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-Vocês estão todos loucos se
acham que conseguem invadir a casa onde Voldemort está e saírem de lá vivos.
–Snape sibilou irritado –Me admira um profissional do seu nível de
criminalidade considerar uma dessa, Black.
-Ele não é o único, Snape.
–James declarou levantando-se.
-Ah meu deus! Isso deve ser
uma piada. –o outro exclamou olhando para o céu.
-Agora deu! –Ayla falou
irritada –De onde vocês se conhecem? –exigiu.
-De onde mais? –Sirius falou
irônico –Da cadeia.
-Juvenil. –Snape completou
–Eu estava cumprindo pena por venda de droga e eles por...
-Incêndio criminoso. –James
e Sirius falaram com sorrisos orgulhosos.
-Vocês eram o que? –Ully
falou irônica –Colegas de cela? Namorados?
Os três jogaram olhares
assassinos para ela e a morena sorriu inocentemente.
-Eu era o saco de pancada
dos dois. –Snape rosnou.
As quatro mulheres jogaram
olhares chocados para os dois.
-Ele era Comensal da Morte.
–Sirius falou dando de ombros, como se isso explicasse tudo –Ele merecia.
A face de Snape escureceu.
-É. Eu merecia.
Um silêncio pesado caiu
entre eles, durante o qual as quatro mulheres continuaram lançando olhares
assassinos a James e Sirius.
-Chega disso. –Remus
anunciou –Você vai ajudar ou vamos ter que te matar, Snape?
-Ah claro que você também
está aqui. –Snape revirou os olhos –Onde está aquele rato do amigo de vocês?
Sirius deu um passo
ameaçador.
-Olha como você fala do
Peter, Ranhoso.
-Agora já chega! –Jade falou
levantando a voz e pisando entre os homens –Quantos anos vocês tem? Isso aqui
não é a escola. Quero dizer, a juvenil. –ela balançou a cabeça.
-Quem diria que um dia
estaríamos cercadas de criminosos... –Ayla falou de forma reflexiva –Nem o
nosso super policial é totalmente honesto.
-Espera aí! –Snape protestou
–Eu posso ter tido uma juventude tumultuada, mas eu sou extremamente honesto
agora.
-Seu passado te condena,
colega. –Ayla rebateu –Convenhamos, ninguém aqui é santo. Vamos parar com essa
frescura de apontar dedos e cuidar de negócios. –virou para Snape –Você
consegue lidar com isso ou vamos ter que te trancar num armário? De novo.
–completou sem conseguir conter o sorriso.
Snape olhou para ela
irritado.
-E você vai fazer o que?
Trancar sua amiga junto? –falou irônico.
Bem nessa hora o clique de
uma algema abrindo foi ouvido. Snape olhou chocado para Laryssa, que tinha
recebido um grampo de Ully e usado a ferramenta para abrir a algema.
-Foi mal, colega. –Laryssa
falou dando de ombros –Mas me inclua fora dessa.
Snape respirou fundo e
resmungou alguma coisa, como se pedisse forças aos céus. Então pressionou a
ponte do nariz com os dedos e suspirou.
-Ok, eu ajudo vocês.
–declarou –Com uma condição! –cortou Ully que se preparava para falar alguma
coisa.
-O que você quer agora? - Jade
revirou os olhos.
-Nós podemos entrar, fazer a
festa e matar todo mundo, mas depois disso, quando Voldemort estiver morto,
temos que chamar as autoridades.
-Por que? –Ayla perguntou
confusa.
-Do contrário vocês não vão
poder voltar para o país como vocês mesmas, sem proteção da polícia. –ele
explicou.
-Oh! –Ully colocou a mão
sobre o coração –Você ainda se preocupa com a gente! Que gracinha.
Snape jogou as mãos para
cima.
-Desisto. Se matem, não ligo
mais. Eu quero alguma coisa pra beber. –declarou se encaminhando para onde
sabia que ficava a cozinha.
Jade revirou os olhos.
-Vamos resgatar o reclamão?
–quis saber.
-Eu vou com você. –Laryssa
suspirou –Eu preciso beber alguma coisa forte.
-Cade o Peter? –Sirius quis
saber.
-Deve estar sendo esperto e
ja está bebendo. –James suspirou.
