Capítulo 11
O próximo dia começou
extremamente agradável. Nem a Escócia pode resistir ao verão em Julho. Estava
um calorzinho gostoso (de incríveis 20º!) e estava sol! Melhor que isso
dificilmente fica.
Tia Catherine (como vou
chama-la na minha cabeça como vingança) vive numa singela mansão campestre.
Sim, Darcy, eu estou sendo
sarcástica. Aprecie.
Eu resolvi dar uma voltinha
pela propriedade. Eu só espero que cachorros e seguranças armados não corram
atrás de mim. Sei lá, soa como algo que poderia realmente acontecer.
-Lizzie!
Eu olhei para trás e vi Fitz
vindo na minha direção correndo. Tipo, realmente correndo. Povo esportivo...
-Bom dia, Fitz. –eu sorri
para ele.
Fitz sorriu, parando ao meu
alcançar.
-O que você está fazendo
sozinha por aqui? –ele perguntou.
-Explorando.
-Ah então permita-me ser seu
guia. –ele ofereceu-se na hora –Eu posso te mostrar os lugares mais legais!
-Uau, você acaba de soar
como uma criança. Parabens.
Ele revirou os olhos.
-Você quer um guia ou não?
-Mostre o caminho, colega.
Fitz levou a missão a sério:
ele começou a me mostrar vários lugares e contar várias histórias sobre o
lugar. Aparentemente ele e Darcy passaram vários verões ali quando era jovens e
brincaram muito.
Eu fiquei tentada a
perguntar sobre George, mas era bem óbvio que Fitz idolatrava Darcy e a
resposta dele seria para defender o primo.
-Pena que Gina não vai estar
aqui para o casamento. –Fitz falou de repente -Você ia curti-la.
-Eu ouço falar muito dela.
–eu admiti –Supostamente uma mistura de gênio e anjo.
-Ei, ela é gente boa. –ele
reprovou de leve –Só é quietinha demais. Ela é bem mais nova que a gente.
-Eu deduzi. –eu falei mais
de leve.
-Ela foi um daquelas
pequenas surpresas, sabe? –Fitz riu de leve –A mãe de Darcy ja nem era tão mais
nova assim e foi uma gravidez complicada. Daí aquela coisinha nasceu e todos
nós nos apaixonamos. Gina é nossa princesa. Você precisa ver como Darcy baba
naquela menina.
-Ele não é o único que baba.
–eu provoquei de leve.
-Mas sério. –ele riu, sem um
pingo de vergonha de ser um primo babão –Você precisa conhece-la.
-Eu tenho curiosidade.
–admiti –Eu ouço falar muito dela e ela me soa incrível. Mas eu não vejo muitas
chances de realmente acontecer. Eu não mantenho contato com Darcy.
Fitz parecia confuso.
-Mas ele não...
-O que?
Fitz balançou a cabeça.
-Nada não. –ele falou
rapidamente –Mas assim... Me promete ser legal com o Darcy se ele resolver
falar com você? Tipo, ouvir, não ser muito sarcástica.
-Por que ele falaria comigo?
–eu perguntei confusa.
Fitz bufou e revirou os
olhos.
-Olha, só me promete isso,
ok? Se ele for falar com você e ele for civilizado... Seja civilizada de volta.
-Eu sempre sou civilizada!
–eu prostestei indignada –E de onde você tira tanta certeza de que esse homem
vai vir falar comigo?
-De lugar nenhum, Lizzie.
Deixa pra la.
Ele parecia totalmente
frustrado comigo. Cara louco.
XxX
Ricky tinha tido um
imprevisto na companhia para a qual trabalhava e só ia chegar amanhã. Eu queria
chorar. Charlotte estava muito ocupada com tudo que estava acontecendo, eu não
podia ficar exigindo a atenção dela o tempo todo.
O mesmo servia para Fitz.
Ele não estava por ali só por diversão, então também tinha suas coisas para
fazer.
Felizmente Catherine tinha
uma biblioteca gigante, daquelas de filme mesmo, cheia de clássicos. Eu
encontrei Charles Dickens (meu favorito!) e me acomodei em um das poltronas.
Tinha lido menos que dez
páginas de “David Copperfield” quando o Darcy brotou na biblioteca.
-Lizzie. –ele falou parando
na minha frente com uma expressão super séria.
-Oi... –eu falei hesitante.
Darcy abriu a boca e então
fechou-a.
-Eu vejo que você encontrou
a biblioteca. –ele falou de repente.
Eu ia retrucar, quando
lembrei de Fitz me pedindo para não ser sarcástica.
-Foi. –eu falei com cuidado
–Ainda bem, porque eu estava ficando entediada.
-Eu imagino. –ele falou
olhando para o chão.
