Capítulo 12
Gandalf já participara de
batalhas demais, já partira em dúzias de jornadas e missões que pareciam
impossíveis.
Nunca realmente se
acostumara a algumas dessas coisas.
Lutar, matar, guerrear...
Não são estados normais. São pesos grandes demais para o coração e alma de
qualquer um.
A alma de Gandalf estava
sobrecarregada de batalhas.
Porém, mais uma vez, la
estava ele, marchando para o que provavelmente seria um massacre, esperando
chegar a tempo, temendo não chegar.
Encontrara Éomer como
planejara e juntos estavam cavalgando o mais depressa que podiam em direção ao
Abismo de Helm. Tinham que chegar a tempo. As defesas tinham que resistir.
Gritos começaram a vir dos
últimos homens do grupo e todos tiveram
que parar.
-O que está acontecendo?
–Éomer exigiu.
-Meu lorde, um exército se
aproxima. –um dos guardas falou.
-Aliados? –ele quis saber.
-Não sabemos dizer. –foi a
resposta –Mas eu não apostaria nisso.
Era só o que precisavam.
Mais problemas.
-Preparem-se para batalha,
mas esperem meu comando. –Éomer instruiu.
Gandalf sacou sua espada,
enquanto amaldiçoava a demora. Saruman obviamente enviara alguém atrás de
Éomer. Era uma decisão lógica e óbvia.
Mas eles tinham que
continuar.
Logo.
XxX
Chegara.
Aragorn finalmente chegara.
Quando caíra do penhasco
achara que era o fim. Ao ouvir a voz de Arwen teve certeza de que estava morto.
Mal pôde acreditar quando seus olhos abriram e percebeu-se vivo.
Não fora fácil chegar até o
Abismo, principalmente sem ser visto pelas tropas que marchavam em direção a
fortaleza, mas estava la.
-Onde ele está? Onde ele
está? Saiam do meu caminho! Eu vou mata-lo.
Aragorn viu Gimli abrir
caminho por entre a multidão, até estar frente a ele.
-Você é o mais sortudo, mais
sagaz, mais descuidado homem que eu já conheci! –o anão falou, obviamente
emocionado, abraçando o guardião –Abençoado seja, rapaz.
-Gimli, onde está o rei?
–Aragorn perguntou, porque era urgente.
Gimli indicou com a cabeça
as escadas e o homem apressou-se. No topo delas deu de cara com Legolas.
-Você está atrasado. –o elfo falou, então analisou-o –Você está
terrível.
Aragorn riu. Legolas deu-lhe
algo. O pingente de Arwen, a Estrela Vespertina.
Aragorn achara que estivera
perdida para sempre, acordar e não te-la foi doloroso. Ve-la agora em sua mão
era um milagre.
-Obrigado. –falou sincero.
-Aragorn!
O guardião virou-se bem a
tempo de pegar Susan, que jogara os braços em volta do pescoço dele.
-Minha Rainha.
-Como você ousa fazer isso
comigo? –ela estava falando, mas podia ouvir o tom choroso de sua voz.
-Eu peço mil perdões. –ele
falou abraçando-a de volta.
-Aragorn. –Boromir
aproximou-se –É bom ve-lo, amigo.
-Infelizmente eu trago
apenas más notícias.
XxX
-Um grande exército, você
diz? –Théoden perguntou.
-Isengard está totalmente
deserta. –Aragorn afirmou.
-Quantos? –o rei quis saber.
-Pelo menos dez mil.
-Dez mil? –Théoden repetiu
incrédulo.
-É um exército criado com um
único propósito: destruir o mundo dos Homens. –o guardião falou –Eles estarão
aqui ao anoitecer.
XxX
Susan não gostava do rei
Théoden. O homem era orgulhoso e teimoso demais para o próprio bem. Porém o
maior pecado de seu temperamento era que afetava seu povo e arriscava a vida de
todos eles.
Porém, embora Aragorn
tivesse insistido em pedir ajuda, Susan sabia que ninguém chegaria ali a tempo.
Tinham poucas horas até o anoitecer e a chegada das tropas inimigas.
Estava tão acostumada a
essas situações, ao desespero de enfretar uma exército maior que o seu, de
estar cercada e sem esperança de sair, que não devia sentir o medo, o pânico.
Sentia assim mesmo.
Sua mão foi parar em sua
corneta. E se...
-Susan.
Sorriu para Boromir.
-Ei.
-Você já pensou em ir para
as cavernas com as outras mulheres?
Ela arqueou uma sobrancelha
em resposta.
-Valeu a tentiva. –ele falou
com um pequeno sorriso.
-Eowyn foi para as cavernas?
–ela quis saber.
-Depois de uma cena muito
desconfortável com Aragorn. –Boromir admitiu.
-Eu o avisei. –Susan
suspirou –Era óbvio que ela se apaixonaria pelo primeiro homem forte que a
respeitasse como mulher forte.
-Você está sendo um pouco
dura, Susan. –Boromir indicou.
-Eu estou sendo realista.
–ela falou.
-Majestade, Mestre Boromir!
–Reepicheep apareceu correndo –Venham depressa.
Os dois trocaram olhares e
seguiram o rato.
Entraram na sala das armas
bem a tempo de pegar Aragorn gritando.
-Então eu morrerei como um
deles!
