Capítulo 21
Susan estava enfrentando
dois orcs quando um exército de... Céus, o que era aquilo? Se eles fossem
reforços de Sauron estavam todos perdidos!
Pareciam fantasmas e estavam
varrendo o campo! Foi quando ela percebeu: eles estavam atacando os orcs.
Aragorn! Ele conseguira!
Viu Gimli a distância, mas
não havia tempo para procurar os demais. A batalha ainda estava feroz ao seu
redor.
-Majestade! –Reepicheep
pulou em seu ombros –Eles conseguiram!
-Finalmente uma boa notícia
para nós. –ela concordou, despachando mais três orcs com suas flechas.
-Mestre Gimli! –Reep chamou
ao ver o anão aproximar-se –Bom ve-lo vivo.
-Eu digo o mesmo. –o anão
falou animado, derrubando mais um orc com seu machado. Então algo pareceu
chamar sua atenção –Elfo exibido.
Susan virou-se para ver o
que ele olhava e encontrou Legolas escalando uma das criaturas. Sozinho ele
derrubou o ninho sobre as costas do animal e, com repetidas flechadas, fez a
criatura cair, antes de deslizar graciosamente por sua tromba e pousar no chão.
-Ainda assim, só conta como
um! –Gimli protestou.
-Elfo! –Susan bradou, algo
irado em sua presença.
Legolas ficou parado em
choque, enquanto ela avançou até ele em passos decididos, derrubando sem
hesitar ou parar os loucos que tentaram entrar em seu caminho. Quando ela
finalmente alcançou-o Susan agarrou Legolas pela gola de sua camisa.
-Eu quero o que você roubou
de volta. –ela declarou antes de puxa-lo mais e colar seus lábios aos dele.
Foi como se todo o barulho
de batalha ao redor deles parasse de repente e sós os dois estivessem ali
agora.
Então os dois se separaram e
ficaram se encarando em silêncio. Sem quebrar o olhar mataram os dois orcs que
vieram na direção deles.
-Agora está tudo certo? –ela
desafiou, arqueando a sobrancelha.
-Acho que eu vou roubar mais
um para dar sorte. –ele declarou antes de inclinar-se e beija-la rapidamente.
Legolas saiu dali antes que
Susan conseguisse acerta-lo com seu arco. A Rainha respirou fundo.
-Hora de voltar a batalha.
–ela declarou para ninguem em particular.
xXx
Susan viu ao longe Eowyn
matar o Nazgul. Ela tinha certeza de que a mulher estaria ali, enfiada no meio
da batalha. Théoden (como a maioria dos homens no poder) fora muito tolo ao
achar que a mulher simplesmente voltaria para casa.
As forças deles tinham
sobrepujado as forças de Mordor e a maioria dos orcs se preparava para bater em
retirada, mas alguns ainda insistiam em lutar. Fora isso eles estavam decididos
a destruir todos os orcs, porque se eles corressem livres, cedo ou tarde trariam
mais problemas.
Susan estava enfrentando um
quando olhou e viu Aragorn lutando contra outro. Ele estava saindo-se melhor,
mas um segundo apareceu atrás dele, espada preparada para um golpe.
Susan empurrou o orc que a
enfrentava com toda sua força.
-Aragorn! –ela gritou, mas
ja tinha uma flecha voando pelo ar.
Aragorn virou ao mesmo tempo
em que a flecha atingiu o orc. Ele lançou um olhar agradecido a Susan, mas de
repente seus olhos se arregalaram.
O orc que Susan empurrara
voltou para ataca-la. Ela mal teve tempo de levantar seu arco para bloquear o
golpe quando um segundo orc apareceu, espada em mãos. Ela nunca ia conseguir
defender os dois dessa forma.
Ela ouviu a voz de Aragorn
gritar ao fundo, ao mesmo tempo que sentiu a lâmina afundar-se em sua barriga.
Quando Boromir apareceu e matou os dois, ela ja tinha caído no chão.
