Capítulo 13
Umas das piores coisas em
batalha era a espera. Principalmente no caso deles, ja que pareciam estar
parados esperando para serem massacrados.
Talvez estivessem.
Ver o exército de uruk-hais
marchando na direção deles não era nada assegurador. Parecia fazer a situação
ainda mais real e perigosa. Era como se não houvesse fim para os números deles,
dez mil seres prontos para matar a todos.
-Você poderia ter escolhido
um lugar melhor. –Gimli resmungou de sua posição.
Susan fingiu não ver o
sorriso que Legolas não conseguiu esconder.
-Que tal uma aposta,
Majestade? –ele perguntou a Susan.
-Quem morrer primeiro salva
um lugar para o outro? –ela retrucou.
-Não. Quem...
-Derrubar mais Uruk-hais e
bla bla bla. –Reepicheep cortou –Nós já estamos cansados de saber de suas
táticas manjadas para cima da minha rainha!
Boromir deu uma tossida
muito parecida com uma risada.
-O vencedor ganha o que?
–Susan quis saber.
-O que quiser do perdedor.
–Legolas falou.
-Fechado. –Susan falou dando
de ombros com graça, como se não fosse importante.
Gimli revirou os olhos.
Reepicheep parecia inconformado.
Aragorn aproximou-se dele,
após ter checado as posições dos demais elfos.
-Bem, rapaz, seja qual for a
sorte que te mantém vivo, vamos esperar que dure a noite. –o anão falou.
Um raio iluminou o céu e o
chão, mostrando ainda mais a horda de uruk-hais que avançava a passos decididos
em direção a fortaleza.
-Seus amigos estão com você,
Aragorn. –Legolas falou.
-Vamos esperar que eles
durem a noite toda. –Gimli resmungou.
Aragorn pôs a mão no ombro
de Susan antes de se afastar. Chuva começou a cair.
Susan ouviu Aragorn gritando
instruções para os elfos, mas seus olhos ainda estavam pregados na cena que
tinha diante de si.
-Ah Reep... Acho que não estamos
mais em Nárnia. –ela suspirou.
-Coisas feias, não? –o rato
comentou.
-O que está acontecendo lá
fora? –Gimli perguntou, tentando pular para alcançar por sobre a mureta.
-Quer que eu descreva?
–Legolas perguntou –Ou arranje uma caixa para você?
O anão lançou um olhar para
o elfo, então soltou uma risada sarcástica.
Os homens do rei estavam com
flechas apontadas paras os Uruks, mas todos estavam esperando. Menos um, que
acabou disparando antes da ordem oficial.
-SEGUREM! –Aragorn ordenou.
-Ops... –Reep murmurou.
Foi aí, que tudo realmente
começou.
Aragorn deu a ordem para os
elfos atirarem e o rei veio logo atrás. Os movimentos de batalha eram
automáticos para Susan. A ideia era derrubar o máximo de inimigos possíveis de
uma distância segura, antes de ter que entrar na luta.
Ela sabia que tinha menos
força e resistência.
Os Uruks estavam tentando
escalar o paredão com escadas e alguns estavam até conseguindo. Mas a luta
estava relativamente ao favor deles. A fortaleza deveria protege-los.
Até que alguma bruxaria fez
uma parte do paredão voar em chamas, deixando-os totalmente abertos ao exército
inimigo.
Susan estivera um pouco
perto demais e fora arremessada ao chão. No processo perdeu Reepicheep de
vista.
Os ouvidos dela estavam
zumbindo e sua visão estava embaçada. Também podia sentir algo morno escorrendo
por sua testa. Sangue.
A batalha acabara de virar o
pior pesadelo de Susan. Em um reflexo, nascido de anos de certezas e promessas,
ela levou a corneta de Nárnia a sua boca e soprou com toda sua força.
Ela tinha fé em Aslan. O
socorro viria.
XxX
O sol começou a nascer
quando os Urks terminaram de tomar a fortaleza e eles foram deixados sem
praticamente nenhum homem.
Haldir estava morto. Todos
os elfos estavam.
Os homens que sobraram
tinham se recolhido para a sala do trono e estavam tentando barricar a porta
com mesas e bancos.
-A fortaleza foi tomada.
–rei Théonden falou em choque –Acabou.