Todos começaram a seguir
Snape que já sumira em direção a cozinha seguido de Jade e Laryssa. Ully estava
passando pela porta quando foi puxada de volta e colocada contra a parede sem
cerimônia alguma.
-Ei! –reclamou e deu de cara
com Remus –O que foi? –perguntou defensiva acompanhando com os olhos o maroto
empurrando a porta, fechando a mesma.
E só então se deu conta de
que os dois estavam sozinhos. Isso não era bom, principalmente pelo jeito que
ele a olhava, como se fosse um inseto muito estranho que precisava ser
analizado.
-O que você está olhando?
–quis saber.
-Você não mudou muito, ao
contrário das outras. –ele observou, ainda analisando-a.
-Bom, eu já era morena
naquela época. –ela se defendeu.
-Não é só isso. –ele falou
reflexivo –Todas ela parecem ter passado por muita coisa, sofrido muito. Você
ainda parece a mesma pessoa relaxada demais.
O queixo de Ully desabou.
-O que? Você é muito cara de
pau mesmo! Eu não sou a mesma pessoa! Nós todas passamos por muitas coisas,
coisas demais para não nos deixar marcadas de alguma forma.
-Sim, de alguma forma. –ele
concordou –Mas no seu caso não da forma necessária.
-Nós nos reencontramos faz
algumas horas e você já acha que sabe tudo a meu respeito? –ela protestou
irritada.
-Eu não precisei de 15
minutos para perceber isso, Charlotte.
-Não ouse me chamar por esse nome!
–ela sibilou furiosa –O que você acha que sabe?
-Eu não acho, eu tenho
certeza. E vou te mostrar. –ele se aproximou mais de forma que os corpos de
ambos roçavam.
Ully
não admitiria em voz alta, mas nessa hora entrou em pânico.
-Se
você me tocar eu vou eviscerar você! –falou como se fosse uma virgem do século
XV prestes a ser abusada.
Talvez
Remus tivesse razão e ela não tivesse mudado, porque não queria que ele a
tocasse, mas não pelos motivos que a maioria das pessoas esperariam. Não porque
tinha medo, nojo ou porque guardava rancor. Não queria ser tocada por ele
justamente pelo motivo oposto, porque no fundo queria sim ser tocada.
Especificamente por ele.
E
isso não era mais do que um pouco perturbador?
-Eu
vou fazer muito mais que tocar você e você vai deixar. –a arrogância dele não
devia choca-la dessa forma, mas chocou assim mesmo.
-Como
você se atreve? –tentou empurra-lo, mas Remus pegou os dois pulsos dela e
abaixou-os.
-Você
vai deixar porque você ainda tem aquela mesma curiosidade descuidada que te fez
pular comigo na cama da primeira vez. –ele falou de forma calma, olhando nos
olhos dela -Você ainda se pergunta se tudo aquilo foi real ou só uma lembrança
embaçada pelo álcool. –o hálito fresco dele acarciava a pele dela que parecia a
ponto de derreter de tão quente -Você tem medo, receio e até um pouco de nojo
de nós dois, mas você é muito mais curiosa do que cuidadosa. Você mesma já provou
isso milhares de vezes. –os polegares dele faziam círculos no pulso dela de
forma lenta -Então sim, eu vou te tocar, eu vou te beijar, eu vou fazer muito
mais que isso e você vai deixar. E vai corresponder. –a boca dele roçou a dela,
ao mesmo tempo que suas mãos soltaram os pulsos dela -Não vai?
Tinha
que fazer alguma coisa, ela tinha que falar qualquer coisa. Ele não podia estar
certo. Isso era errado, distorcido e Ully não era esse tipo de pessoa. Nem
Charlotte era!
Porém
os olhos dele a prendiam, desde sempre, desde que descobrira a tal manchinha
neles. Talvez tivesse mais problemas do que imaginava, porque se ele a beijasse
agora iria provar que estava certo. Provavelmente porque ele estava mesmo.
Quão
triste era isso?
-Posso
te tocar agora? –ele perguntou de uma forma que soava formal de um jeito muito
estranho, como se não estivessem falando exatamente disso, mas só do tempo lá
fora.
-Pode.
–ela respondeu num sussurro, se odiando por dentro.
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N/A: Ai está!
Eu amo o Remus nessa cena e o que ele fala pra Ully! Um maldito, sem sombra de dúvidas!!! hahahah
Sexta tem post em VSQMA!
COMENTEM!
B-jão