Susan brecou, olhando
chocada para o guardião. Aparentemente Aragorn estivera discutindo com Legolas
e a conversa chegara a esse ponto.
Os olhos do guardião
varreram a sala e então ele saiu. Legolas pareceu pronto para ir atrás dele,
mas Gimli o segurou.
-Deixe-o ir, rapaz. –ele
falou –Deixe-o.
Susan virou as costas e saiu
dali também.
XxX
Aragorn não queria entrar em
desespero. Queria ser aquele que manteria a calma durante toda a batalha,
porque sabia que poucos deles o fariam. Queria ser o que acreditava que tudo ia
dar certo.
Estava perdendo a luta
contra si mesmo.
Quem era ele para exigir
algo de Théoden? Para dizer o que era certo ou errado? Estava se enganando e
muito provavelmente enganando a todos no processo.
-Você parece preocupado,
amigo. –Boromir falou, sentando-se ao lado dele na escada.
-Eu não devia estar?
-Todos nós devíamos estar.
–Boromir admitiu –Não leve a mal o que Legolas disse.
-Eu não levo. Ele está
assustado, como todos nós.
Os dois ficaram em silêncio
por um minuto.
-Eu ainda acredito em você,
Aragorn. –Boromir falou –Mais do que acredito em mim mesmo. Você nos trouxe até
aqui e eu o seguirei até o fim dessa guerra. Nem que ela nos leve aos portões
de Mordor.
-Nós teremos que sobreviver
a essa noite antes disso acontecer, meu amigo.
-Quando estivermos no portão
de Mordor, eu direi: “eu avisei”.
Aragorn deu uma risada
rouca, então seus olhos caíram em um garoto tão jovem, que carregava uma espada
e parecia não ter ideia do que fazer com ela.
-Dê-me sua espada. –Aragorn
falou para o garoto.
Ele pareceu olhar para os
lados, como se quisesse ter certeza de que era com ele que Aragorn falava.
Então aproximou-se e ofereceu a arma.
-Qual seu nome? –Aragorn
perguntou ao aceitar a espada.
-Haleth, filho de Háma, meu
senhor. Os homens estão dizendo que não passaremos dessa noite. Eles dizem que
não há esperança.
Aragorn trocou um olhar com
Boromir, então levantou-se e analisou a espada, dando alguns golpes no ar com
ela.
-Essa é uma boa espada. –ele
declarou –Haleth, filho de Háma... –devolveu a espada ao garoto –Sempre há
esperança.
-Bem dito. –Boromir falou
–Acho que está na hora de você se armar, Aragorn.
XxX
A batalha era inevitável.
Desistir ou lutar eram as escolhas.
Aragorn nunca desistiria.
Então fez o que Boromir
disse e foi armar-se. E la encontrou Legolas.
-Nós confiamos em você até
aqui. Você não nos decepcionou. Perdoe-me. Eu errei ao me desesperar. –o elfo
falou.
-Não há o que ser perdoado, Legolas. –Aragorn falou sinceramente.
Os dois trocam sorrisos.
-Se nós tivéssemos tempo eu
ajustaria isso. –Gimli resmungou colocando uma malha de ferro que caiu por seu
corpo até alcançar o chão –Está um pouco apertado no peito. –ele falou diante
dos olhares dos outros homens.
Os três sorriram, mas o som
de cornetas fez todos pararem.
-Essa corneta não é de Orcs.
–Legolas falou.
Os quatro saíram correndo de
lá.
XxX
Susan ouviu as cornetas e
viu os elfos se aproximando.
Desceu as escadas das
muralhas e alcançou-os ao mesmo tempo que o rei.
-Como isso é possível?
–Théoden perguntou chocado.
-Eu trago palavras de Elrond
de Rivendell. –Haldir, que obviamente liderava a tropa inteira, falou –Uma
aliança uma vez existiu, entre Homens e Elfos. Há muito tempo nós lutamos e
morremos juntos. Nós viemos para honrar essa aliança.
Aragorn chegara agora e
descera os degraus com pressa, parou para cumprimentar Haldir a distância, mas
desistiu e abraçou o elfo, que pareceu surpreso por um minuto, mas então
retornou o gesto.
Legolas aproximou-se para
fazer o mesmo.
O olhar de Haldir foi parar
em Susan.
-Majestade, é um prazer
reve-la.
-Eu digo o mesmo, Haldir de
Lórien. –ela sorriu –Seus modos melhoraram. Quem diria?
Ele sorriu de volta para a
Rainha, então olhou para Théoden.
-Nós estamos orgulhosos de
lutar ao lado dos Homens mais uma vez. –Haldir falou ao rei.
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N/A: Eu demorei demais!!! T.T
Gente, mil perdões mesmo. Espero que vocês não tenham desistido de mim. Eu sei que tinha prometido isso pra um tempão, mas eu to enrolada pra caramba... u.u
So sorry!
Próximo capítulo: A Batalha do Abismo!
Comentem e aguardem!
Eu esotu indo postar em "Nove Meses" agora mesmo! E sexta feira teremos post em "Primeiras Impressões".
B-jão
So sorry!
Próximo capítulo: A Batalha do Abismo!
Comentem e aguardem!
Eu esotu indo postar em "Nove Meses" agora mesmo! E sexta feira teremos post em "Primeiras Impressões".
B-jão
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