-Você disse que a fortaleza
nunca cairia enquanto seus homens a defendessem! –Aragorn protestou, tentando
acordar o rei –Eles ainda a defendem! Eles morreram a defendendo.
Os uruks estavam investindo
contra a porta. Logo a madeira não resistiria mais.
-Não há outro caminho para
as mulheres e crianças saírem das cavernas? –Boromir quis saber.
Rei Théoden parecia apático
e incrédulo e não respondeu.
-Não há outro caminho?
–Aragorn insistiu.
Gamiling olhou de seu rei
para Aragorn.
-Há uma passagem, leva as
montanhas. –ele falou –Mas eles não irão muito longe. Os Uruk-hais são muitos.
-Diga as mulheres e crianças
para se dirigirem para a passagem nas montanhas. –Aragorn ordenou –Então ponha
barricadas nas portas!
-Tanta morte... –Théoden
murmurou de repente –O que podem os Homens fazerem contra tanto ódio?
-Cavalgue comigo. –Aragorn
falou, chamando a atenção do rei –Cavalgue comigo e encontre-os.
-Por morte e glória.
–Théoden respondeu, vida voltando aos seus olhos.
-Por Rohan. Pelo seu povo.
–Aragorn completou.
-O sol está nascendo. –Gimli
informou.
Gandalf! Ele prometera que
estaria aqui, hoje era o dia.
-Sim. Sim! –Théoden falou
com mais firmeza –A corneta de Helm Hammerhand soará no abismo mais uma vez!
-Sim! –Gimli apoiou,
correndo para fazer justamente isso.
-Que seja essa a hora quando
brandiremos juntos nossas espadas. –Théoden falou, colocando a mão no ombro de
Aragorn -Caídos, levantem! Agora pela ira! Agora pela ruína! E uma amanhecer
vermelho!
O rei tinha seu capacete e
seu desejo de lutar agora. Todos os que ainda estvam ali, estavam ao seu lado,
em cavalos, espadas em mãos.
E o som das cornetas soou.
-AVANTE, EORLINGAS!
Eles avançaram contra as
ordas de Urkus que finalmente derrubaram as portas. Era um último ato, nascido
não de desespero, mas do desejo de ir lutando, de encontrar glória na batalha.
Eles desceram as escadarias
da fortaleza, acertando Uruk-hais durante todo o caminho. Ao chegarem a
calçando estavam atropelando o máximo possível, derrubando o inimigo e
atingindo-os com golpes duros.
Eram pequenos peixes num mar
de adversários.
Foi quando tudo mudou.
Aragorn levantou os olhos
para o leste e viu Gandalf surgir no topo da colina. O suspiro maravilhado dele
chamou a atenção de Susan, que estava atrás dele no cavalo, o bastante para ela
olhar também.
Bem a tempo de ver...
-Aslan.
XxX
-O rei Théoden luta sozinho.
–Gandalf murmurou.
-Sozinho não. –Eomér falou
ao juntar-se ao mago.
-Não mais. –o Grande Leão,
logo ao outro lado de Gandalf, completou.
-Rohirrim! –Éomer chamou.
Era como ver uma onda
gigante vindo contra a praia, algo enorme, poderoso, que não seria facilmente
contido.
Os Uruks trocaram de
posição, viraram-se para os novos atacantes, lanças prontas para enfrenta-los.
A frente do grupo vinham os
sátiros. Eles conseguiam saltar as lanças e mergulhar direto na batalha. Os que
vinham atrás, entre homens de Rohan e centauros, foram salvos pelo sol, que ao
nascer atrás deles, cegou os Uruks.
Eles estavam salvos.
-Aqueles são...
-Narnianos! –Susan celebrou
antes que Aragorn terminasse a frase.
O novo número de soldados
varreu os uruks, ja cansados após uma noite inteira de batalha. Vários tentaram
fugir para as florestas e foram peserguidos pelos cavaleiros.
-Fiquem longe das árvores!
–Éomer comandou –Fiquem longe!
Quando o último uruk-hai
cruzou a linha das árvores, eles ouviram os sons: os gritos, a luta.
As árvores estavam matando
os últimos uruk-hais por eles.
Estava acabado. Eles estavam
vivos. Rohan não caíra.
Era um milagre.
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N/A: Nárnia veio ao resgate!!
Estamos perto do fim de "As Duas Torres". Espero que vocês estejam gostando!
COMENTEM!
B-jão
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