Capítulo 7: Se Correr O Bicho Pega
Marine
sentia a escuridão engoli-la e seu pulmão queimar por falta de ar. Uma parte
lógica do seu cérebro reconhecia que estava coberta por terra e por isso não
conseguia respirar, mas essa parte era pequena e estava sendo devorada pelo
pânico de não conseguir respirar.
Tentou
cavar para cima, na esperança de encontrar ar, mas parecia tão difícil se
mover. Não sabia se estava indo na direção certa. Não havia barulho algum em
sua escuridão, a não ser seu coração, que parecia bater como um tambor que ia
enfraquecendo.
Até
que, finalmente, ela esticou os dedos e sentiu algo que não era terra molhada,
mas sim o vento. Força, que nem sabia de onde vinha, fez Marine mover-se. Horas
depois, ou talvez fossem minutos, a cabeça dela saiu da terra. Nunca o ar
pareceu tão doce a ela.
Respirou
fundo e tentou entender o que estava estava acontecendo. Havia um apito dentro
de sua cabeça, mas fora isso, não tinha som algum. Sua visão estava embaçada e
sentia algo morno escorrendo por sua testa.
Os
sons voltavam aos poucos, mas a primeira coisa que viu com clareza foi o corpo
de Lily estirado na pista. Então tudo entrou em foco. O onibus caído, a chuva
vinda do céu, a terra amontoada e o choro das pessoas.
Puxou-se
para fora da terra e, conseguente, para fora da janela do onibus. Sua cabeça
ainda girava, mas agora tudo fazia sentido. A terra atingira o onibus, arrastando-o
para o lado da pista e fazendo-o cair no declive que levava a pista de baixo.
Agora ele estava tombado de lado e era por uma das janelas viradas para cima
que Marine conseguiu sair.
Seu
olhar ainda estava fixo no corpo de Lily, que de alguma forma caíra para fora
do onibus, provavelmente arremassado na capotagem. Ao tentar ficar de pé, suas
pernas falharam e acabou caindo.
-Marine?
Virou
a cabeça e viu Charlotte puxando Mary Jane para a beirada da pista.
-Você
está bem? –a morena perguntou, mas a voz dela parecia não fazer sentido a mente
de Marine.
-Lily...
–foi tudo o que a outra conseguiu dizer, sua voz saindo arranhada.
O
olhar de Charlotte foi para onde a ruiva jazia deitada.
-Não,
por favor...
Marine
respirou fundo mais uma vez e tentou descer do onibus. Suas pernas falharam ao
tocar o solo e ela caiu de novo.
-Não
se mexa, Mari. –Charlotte pediu –Eu vou checa-la.
Mas
Charlotte também não parecia estável.
-A
Mary...
-Está
desmaiada. –Charlotte falou –Eu não sei quanto machucada ela está. Você esstá
sangrando. Na testa.
-Você
está sangrando também. Na perna.
Charlotte
ignorou o comentário enquanto caminhou até Lily. Sua mão tremia quando esticou
para sentir o pulso da ruiva. E foi com alívio sentiu o palpitar sob seus
dedos.
-Lily?
–chamou balançando a amiga suavemente –Lily, abra os olhos.
-Ai...
–a ruiva murmurou um minuto antes de abrir os olhos.
-Nossa,
nunca fiquei tão feliz de ver essas duas pedrinhas brilhantes. –Charlotte falou
com um sorriso aliviado.
-O
que aconteceu? –ela perguntou.
Mas
Charlotte não conseguiu responder, porque achara outra vitíma do acidente. Ully
estava embaixo das ferragens. E a morena não precisava checar pra saber que ela
não tinha pulso.
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N/A: Foi pouco, mas amanhã tem mais!!!
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