-Você... –eu parei e refleti
sobre isso –Quer alguma coisa? –perguntei confusa, porque assim... Eu não sei o
que tá acontecendo.
-Não. –ele falou de repente
e com mais ímpeto do que necessário –Nada. Licença.
E foi embora. Esse homem tem
sérios problemas.
XxX
Como a maioria dos
convidados ja estava la para o casamento, Catherine tinha ordenado que rolasse
um jantar de ensaio no dia anterior ao casamento.
A cerimônia seria na casa
dela, mas esse jantar ia ser num restaurante la perto.
-Fitz, você tem que me fazer
um favor. –eu falei antes de sairmos.
-O que? Fechar seu zíper?
–ele balançou a sobrancelha de forma sugestiva.
-Caso você não tenha
percebido ele ja esta bem fechado, obrigada. –eu revirei os olhos –Mas assim...
De hora em hora me pergunta se eu to bêbada. Se eu te falar que “claro que não,
não seja ridículo, eu tenho dois terços de sangue irlandês”, eu to mega bêbada
e você tem que me mandar para casa.
Fitz estava rindo muito
antes mesmo de eu terminar.
-Muito pró ativo da sua
parte, Lizzie. –ele me informou.
-Olha, eu perco a vergonha
quando bebo. Eu falo o que eu to pensando.
Fitz arqueou a sobrancelha.
-Mais que o normal. –eu cedi
–O casamento é amanhã, ok? Eu tenho que segurar todos os comentários irônicos
até então.
-Você vai explodir desse
jeito. –ele falou com falsa compaixão.
-Posso contar com você ou
não? –eu perguntei impaciente.
-Ah pode. Eu vou adorar ver
e, quem sabe, filmar isso.
Eu revirei os olhos.
XxX
O nome da tia Catherine
abria muitas portas. O restaurante que foi reservado era bem fino e tinha uma
area inteira reservada só para o pessoal que ja estava la para o casamento.
Tudo era muito bonito e reluzente e os garçons eram irritantemente eficientes.
Acho que justamente por isso
eu nem me toquei que meu copo nunca esvaziava.
Para mim a noite foi bem
entediante. Eu tinha pouquíssimas pessoas com quem conversar e a maioria delas
estava conversando com outras pessoas.
Foi depois do jantar, quando
ja tinham servido a sobremesa e eu estava tentando fazer meu sorvete parecer um
coelho que Fitz apareceu do meu lado.
-Fitz! Seu cabelo é tão
legal. –eu sorri para ele, antes de voltar para meu coelho.
-Lizzie... Você ta bêbada
por acaso? –ele perguntou rindo.
-Claro que não! –eu respondi
indignada –Eu nunca fico bêbada! Eu sou dois terços irlandesa, sabia? É a
mágica do nosso sangue.
-Sei... Olha, eu tava
pensando em ir embora. Por que você não me faz companhia?
-Boa ideia! Essa festa ta
muito chata. –eu fui cochichar, mas acabei falando em volume normal.
-Isso mesmo. –ele concordou
–Vai saindo que eu te encontro la na frente.
-Eu devia falar tchau pra
todo mundo?
-Melhor não. Vai la, vai.
Eu saí andando e fui parar
na porta do restaurante. Eu nem sei quanto tempo passou, mas foi um tantinho,
mas eu tava de boas conversando com o guardinha na porta (que devia estar
querendo se matar) quando Darcy saiu do restaurante.
-Lizzie, eu vou te levar
embora. –ele declarou.
-Mas e o Fitz? Ele ia
comigo! Porque eu... Eu não lembro porque.
Ele revirou os olhos.
-Ele me pediu para ir na
frente com você. –ele falou com calma –Ele vai nos alcançar.
-Ah! –fazia muito sentido
–Sabe, Darcy, as vezes eu acho que você tem um complexo de cavaleiro... Ou
cavalheiro... Ou... Onde a gente vai mesmo?
Darcy estava com a mão nas
minhas costas me empurrando em direção ao carro dele.
-Para casa.
-Esse seu carro! –eu falei
de repente –Você tem ideia de quanto sexy esse carro é? Tipo, eu sempre odiei
me pegar em carro, mas num carro desse eu não ligaria.
Darcy respirou fundo e
passou a mão pelo cabelo. Nós entramos no carro e ele se virou para mim na
hora.
-Por que você não... Fecha o
olho e relaxa? –ele falou meio que ansioso –Eu ponho uma música para você.
-Okay.
Eu nem senti o vidro gelado
do carro direito. Eu acho que a gente se teletransportou para a casa da
Catherine. Eu nem tinha fechado os olhos e o Darcy ja tava me sacudindo para
acordar.
