Capítulo 19
-Majestade, Elrond esteve
aqui. –Reep informou Susan.
-O que ele estava fazendo
aqui? –ela perguntou confusa.
-Eu não sei, porém ele foi
falar com Aragorn, eu acabei de vê-lo partir. –o camundongo informou.
-Eu tenho uma séria
dificuldade em confiar na maioria dos elfos. –ela bufou.
-Ele não pode estar tentando
desencorajar Aragorn a beira da batalha! –Reep exclamou –Não faria sentido.
-Não, ele deve ter outro
plano. –Susan levantou-se –Eu preciso descobrir o que.
-Susan! –Peter levantou-se
como a irmã –Se Aragorn estiver partindo você não pode ir com ele. Eu preciso
de você e Lucy e Edmund também precisam.
-Eu não vou a lugar algum,
Peter. –Susan garantiu –Agora é a hora de lutar. E eu sei que Aragorn não está
fugindo.
Susan saiu da barraca onde
estava com Peter e Cor, porque precisava falar com Aragorn. Éowyn passou
correndo por ela. Susan teve a impressão de que a outra mulher chorava.
Ela encontrou Aragorn com
Boromir, Legolas e Gimli, todos com os cavalos prontos.
-Onde vocês pensam que vão? –ela
perguntou, mãos na cintura.
Os quatro viraram-se com expressões idênticas de culpa. A rainha revirou
os olhos.
-Não se preocupem. Dessa vez eu não vou com vocês. Estou indo para a
batalha com meu irmão e Rohan. –ela falou –Mas eu quero saber onde vocês vão.
-Nós vamos pegar a estrada para
Dimholt. –Aragorn admitiu –Há uma esperança pequena de que algo la possa nos
ajudar.
-Certo. –Susan pegou o rosto
de Aragorn entre suas mãos –Vá com cuidado e leve bênçãos com você.
-Obrigado, Susan. –ele falou
tocando a testa dela com a sua –Boa batalha.
Ela virou-se para Boromir.
-Tome conta deles por mim.
–ela pediu ao homem –E eu estarei esperando por você em Minas Tirith.
-Como você quiser, Majestade. –Boromir falou sério.
-Gimli, continue tomando conta do elfo por mim. –ela falou para o anão.
-Aye, Susan. –Gimli piscou para ela.
Legolas aproximou-se e Susan levantou o queixo.
-Não faça nada idiota, elfo. –ela falou por fim –Não vá querer se
mostrar.
-Farei o possível. –ele falou levemente divertido –Então... Você não nos
acompanhará nessa.
-Meus irmãos precisam de mim. –ela falou balançando a cabeça.
-Justo. –ele concordou seriamente -Porém, sendo assim, eu vou roubar
algo e, se você quiser de volta, terá que me encontrar no campo.
Susan estava olhando para ele como se Legolas tivesse enlouquecido.
-Roubar? –ela repetiu incrédula -O que voce pensa que...
Legolas pegou o rosto dela entre suas mãos e puxou Susan para si até
colar seus lábios nos dela. Susan congelou, sem poder mover-se, mas seu coração
parecia que ia explodir dentro de seu peito.
Legolas separou-se suavemente dela.
-Isso. –ele falou e ainda estava tão perto que seu nariz estava roçando
no dela -Vou levar esse beijo comigo. Se o quiser de volta, acho bom
sobreviver.
Ele deu um passo para trás e Susan ainda estava em choque, olhos
arregalados e tudo. Gimli estava rindo, mas Aragorn e Boromir pareciam
preocupados.
Susan finalmente colocou-se sob controle e virou-se para o elfo, fuzilando-o
com o olhar.
-Eu me acerto com você quando você voltar, espertinho. –ela falou séria
–Agora vão antes que eu mate o elfo.
Eles acenaram para ela e subiram nos cavalos. Susan agarrou-se a sua
indignação, a ficar brava com Legolas, a sentir-se excluída, tudo para não ter
que sentir o medo de que aquela imagem –eles entrando a cavalo naquela trilha
estreita – fosse a última vez que os veria.
