Capítulo 16
Pippin não conseguira mais
dormir depois que Gandalf declarara que estavam no reino de Gondor. Não tinha
ideia de há quanto tempo cavalgavam, mas mal podia sentir seu traseiro.
Então se viu diante da
cidade.
-Minas Tirith. Cidade dos
Reis. –Gandalf declarou.
A cidade mais parecia uma
fortaleza e brilhava como um diamante puro ao sol.
Gandalf apressou Scadufax,
fazendo o animal correr pela cidade, gritando as pessoas para saírem de seu
caminho. Minas Tirith era formada de níveis e o palácio do rei ficava no último
deles.
Pippin eventualmente se viu
em um pátio, todo branco como o resto da cidade, onde guardas estavam parados e
uma árvore branca repousava.
-É a árvore. –Pippin falou,
reconhecendo-a de sua visão –Gandalf! Gandalf.
-Sim, a Árvore Branca de
Gondor. A árvore do rei. –Gandalf explicou –Lorde Denethor, entretanto, não é o
rei. Ele é apenas o regente, um guardião do trono.
Gandalf parou quando eles
atingiram as portas.
-Preste atenção. –pediu
sério –Lorde Denethor é o pai de Boromir. Ele não precisa saber quão perto da
morte seu amado filho esteve. E não mencione o Anel ou Frodo. –pareceu parar e
pensar melhor –E não mencione Aragorn também. –outra pausa –Na verdade, é melhor
que você não fale nada, Peregrin Tuk.
Pippin apenas fez que sim
com a cabeça e juntos adentraram o salão.
A sala do trono era o único
lugar que Pippin vira até então que não era completamente branco. Colunas de
mármore negro se erguiam até o teto e, entre elas, estátuas brancas de reis
passados estavam.
Havia um trono branco vazio
e, abaixo dele, um outro trono, onde um homem estava sentado.
-Salve Denethor, filho de
Ecthelion, senhor e regente de Gondor. –Gandalf falou com respeito, embora o
homem não tivesse levantado sua cabeça, ou sequer parecera ouvi-lo.
Os olhos de Pippin foram
atraídos para três figuras que estavam paradas no fundo da sala, dois rapazes e
uma jovem. Reconheceu imediatamente Rei Edmund, que parecera também
reconhece-lo. Logo, podia deduzir que aqueles eram a Rainha Lucy e o Rei
Caspian.
-Eu venho com notícias
nesses tempos negros. –Gandalf continuou –E conselhos.
-Talvez... –Denethor começou
–Você tenha vindo para explicar isso. –ele apontou para algo do lado de seu
trono.
Pippin viu, em espanto, o
escudo de Boromir, rachado ao meio manchado de sangue.
-Talvez você tenha vindo
para me contar que meu filho está morto. –Denethor continuou.
-Boromir não está morto.
–Gandalf falou imediatamente –Eu estive com ele em Rohan há menos de uma
semana.
-Mentiras! –o homem bradou
levantando-se –Se eles está vivo, por que não está aqui? Se meu filho está
vivo, por que seu escudo está despedaçado?
-Boromir lutou para nos
salvar. –Pippin falou de repente –Aos meus amigos e a mim. Porém, eu juro, por
minha honra, que ele não morreu.
A verdade era que Boromir
deixara o escudo para trás quando ele e os demais partiram para buscar os
hobbits. Era um peso desnecessário numa hora de pressa. Pippin não entendia
como tinha ido parar ali.
Gandalf, por outro lado,
podia imaginar. Os orcs devem tê-lo encontrado, Saruman teria mandado o escudo
para fragilizar Denethor, faze-lo acreditar que seu filho preferido jazia morto
em algum lugar distante.
-Mentiras, eu só ouço
mentiras! –Denethor bradou.
Gandalf apenas não contava
com o fato da mente de Denethor estar perturbada demais pelo fato. Errara ao
não trazer Boromir consigo.
Pippin ajoelhou-se diante do
trono, embora Gandalf tivesse tentado impedi-lo. Os forasteiros estavam
observando de longe, olhares de preocupação em seus rostos.
-Eu não minto, meu senhor.
–Pippin assegurou –Como prova disso, eu lhe ofereço meus serviços até que Lorde
Boromir retorne a sua casa.
Denethor estava analisando o
jovem hobbit.
-Esse é meu primeiro comando
a você. –ele falou por fim –Como eu devo acreditar que meu filho está vivo,
quando seu escudo e sua corneta foram enviados a mim, cobertos por seu sangue?
