Capítulo 1: Retorno ao Lar
Caleb Danvers soltou um longo suspiro, contemplando o céu negro pelas nuvens de chuva. Negro como o humor dele estava nesse momento.
Caleb era o primogênito dos Danvers, herdeiro do Poder. Poder esse que seu pai não soubera usar e o destruíra, mas que agora corria pelas veias de Caleb lembrando-o de que ele ainda estava vivo graças ao pai.
Uma semana atrás a vida de Caleb tinha virado de pernas para o ar. Há exatamente sete dias havia sido o aniversário de dezoito anos dele, época na qual ele ascendeu, maturando seus poderes. Ele ainda podia sentir o pulso forte de energia correndo pelo corpo dele, implorando tão sedutoramente para ser usado.
Mas naquela mesma noite Caleb tivera que lutar por sua vida e pela vida dos que amava. Chase Collins, ou talvez ele devesse dizer Chase Pope tinha aparecido na cidade, decidido a vingar a linhagem dos Putman.
A família Putman era a quinta integrante do Pacto de Silêncio deles, mas eles haviam desaparecido durante a caça às bruxas no século XVII. Ou pelo menos era o que eles pensavam.
Chase apareceu e transformou a vida deles em um verdadeiro inferno. Fez um dos melhores amigos de Caleb e a namorada irem parar no hospital, seqüestrou a namorada de Caleb e exigiu que ele entregasse seus poderes a ele.
No fim a mãe de Caleb convenceu seu pai, Willian, a entregar seu Poder ao filho, que foi o que o salvou na luta contra Chase. Mas fazendo isso Willian desistiu da própria vida.
Caleb suspirou mais uma vez e a imagem de Sarah, a garota com quem estava saindo veio imediatamente a sua cabeça.
Kate, a namorada de Pogue Parry outro membro do Pacto, não queria mais saber dele, diante de tudo que acontecera. Sarah a princípio manteve-se do lado de Caleb, mas quando não encontraram o corpo de Chase ela não se sentiu tranqüila. Ela não queria passar por tudo de novo. E Caleb não a culpava.
Se dependesse dele apenas ele apagaria a memória das duas e as mandaria para longe. Mas ele não tinha essa habilidade, porque ia exigir demais do Poder dele. Isso não era o tipo de tarefa que ele podia realizar. Mesmo porquê ele não tinha a coragem de apagar as memórias de Sarah, mesmo sabendo que isso seria o melhor para ela.
-Caleb?
Caleb virou-se para a porta e se deparou com sua mãe, Evelyn Danvers. Até pouco tempo, ter perdido o pai dele para O Poder havia feito dela uma alcoólatra. Mas ela tinha ido até Willian e feito ele dar seu Poder a Caleb. Ela parecia mais forte depois disso.
-O que foi, mãe?
-Eu consegui falar na Inglaterra. –ela falou, olhando para o chão –Mikaela está chegando depois de amanhã. Eu... Contei a ela tudo o que aconteceu aqui.
Caleb olhou para a mãe em claro choque.
-Ela vem?
-São formalidades. –Evelyn falou tristemente –Ela tem que vir, apesar de que ela estava bem relutante.
-E... Ela está bem? –Caleb perguntou mais por perguntar.
Mikaela Danvers, ou a garota que diziam ser a sua irmã gêmea, não era mais do que uma sombra para ele. Desde que ela partira, antes mesmo de ele completar treze anos ela não tinha mais entrado em contato nenhum com a família.
-Ela não quis conversar pelo telefone. Disse que chega logo, sem necessidade de ir busca-la no aeroporto. –Evelyn falou tristemente.
Caleb bufou e passou as mãos pelo rosto. Era tudo o que ele precisava agora.
-Ela vai ficar aqui?
-Apenas por uma semana. –a mãe o informou –Ela se recusa a ficar mais.
Pelo menos isso, Caleb pensou consigo mesmo.
-Caleb. –Evelyn falou, agora um pouco mais firme e segura –Ela é sua irmã. Não importa como ela tenha partido e como as coisas tenham ficado entre vocês. Você vai trata-la bem.
-Isso... –Caleb falou frio –Só depende dela.