-SUSAN! NÃO! –o capitão
gritou, mãos indo para o ferimento, tentando estancar o sangue –Susan! –ele
levou uma mão ao colar em volta do pescoço dela –Sua mágica!
-Só tinha uma gota e ele era
sua. –ela sorriu suavemente, então levantou a mão e tocou o rosto dele
–Acalme-se, Boromir.
-Majestade! –Reep apareceu
correndo –Rainha Lucy está na cidade! –ele lembrou de repente –Ela poderá
salva-la. Mas temos que leva-la antes que...
Susan sentiu sua cabeça
começar a flutuar e estava ficando frio. Sabia que não eram bons sinais, mas
ater-se as coisas a sua volta ficava cada vez mais díficil. Sabia que Aragorn
estava ali também, mas não entendia mais que isso.
-SUSAN! –Peter chegou
correndo –Precisamos leva-la até Lucy.
-Ela nunca vai conseguir
chegar a tempo! –Aragorn falou frustrado.
Peter assobiou
impossivelmente alto. Uma sombra passou por eles antes de um animal como eles
nunca viram antes pousar bem ao lado deles.
-Sekhmet, leve Susan até
Lucy imediatamente. –o Rei exigiu.
Boromir ja estava pegando
Susan no colo.
-Suba, cavaleiro. –a fera
praticamente rosnou para Boromir. O capitão montou no animal, segurando Susan
em seus braços –Segure-se firme.
A criatura levantou vôo
aparentemente sem esforço algum. O exército de fantasmas ja tinha varrido a
cidade de orcs e os cavaleiros de Gondor começavam a aparecer. Boromir nem teve
tempo de olhar para a destruição da cidade, antes de Sekhmet estar pousando.
Viu ao longe uma jovem de
cabelos escuros, vestida em armadura dando algo para os soldados caídos no
chão.
-Majestade! –Sekhmet chamou
com urgência.
Lucy virou-se ao ser
chamada, então seus olhos foram parar em Boromir e quem ele trazia em seus
braços e se arregalaram.
-SUSAN! –gritou desesperada,
correndo até a irmã.
-Ela não está abrindo os
olhos. –Boromir falou em desespero, deitando-a no chão.
-Não, não, não! –Lucy abriu
a boca da irmã e derrubou uma gota de sua poção ali.
-Boromir! –Faramir
aproximou-se do irmão –O que...
Boromir abraçou o irmão
caçula, apertando-o contra si.
-Você está vivo. –ele
murmurou aliviado.
-Eu posso dizer o mesmo.
–Faramir retribuiu o gesto –Essa é...
-Ela não está abrindo os
olhos. –Lucy falou, lágrimas grossas escapando de seus olhos.
-É minha culpa. –Boromir
falou, um peso em seu estômago –Se ela não tivesse usado o que tinha para me
salvar...
-Quem ia cuidar de mim?
–Susan murmorou de forma fraca, olhos ainda fechados.
-Susan! –Lucy debruçou-se
sobre a irmã, abraçando-a de forma desajeitada –Louvado seja.
-Minha Rainha. –Boromir caiu
de joelhos ao lado dela e pegou sua mão –Você está bem?
-Estou. –ela assegurou,
finalmente abrindo seus olhos –E acho bom você parar de se culpar. Está tudo
bem.
Boromir deixou um beijo
reverente na mão da Rainha.
-Sim, Majestade.
Faramir estava olhando em
choque para seu irmão. O jeito que Boromir estava tratando Susan não era como o
de alguem que deseja uma mulher, mas sim como alguém que segue um líder.
Gondor perdera seu Regente
para Mordor e estava para perder seu Capitão para Nárnia. Ele mal podia
acreditar.
xXx
Lucy estava ajudando com os
feridos e a ordem era levar todos os que não corriam risco imediato de morte
para as Casas de Cura enquanto ela administrava sua poção primeiro para os
casos graves. Pessoas não paravam de entrar na cidade e logo eles teriam que
descer aos campos e ver como estava a situação la fora.
Susan, que já estava de pé e
pronta para outra, estava ajudando a irmã, Faramir e Edmund a separar os casos.
Era doloroso ver quantas pessoas foram perdidas, quantas vidas destruídas.
Guerras eram terríveis.
Pippin tinha descido até o
campo com Boromir para ver o que podia ser feito la e, logicamente, para
procurar Merry.
Eles tinham improvisado um
centro de atendimento no pátio da Árvore Branca, mas havia muitas pessoas ali.
Susan viu Aragorn chegar,
cercado por cavaleiros de Rohan e os demais. Éomer estava carregando Éowyn nos
braços, seu rosto torcido em desespero, molhado por lágrimas. O cavaleiro nem
olhou para o lado, antes de carregar a irmã para ser cuidada.
-Aragorn! –Susan chamou.
O guardião seguiu a voz dela
e seu rosto iluminou-se de alívio ao vê-la ali. Legolas saiu de trás dele e
congelou ao ver Susan de pé.
Então o elfo caminhou na
direção dela, passos decididos e Susan sentiu uma leve vontade de sair
correndo, porque a expressão dele era séria como a Rainha nunca vira antes.
-Eu estou... –ela começou a
dizer, apenas para ser interrompida quando ele laçou-a pela cintura.
A mão esquerda dele afundou-se
no cabelo de Susan, puxando o rosto dela para o seu. Essa era a terceira vez
que ele a beijava, mas isso era totalmente diferente das leves provocações de
antes, da brincadeira.
Isso era sério, era um beijo
com propósito, com intenção. Era a primeira vez que ela tinha o corpo colado
contra o de alguem de forma tão íntima e, embora as mãos dele estivessem em
lugares apropriados, havia algo totalmente excitante correndo pelo corpo dela.
Tinha a ver com o sabor
dele, com o calor da pele dele, com a boca dele se abrindo contra a dela e a
maciez dos cabelos dele nas mãos dela.
Susan empurrou-o
gentilmente.
-Isso não está virando um
hábito. -ela alertou.
Legolas abriu a boca, mas
ela cobriu os lábios dele com seus dedos.
-Eu e você vamos ter uma
longa conversa. –ela informou –Depois disso nós discutiremos essa história de
beijos. Ainda há muito o que ser feito.
Legolas respirou fundo antes
de solta-la e dar um passo para trás.
-Você tem razão. –ele
assentiu por fim.
-Ótimo. –ela abriu um enorme
sorriso –Aliás, meus irmãos estão logo atrás de você. Boa sorte.
Ela afastou-se rapidamente e
Legolas virou-se, dando de cara com os dois Reis de Nárnia, que não pareciam
nada impressionados com ele. E Reep estava ali, espada empunhada.
-Eu posso explicar. –ele
falou na hora, totalmente calmo.
-Eu vou adorar ouvir você
tentar. –Peter respondeu seco.
Homens têm costumes
estranhos, o elfo decidiu-se.
xXx
-Aragorn. –Susan
aproximou-se do homem.
Todas as pessoas que estavam
em condições de se mover estavam ajudando a organizar a cidade, arrumar
alimento e água, enterrar os mortos.
-Susan. –ele abraçou a
rainha –Eu não tive chance de dizer mais cedo, você estava ocupada... –o
sorriso dele era divertido –Mas vê-la viva é uma bênção.
Susan sentiu seu rosto corar.
-Não tem graça. –ela avisou,
então seu rosto suavizou-se –Como você está?
-Exausto. Perdido. –ele
admitiu –Não tenho certeza do que deveríamos fazer agora.
-O quer que tenha que ser
feito, será feito por todos nós, Aragorn. –ela pegou o rosto dele entre suas
mãos –Pare de tomar responsabilidade por tudo, você não está sozinho.
-Eu já devia ter aprendido a
lição, hum? –ele provocou de leve.
-Sim, você devia. Essa só é
a milésima vez que eu te digo isso.
Os dois compartilharam um
sorriso.
-Susan! –Lucy entrou
correndo no salão, seu rosto em pânico –Éowyn! Eu não sei o que ela tem, mas eu
não consigo cura-la!
-O que? –Aragorn adiantou-se
para a jovem Rainha.