Pippin não tinha explicação
para isso. Gandalf acertou-o com seu cajado.
-Levante-se. –ordenou azedo
–Meu senhor, Boromir estará aqui logo e provará que dizemos a verdade. Mas não
será agora. A guerra está chegando. O inimigo está na sua porta. Seu dever de
regente é defender a cidade. Onde está o exército de Gondor? Você ainda tem
amigos, não está sozinho nessa luta. Até os narnianos estão aqui, com batalhões
para ajudar. Avise Théoden de Rohan. Acenda os faróis.
-Você se julga sábio,
Mithrandir. –Denethor falou com desprezo –Mas mesmo com toda sua sutileza você
não tem sabedoria. Você acha que os olhos da Torre Branca são cegos? Eu tenho
visto mais do que você sabe. Com sua mão esquerda você nos usaria de escudo
contra Mordor e com a direita, procuraria me derrubar. Eu sei quem cavalga com
Théoden de Rohan.
Gandalf parecia chocado.
-Ah sim. –Denethor
prosseguiu –Eu ouvi notícias sobre esse tal Aragorn, filho de Arathorn. E eu
digo a você agora que não me curvarei a esse Guardião do Norte! O último de uma
casa de maltrapilhos cuja nobreza se foi há tempos.
-Você não tem autoridade
para negar o retorno do rei, regente! –Gandalf falou, aparentemente cansado de
diplomacia.
-O domínio de Gondor é meu!
E de mais ninguem! –Denethor proclamou.
Gandalf ficou encarando o
homem em choque por um minuto, antes de virar-se e começar a sair.
-Venha. –ordenou a Pippin.
O hobbit começou a segui-lo,
mas não sem antes ver Rei Edmund esgueirar-se para fazer o mesmo.
-Tudo se tornou uma vaidade
ambiciosa. –o mago esbravejou –Ele até usaria o luto pela suposta morte do
filho como desculpa!
-Gandalf! –Edmund
alcançou-os assim que chegaram a porta –Espere.
-Rei Edmund. –Gandalf
cumprimentou-o –Um certo conforto pode ser tirado do fato que vocês estão aqui.
–resmungou.
-Esse homem é instável. –ele
sussurrou –Agarrou-se a Lucy como se ela pertencesse a ele. Agora mesmo a fez
ir para o lado de seu trono, como se para consola-lo. Nós não sabemos o que
fazer.
Gandalf suspirou.
-Há milhares de anos esta
cidade está de pé. –ele falou –Agora, por capricho de um louco, caíra.
Ao longe eles podiam ver o
céu negro e as chamas de Mordor. Edmund e Pippin o seguiram de volta para o
pátio.
-E a Árvore Branca, a árvore
do rei, jamais voltará a florecer. –o mago continuou.
-Por que ainda a protegem?
–Pippin quis saber.
-A protegem porque têm
esperanças. –Gandalf falou –Uma esperança tola e fraca, de que um dia floreça.
De que chegará o rei e esta cidade voltará a ser o que foi, antes de sua
decadência.
Os três caminharam mais
afastando-se dos olhos dos guardas.
-A velha sabedoria do
Ocidente foi esquecida. –Gandalf prosseguiu –Reis fizeram tumbas mais
esplêndidas que as casas dos vivos, dando mais valor aos nomes de seus
ancestrais do que aos nomes de seus filhos. Os senhores sem filhos viviam em
antigos palácios meditando sobre heráldica ou em altas torres frias,
interrogando as estrelas. E assim, o povo de Gondor caiu em ruínas. A linhagem
dos reis fracassou. A Árvore Branca morreu. O comando de Gondor passou às mãos
de homens fracos
Eles pararam perto do mureta
que dava para uma grande queda. Dali a montanha de fogo e cinzas parecia estar
ainda mais perto, ser ainda mais aterrorizante.
-Mordor. –Pippin murmurou.
-Sim, lá está. –Gandalf
suspirou –Essa cidade sempre habitou nas sombras de sua visão.
-Uma tempestade se aproxima.
–o hobbit observou.
-Esse não é um tempo desse
mundo. É um truque criado por Sauron. –Gandalf falou –Uma nuvem de fumaça que
ele manda na frente de seu exército. Os orcs de Mordor não gostam da luz do
sol. Então ele cobre a face do sol para facilitar sua passagem no caminho para
a guerra. Quando a sombra de Mordor alcançar essa cidade, começará.
-Bem.. –Pippin começou
–Minas Tirith... Muito impressionante. Para onde vamos agora? –perguntou
movendo-se, como se pretendesse partir agora mesmo.
