.
Na primeira vez que dera de
cara com Anabelle e Lily quisera enforcar a loira. Lily era bonitinha, mas
Anabelle era linda, era concorrência. Odiara a outra no segundo que a vira.
-Nos vemos de novo em breve,
Rick. –falou baixinho, debruçando-se ainda mais e depositando um beijo no canto
da boca do rapaz.
Ele ainda estava nas nuvens quando
ela saiu. Rick era bonzinho e tinha apenas 20 anos. A loja era na verdade de um
tio dele, mas o homem nunca estava la nos fins de semana. O que fazia ainda
mais fácil uma menor de idade comprar álcool la.
-Merlin amado. Eu achei que
era uma miragem, mas é você mesma...
Ah não. Ele não. E o dia
tinha começado tão bem...
Maxine virou-se com seu
melhor olhar de desprezo, mãos na cintura.
-É triste que você fantasie
tanto comigo, Potter, que nem saiba mais o que é verdade ou não. –falou.
O sorriso de James Potter só
aumentou ainda mais.
-Ah, Maxine, você nem tem
ideia do quanto eu fantasio.
Maxine bufou.
James, o irmão mais velho de
Lily e Albus, era a estrela da família Potter: bonito, talentoso e inteligente,
além de absurdamente arrogante. Tinha sido um bully durante a grande maioria
dos seus anos em Hogwarts, até Longbottom ameaçar expulsa-lo se ele não
sossegasse. Daí ele aprendeu a ser discreto.
Foi estrela do time de quadribol
da Grifinória, jogando como artilheiro. Fora do campo era um galinha sem
vergonha e um grandissímo babaca. E ano passado decidira que Maxine era a
mulher da vida dele.
-O que você está fazendo
aqui? –ela falou –Londres fica para o outro lado.
James abriu um sorriso
arrogante e se aproximou dela.
-Eu vim falar com um amigo. Mas
que sorte a minha te encontrar.
-Fale por si mesmo. –Maxine esnobou
–Meu dia estava indo muito bem.
-Imagino que sim. Duas
caixas de whisky de fogo é um pouco demais, você não acha? –ele perguntou
divertido.
Maxine estreitou os olhos.
-Se você contar para
alguem...
-Eu naõ vou contar para
ninguém, Maxine. –ele assegurou –Eu fiz isso mais de mil vezes. Além do mais...
Eu quero estar nas suas boas graças.
-Meio difícil, viu. –ela informou.
-Não quer dizer que eu vou
desistir. –ele falou, ainda sorrindo.
A essa altura James já
estava parado a dois passos dela. Maxine não entendia porque ele insistia tanto!
Só podia ser orgulho ferido, porque não tinha outra explicação.
Ele era a única pessoa com
quem ela não conseguia nem se fingir de interessada. Ja tinha até dado em cima
de Albus e Scorpius, mas com James simplesmente não rolava. Ele a irritava só
por estar respirando.
-Almoça comigo. –ele falou e
não era exatamente um pedido. Ele era arrogante desse tanto.
-Não. –ela respondeu sem
perder tempo –Eu tenho mais o que fazer.
-O que? Suas amigas não
estão aqui.
-Não é da sua conta, Potter.
–ela bufou –Me erra.
James deu um passo para
frente, ficando perto demais dela, embora ainda não se tocassem.
-Um almoço não vai te matar,
Maxine. –ele falou baixo, de forma intima –Uma chance. O que custa?
Maxine analisou-o de cima a
baixo. James era muito bonito. Agora estava com quase vinte anos e seu cabelo castanho
estava mais comprido do que ela lembrava, chegando quase ao seu ombro. Ele tinha
a barba rala, sempre tivera, mas até que ficava bom nele. Seus olhos
castanho-esverdeados tinham um brilho maroto. James era problema. Sempre fora.
-Esse seu interesse é
repentino demais pra mim. –Maxine falou -Ele coincide com o crescimento dos
meus peitos.
James jogou a cabeça para
trás e riu.
-Para sua informação eu já
estou de olho em você desde que você tinha 13 anos. Desde que você me chamou de
babaca arrogante na frente de todo mundo.
Um sorriso maldoso surgiu no
rosto de Maxine, ela se lembrava perfeitamente desse dia. Ele tinha merecido.
Fora o dia que ficara amiga de Lily e das outras.
-Ah então é isso? Eu
desprezei e você apaixonou? –ela falou irônica.
-Isso e eu adoro a sua boca.
-Ah é? Você fica imaginando
ela em volta do seu...
-Opa! Olha la! –James cortou
rindo mais ainda, como se não acreditasse que ela fosse realmente falar aquilo
-Eu sou rapaz de família, Maxine. Eu quero dizer que eu adoro o que sai dela.
Eu nunca consigo prever o que vai ser.
-Sei. –ela revirou os olhos –Você
nunca demonstrou interesse em mim até ano passado, no Natal. Antes disso
nadinha, nem na escola.
-Você tinha 14 anos quando
eu me formei. –foi o argumento dele.
-E daí? –ela perguntou
debochada -Na noite da sua formatura eu estava “brincando” com o Albus.
Isso deixou James tão
chocado que ele deu dois passos para trás.
-Você já transou com o meu
irmão? –ele perguntou irritado.
-Que indelicado da sua
parte. –Maxine falou jogando o cabelo por sobre o ombro -Claro que sim. Ele é o
príncipe Sonserino, querido. Aliás, eu só não experimentei o Scorpius porque,
aparentemente, os dois não curtem compartilhar. Deve ser o medo de
comparações... –falou reflexiva.
-Eu vou ter que matar o
Albus. –James decidiu.
-Se você me fizer esse
grande favor eu até agradeço. –Maxine respondeu.
James lançou um olhar na
direção dela, então pareceu tomar uma decisão. Deu passos firmes até que quase
nada separesse seu corpo do dela. Cada vez que ambos respiravam seus peitos
roçavam. Maxine tinha que inclinar o pescoço para encara-lo, mas recusava-se a
se afastar.
-Você pode brincar o quanto
quiser, Maxine. A hora que você for minha vai ser permanente.
Isso fez ela rir na cara
dele.
-Vai sonhando.
Um sorriso maldoso surgiu.
-Ah vou, com certeza.
Ela estreitou os olhos.
-Eu só quero te lembrar que
eu sou menor de idade e eu posso te denunciar por isso.
-Mas você não vai. –certeza absoluta
da parte dele.
-Ah é? De onde vem essa
certeza toda? –ela quis saber.
-Se você fizesse isso a
brincadeira acabava rápido demais e você não teria tempo de se divertir as
minhas custas.
-Verdade. Mas até então...
Pode valer a pena acabar cedo com a brincadeira só pra ver a cara do seu pai. –ela
inclinou mais a cabeça e ficou na ponta dos pés –Bons sonhos, Potter. –as
palavras roçaram na boca dele, como os lábios dela –Porque é o máximo que você vai
ter de mim.
Maxine virou-se e saiu de
perto dele, embora ainda pudesse sentir os olhos dele queimando suas costas.
James era um babaca e ela agredecia o fato de raramente vê-lo.
N/A: Ai está!!! Comentários, please!!! *-*
O que vocês acharam do James Potter?
Segunda tem post em "Voce sabe que me ama". Até la!
B-jão