sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A Senhora de Nárnia - Capítulo 18


Capítulo 18

-As coisas estão piorando aqui. –Caspian comentou.

-Claro que estão. –Edmund bufou –O Regente deles é louco, todos estão morrendo de medo. O povo não tem força ou esperança. Se algo não acontecer logo eles perderão essa batalha antes mesmo que ela comece.

-Seus irmãos precisam vir logo. –Caspian falou.

-Mesmo que eles cheguem. –Lucy bufou –Nós somos apenas dois mil. O Princípe Imrahil diz ter trazido seis mil homens, mas ele os leverá a batalha? Se Denethor o proibir, será que ele irá lutar?

-Irá. –Edmund falou decidido –Os filhos dele estão na cidade. Se nada, Imrahil não irá coloca-los em risco.

Lucy passou a mão pelo rosto.

-Eu não sei o que fazer. –admitiu.

-Nenhum de nós sabe. –Edmund falou –Se essa terra fosse nós seria diferente, aqui nós só podemos ajudar até certo ponto. Mais do que isso é intrusão e não será bem vindo.

-Bom, talvez nós não devêssemos ligar. –Lucy protestou –Nossas vidas e a dos nossos irmãos também estão em jogo. Eu não vou deixar que pessoas se machuquem porque Denethor está louco.

-Você está certa. –Caspian falou por fim –Nós precisamos de mais ajuda. Gandalf está do nosso lado, mas ele não tem um exército.

-Imrahil tem. –Edmund observou.

-Devemos tomar cuidado com o Princípe. Ele pode achar que está traindo seu Regente. –Lucy falou –Talvez seja melhor... Contorna-lo.

-E falar com quem? –Caspian perguntou confuso.

-Um dos filhos.

-Lady Lucy! –uma das empregadas do palácio invadiu o quarto correndo, sem sequer bater na porta.

Caspian abriu a boca para censura-la, mas Lucy sabia que nenhuma delas faria algo assim por capricho.

-O que houve? –ela perguntou segurando a garota pelos ombros.

-O Regente... –ela falou, lágrimas nos olhos –Ele ordenou que seus soldados recuperam Osgiliath.

-O que? –Lucy perguntou chocada.

-Ele ordenou Lorde Faramir que juntasse os soldados que deixaram a cidade e tentasse retoma-la. –ela explicou em meio as lágrimas.

-Esse homem perdeu a razão completamente! –Caspian falou –Alguem tem que para-lo.

-Eles ja partiram? –Lucy quis saber.

-Estão indo para o portão agora.

-Caspian, fique com ela. Edmund, encontre um dos filhos de Imrahil! –Lucy ordenou, deixando a sala.

Tinha que dar tempo.

XxX

Eles finalmente alcançaram o ponto de encontro dos cavaleiros de Rohan. Porém não eram boas as notícias.

-Seis mil lanças. –Théoden falou –Menos da metade do que eu esperava.

Ele estava lado a lado com Aragorn, Susan e Peter.

-Seis mil não serão suficientes para passar pelas linhas de Mordor. –Aragorn falou –Nem com os mil que Nárnia traz.

-Mais virão. –Théoden falou com uma certeza que Aragorn parecia não partilhar.

-A derrota de Gondor se acelera a cada hora que passa. –Aragorn falou –Nós temos até o alvorecer, então devemos partir.

Todos podiam ver o medo, o nervosismo nos olhos de Aragorn. Théoden pôs a mão sobre o ombro do rapaz.

Todos se viraram ao ouvir o som dos cavalos relinchando impacientes, assustados, quase em pânico.

-Os cavalos estão inquietos. –Legolas comentou com Éomer, que estava próximo –E os homens calados.

-Eles ficam nervosos na sombra da montanha. –Éomer falou.

Ele virou o rosto para indicar a montanha e Legolas e Gimli viram uma entrada nela.

-Aquela estrada, para onde leva? –o anão quis saber.

-É a estrada para Dimholt, a porta sob a montanha. –Legolas respondeu.

-Ninguém que tomou esse caminho voltou. –Éomer falou –Aquela montanha é maligna.

-Soa assustador.

Os três praticamente pularam com a voz de Susan.

-Majestade. –Éomer curvou-se.

-Eu ja falei que Susan basta, Éomer. –ela sorriu para o homem.

-Minha Senhora. –Jared aproximou-se de sua Rainha –Ouça o conselho do cavaleiro. Aquele lugar... Eu não desejaria ver minha Senhora entrando ali.

-Você também sente? –ela quis saber –O Mal.

-Sim. –o cavalo respondeu de forma curta –E eu não desejaria bater de frente com ele.