-É tarde demais para isso,
Peregrin Tuk. –Gandalf falou sério –Não sairemos dessa cidade. O socorro deverá
vir até nós.
Ele virou-se para Edmund,
que estivera calado até então.
-Quantos homens você tem?
–ele quis saber.
-Homens? Nenhum. –ele
respondeu –Porém, entre centauros, faunos, minotauros e os demais, por volta de
mil. Não acho que seja o suficiente.
-Onde eles estão? –Pippin
perguntou, olhando em volta.
-Denethor nos fez
esconde-los. –Edmund rosnou –Para não assustarmos as boas pessoas de Minas
Tirith. Eu imagino que ele queira apenas nos controlar e impedir-nos de lutar.
Mas nós não respondemos a Gondor.
-Bom rapaz. –Gandalf pôs a
mão sobre o ombro dele –Traga os demais. Nós precisamos conversar.
XxX
Quase uma semana passou sem
notícias e sem sinal dos faróis. Susan estava preocupada com seus irmãos,
Gandalf e Pippin. Tinha medo do que podia estar acontecendo, embora tentasse se
manter esperançosa.
Nunca vira um mal como
aquele, tão corruptivo. O poder da Jadis parecia insignificante diante de tanta
malícia e corrupção. Era como se a Terra-Média apodrecesse um pouco mais a cada
dia, apenas pelo poder de Sauron.
Tinha tanto medo do que
podia estar acontecendo com Sam e Frodo.
E, olhando o céu agora, era
como se até as estrelas se cobrissem em medo.
-Susan.
-Éomer. –ela sorriu para o
cavaleiro que se aproximou –Boa noite.
-Boa noite. –ele ofereceu a
ela uma flor azul –Infelizmente não é um azul tão belo quanto o dos seus olhos.
Susan revirou os olhos e
riu.
-Essa seria sua nova tática
para me conquistar? –ela brincou.
Éomer deu um pequeno sorriso
triste.
-Muito pelo contrário,
Majestade. Na verdade, é uma oferta de amizade.
-Aconteceu algo? –ela perguntou
levemente preocupada.
-Eu estava falando com meu
tio mais cedo. –ele falou, seus olhos no céu –Eu não tinha realmente entendido
até agora o que a morte do meu primo significava. Ou talvez não tivesse querido
entender. Eu sou o herdeiro do trono de Rohan. Se nós sobrevivermos a tudo
isso, eu serei o rei, eventualmente.
Susan deixou-o falar, apenas
ouvindo em silêncio.
-Você disse que seu lugar
era em Nárnia. –ele falou, finalmente olhando para ela –Meu lugar será aqui.
Talvez se eu ainda fosse apenas um soldado, eu a seguiria a qualquer lugar.
Susan não queria dizer nada,
para não encoraja-lo da forma errada. Porém, tivera a impressão de que se Éomer
continuasse a corteja-la, cedo ou tarde era capaz de conquista-la. Ele era
carismático, dedicado, leal e bonito. Porém, entendia a situação dele.
-Você é um grande homem, Éomer.
–ela falou tocando o ombro dele –E eu sei que será um rei ainda melhor. Um dia
a mulher certa vai aparecer e ela será afortunada de ter seu coração.
-Eu esperava que essa mulher
fosse você. –ele falou com um pequeno sorriso.
-Ela será melhor que eu.
–ela garantiu –Ela terá o coração aberto e vai se encantar por você ser valente
e leal, não um rei.
-Eu esperarei por ela
ansiosamente. –ele sorriu ainda mais –Espero não te-la ofendido, Susan.
-De forma alguma, Éomer.
–ela sorriu –Algumas coisas estão fora do nosso controle, mas isso não
significa que sejam negativas.
-Eu imagino que um certo
elfo vai ficar aliviado de ter ficado sem concorrência. –ele provocou.
Susan revirou os olhos.
-Ele não tem nada a ver com
isso.
-Eu tenho minhas dúvidas. –Éomer
pegou a mão de Susan e depositou um beijo nas costas dela –Boa noite, Susan.
-Boa noite, Éomer.
Ela ficou observando o
cavaleiro se afastar. Provavelmente por isso não viu Legolas se aproximar.
-Ele estava se declarando?
–ele perguntou.
Susan tinha a impressão de
que ele estava tentando parecer desinteressado. Bom, o elfo estava falhando
miseravelmente.
-Você está atrasado. Ele ja
fez isso no dia da festa. –ela informou –Agora ele veio dizer que sabe que não
seria possível.
