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-Eu juro por deus, Ayla, que se você apertar minha bochecha mais uma vez...
-Você vai fazer o que, baby? Me acertar com seu ursinho de pelúcia?
Charlotte sorriu vendo as amigas “brigando”. O quarteto australiano era muito divertido. Quatro garotas que viajavam sozinhas, desfrutando de merecidas férias da faculdade.
Isso trouxe um aperto ao peito da morena. Essas podiam ser elas, se não estivessem fugindo de máfias e policiais.
Olhou para o banco ao lado do seu, onde Marine dormia. Mary Jane também estava apagada e Lily lia alguma coisa. Mais duas horas e chegariam ao seu destino. Pelo menos já estavam na Tailândia.
Observou a tal Ayla ir pra cima das bochechas da amiga de novo.
-A energia delas é impressionante. –Charlotte comentou mais para si mesma.
-É. E irritante.
Charlotte sorriu para a menina que estava na poltrona a sua esquerda na outra fileira, outra das australianas. A menina sorriu de volta.
-Eu sou Ully. –ela falou, oferecendo a mão.
-Eu sou Charlotte. Prazer em te conhecer.
-O prazer é meu. –a garota falou.
Agora que prestava mais atenção, Charlotte começou a achar que ela era mais nova. Talvez as quatro tivessem acabado de sair do colegial para a faculdade.
-Espero que elas não estejam incomodando muito. Eu odiaria ser jogada pra fora do ônibus. –Ully comentou.
-Eu duvido que vá acontecer. –Charlotte riu –Vocês estão animando a viagem inteira.
-É a primeira vez que viajamos sozinhas. Nós conseguimos um semestre de folga antes de entrar na faculdade. Até agora eu só não entendi como a Jade convenceu todas nós a nos embrenhamos nas florestas da China.
Charlotte caiu na risada.
-Amigas têm esse poder sobre a gente. –falou.
-E vocês? –Ully perguntou curiosa –Estão viajando de férias também?
-É. –como queria que fosse verdade –Mas nós terminamos a faculdade. É nossa última viagem antes de virarmos adultas.
Ela e as amigas realmente tinham planejado algo do tipo para quando se formasse. Só nunca tinham decidido o destino.
-Ah, eu mal posso esperar pra começar. –Ully continuou empolgada –Todas as festas, matérias, pessoas...
-Rapazes... –Charlotte provocou com um sorriso, o que fez a menina corar.
-É, tem essa.
As duas trocaram sorrisos divertidos.
De repente o ônibus parou.
-O que será que aconteceu? –Ully perguntou.
Medo espalhou-se por Charlotte. E se tivesse alguma coisa a ver com elas?
-Lily? –chamou.
-O que? –a ruiva perguntou, automaticamente em alerta.
-Você acha que consegue entender o que eles estão falando? –ela perguntou.
Lily fora a única que conseguira pegar um pouco de mandarim no tempo que estiveram ali.
-Só se for mandarim. –ela falou –Se for cantonês ou tailandês não vai rolar. –informou, antes de levantar-se e ir até a frente do ônibus.
Charlotte e Ully esperaram enquanto Lily foi até a frente do ônibus conversar com o motorista. Alguns minutos depois a ruiva voltou.
-O que eu consegui entender é que choveu muito esses dias, a estrada é perigosa e eles estão tentando decidir se vamos continuar ou não. –ela informou –Mas muito provavelmente iremos.
-Quanto perigoso? –Ully perguntou preocupada.
-Não sei. –Lily admitiu –Mas se vamos continuar eu imagino que não seja tão perigoso assim.
Elas ouviram o motor do ônibus voltar a funcionar e logo estava a caminho de novo.
-Viu? –Charlotte sorriu para Ully –Está tudo certo.
Ully sorriu para a garota mais velha, mas foi bem nessa hora que o lado da montanha desabou sobre o ônibus e o tombou ladeira á baixo.
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B-jão
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