-Ela tinha um braço
quebrado, que eu ja curei, mas há uma mancha negra nele e ela continua se
esvaindo. –Lucy estava quase a beira das lágrimas –Os curandeiros não sabem o
que fazer!
Susan e Aragorn correram
atrás dela até as Casas de Cura. Éomer estava ao lado da irmã, olhos fixos na
forma dela.
Éowyn sempre foi pálida, mas
agora parecia que a morte pairava sobre ela, a pele de seu braço negra.
-O que é isso? –Susan
perguntou em choque.
-Sopro Negro. –Aragorn falou
arregaçando as mangas –Alguem me traga Athelas! –ele gritou para os curandeiros
–É comum em quem fica muito próximo de um Nâzgul. Frodo foi afetado pela mesma
coisa.
-E agora? –Lucy perguntou
preocupada.
-Eu posso ajuda-la. –Aragorn
garantiu, molhando um pano e colocando-o contra a testa de Eowyn. Ele lançou um
olhar a Susan –Tire Éomer daqui. Faça-o comer algo. Ele não saiu do lado dela
para nada desde que a trouxeram.
-Deixe comigo. –a rainha
falou acenando.
Ela pegou a mão de Éomer e o
puxou. Por um minuto o cavaleiro a seguiu, até perceber que ela o levava para
longe de sua irmã.
-Não, eu preciso ficar com
Éowyn. –ele falou puxando sua mão.
-Aragorn precisa de espaço
para trabalhar nela. –Susan mentiu descaradamente –E você precisa comer. –ela
olhou em volta, até ver uma das curandeiras –Você poderia me trazer algo para
ele comer?
A jovem de cabelos negros e
olhos acinzentados acenou rapidamente com a cabeça.
-Éowyn...
-Aragorn vai ajuda-la.
–Susan falou mais uma vez, empurrando-o delicadamente para sentar-se –Você não
pode ajudar sua irmã ou seus homens se desabar de cansaço.
Éomer levantou-se num pulo.
-Eu exijo ficar ao lado da
minha irmã! –ele bradou para ninguem em particular –Eu exijo...
-Pois eu exijo que você se
cale agora mesmo! –a curandeira para quem Susan pedira a comida falou
aproximando-se. O olhar dela era congelante. –Isso é um lugar de cura e as
pessoas aqui precisam de silêncio para trabalhar e para se recuperarem. Você
vai respeitar isso ou eu farei te jogarem para fora daqui, você sendo o temido
Leão de Rohan ou não. Entedido? –ela colocou o prato na mão dele –Agora coma em
silêncio até Lorde Aragorn chama-lo para ficar ao lado de sua irmã de novo.
Dito isso ela virou as
costas e saiu dali.
Éomer ficou parado em
choque, o prato de comida em suas mãos. Lentamente ele sentou-se e começou a
comer de forma mecânica, ainda surpreso.
Susan estava tentando não
rir.
-Quem é essa? –ela perguntou
a Lucy.
-Princesa Lothiriel de Dol
Amroth. –a jovem respondeu –Ela é irmã de Amrothos.
-O princípe que não tira os
olhos de você? –Susan arqueou a sobrancelha.
Lucy corou fortemente.
-Eu não sei do que você está
falando. –ela falou rapidamente, antes de sair dali também.
Susan viu Éomer observando a
tal princesa.
Hum...
xXx
Susan passou as mãos pelos
cabelos e respirou fundo. Estava exausta.
Passara o dia ajudando Lucy,
Lothiriel e as demais pessoas na Casa de Cura. Sua irmã finalmente conseguira
administrar seu remédio a todos que precisavam e a única coisa que fizera-se
necessária fora terminar de arrumar a Casa. Éowyn era agora a única ocupante do
lugar, porque curar-se de Sopro Negro levava tempo e cuidado. Éomer voltara a
postar-se ao lado da irmã.
Susan passou a mão pelo
cabelo mais uma vez, soltando-os apenas para começar a trança-los mais uma vez.
-Rainha Susan.