Legolas arqueou uma
sobrancelha.
-Desistiu fácil assim?
-Ele percebeu que será o rei
daqui. Eu sou rainha de Nárnia. Acho que é auto explicativo.
Legolas ficou em silêncio,
como se estivesse pensando.
-Você está... Decepcionada?
–ele perguntou com cuidado.
-Não. –ela falou sincera –Eu
sinto um pouco de pena de Éomer. Não dele, mas da situação. Ele não cresceu
esperando por isso. Ele tinha uma liberdade como soldado que nunca mais terá.
-Eu não achei que ele ia se
declarar tão rápido. –Legolas resmungou.
-Você ficaria surpreso. –ela
riu de leve –Éomer é um homem charmoso, mas se fosse só isso que eu estou a
procura, Caspian também é charmoso e está mais próximo.
Legolas cruzou os braços.
-O que você procura então,
Majestade?
-O que todo mundo procura.
–ela falou como se fosse óbvio –Amor. Eu ja tinha me decidido que não casaria,
mas se for para casar, tem que ser por amor e nada mais.
-Então no fundo você ainda é
uma romântica. –ele abriu um pequeno sorriso.
-Olha quem fala. –ela
virou-se para encara-lo totalmente –Eu tenho a impressão de que você também é,
bem no fundo.
Ele se aproximou um passo
dela.
-Talvez não seja tão no
fundo assim.
-PERTO DEMAIS! VOCÊ ESTÁ
PERTO DEMAIS!
Reepicheep surgiu sabe-se de
onde e pulou no ombro de Susan.
-Você está perto demais da
minha rainha, elfo. –ele falou sacando sua espada –Afaste-se dez passos.
-Reepicheep. –Susan riu
–Você está exagerando.
Legolas bufou.
-Boa noite, Susan. Boa
noite, Reepicheep. -e saiu.
-Essa noite estava ficando
estranha. –Susan suspirou –Eu acho que devo agradecer pela interrupção, Reep.
-De nada, Majestade. –o rato
falou satisfeito.
Embora Susan não estivesse
agradecendo pela razão que ele pensava...
XxX
Pippin encontrava-se diante
de uma cama, observando as coisas que tinha recebido naquela tarde de um dos
vassalos do Denethor: um pequeno uniforme da guarda real, com uma espada e a
malha de ferro.
-Eu imagino que esse seja um
cargo mais simbólico. –ele estava comentando com Gandalf –Quero dizer, eles não
esperam que eu realmente lute. –uma pausa -Esperam?
-Você está a serviço do
regente agora. –Gandalf falou sem caridade alguma –Você terá que fazer o que
lhe for dito, Peregrin Tuk.
O mago começou a tossir em
meio as baforadas em seu cachimbo e resmungar. Pippin ofereceu um copo de água
a ele. Então ouviram alguem bater a porta.
-Devem ser nossos
convidados. –Gandalf falou –Abra depressa.
Pippin correu para a porta e
abriu-a, deixando Edmund, Lucy e Caspian entrarem.
-Nós não fomos seguidos.
–Edmund garantiu.
-Gandalf, é um prazer
finalmente conhece-lo. –Rainha Lucy falou, curvando-se delicadamente.
Ela tinha um rosto bonito,
embora sua irmã mais velha fosse imensamente mais bela. Havia algo delicado
nela, gentil. Provavelmente enfatizado pelo nariz pequenino e as sardas que o
cobriam.
-O prazer é todo meu, Rainha
Lucy, a Destemida. –ele sorriu suavemente –Eu ouvi grandes coisas a seu
respeito.
Ela sorriu para o mago.
-Permita-me apresenta-lo.
Esse é o Rei Caspian. –ela indicou o rapaz, que acenou suavemente com a cabeça
para o mago.
-Eu sou Gandalf, o Branco.
Esse é Peregrin Tuk, do Condado. –Gandalf indicou o hobbit.
-Encantado, Majestades. –o
hobbit falou sorrindo.
-Denethor? –Gandalf quis
saber.
-Dormindo. –Lucy falou –Ele
tomou vinho o bastante para ficar assim até amanhã.
-Edmund disse que ele se
agarra a você como se fosse filha dele. –o mago quis confirmar.
-Mais como se fosse
propriedade. –Caspian falou, obviamente incomodado com a coisa toda.
-Eu temo pela sanidade do
regente. –Gandalf falou –Eu esperava estar em estado delicado, mas o que eu
vejo aqui realmente me preocupa.
-Perdoe-me a interrupção...
–Lucy começou gentilmente –Mas como estão meus irmãos?