-Lizzie, vamos entrar.
Ele me ajudou a sair do
carro (não que eu precisasse de ajuda) e nós entramos na casa.
-Você não quer tirar o
sapato? –ele perguntou olhando do meu salto para a escada.
-O que você quer dizer com isso?
–eu perguntei.
-Nada. –ele falou na hora
–Sobe na frente.
-Você ta falando isso só
para poder ficar olhando para a minha bunda de novo. –eu falei, mas comecei a
subir.
-Eu não... –Darcy parou e
respirou fundo e logo estava me seguindo.
Eu estava caminhando pelo
corredor (aliás, devia ter um problema com o chão, porque ele estava se
mexendo) quando Darcy pegou minha mão e me puxou.
-Onde você está indo? –ele
perguntou confuso.
-Pro meu quarto. -eu falei
como se fosse óbvio.
-Lizzie... –ele falou bem
devagar, como se eu fosse louca –Esse é seu quarto. –apontou para uma porta
atrás ele.
-Claro que não!
Darcy revirou os olhos e me
virou na direção da porta e abriu-a. Opa, aquela era minha mala la dentro.
-Você é espertinho, hein
Darcy? –eu falei virando para ele –E eu achando que a única coisa em seu favor
eram essas maçãs.
-Maçãs? –ele perguntou
confuso (de novo!).
Eu coloquei minhas mãos no
rosto dele.
-Essas maçãs. –eu revirei os
olhos –De onde vem uma estrutura facial tão incrível?
Darcy fechou os olhos e
pareceu contar até dez antes de abri-los de novo. Ele segurou meus pulsos
gentilmente.
-Lizzie, você devia ir
dormir. –ele falou sério.
-Eu vou. –eu garanti –Assim
que você me disser qual o seu nome. Porque que não sei. E eu fico pensando em
você como Madonna ou a Beyonce! Mas você não parece a Beyonce.
-Bom saber. –ele falou
levemente seco –Eu te falo meu nome outra hora, quando você não estiver tão
bêbada. –ele abaixou meus pulsos.
-Ei, eu não estou bêbada!
–eu protestei indo pra cima dele.
Mas meu salto enroscou em
algo invisível e eu fui pra frente para cair. Felizmente o Darcy era mais
esperto que o Flash e me segurou a tempo.
-Elizabeth!
-Esse é o meu nome. Mas
ninguem me chama assim. –eu inclinei a cabeça para poder olhar para ele –Seus
olhos são super verdes. Tipo... Verde que nem... Gelatina! E grama!
-Ok, hora de dormir. –ele
declarou, me ajudando a ficar reta.
Mas agora eu estava encanada
com os olhos dele.
-Sério, eles são incríveis.
–eu declarei pegando o rosto dele entre as mãos de novo –Como é justo que você
tenha olhos lindos e maçãs bonitas?
-Lizzie...
E sinceramente, eu vou
passar o resto da minha vida me perguntando como foi que isso aconteceu. Dessa
vez eu nem estou mentindo, eu juro que não sei quem se mexeu primeiro, não sei
como aconteceu. Eu só sei que quando me dei conta nós dois estávamos nos
beijando.
Foi a sensação mais estranha
do mundo. Eu não tinha certeza de porque estava fazendo isso, mas parecia a
coisa certa a fazer.
Só que eu estava tão fora de
mim que eu não vou saber nunca a primeira reação de Darcy. Eu não sei se ele
congelou em choque, se eu forcei a barra, se ele decidiu que dane-se e me
beijou de volta logo de cara. Eu não sei se eu o beijei primeiro ou se foi ele
quem me beijou.
Pra ser bem sincera... Eu
não estava ligando muito no momento. O único pensamento mais coerente que eu
tinha no momento era que, mesmo beijando, Darcy era uma cavalheiro. Ele não
tentou tirar vantagem nem por um minuto. E embora ele estivesse me beijando
como eu fosse um bolo de chocolate e ele estivesse de dieta há uma semana, as
mãos dele estavam firmemente em lugares apropriados: uma na minha cintura,
outra afundada nos meus cabelos.
Aliás, Darcy era
aboslutamente focado em tudo que ele fazia. O jeito que ele me beijava... Bom,
eu estou bêbada demais para pensar nisso.
Então eu resolvi me
aproximar mais. Foi quando meu pé torceu no salto e eu quase caí no chão.
Felizmente Darcy me segurou a tempo.
-Bom, isso foi estranho. –eu
declarei –Boa noite, Darcy.
-Elizabeth, nór
precisamos...
Mas eu ja tinha me virado e
fechado a porta. Noite estranha.
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N/A: Como prometido... Temos mais!
Espero que vocês gostem!
Comentem, por favor.
B-jão
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