Susan olhou para o rapaz que
vinha em sua direção. Ele era extremamente bonito, beirando no rídiculo. Não
fossem as orelhas Susan ia achar que se tratava de um elfo.
-Eu sou Princípe Amrothos,
de Dol Amroth. –ele curvou-se diante dela –É uma honra conhece-la.
Sim, ela sabia muito bem
quem ele era, porque Edmund o apontara mais cedo e resmungara que ele não
parava de olhar para Lucy. Vendo-o de perto –olhos cinzas e cabelos negros
–Susan podia entender porque sua irmã não estava la muito incomodada.
-A honra é minha, Alteza.
–Susan sorriu para o rapaz.
-Nós estamos muito
agradecidos pela ajuda que os Narnianos trouxeram. –ele falou –Vocês têm sido
faróis de esperança nesses tempos escuros.
-Eu agradeço, embora você
esteja nos atribuindo demais. –ela falou graciosamente –Nós estamos apenas
defendendo um mundo que também nos pertence.
Armothos sorriu para ela.
-Vamos, Princípe. –ela riu
levemente –Não precisa me amolecer com elogios. O que realmente está em sua
mente?
-Você me pegou. –ele deu uma
risada sem graça –É que seus irmãos são assustadores e você é conhecida como a
Rainha Gentil.
Susan viu-se encantada, mas
resolveu guardar para si mesma.
-O que você quer saber da
minha irmã caçula?
-Óbvio assim, hein? –ele não
parecia envergonhado, muito pelo contrário –Eu nunca vi uma mulher como ela.
Sim, havia algo nos olhos
dele que era extramente encantador.
-Se você veio pedir minha
bênção, você ja tem. –Susan falou gentilmente –Se você veio pedir permissão
para alguma coisa... Bom, Lucy resolve as coisas sozinha. Boa sorte. Você
provavelmente vai precisar.
O sorriso de Amrothos era
confiante e levemente arrogante quando ele se despediu e se foi. Susan teria
pena dele se... Não, na verdade não tinha pena nenhuma dele. Ia adorar ver Lucy
colocar o princípe para correr círculos.
-Se sua irmã é como você...
-a voz de Legolas soou logo atrás de Susan –Eu quase tenho pena dele.
-Eu não tenho nem um pingo
de pena. –ela declarou virando-se para Legolas.
-Seus irmãos exigiram saber
minhas intenções. –ele arqueou uma sobrancelha –E Reep apontou aquela espada
para o meu nariz o tempo todo.
-Eu também não tenho um
pingo de pena de você. –ela informou.
-Eu não esperava nada
diferente. –ele provocou de leve –Mas a pergunta permanece... E agora,
Majestade?
-Bom, meus irmãos ja
perguntaram quais suas intenções. O que
você respondeu a eles?
-Que eu não era louco de
falar de você, sobre você, em um assunto tão referente a você sem a sua
presença. –ele respondeu como se fosse óbvio.
-Aprendeu bem, elfo. –Susan
falou com um sorriso satisfeito.
-Eu vivo para agrada-la,
Majestade.
Os dois compartilharam um
sorriso, até Legolas suspirar.
-Beijos em momentos de crise
a parte, Susan... –ele falou sério –Como estamos?
-Bem, eu estou aqui
agora e eu quero saber. Quais suas intenções? –ela cruzou os braços e
levantou o queixo em desafio.
Legolas deu um passo para
frente, seus olhos colados nos dela.
-Minhas intenções são:
conhecer você cada vez melhor, porque eu tenho a impressão que ainda há muito a
saber. –ele deu mais um passo para frente –Minhas intenções são conhecer a
terra que você ama tanto e te mostrar o lugar de onde eu vim. –outro passo e
poucos centímetros separavam os dois –Minhas inteções incluem ver o fim dessa
guerra, porque eu quero te ver sorrindo mais. Eu quero tira-la para dançar em
um salão cheio de pessoas ou sob um céu estrelado. Qualquer um dos dois é ideal
para mim. –ele empurrou uma mecha de cabelo para trás da orelha dela –Eu quero
ter mais chances de ouvir sua voz, nem que seja porque você está exasperada
comigo. Eu quero estar mais perto de você, Susan... –ele inclinou-se na direção
dela –Porque acima de tudo, eu tenho todas as intenções de te beijar agora.