-Todos passaram da primeira
batalha sem grandes danos. –Gandalf garantiu –Sua irmã, especialmente. Eu vou
admitir que tive minhas dúvidas em relação a ela, mas a Rainha Gentil não foi
nada, senão uma grande aliada e uma pessoa leal.
-Susan é incrível assim.
–Lucy falou com um sorriso orgulhoso.
-É bom saber que nossa
Rainha está bem. –Caspian concordou –Todos nós ansiamos por ve-la de novo.
Gandalf abriu a boca, então
pareceu mudar de ideia.
-Aquela é nossa ameaça, não?
–Edmund falou, caminhando até a varanda do aposento, os olhos fixos em Mordor.
-Não há mais estrelas. –Pippin
observou preocupado –Chegou a hora? –ele perguntou a Gandalf.
-Sim. –o mago confirmou de
forma solene.
-Está tão calmo. –Pippin
falou, os olhos fixos na montanha de fogo.
-É o respirar fundo antes do
mergulho. –Gandalf profetizou.
-Eu não quero estar numa
batalha. –o hobbit admitiu –Mas esperar às vésperas de uma da qual eu não posso
escapar é ainda pior.
-Existe alguma esperança
para os seus amigos? –Lucy quis saber –Para o hobbit que carrega o Anel?
-Nunca houve muita
esperança. –Gandalf admitiu, apoiando-se na sacada ao lado do hobbit –Apenas a
esperança dos tolos.
Ele virou-se para os Reis
que estavam parados como estátuas, seriedade tornando suas faces tão mais
velhas do que realmente eram.
-Nosso inimigo está pronto.
Suas forças estão reunidas. –ele declarou –Não apenas orcs, mas homens também.
Legiões de Haradrim do sul, mercenários da costa, todos atenderão o chamado de
Mordor. Esse será o fim de Gondor como a conhecemos. Aqui o martelo baterá mais
forte. Se o rio for tomado, se as forças de Osgiliath sucumbirem, a última
defesa dessa cidade cairá.
Os dois irmãso trocaram
olhares.
-Mas nós temos o Mago
Branco. –Pippin falou com um sorriso –Deve contar para alguma coisa.
Porém Gandalf não estava
sorrindo.
-Gandalf? –o hobbit chamou
preocupado.
-Sauron ainda não revelou
seu servo mais mortífero. –o mago falou –Aquele que liderará os exércitos de
Mordor nessa guerra. Aquele que dizem que nenhum homem vivo pode matar. O Rei
dos Bruxos de Angmar. Você ja o encontrou antes. –seu olhar foi para Pippin
–Ele apunhalou Frodo em Wheathertop.
Era possível ver que Pippin
lembrava-se muito bem de que o mago falava e a memória lhe trazia medo.
-Ele é o senhor dos Nazgul.
O mais poderoso dos Nove. –Gandalf explicou aos Reis –Minas Morgul é sua toca.
-Gandalf... –Lucy suspirou
pesarosa –O que podemos fazer?
-Seus exércitos têm que
estar prontos. –o mago falou de forma firme –Temos que segurar as defesas da
cidade o máximo possível. Até ajuda vir.
-E ela virá? –Caspian quis
saber.
-Rainha Susan e Rei Peter
são o socorro. –ele falou de forma seca –Vocês acham que eles virão?
Edmund abriu a boca para
responder quando um raio verde pareceu sair de trás das montanhas e atingir o
céu.
Todos olharam em choque para
aquilo, algo tão obviamente mal e vil. Gandalf colocou a mão no ombro de
Pippin.
-Enfim chegamos a isso. –ele
falou, olhos pregados no céu –A maior batalha de nosso tempo.
-Nós vamos lutar até o fim.
–Lucy garantiu –Nós só precisamos saber que há esperança.
Gandalf não parecia estar
prestando atenção neles.
-O tabuleiro está armado. As
peças estão se movendo.
-Ele me assusta. –Caspian
comentou.
-Nós devemos ir. –Lucy
decidiu –Não podemos arriscar sermos vistos aqui. Vamos preparar os exércitos.
Eu vou mandar uma mensagem para Susan por meio de um dos nossos falcões.
-Não será necessário, Rainha
Lucy. –Gandalf falou virando-se para a garota –Eles vão receber uma mensagem
dentro em breve. Ja que o Regente se recusa a proteger essa cidade, nós faremos
no lugar dele.
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N/A: As coisas estão ficando sérias de verdade agora, cada vez mais perto da batalha.
COMENTEM!
B-jão