Ela acompanhou-os até o começo da trilha, vendo os cavaleiros de Rohan
olhando chocados para os quatro. Susan sentiu a juba de Aslan roçar contra o
braço dela, indicando que o leão aproximara-se.
-Eles vão ficar bem. –ele falou.
-Você não tem como ter certeza. –ela lembrou num suspiro.
-Mas eu acredito nisso. –ele replicou –E você devia acreditar também.
Susan respirou fundo.
-Você está certo. –então virou-se para Aslan –O que foi? –perguntou ao
ver o sorriso no rosto dele.
-Nada. –ele falou, embora o sorriso persistisse.
-Não quer dizer nada. –ela falou na hora.
-O que não quer dizer nada? –o Leão perguntou inclinando a cabeça.
Susan sentiu seu rosto queimar.
-Nada. –ela resmungou.
-Ele parte porque não há esperança! –ouviu um dos homens dizer.
Antes que Susan pudesse abrir a boca, rei Théoden saiu do meio de seus
homens.
-Ele parte porque deve. –ele falou –Assim como nós devemos ficar e
lutar.
-Nós não podemos vencer os exércitos de Mordors. –o homem insistiu.
-Talvez não. –Susan falou aproximando-se –Mas vamos todos lutar da mesma
forma. E eu vou entrar naquele campo de batalha rezando por um milagre, porque
eu ainda acredito que esse mundo merece ser salvo e que nós podemos fazer a
diferença.
-Nós somos poucos. –um homem insistiu.
-Narnianos. –Susan chamou.
Alguns centauros e faunos ja estavam próximos, mas ao ouvir o chamado de
sua Rainha leopardos, ursos e cavalos também se aproximaram.
-O que nós vamos fazer? –ela quis saber.
-Lutar. –os narnianos clamaram.
-Pelo que?
-Justiça. Liberdade.
-Por quem?
-Por Nárnia.
-Por Nárnia. –Susan repetiu –Sempre.
-Sempre. –eles concordaram em coro.
-E se o inimigo for mais forte, seu exército maior? –ela quis saber.
-Nós lutamos. –os narnianos insistiram.
-E se perdermos?
-Nossos irmãos se levantam em nosso lugar.
-Por quem?
-Por Nárnia!
-Ai está sua resposta. –Susan falou encarando o homem –Nós lutamos e
lutamos de novo, até não haver mais ninguem para tomar nosso lugar ou até
vencermos. Mas nós não desistimos.
-Nós também não. –Éomer falou colocando-se ao lado de Susan –Ou eu estou
enganado, Rohirrim?
-Não! –os homens falaram.
-Ótimo. –Susan sorriu para Éomer –Partimos para batalha amanhã?
-Estaremos seguindo você, Majestade. –ele piscou para ela.
XxX
-Ei! –Legolas exclamou quando Boromir aproximou seu cavalo do dele só
para lhe dar um tapa na cabeça.
-Agradeça o fato de nós ainda precisarmos de você vivo. –o capitão
resmungou –E tira esse sorrisinho do rosto.
Aragorn parecia estar tentando não rir.
-Ela ficou bem menos brava do que eu achei que ficaria. –Legolas
admitiu.
-Se eu fosse você não ficava muito perto dela quando ela estiver armada.
–Gimli ofereceu.
Isso fez o elfo ficar preocupado.
-Claro, nós temos que sobreviver a esse novo plano antes. –o anão
completou.
-Sim, tem esse detalhe.
Aragorn suspirou.
-Um exército de fantasmas que foram almodiçoados justamente por não
cumprirem seus votos para seu Rei? Ah e que são capazes de matar, mas não de
serem morto? Não vejo onde isso pode dar errado. –Boromir falou com sarcasmo.
-Porque temos Aragorn conosco! –Gimli falou, tentando soar otimista
–Isso vai ser o bastante. Não?
Aragorn respirou fundo. Ele esperava que sim.