Susan tocou o focinho do cavalo.

-Não tema, Jared. Nosso caminho não nos leva para a montanha. –ela assegurou –Ele nos leva os meus irmãos.

XxX

Lucy chegou tarde demais ao portão. Faramir ja tinha partido. Eles seriam massacrados, era loucura.

-Majestade! –Gandalf chamou aproximando-se –Você ficou sabendo.

-Gandalf...

-Eu tentei para-lo. –o mago suspirou –Mas Faramir sempre foi um rapaz desesperado pela aprovação de seu pai.

-O que nós vamos fazer? –ela quis saber.

-A coragem dos soldados está por um fio e Denethor não está tomando medida alguma para previnir que a cidade seja tomada. –Gandalf comentou –Eu estou tentando manter a moral deles, mas não é fácil.

-Eu vou trazer meu exército para a cidade. –Lucy falou decidida –Podemos ser poucos, mas ele precisam ver mais alguem pronto para lutar e defender Gondor. Na verdade, eu estava querendo falar com...

-Lucy!

Os dois viraram-se para ver Edmund aproximando-se com dois rapazes, obviamente nobres. Os dois tinham cabelos negros e os olhos cinza, algo que lembrava em muito Imrahil.

-Esses são os Princípes Elphir e Amrothos de Dol Amroth. –Edmund indicou os dois rapazes –Essa é minha irmã, Rainha Lucy.

-Majestade. –os dois falaram curvando-se.

-Nós precisamos fazer alguma coisa. –ela falou de forma firme –Eu vou falar com Denethr sobre o exército...

-Vocês têm um exército? –Princípe Elphir falou confuso.

-Claro que temos. –Edmund falou impaciente –Denethor nos fez esconde-los, mas Lucy está certa. Chega de diplomacia. O tio de vocês está louco, com todo respeito.

-Finalmente alguem que tem coragem de falar isso alto. –Amrothos falou num suspiro.

-Amrothos! –Elphir bronqueou.

-É verdade e você sabe. –o outro falou –Elphir, ele mandou Faramir para sua morte, numa batalha desnecessária.

Elphir respirou fundo.

-Eu falarei com nosso pai. –ele prometeu.

-Eu vou falar com Denethor. –Lucy decidiu –Vou tentar resolver a situação do exército de forma política, mas do contrário...

-Majestade! –um soldado aproximou-se deles correndo –Rainha Lucy, eu vim informa-la o mais rápido possível! Lorde Treymane foi atingido por uma flecha.

-Quem é Lorde Treymane? –Elphir perguntou confuso.

-Ele está bem? –Lucy perguntou preocupada.

-Seus homens dizem que você pode cura-lo, então viemos busca-la. –o homem informou.

-Eu vou com você imediatamente. –ela falou.

-Eu vou com você. –Amrothos falou –Depois que acudirmos seu amigo podemos ir falar com meu tio. Eu costumava ser o sobrinho preferido dele.

Elphir revirou os olhos.

-Não suma, Amrothos. –ele alertou.

-Nem sonharia com isso, irmão. –ele falou com um enorme sorriso.

Nada assegurador.

XxX

Denethor tinha praticamente forçado os narnianos numa caverna. Minas Tirith era uma cidade que tinha sido construída na sombra de uma montanha e havia vários túneis e caminhos que levavam á cavernas gigantescas.

Onde os narnianos estavam até então era um salão que dava entrada para uma dessas cavernas. Porém quando Lucy entrou ali seguida de Amrothos e os demais soldados os narnianos não estavam ali.

-Onde estão meus soldados? –ela exigiu.

-Lorde Denethor pediu para eles se recolherem para a caverna. –um dos homens respondeu.

-Como? –ela exigiu furiosa –Ele prendeu meus soldados?

-Foi para o bem deles, Majestade. –um homem apressou-se em dizer.

-Eu terei que falar seriamente com seu regente. –Lucy falou por entre os dentes, mas continuou em direção as pesadas portas.

Três homens abriram e Lucy adentrou a sala. Lorde Treymane estava estendido no chão, suas asas abertas com Trumpkin ao seu lado.

O som das portas abrindo-se atraiu a atenção de todos ali e os olhos de Trumpkin se arregalaram em pânico ao vê-la.

-Não, Majestade! –ele gritou.

Mas era tarde demais. O guarda que estava logo atrás dela empurrou-a para trás.

-O que você pensa que está fazendo? –Amrothos exigiu.

Um segundo guarda sacou sua espada e acertou a cabeça do princípe com a empunhadeira dela. Aproveitando-se do fato de Amrothos estar desnorteado empurrou o rapaz para dentro. A porta foi fechada.

Lucy voltou-se para ela e bateu contra a madeira.

-Tire-nos daqui! –ela exigiu.

-Majestade. –Tumpkin apareceu ao lado dela.

-O que está acontecendo? –ela quis saber.

-Eles nos trouxeram aqui ontem. Disseram que havia armamentos e mantimentos e que devíamos nos preparar aqui. –ele falou –Então eles trancaram as portas. Agora pouco atiraram Treymane e Caspian aqui.

-Treymane! –Lucy correu para o falcão que tinha uma parte de sua asa ferida e envolvida em uma atadura improvisade.

Ela tirou rapidamente o frasco de sua cintura e pingou uma gota ali, curando imediatamente o ferimento.

-Onde está Caspian? –ela quis saber.

-Aqui. –o rapaz apareceu. Seu rosto mostrava sinais de combate.

-O que deu em Denethor? –Lucy perguntou chocada, cuidando dos ferimentos dele.

-Eu não tenho ideia. –ele falou –Eu acho que ele finalmente decidiu que interferimos demais.

-Nós já buscamos a caverna toda. –um centauro informou –Não há saída.

-Rainha Lucy?

-Oh meus deus. –ela voltou-se rapidamente para onde Amrothos estava, com um corte nas testa que sangrava intensamente –Você está bem? Deixe-me ver isso.

Ele deixou ela curar o ferimento, seu rosto maravilhado ao ver a magia.

-Eu não acredito que te envolveram nisso. –ela falou –Eu sinto muito.

-Que princípe galante eu seria se não pulasse para resolver uma injustiça? –ele falou levemente irônico –Você está bem?

-Eles não me machucaram. –ela garantiu –Nós temos que sair daqui.

-Como?


-Boa pergunta.

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N/A: É, Denethor surtou de vez e a coisa ficou feia agora.

O que será que vai acontecer com Lucy e os Narnianos presos?

Espero que vocês tenham gostado de todos os posts.

Nos vemos ano que vem ;)

B-jão

O Contato - Capítulo 9



Capítulo 9

Depois do “incidente” com Holmes, Steve tinha feito um snapchat para manter contato com Daryc como Bucky fazia.

Ele bem que podia mandar fotos de si mesmo sem camisa, como Bucky fazia...

Até agora ela não tinha tido essa sorte, mas continuava na esperança.

No meio tempo, lá estava ela em Surrey.

Darcy estava começando a pegar birra de mansões. Povo fresco! Pra que alguém precisava desse espaço todo? Desse jardim todo? Um absurdo.

E ela estava totalmente ignorando o fato de que ela morava num arranha-céu com algumas outras pessoas apenas.

Pelo menos essa casa não tinha la muita segurança. Passar pelo portão tinha sido ridiculamente fácil e agora estava batendo na porta.

Ta que ninguém estava respondendo.

O que será que ela devia fazer? Não tinha campainha ali e mesmo que continuasse batendo, poderia ficar ali por horas sem que ninguém ouvisse.

Ela podia passar seu cartão por baixo da porta. Ou...

Darcy olhou para os lados antes de virar a maçaneta. A porta gigantesca abriu-se facilmente.

-Alguém em casa? –perguntou enfiando a cabeça para dentro da mansão.

Não havia ninguem ali, mas a cara em si era gigantesca.

-Eu to entrando. –declarou, porque a porta estava aberta e ela era curiosa.

O salão de entrada daquela casa era incrível. Tão mais bonito que a mansão assombrada de Bruce Wayne, iluminado. Nada como ser realeza.

Darcy estava pensando se deixava o cartão ou vasculhava a casa quando uma mulher entrou voando na sala. Sem zoeira, provavelmente arremessada por alguma coisa, mas voando mesmo assim. A mulher rolou no chão e levou a mão para o coldre em sua perna, mas este estava vazio. A arma devia ter se perdido na queda.

Darcy estava para anunciar sua presença quando um robô bizonho veio da mesma direção da qual a mulher tinha voado, parecendo pronto para assassina-la.

Darcy não teve dúvida: sacou sua arma e deu três tiros contra a máquina. Ela tinha assistido todos os “Exterminadores do Futuro” e não confiava em nada que se mexesse a base de engrenagens.

Os tiros pegaram na perna do robô, fazendo-o cair, mas atraíram a atenção dele para Darcy e da mulher também.

-Aviso de civil! –ela gritou –Cancelar simulação.

E, fácil assim, o robô desligou.

Darcy estava passada.

-Isso era uma simulação? Você sempre quase se mata pra treinar? –Darcy exigiu inconformada.

A mulher, que tinha obviamente vindo da mesma fábrica de mulheres fodas e lindas que Nat, arqueou uma sobrancelha.

-Você sempre invade a casa dos outros e chega atirando? –ela retrucou.

-Lara, você está bem? –um rapaz magrelo entrou correndo, então viu o robô –Timmy! –exclamou desesperado.

-Ele ta falando sério? –Darcy perguntou incrédula.

-Ignora. –Lara aproximou-se –Lara Croft. –apresentou-se dando a mão para Darcy –Sua mira é incrível.

-Darcy Lewis. Minha mãe me ensinou.

Um mordomo apareceu na sala, viu a cena toda e revirou os olhos.

-Hillary. –Lara chamou –Traga um café para mim e para a senhorita Lewis na biblioteca. Eu imagino que para ela entrar na minha casa atirando, ela quer alguma coisa.

-Eu vim em paz e em nome de Lee Christmas. –ela explicou.

Lara pareceu interessada.

-Como ele está? –havia algo no sorriso dela, que deixou Darcy com uma invejinha branca. Ah, essa era a cara de alguém que ja tinha experimentado o prato e pedido por mais.

-Bem. Casando com uma sonsa. –ela suspirou.

-É a cara dele. –Lara revirou os olhos –Ele sempre quis a vida “normal”.

-Eu também, mas quem me escuta?

Lara deu um pequeno sorriso.

-Você por acaso é filha do Barney?

-Como você sabe?

-Hillary, esquece o café. Traz o bourbon. –ela riu –Eu estou muito curiosa para saber o que trouxe a senhorita Lewis até minha porta.

Em dias assim, Darcy sabia que tinha o melhor emprego do mundo.

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N/A: Amiga da vez: obviamente a divissima Lady Lara Croft, que nos filmes de 2001 e 2003 foi feita pela sempre incrível Angelina Jolie Tenho até medo de saber quem vai ser a próxima...


Espero que vocês tenham gostado, embora tenha sido curto! Comentem!

Nos vemos anos que vem!

B-jão

Primeiras Impressões - Capítulo 9



Capítulo 9

Charlotte me perguntou uma vez –pouco tempo depois de termos nos conhecido – porque eu e as meninas éramos amigas. Ela conseguia entender minha amizade com Jane, mas com as outras meninas era impossível.

Eu sei que muitas pessoas pensam o mesmo. Não por Jane, porque ela provavelmente conseguiria ser amiga do Freddy Krueger e acha-lo um cara legal. Mais por mim e minha completa falta de paciência com a maioria dos seres humanos.

A verdade é que, por mais que sejamos pessoas completamente diferentes, e que nós nos irritemos de vez em quando, eu sei que posso contar com elas quando a coisa ficar feia.

Na verdade, foi bem assim que ficamos amigas na escola.

Jane - por incrível que pareça- não foi sempre ridiculamente linda. Na adolescência ela teve essa fase bem desengonçada, um patinho feio. Agora para e pensa: uma menina negra, quieta e fora do padrão de beleza? Jane era prato cheio para todas as idiotas daquela escola e elas adoravam atormenta-la.

Eu sempre fui zoada por ser ruiva, então sempre fui nervosinha. Eu obviamente não podia deixar Jane sofrer sem ajudar, então eu a defendia. Para o meu choque outra pessoa que defendia Jane com unhas e dentes era Lydia. Isso porque a Kitty também sofria na escola pelo aparelho odontológico que tinha que usar e a fazia falar de forma estranha. E Kitty por sua vez defendia Mary, que era tímida e falava muito baixo.

Foi assim que ficamos amigas: uma defendendo a outra dos bullies.

E foi, por isso mesmo, que permanecemos amigas. Porque embora tenhamos personalidades e gostos diferentes e nossos defeitos nos enlouqueçam, todas sabemos que, quando for realmente necessário uma estará la pela outra.

Por isso, quando na segunda-feira depois da festa do Bingley, eu saí de uma reunião e encontrei 10 ligações perdidas da Jane, 7 da Lydia e 4 da Mary, eu soube que algo estava muito errado.

-Lydia? O que foi? –perguntei preocupada ao ligar para ela.

-Bingley, aquele filho de uma vaca, deu o pé na Jane por e-mail! –ela praticamente gritou do outro lado da linha. –Ela está péssima, você tem que vir para casa.

O QUE? Eu tinha ouvido errado! Não era possível.