XxX
O dia era mais um calmo dia na colônia de Ipswich, no Massachusetts. Com seus poucos mais de 13 mil habitantes nada muito excitante costumava acontecer por ali. Apenas hoje o céu estava surpreendentemente ensolarado. Uma boa mudança.
O velho Jack estava, como sempre, sentado na varanda de sua casa, a primeira na entrada da cidade. Dali ele podia observar os carros que passavam pela pequena estrada, os caminhões que vinham trazer mercadorias e os raros turistas que vinham para aqueles lados atrás de história de bruxas. E ele sabia contar as melhores, modéstia a parte.
Foi então que um zumbido chamou a atenção dele. Parecia vir da estrada, aumentando em direção a cidade. Alguma coisa estava chegando.
Ele apertou os olhos na direção da pista e viu ao longe o que pareciam quatro motos vindo a toda velocidade. Ele mal teve tempo de pensar, antes que as quatro passassem a toda velocidade por ele, quatro borrões de cores, com aquele som infernal, trazendo um vento que quase o derrubou de sua cadeira de balanço.
As motos avançaram pelas ruas da cidade, fazendo as pessoas pularem do asfalto para as calçadas e cochicharem, curiosas sobre quem seriam as pessoas sem consideração por trás daquelas máquinas.
As quatro máquinas, Ducatis de última geração, correram em fila indiana até alcançarem os portões da Mansão Danvers, quando elas diminuíram minimamente a velocidade, diante das enormes grades de ferro que se abriram sozinhas, dando passagem. Assim que as quatro motos tinham entrado na propriedade o portão fechou-se mais uma vez, sozinho.
As quatro motos pararam uma ao lado da outra, em perfeita sincronia, como se fizessem isso sempre, e suas ocupantes desceram.
A primeira a desmontar foi a garota da moto negra. Ela tirou o capacete também negro, revelando os cabelos extremamente loiros, que caíam lisos até a altura de seus ombros. Seus olhos eram cristais puros, azuis. Ela tinha um sorriso maldoso no canto do lábio quando tirou a jaqueta de couro.
A próxima foi a garota da Ducati amarela. Assim que ela tirou o capacete uma cascata de cabelos castanhos claros caiu em ondas suaves até o meio das costas dela. Seus olhos eram de um caloroso tom de caramelo. E ela parecia extremamente séria.
Em seguida foi a garota da moto prata quem desceu. Ela tinha o rosto de uma boneca, com vibrantes olhos azuis, mas um sorriso malicioso também estava pendurado no canto de seus delicados lábios rosa. Ela tirou a jaqueta de couro, revelando os longos cabelos castanhos que estavam escondidos dentro da mesma.
E por fim a garota da Ducati vermelha tirou capacete, revelando incríveis olhos chocolate e cabelos castanhos escuros que caíam até um pouco abaixo dos seus ombros em ondas desorganizadas.
-Então... –a loira começou, puxando um pacote cigarro e colocando um na boca –De volta a nossa amável cidade...
-Podemos virar e voltar? –a morena de olhos azuis pediu, pegando a caixa de cigarros que a outra lhe passara.
-Nós acabamos de chegar. –a garota da Ducati amarela falou –Vamos pelo menos fazer nosso trabalho. Daí podemos voltar em paz. –ela também aceitou um cigarro.
A outra morena apenas encarava a porta em silêncio, mas também aceitou o cigarro que lhe foi oferecido. Então seus olhos se tornaram negros e os quatro cigarros foram simultaneamente acesos.
-Muito gentil da sua parta, Mika. –a loira falou irônica.
-Vamos acabar logo com isso. –Mikaela falou, tragando profundamente, antes de junto com as amigas, jogar seu cigarro no chão e pisar sobre ele.
As quatro andaram até a porta, mas antes que elas a alcançassem ela se abriu, revelando uma mulher. Possivelmente o barulho das motos tinha chamado mais a atenção do que elas tinham esperado.
-Mikaela? –a mulher perguntou em choque.
-Oi mãe. –a morena falou tranqüila –Se lembra das meninas?
XxX
N/A: O bonitinho da vez é o senhor Reid Garwin, o menino mau do Pacto! hahaha Comentem, por favor!
B-jão
oiii
ResponderExcluireu keria mesmo a continuação desda fic se faz favor.