XxX
Lucy tinha checado de novo cada pedaço daquela caverna com Amrothos e
Caspian, mas de fato não havia uma saída sequer.
Para ficar pior eles descobriram que quem atirara em Lorde Treymane
foram os soldados da cidade com ordens do Regente! Quando saísse de lá Lucy ia
acertar as contas com aquele homem.
-Eu não acredito que meu tio esteja enlouquecido a esse ponto. –Amrothos
falou com pesar –nós ouvimos os boatos, mas isso... Ele poderia estar
provocando uma guerra contra Nárnia!
-O que pode ter acontecido com ele? –Lucy perguntou realmente curiosa
–Eu ouvi dizer que ele não foi sempre um homem tão cruel ou enlouquecido.
Arothos suspirou e passou a mão por seus cabelos. Eles eram extremamente
negros e caíam até seus ombros. Aparentemente boa aparência era uma
caracteristica da família que governava Dol Amroth.
-Ele era um bom homem. –ele insistiu –Meu pai diz que a morte de
Finduilas, a esposa dele, foi o que começou a amarga-lo, mas... Há um boato.
–ele pareceu indeciso por um minuto, então decidiu prosseguir –Ele usa algo que
o deixa enxegar de certa forma os planos de Sauron. Mas eu imaginaria que um
objeto desse...
-Poderia levar qualquer homem a loucura. –Lucy completou por ele.
-Sim.
-O que nós vamos fazer? –Caspian quis saber.
-Meu irmão tem que perceber que eu sumi. Eu duvido que ele...
As palavras de Lucy foram interrompidas pelo som da porta abrindo-se.
Antes que eles tivessem chance de se moverem um pessoa foi jogada la dentro e a
porta trancada mais uma vez.
-EDMUND! –ela chamou desesperada ao ver que era a forma de seu irmão e
ele não estava se movendo.
Ela correu para o lado dele, onde pôde perceber que Edmund estava
respirando,mas desacordado, um machucado aberto em sua cabeça.
-Aqui, Lucy. –Caspian deu sua capa para a Rainha.
Ela agradeceu, dobrando-a de forma confortável para poder apoiar a
cabeça de Edmund. Lucy tirou o frasco de seu cinto e pingou uma gota da fórmula
nele.
-Essa é a coisa mais impressionante que ja vi em minha vida. –Amrothos
falou maravilhado, vendo o machucado fechar-se imediatamente.
Os olhos de Edmund abriram-se lentamente.
-Lucy. –ele falou –Aquele maldito te pegou. Você está bem?
-Sh. Eu estou bem. –ela falou tentando acalma-lo –Você levou uma pancada
na cabeça.
-Eu vou matar Denethor quando colocar minhas mãos... –parou ao ver
Amrothos ali –Seu irmão está te procurando.
-Eu vim parar aqui por acidente. –ele deu de ombros.
-Talvez buscando você ele nos encontre e tire daqui. –Lucy falou
esperançosa.
-Eu não acreditaria nisso. –Edmund falou num suspiro.
-Por que? –Lucy perguntou.
-As coisas acabam de piorar la fora.
XxX
As forças inimigas estavam diante dos portões de Minas Tirith, orcs,
uruk hais, trolls e horrores que os homens nunca imaginaram antes. Um exército
que parecia não ter fim ou misericórdia e uma cidade cercada, sem chance de
fuga.
Sem socorro.
Os portões se abriram para um único cavalo entrar, arrastando o corpo de
Faramir consigo.
Enquanto os soldados carregaram o corpo de rapaz para cima, os orcs
lançaram suas catapultas.
O que elas lançaram não foram pedras ou fogo: eram as cabeças dos
soldados mortos.
Minas Tirith ia cair em meio ao pânico e sem chance alguma de lutar.
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n/a: Xente, que elfos mais abusados, vê se pode um trem desses! hahahaha
Agora sério, valendo, batalha, coisa vai pegar...
Espero que tenham gostado.
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B-jão