Ainda era o meio da tarde, mas eu falei para o meu chefe que estava com problemas femininos e ele nem quis ouvir o resto da conversa antes de me liberar.

Liguei para a Mary e ela me disse que estava saindo do trabalho também, então nos encontramos no metrô. Quando viramos a esquina da nossa rua, Kitty estava abrindo a porta de casa, duas sacolas de compras em sua mão, dentro chocolate, vinho barato e sorvete.

-O que aconteceu? –Mary perguntou preocupada.

-Eu não sei direito. –Kitty admitiu –Jane ainda não disse nada, só que ele foi para os Estados Unidos do nada. Lydia me mandou comprar isso. –balançou uma das sacolas.

Nós três entramos na casa e encontramos Jane e Lydia sentadas no sofá em silêncio. Jane tinha a cabeça no ombro de Lydia, que tinha o braço jogado por sobre o ombro dela.

-Vocês chegaram. –Lydia suspirou aliviada.

-O que aconteceu? –eu exigi.

-Charlie... –Jane começou.

-O maldito. –Lydia cortou.

-Me mandou um e-mail. –Jane completou –Ele está indo para os Estados Unidos a negócios, por tempo indefinido. Ele disse que foi legal me conhecer e que se divertiu.

-Oi? –Mary soltou incrédula –Você “se divertiram”? A gente pode por fogo no prédio da empresa dele?

-Eu apóio essa ideia. –Lydia ofereceu.

-Mas... –eu respirei fundo –Não é possível! Você sabia que ele ia viajar?

-Não. –Jane falou –Ele não tinha falado nada de viagem para lugar nenhum. Ele simplesmente... –lágrimas começaram a escorrer do rosto dela –Eu achei que ele era diferente.

Lydia, que ja estava ali do lado, abraçou-a e eu me joguei do outro lado de Jane para abraça-la também. Kitty e Mary se espremeram no sofá também, e todas ficamos ali por um minuto.

-Eu liguei para a Caroline. –Jane admitiu depois de alguns minutos em silêncio –Como se eu ainda não tivesse lido o e-mail. Eu devia ter ligado para ele, mas não tive coragem, queria saber porquê, mas não queria parecer grudenta e pegajosa. Então eu liguei para ela.

-O que ela disse? –Kitty perguntou.

-Que a viagem estava planejada há meses e ela estava louca para ir, porque Nova York é maravilhosa para compras, mas que quando voltasse nós duas deveríamos almoçar juntas.

Ta, Charlie era um babaca e tinha ido embora como um covarde, eu não precisava mais guardar minha opinião sobre Caroline para mim mesma.

-Ela era um víbora, Jane. –eu falei –Aproveita essa chance para nunca mais falar com ela. Você sabia que ela...

-Não gostava de mim por eu ser negra? –Jane completou, então suspirou diante das nossas caras de surpresa –Eu vivi com preconceito minha vida toda, Lizzie, eu sei muito bem quando alguém não gosta de mim por isso. Mas eu gostava do Charlie e estava esperando que eu conseguisse me dar bem com ela por ele. Mas obviamente eu estava errada sobre ele.

Eu juro por Deus, se Charlie terminou com Jane por causa da cor da pele dela, eu ia descobrir e mata-lo lentamente.

-O que nós podemos fazer por você, Jane? –Kitty perguntou gentilmente.

Todas nós tínhamos um procedimento para fim de namoro. Eu tinha chiliques e queria jogar paintball, Lydia gostava de ficar bêbada e nós tínhamos que tirar o celular dela, até Mary tinha seu próprio jeito de lidar com um término difícil, mas Jane nunca tivera um. Isso era novidade para gente. Então nós não sabíamos o que fazer.

-Isso já está bom. –ela nos assegurou, se aconchegando mais entre eu e Lydia –Mas eu aceito uma maratona de filmes do Colin Firth.

Eu ia matar Charlie.

***

Jane estava tentando manter uma certa aparência de calma na nossa frente, mas nós sabíamos que não era verdade. O meu quarto ficava parede com parede com o dela e eu a ouvia chorar de vez em quando. Ela ia trabalhar e voltava, mas não falava mais nada e não queria mais sair.

Nós realmente não sabíamos o que fazer.

Então veio algo realmente interessante. Jane trabalhava para uma decoradora de interiores muito chique de Londres. A chefe dela tinha sido chamada para decorar um chateau na França e ia levar algumas pessoas com ela e Jane foi uma das selecionadas.

Jane finalmente animou-se e começou a fazer planos, afinal era um grande passo para a carreira dela –além de ser quase um mês pago em um chateau francês.

Nós ajudamos a fazer as malas e foi ótimo vê-la finalmente animada.

A única parte chata era que Jane era minha companhia para o casamento de Charlotte. Sem ela eu não teria com quem ir. Lydia não era chegada em casamentos e Kitty e Mary não eram chegadas em Collins. Eu até entendia, porque na verdade verdadeira, a Charlotte era minha amiga, não delas. E eu sabia que aquele casamento ia ser um porre.

Era melhor não soltar nenhuma das três em cima da famosa Catherine De Bourgh. Especialmente se eu ia ficar na casa dela.

Eu não estava la muito animada para a coisa toda. Eu adoro Charlotte, mas a coisa toda ia ser um pé no saco. Eu não sou muito chegada em casamentos e ser uma das damas de honra não ajudava em nada.

Então, quando eu finalmente peguei meu vôo para a Escócia, só conseguia pensar na viagem de volta.

Quando eu desci no aeroporto de Dundee havia uma mensagem de Charlotte dizendo que um tal de Fitz –sobrinho da dona De Bourhg –ia me buscar.

Eu saí pelo portão de desembarque e comecei a olhar em volta, até avistar um homem com uma plaquinha que dizia “Lizzie” e tinha o desenho de uma dessas pessoinhas feitas de pauzinhos com cabelo vermelho.

Engraçadinho. Eu ja gostava dele.

-Deixa eu adivinhar... –eu falei com falsa surpresa -Fitz?

-Eu mesmo. –ele deu um sorriso maroto –Eu suponho, pela cor do cabelo, que você seja a Lizzie!

Eu revirei os olhos, tentando conter o sorriso.

-A própria. Prazer. –eu ofereci minha mão.

-O prazer é meu. –Fitz aceitou o cumprimento –Charlotte me falou muito de você. Ela estava louca para você chegar. Literalmente. Acho que tia Catherine está surtando sua amiga.

Eu tentei conter a risada –afinal a tia é dele, né –mas acabou que eu ão consegui.

-Bom, aqui estou.

-Quer ajuda com a mala? –Fitz perguntou –Eu fui informado que você é super independente e eu não quero por em dúvida sua capacidade de mulher auto-suficiente.

-Só por essa gracinha, você vai carregar minha mala. –eu falei passando-a para ele.

-Meu Deus, mulher, o que você carrega aqui? As cabeças dos seus inimigos? –ele reclamou.

Eu sentia que esse era o começo de uma bela amizade...

***

Eu sei que devia ter pensado nisso antes, mas eu tive uma semana cansativa! Não é minha culpa que eu não liguei as duas coisas imediatamente.

-Você é primo do Darcy? –eu perguntei chocada a Fitz.

Claro que ele é primo do Darcy, sua idiota! Ele é sobrinho da Megera! Eu sou uma anta.

-Uau, tem muita incredulidade nesse seu tom. –ele falou rindo –Sim, eu sou primo do Darcy.

-Um de vocês deve ter sido adotado. –eu falei com certeza absoluta.

Fitz explodiu em risadas.

-De onde você conhece o Darcy? –ele perguntou curioso.

-De uma tragédia da minha vida. –eu respondi seca.

Eu fiquei meio preocupada que ele ia rir tanto que ia bater o carro.

-Ruim assim? –ele perguntou solidário.

-Pior. –eu falei sem um pingo de dó –Eu nunca vi uma pessoa mais antipática em toda minha vida!

-Ok, Darcy não é a pessoa mais sociável do mundo. –Fitz falou de forma conciliatória –Mas é porque ele é tímido. Ele não sabe como agir na frente de pessoas que ele não conhece, então ele sempre parece um babaca no começo. Mas eu te garanto, ele melhora com o tempo.

-Ah é? E quanto tempo seria? –eu revirei os olhos –Porque eu estive em contato com ele por alguns meses e ele continuou sendo um mala.

Fitz parecia confuso com isso.

-Isso é estranho. –ele falou por fim –Darcy é meio fechado no começo, mas se vocês se viram mais vezes ele deveria ter melhorado.

-Ele sempre foi incapaz de manter uma conversa comigo sem dizer algo estranho ou simplesmente virar e sair. –eu admiti.

Fitz olhou para mim, abriu a boca, então pareceu mudar de ideia, mas ele estava refletindo.

-E outra coisa! Qual é essa história de Darcy? –eu perguntei, porque morria de curiosidade –Ele pensa que é quem? A Cher?

Felizmente nós já tinhámos parado quando eu disse essa, porque o Fitz riu tanto que ele ficou sem ar e eu tive que abana-lo.

-Darcy odeia o nome dele. –ele me informou –Então ele não costuma usa-lo.

-Qual seria esse nome? –eu perguntei interessada.

-Ah sem chance. –Fitz falou na hora –Você pergunta para o Darcy.

Eu devia ter me tocado de que isso era uma pista.

***

Charlotte estava ridiculamente aliviada em me ver. Eu descobri que não era apenas pelo meu charme.

A mãe e a irmã dela estavam deixando Charlotte louca por causa do casamento. Ricky ainda não tinha chegado para ajuda-la a relaxar, então ela estava aguentando as duas na orelha dela.

A lendária Catherine de Bourgh também não estava sendo la grande ajuda, atormentando Charlotte o tempo todo com os minímos detalhes do casamento. Isso depois de ela ter dito que ia cuidar disso tudo porque Charlotte não tinha competência para isso.

Sinceramente, alguem pode mandar essa mulher a merda?

Enfim, eu cheguei e tirei minha amiga de perto da mãe dela antes que acontecesse um matricídio dois dias antes do casamento.

-Lizzie, você é um anjo. –ela falou jogando-se na cama do quarto que Catherine de Bourgh tinha gentilmente separado para minha pessoa.

Aquela casa era ridiculamente grande. Tipo, eu achava o apartamento do Bingley grande, mas aquela casa... Haviam quartos e quartos lá!

Tanto que não só eu estava hospedada com meu próprio quarto, mas Charlotte e a familia estavam, Collins também e mais algumas pessoas.

(Eu sou uma anta mesmo. Como eu não percebi antes?)

O casamento e a festa iam acontecer na mansão por algum motivo que nem Chartlotte entedia.

-Eu até agora não sei porque ela me deixou fazer o casamento aqui. –ela reclamou, largada na cama –Eu nunca me arrependi tanto de algo.

-Bom, agora é só aguentar mais um pouco e ja ja está tudo terminado. –eu falei tentando ser positiva –Fica escondida aqui, eu vou buscar algo para nós comermos na cozinha.

-Você é um anjo, Lizzie. –Charlotte falou fechando os olhos –Eu acho que devia te avisar alguma coisa... Mas não lembro o que...

-Eu imagino que seja pra eu correr caso veja a De Bourgh vindo na minha direção.

Charlotte apenas fez um som vago de concordância.

Eu saí do meu quarto e olhei em volta para o corredor. Hum... Para onde ir?

Eu não tenho ideia de onde fica a cozinha dessa casa, mas o Fitz está a solta por aqui e ele deve saber. A questão é... Cade o Fitz?

Eu lembrava o caminho para a porta de entrada e resolvi começar de lá. Encontrei as escadas que levavam para o andar de baixo quando...

-Lizzie?

Darcy estava la embaixo, pé no primeiro degrau, preparando-se para subir.

Ele é sobrinho da Catherine. Tem outras pessoas ficando na casa. Fitz falou para eu perguntar do nome.

Eu devia ter adivinhado.


Burra.

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N/A: Ai dona Elizabeth, você só da fora mesmo.. hahaha

Bingley maldito! Ele vai ter passar pelo diabo pelo que fez com a Jane, porque na minha opinião ela perdoa esse idiota fácil demais no livro. 

Nossa capa da vez é o querido Wickham. Outro maldito.

Espero que vocês tenhm gostado do meu presente de Natal para vocês! Nos vemos ano que vem!

B-jão

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O Contato - Capítulo 8


Capítulo 8

Darcy bateu na porta e esperou que alguém abrisse.

Estava chovendo.

Como podia continuar amando Londres com todo o seu ser com essa chuva fina e insistente? Assim não tinha cabelo que aguentasse.

Bateu de novo, porque alguém tinha que abrir aquilo logo ou ela ia acabar pegando pneumonia e morrendo!

E ela não estava exagerando. Essas coisas aconteciam.

-Meu Deus, calma! –ela ouviu do outro lado da porta –Vai tirar a mãe da forca?

Uma senhora de cabelos loiros abriu a porta, parecendo incomodada.

-Posso ajudar? –então ela pareceu reparar melhor em Darcy –Oh pobrezinha! Você está toda molhada! Entra.

-Obrigada. Eu to procurando pelo...

-Eu sei que você está. –a mulher cortou –Vamos subir e eu te dou chá.

Foi assim que, dez minutos depois, Darcy se viu sentada numa poltrona mega confortável, enrolada em um cobertor e uma xícara de chá nas mãos.

Ela não ia embora. Nunca! Dane-se Cambridge e Surrey. Dane-se a SHIELD.

-Senhora Hudson, onde está...

Um homem baixinho e loiro entrou na sala, mas parou de falar ao ver Darcy.

-Oi, Bilbo. –ela acenou.

Bilbo, como ela agora o chamaria para o resto de sua vida, olhou em volta, como se não tivesse ideia do que fazer agora.

-Quem é você? –ele quis saber.

-Darcy Lewis. –ela falou –Eu levantaria, mas eu to mega confortável aqui.

-Cade a senhora Hudson? –ele perguntou preocupado.

-Colocando minhas roupas na secadora.

Isso fez ele pausar.

-O que você está usando por baixo desse cobertor? –ele quis saber.

Darcy abriu um sorriso divertido.

-Quase nada.

E ela tinha tirado uma foto e mandado para Bucky, na esperança de que ele fosse um idiota e mostrasse para Steve.

E por quase nada ela não queria dizer só calcinha e sutiã, ta? Tinha uma camiseta ai no meio.

-Watson, com quem você está... –e finalmente o cara que ela estava procurando entrou na sala.

-Fala, Holmes. –ela acenou.

-Quem é essa? –ele perguntou para Bilbo.

-Darcy Lewis. Eu vim em paz e em nome de... –Darcy parou de falar porque seu celular começou a tocar. Ao olhar a tela quase morreu com o nome –Para tudo, breca e espera! O Steve está me ligando! Silêncio, os dois!

Holmes e Bilbo trocaram olhares, mas ficaram quietos quando ela atendeu o telefone.

-Alo? –ela tentou fazer sua voz soar sexy, mas acabou soando como se ela fumasse três maços de cigarro por dia.

-Darcy, você está bem? –Steve perguntou preocupado –Bucky me disse que você tomou chuva ou algo do tipo. Você não está doente né?

Ah Steve... Que anta. Bucky mostra uma foto dela sem roupa e ele se preocupa com a saúde dela. Por que, Senhor? Por que?

-Eu to bem. Sendo bem cuidada. –ela falou num suspiro.

-Bem cuidada por quem? –ele perguntou na hora, em alerta.

Opa, isso sim era interessante.

-Eu to na casa de um contato. –Darcy falou com calma –Tomando chá numa poltrona, enrolada num cobertor.

-Aquela foto que você mandou é na casa dessa pessoa? –Steve perguntou preocupado.

-Sim.

-Darcy, isso pode ser perigoso! Você nem conhece essas pessoas.

-Ta tudo bem, querido, não tema. –ela falou –Dr Watson é um chuchuzinho e o Holmes é uma gracinha num jeito meio assustador.

Os dois homens em questão arquearam as sobrancelhas.

-Darcy, você...

-Tchau, Steve! –ela desligou o telefone –Isso foi ciúmes, não foi? Tem que ser ciúmes! O bicho é lerdo, mas não é possível que seja tanto. Ele tem que gostar de mim, né?

-Licença, mas quem é você? –Bilbo perguntou.

-Darcy Lewis. –ela respondeu com um sorriso enorme –E antes que você... –apontou para Sherlock –Comece a listar todos os meus traumas de infância, baseados no estilo do meu cabelo, ou todas as minhas manias, baseado na cor do meu batom, deixa eu te dizer que eu não ligo.

Sherlock abriu a boca.

-Eu ainda não terminei! Eu sou de uma agência de segurança interplanetária e eu quero saber se podemos te ter como consultante de vez em quando. É uma resposta de “sim” ou “não” e eu não quero ouvir nada além disso.

-Foi o Mycroft que te mandou aqui? –Sherlock exigiu.

-Seu irmão? Aquele que só não é mais britânico por falta de tamanho? –ela perguntou –Foi ele não. E o que eu disse sobre você falar algo além de “sim” ou “não”? –bronqueou.

-De que agência você está falando? –Sherlock perguntou.

-Eu achei que você sabia tudo. –ela provocou.

O homem pareceu analisa-la.

-Não era um desafio! –ela gritou –Eu sou da SHIELD.

Isso pareceu chamar a atenção dele.

-Você estava falando “intergalática”...


-Que bom que você estava prestando atenção.

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N/A: E ai estamos com mais um capítulo da aventura de Darcy, os amigos da vez são...


POSSÍVEIS SPOILERS! Sherlock da BBC, a série que quer nos matar com as longas pausas, estrelando Benedict Cumberbatch como Sherlock Holmes e Martin Freeman como John Watson. Se eu fosse colocar isso em alguma timeline o encontro da Darcy com eles seria antes do Sherlock "morrer" na segunda temporada, assim eu posso fingir que a SHIELD ajudou com a coisa toda!

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B-jão