-Você é mesmo muito
atrevido, elfo. –Susan murmurou, a boca quase roçando na dele –E eu não disse
que aceito suas intenções.
-Bem lembrado. Ela não
concordou mesmo.
Susan revirou os olhos e
virou o rosto o bastante para olhar para Lucy.
-Posso ajudar, Lucy? –ela
perguntou.
-Não. –a jovem Rainha falou
com um sorriso inocente –Eu só estava procurando minha querida irmã.
-Nós falamos de suas
intenções depois, elfo. –Susan informou a Legolas –Assim eu posso te falar das
minhas também.
Legolas arqueou a
sobrancelha.
-E você tem intenções?
-Obviamente.
-E quando eu posso ouvi-las?
–ele perguntou.
-Não vai ser agora, Princípe
Encantado. –Lucy interferiu –Mas, só para você ficar sabendo, eu estou torcendo
por você.
Legolas sorriu ao ver as
duas irmãs se afastando, porém sua audição ainda pegou o último comentário de
Lucy para Susan.
-O tal do Boromir, Reep
falou de Éomer e agora o elfo, Susan? Sinceramente, você vai começar outra
guerra aqui na Terra Média. Contenha-se.
O tom de Lucy não era
acusatório, havia um pouco de exasperação e um pouco de divertimento, mas não
foi o efeito que teve em Susan. Ela travou imediatamente.
Se Legolas tivesse que
adivinhar ele diria que Susan nunca contou a irmã como as palavras dela a
afetaram depois da guerra contra os Calormanos, então Lucy não sabia o que
estava falando.
Bom, ele não queria ver
Susan assim.
xXx
-Eu não gosto desse elfo.
–foi a primeira coisa que Peter disse tão logo viu Susan.
-Que bom que não é você quem
precisa gostar dele. –Susan cortou –Agora que isso está fora do caminho... –ela
fez um gesto para Edmund continuar.
-Nós estamos pensando em
enviar um pedido de mais tropas para Nárnia. –o irmão respondeu –Nós vamos ter
um tempo agora, eu imagino e...
-Não, não teremos. –Aslan
declarou entrando na sala onde os irmãos se encontravam.
-Aslan. –Peter levantou-se.
-Não haverá tempo para
mandar chamar mais tropas. –Aslan falou sério –A tempestade chegou em seu ponto
máximo, não há mais nada a fazer a não ser enfrenta-la.
-Mordor nos atacará logo?
–Lucy quis saber.
-Não exatamente. –ele
respondeu –Vocês devem ir a sala do trono. Os demais estão la para decidirem o
próximo passo.
Os quatro irmãos assentiram
e os dois mais novos saíram na frente, mas Peter e Susan pararam ao lado de
Aslan.
-Eu odeio pedir isso de
vocês, meus jovens. –Aslan suspirou.
-Não há nada errado com
isso, Aslan, não é mais que bom senso. –Peeter falou sério –Não podemos todos
estar na próxima batalha. Talvez não sejamos tão sortudos nela.
-Nós iremos e lutaremos.
–Susan prometeu –Edmund e Lucy podem ficar para trás.
O Leão suspirou
entristecido.
-É um fardo em meu coração
que vocês tenham que reinar tão jovens por períodos tão difíceis. –ele falou.
-Nós não vemos assim, Aslan.
–Susan falou com sinceridade –Nós estamos preparando um reino melhor, um mundo
melhor para as gerações que virão, assim eles não terão que lutar como nós
lutamos. Eles serão herdeiros de paz.
-Ah minha Rainha Gentil.
–Aslan sorriu para ela –Que suas palavras ganhem forma e força.
-Claro que ganharão, Aslan.
–Peter abriu um sorriso –Quando Susan fala, todos escutam.
-Que bom que vocês sabe.
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