quarta-feira, 28 de novembro de 2012

MIB 2 - Capítulo 7: Se Correr O Bicho Pega



Capítulo 7: Se Correr O Bicho Pega

Marine sentia a escuridão engoli-la e seu pulmão queimar por falta de ar. Uma parte lógica do seu cérebro reconhecia que estava coberta por terra e por isso não conseguia respirar, mas essa parte era pequena e estava sendo devorada pelo pânico de não conseguir respirar.

Tentou cavar para cima, na esperança de encontrar ar, mas parecia tão difícil se mover. Não sabia se estava indo na direção certa. Não havia barulho algum em sua escuridão, a não ser seu coração, que parecia bater como um tambor que ia enfraquecendo.

Até que, finalmente, ela esticou os dedos e sentiu algo que não era terra molhada, mas sim o vento. Força, que nem sabia de onde vinha, fez Marine mover-se. Horas depois, ou talvez fossem minutos, a cabeça dela saiu da terra. Nunca o ar pareceu tão doce a ela.

Respirou fundo e tentou entender o que estava estava acontecendo. Havia um apito dentro de sua cabeça, mas fora isso, não tinha som algum. Sua visão estava embaçada e sentia algo morno escorrendo por sua testa.

Os sons voltavam aos poucos, mas a primeira coisa que viu com clareza foi o corpo de Lily estirado na pista. Então tudo entrou em foco. O onibus caído, a chuva vinda do céu, a terra amontoada e o choro das pessoas.

Puxou-se para fora da terra e, conseguente, para fora da janela do onibus. Sua cabeça ainda girava, mas agora tudo fazia sentido. A terra atingira o onibus, arrastando-o para o lado da pista e fazendo-o cair no declive que levava a pista de baixo. Agora ele estava tombado de lado e era por uma das janelas viradas para cima que Marine conseguiu sair.

Seu olhar ainda estava fixo no corpo de Lily, que de alguma forma caíra para fora do onibus, provavelmente arremassado na capotagem. Ao tentar ficar de pé, suas pernas falharam e acabou caindo.

-Marine?

Virou a cabeça e viu Charlotte puxando Mary Jane para a beirada da pista.

-Você está bem? –a morena perguntou, mas a voz dela parecia não fazer sentido a mente de Marine.

-Lily... –foi tudo o que a outra conseguiu dizer, sua voz saindo arranhada.

O olhar de Charlotte foi para onde a ruiva jazia deitada.

-Não, por favor...

Marine respirou fundo mais uma vez e tentou descer do onibus. Suas pernas falharam ao tocar o solo e ela caiu de novo.

-Não se mexa, Mari. –Charlotte pediu –Eu vou checa-la.

Mas Charlotte também não parecia estável.

-A Mary...

-Está desmaiada. –Charlotte falou –Eu não sei quanto machucada ela está. Você esstá sangrando. Na testa.

-Você está sangrando também. Na perna.

Charlotte ignorou o comentário enquanto caminhou até Lily. Sua mão tremia quando esticou para sentir o pulso da ruiva. E foi com alívio sentiu o palpitar sob seus dedos.

-Lily? –chamou balançando a amiga suavemente –Lily, abra os olhos.

-Ai... –a ruiva murmurou um minuto antes de abrir os olhos.

-Nossa, nunca fiquei tão feliz de ver essas duas pedrinhas brilhantes. –Charlotte falou com um sorriso aliviado.

-O que aconteceu? –ela perguntou.

Mas Charlotte não conseguiu responder, porque achara outra vitíma do acidente. Ully estava embaixo das ferragens. E a morena não precisava checar pra saber que ela não tinha pulso.

************************************************************************

N/A: Foi pouco, mas amanhã tem mais!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário