N/A: E eu sumi, mas eu voltei! Como prometido aqui estamos com mais um capítulo de "Senhora".
Obrigada pelos comentários!
Os diálogos em itálico seriam em élfico. Eu reprovei nessa matéria na escola, então temos que improvisar... hahahah
Algumas notas serão adcionadas ao fim do capítulo com algumas explicações de coisas que vão acontecer nesse capítulo. Mas qualquer dúvida é só me gritar e eu respondo ;)
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Capítulo 7
Susan se perguntava se em
algum momento eles parariam de correr, embora duvidasse muito.
Eles finalmente chegaram a
Floresta de Lothlórien, pouco antes do cair da noite.
-Fiquem perto, jovens
hobbits! –ela ouviu Gimli dizer -Dizem que uma grande feiticeira vive nessa
floresta. Uma bruxa élfica de poder tremendo. Todos os que olham para ela são
enfeitiçados. E nunca mais são vistos.
Susan sentiu um arrepio
percorrer seu corpo. Feiticeiras nunca foram boas para Nárnia.
-Bem, aqui está um anão que
ela não envolverá tão facilmente. Eu tenho os olhos de um falcão e ouvidos de
raposa.
De repente Susan sentiu a
lâmina gelada de uma flecha contra sua bochecha. Nem vira de onde os elfos
saíram.
-O anão respira tão alto...
–um elfo declarou aproximando-se -Que podíamos tê-lo flechado no escuro.
-Haldir de Lórien. –Aragorn falou de forma respeitosa, em élfico -Viemos
pedir socorro. Precisamos de sua proteção.
-Aragorn! Essa floresta é perigosa!
É melhor voltarmos! –Gimli estava falando.
-Vocês adentraram os
domínios da Senhora da Floresta. –Haldir falou sério -Não podem voltar. Ela os
espera.
Os elfos os levaram até uma
plataforma que ficava no topo das árvores majestosas.
Haldir não parecia nada
interessado nos demais e ficou falando em élfico com Aragorn e Legolas, até
Gimli reclamar.
-Tanto para a lendária
cortesia dos elfos! Fale palavras que também podemos entender! –ele exigiu.
-Nós não temos relações com
anões desde os Dias Negros. –Haldir falou de forma fria.
-Sabe o que esse anão diz
sobre isso? –Gimli desafiou. -Ishkhaqwi ai durugnul!
-Isso não foi nada cortês.
–Aragorn censurou o anão.
Haldir ignorou os dois e seu
olhar buscou Frodo.
-Você traz grande mal com
você. –falou para o hobbit, então virou-se para Aragorn –Vocês não podem seguir
adiante.
Aragorn começou a discutir
com Haldir em élfico mais uma vez, mas era óbvio que o assunto ainda era Frodo.
Todos os demais estavam lançando olhares pesarososo ao hobbit, mas Reepicheep
foi o único que aproximou-se.
-Não se preocupe com as
palavras rudes desse elfo. –o rato falou, colocando a pata sobre a mão de Frodo
–Está bem claro que eles são criaturas sem finesse alguma. Eu sei que parece
desesperador agora, mestre Frodo, mas lembre-se que estamos todos aqui por você
e nós não iremos abandona-lo.
-Mas Gandalf...
-A morte de Gandalf não foi
em vão. –Boromir, que estava ali perto declarou -E ele não ia querer que você
perdesse as esperanças. Você já carrega um fardo pesado, Frodo. Não queira
carregar o peso dos mortos.
-Agora já chega! –Susan entrou entre Haldir e Aragorn –Suas maneiras são repugnantes e o jeito como
você está tratando todos nós, mas principalmente Frodo, é uma vergonha para
toda sua raça! Nós exigimos ver a sua Senhora e eu acho bom você começar a se
mover!
Todos haviam virado-se para
a Rainha e a olhavam em choque.
-Por que você ainda está parado? –ela exigiu.
Haldir olhou entre ela e
Aragorn.
-Vocês irão me seguir. –ele
falou por fim.
-Você fala élfico. –Aragorn
comentou encantado.
-Na verdade eu falo a língua
que as árvores de Nárnia falam. –ela deu de ombros –Se isso é chamado de élfico
aqui, o que eu posso fazer?
XxX
A Terra Média continuava maravilhando Susan.
Caras Galadhon, chamado por
Haldir de o coração do Reinado Elfico na Terra, era de fato uma coisa
maravilhosa: as luzes, as árvores, as escadas...
Os elfos eram criaturas
incrivelmente belas e tudo o que faziam refletia isso. Mas, a cada dia que
passava, a rainha começava a duvidar mais e mais da capacidade de empatia
deles.
Eles foram parados em um dos
terraços.
Havia essa pequena voz na
cabeça de Susan que continuava a chama-la. Podia ver nos outros a inquietação e
imaginava que todos ouviam o mesmo.
Alguém ali gostava de fazer
joguinhos e ela não apreciava isso.
Uma luz intensa pareceu
surgir diante deles, finalmente revelando Lorde Celeborn e Lady Galadriel. Os
dois eram tão magníficos quanto se esperaria dos senhores daquele lugar, mas
havia algo ainda mais intenso na Senhora da Luz. Algo que fazia Susan desconfiar
dela imediatamente, porque lembrava perfeitamente de Edmund descrevendo Jadis.
-Quando eu a vi da primeira
vez... –um suspiro –Eu a achei tão bela. Eu sei que pode parecer estranho, mas
havia essa aura de poder ao redor dela... Eu me vi atraído, como uma mariposa
para as chamas.
Galadriel parecia ter
exatamente o mesmo efeito em todos os outros, porém Celeborn foi quem falou
primeiro.
-O Inimigo sabe que vocês
entraram aqui. –ele falou sem rodeios -Qualquer esperança em segredo que vocês
tinham foi desperdiçada. Oito estão aqui, mas nove saíram de Rivendell.
Digam-me onde está Gandalf, pois desejo muito falar com ele. Não consigo mais
vê-lo de longe.
Antes que algum deles
pudesse responder, os olhos de Galadriel foram parar em Aragorn.
-Gandalf, o Cinzento não
passou as fronteiras dessa terra. –ela falou -Ele caiu nas Sombras.
-Ele foi tomado por Sombra e
Chama: um Balrog de Morgoth. –Legolas falou -Pois entramos desnecessariamente
nas redes de Moria.
As palavras tiveram efeito
imediato em Gimli, fazendo seus ombros pesarem. Susan deu uma cotovelada no
elfo ao seu lado.
-Nenhum dos feitos de
Gandalf em vida foi desnecessários. –Galadriel falou de forma calma -Nós ainda
não sabemos seu propósito inteiramente. –o olhar dela foi parar em Gimli -Não
deixe o grande vazio de Khazad-Dûm preencher seu coração, Gimli, filho de
Glóin. Pois o mundo tornou-se cheio de perigos. –ela sorriu gentilmente para o
anão -E em todas as terras, amor agora se mistura com dor.
O olhar da mulher foi parar
em Boromir, que não aguentou encara-la.
-O que acontecerá com a Sociedade?
Sem Gandalf, a esperança está perdida. –Celeborn falou.
-A demanda está por um fio.
Desviem um pouco do caminho e falharão, para a ruína de todos.
-Rainha Gentil, vinda de tão longe... –agora Susan podia reconhecer
perfeitamente a voz da mulher em sua cabeça. Galadriel ainda falava com todos,
mas a voz ainda soava em sua mente. –Lutando
desesperadamente por um lugar seu, algo que reconheça. Sua fé no Grande Leão é
forte, mas será testada mil vezes durante essa jornada.
Susan virou os olhos para a
mulher. Se ela achava que podia desafia-la ou colocar sua fé em Aslan em
dúvida, Galadriel nunca tinha realmente lidado com uma narniana.
Galadriel terminou seu
discurso com um sorriso gentil e fez um gesto quase imperceptível com as mãos.
Uma elfa que parecia muito jovem aproximou-se de Susan.
-Majestade? Venha comigo.
XxX
Susan foi levada pela elfa
para um tipo de quarto, onde uma banheira com água quente e aromatizada
esperava por ela.
Perguntava-se porque a
hospitalidade repentina, apenas algumas horas atrás Haldir nem queria deixa-los
entrar ali, mas deixou a garota ajuda-la a tirar sua armadura e banhar-se.
A garota fazia perguntas
curiosas sobre Nárnia e deleitou-se com o fato da Rainha saber falar élfico.
Quando Susan deixou o banho
havia um vestido esperando por ela. Pelo menos suas armas e sua corneta ainda
estavam ali.
-Suas roupas vão estar
prontas para quando você partir amanhã. –ela foi assegurada pela elfa.
A Rainha aceitou ajuda com
seu vestido e sentou-se para que a garota a ajudasse a pentear o cabelo.
Foi então que Galadriel
entrou no quarto. Ela dispensou a garota com palavras rápidas.
-Majestade. –Galadriel
falou.
-Senhora. –Susan inclinou a
cabeça levemente.
Sem dizer uma palavra sequer
e sem tirar os olhos da jovem, Galadriel sentou-se na cadeira em frente a
Susan. E ficou encarando-a.
Estava na hora de descobrir
o que a outra queria.
-Eu agradeço sua
hospitalidade. –Susan falou de forma cordial.
-Vocês têm um longo caminho
pela frente. Tribulações, dúvidas... –um gesto delicado com a cabeça
–Oportunidades para descansar serão raras daqui para frente.
Susan não respondeu nada.
Galadriel pareceu analisa-la.
-Você não confia em mim.
–ela concluiu.
-Nem por um segundo. –Susan
falou sem piedade, mas sem grosseria –Você se sente no direito de falar dentro
da minha mente, tenta por dúvidas dentro de mim, adoçando-as com cortesias.
Então não, eu não confio em você e me sentirei melhor quando estivermos fora de
suas terras.
Galadriel abriu um pequeno
sorriso.
-Você é forte, Rainha
Gentil. –ela falou –Tente manter-se assim até o fim da jornada. Medo, dúvida e
cobiça ja brotam dentro de sua sociedade. Um movimento em falso e tudo estará
perdido. Um de vocês é o elo fraco. E nós duas sabemos quem é.
Susan levantou-se.
-Você está errada. –ela
declarou, pegando suas coisas –Eu vou dormir com meus companheiros.
XxX
Legolas estava voltando para
o acampamento quando viu Susan descendo as escadas.
Ela trocara de roupa e
estava usando um vestido com renda branca na parte de cima e uma saia que
parecia ser feita de água, de tão fluida, com um cinto prateado em volta do
cintura e a corneta de Nárnia presa a ele. A cor clara parecia acentuar a cor
dos olhos dela, além do rosa de sua face e de sua boca. Embora o vestido fosse
uma obra de delicadeza, o arco e as flechas presos as costas dela mostravam que
ela não era indefesa.
Porém o que mais lhe chamava
a atenção no momento eram os cabelos dela. O castanho deles era uma cor rica,
mas era a primeira vez que o elfo os via soltos e eles caíam em cachos até
abaixo do quadril dela.
Ela era uma das mulheres
mais belas que o elfo ja vira em seus milênios de vida. Sua beleza certamente
ofuscaria a de várias elfas.
-O que você está olhando?
–ela desafiou quando se aproximou, uma das sobrancelhas dela arqueada.
-Apreciando sua beleza,
minha rainha. –ele falou sinceramente.
Ela revirou os olhos.
-Claro. –pura ironia em sua
voz ao passar por ele.
Ele deu alguns passos para
segui-la, mas a Rainha abaixou-se para pegar Reepicheep, que ela abraçou contra
si, em um pedido de conforto.
Foi quando o elfo ouviu a
música no ar.
-Uma elegia para Gandalf.
–falou.
Todos pararam para ouvir.
-O que dizem sobre ele? –Merry
quis saber.
-Não ouso dizer. Para mim, a
dor ainda está próxima demais. –Legolas falou, um peso em sua alma.
Apenas agora puderam parar o
bastante e a dor do luto finalmente encontrara um espaço para crescer em seus
corações.
-Aposto que não falam dos
seus fogos de artificio. –Sam falou -Deveria haver um verso sobre eles.
–levantou-se decidido –Os melhores foguetes já vistos / Eles explodem em
estrelas de azul e verde / Ou depois do trovão prata chove / Vem caindo como
uma chuva... De flores.
Os ombros deles desabaram e
ele caiu sentado.
-Ah, isso não os faz justiça
nem de longe. –Sam murmurou.
Susan agachou-se ao lado do
hobbit e abraçou-o.
-Não, Sam. Isso foi lindo e
sincero. –ela beijou o rosto dele –Eu adoraria ter visto esse fogos.
-Alguém deveria falar da
coragem do mago! – Reepicheep falou subindo no tronco ao lado de Sam e tirando
sua espada da cintura –Diante do maior desafio...
Susan deixou os dois
trocando versos e andou um pouco a frente, fazendo um gesto para Aragorn
segui-la.
-Minha Rainha? –ele
perguntou ao aproximar-se.
-Eu gostaria de me
desculpar, Aragorn. –ela falou sem rodeios –Eu não tinha direito algum de te
tratar como se você não estivesse ligando para a morte de Gandalf, quando você
estava fazendo decisões para proteger todos nós.
-Eu sei que suas ações
também foram consequência do luto, Susan. –ele falou –Não há nada a ser
perdoado.
Ela parecia estar
estudando-o.
-Sabe, Aragorn, nós todos te
respeitamos, mas também sabemos que Gandalf era um companheiro seu, de longa
data. –ela falou –Você não precisa ser forte o tempo todo. Você também pode
lamentar a perda dele.
Os olhos do guardião foram
parar no chão.
-E por isso, eu quero dizer
que você deve me abraçar, porque eu preciso. –ela falou, algumas lágrimas
escapando de seus olhos.
-Ah Susan...
Aragorn puxou a garota para
seus braços, apoiando o queixo no topo da cabeça dela, enquanto ela escondeu o
rosto contra o peito dele.
-Vai ficar tudo bem. –ele
garantiu –Nós vamos nos manter unidos.
-Então você precisa fazer
algo por mim.
Aragorn afastou-a um pouco
de si, pegou o rosto dela entre suas mãos e encostou sua testa a dela.
-Qualquer coisa, minha
Rainha Gentil. –ele prometeu.
Ela olhou nos olhos dele.
-Você tem que falar com
Boromir. –ela falou séria –Ele está estremecido, ele precisa de ajuda.
-Susan...
-Você é o Rei dele, Aragorn.
Por mais que você fuja disso. –ela falou séria –Mas não se pode fugir de quem
você é. Acredite, você vai estar sempre preso a esse destino. Está na hora de
aceita-lo. Fale com ele. Por nós, pela Sociedade.
Aragorn suspirou, mas fez
que sim com a cabeça.
Susan virou-se para voltar
ao acampamento ao ver Aragorn aproximando-se de Boromir e deu de cara com Legolas.
Ela passou a mão pelo rosto,
limpando as lágrimas.
-Posso ajuda-lo, elfo? –ela
perguntou.
Legolas parecia estar
segurando-se para não dizer algo, então ele olhou para o arco dela.
-Eu a vi lutando em Moria,
Majestade. –ele falou por fim –E eu devo admitir que fiquei impressionado, mas
também curioso. Eu vi você defendendo golpes e desferindo-os com seu arco. Como
isso é possível?
Susan abriu um pequeno sorriso
e tirou o arco de suas costas.
-Veja por você mesmo. Mas
cuidado. –advertiu –É afiado.
A madeira do arco da Rainha
era algo fascinante, era prateada como as estrelas, sem parecer ser pintada,
por isso mesmo era impossível ver que as pontas dele eram na verdade lâminas.
-Esse arco é especial. A
madeira dele é praticamente inquebrável, por isso eu o uso para me defender de
golpes. As lâminas fazem possível eu usa-lo como uma “espada”. –ela falou
orgulhosa –Assim eu não preciso me distrair trocando de armas.
-Impressionante. –o tom dele
era maravilhado –Eu nunca vi nada desse tipo. –ele ofereceu o arco de volta a
ela.
-Isso, mestre elfo, é porque
você nunca esteve em Nárnia. –ela falou com um sorriso, pegando sua arma de
volta.
-Majestade, eu mal posso
esperar pela minha chance de conhecer sua terra. –ele também sorria –A essa
altura estou apenas esperando por um convite.
-Certo. –ela revirou os
olhos, mas ainda sorria.
Era curioso como ela ficava
confortável perto de todos, menos dele. Além disso, parecia decidida a levar
qualquer elogio dele como uma brincadeira.
-O que aconteceu na guerra
com os Calormanos? –ele perguntou de repente.
Os olhos dela foram parar
nos dele num segundo.
-Por que você insiste nessa
questão? –ela perguntou angustiada.
-Quando você disse que a
culpa dessa guerra era sua, eu pude ver que você realmente acredita nisso. Mas,
honestamente, não consigo ver como poderia ser. –ele falou sincero –E eu sinto
que, de certa forma, essa guerra é uma peça importante no quebra cabeça que
você é, minha Rainha. Então eu gostaria de saber o que aconteceu. E por que
você acha que a culpa é sua.
Susan supirou e começou a
enrolar uma mecha do cabelo em volta do dedo indicador.
-Eu não acho, mestre elfo,
eu sei. Se não fosse por mim, aquela guerra nunca teria começado.
Ela ficou em silêncio e
Legolas deu a ela tempo para organizar seus pensamentos.
-Há pouco mais de dois anos
atrás... –ela suspirou –Eu conheci o Princípe Rabadash de Calormen durante um
dos torneios anuais de Nárnia. Ele era gentil, inteligente e charmoso e eu
acabei passando muito tempo com ele. Talvez eu tenha dado a impressão errada.
Logo após o torneio ele me convidou para visitar Tashbaan, a capital deles. Eu
sabia que era com a ideia de me pedir em casamento. Eu não tinha intenção
alguma de aceitar o pedido, mas não podia simplesmente recusar a visita, seria
extremamente indelicado. Então eu pedi para Edmund vir comigo, para ter certeza
de que tudo correria de forma diplomática. Da mesma forma, o Princípe Corin de
Archenland também viria. Nós somos muito próximos, quase irmãos.
A mão dela começou a mexer
no pingente em volta de seu pescoço. Legolas reparou que era um hábito comum
nela e revelava que o assunto a deixava desconfortável.
-Mas, assim que chegamos la,
ficou claro que algo não estava certo. –ela continuou –Rabadash parecia
extremamente incomodado com a presença de Edmund e Corin. E ele já não era a
mesma pessoa que eu conhecera nos torneios: era tirânico e bruto no próprio
reino. Embora nunca houvesse dúvidas de que esse seria o resultado, eu estava
mais certa do que nunca a dizer não.
-Eu estava conversando com
Edmund uma noite, decidindo que partiríamos no dia seguinte, quando Reepicheep
veio até nós. Ele tinha ficado incomodado com o princípe e pedira a um dos seus
soldados para segui-lo. E, aparentemente, minha opinião não era realmente
relevante para Rabadash. Ele estava decidido a me ter, eu querendo ou não.
Os olhos de Legolas se
arregalaram, mas ele segurou o comentário. Esse era o tipo mais repulsivo de
homem que existia e pensar que Susan...
-Eu entrei em pânico e implorei
a Edmund que me tirasse dali imediatamente. –ela continuou, sem nem olhar para
ele –Então nós juntamos todos e fugimos na calada da noite. Foi assim que
conhecemos Shasta, que eventualmente descobrimos que era irmão gêmeo de Corin,
mas isso é outra história.
Ela fez um gesto de dispensa
com uma mão, enquanto a outra ainda mexia na sua corrente.
-Obviamente Rabadash não
ficou feliz com isso. Ele convenceu o pai a deixa-lo atacar Archenland e
Nárnia. Peter, meu irmão mais velho, estava ocupado com um problema com
gigantes ao Norte, Edmund e eu não sabíamos de nada. Archenland estava em paz
com Cormalen e nunca estaria esperando um ataque. Eles nos pegariam todos de
surpresa e teriam chances maiores de vencer.
Covardes, todos eles.
-Felizmente Shasta ouviu os
planos e foi até Archenland para dar o alerta. O exército deles se preparou o
máximo possível. Então ele partiu para nos avisar em Nárnia. Edmund e Lucy se
preparam para ir para a batalha e quiseram me deixar para trás, mas eu não
aceitei. Nós fomos até Archenland e a chegada do nosso exército foi decisiva na
batalha.
Ela finalmente parou de
falar, mas também ainda não estava olhando para ele.
-Eu ainda não entendi como
qualquer parte disso foi culpa sua. –ele falou por fim.
Os olhos dela viraram-se
para ele na hora, afiados como as lâminas no arco dela. Bem melhor assim.
-Você não prestou atenção em
nada do que eu disse? –ela perguntou de forma ácida.
-Cada palavra, Majestade.
–ele informou –Você fez o que qualquer pessoa teria feito naquela situação:
lutou. Não há nada errado com isso.
-Nós não deveríamos ter
fugido. –ela retrucou –Nós devíamos ter ficado, conversado. Eu não deveria ter
envolvido Corin e Archenland, porque Colarmen não tinha razão para ataca-los
até então!
-Você acha mesmo que
conversar teria resolvido algo? –Legolas rebateu com paciência -Um homem que
tinha intenções de te ter contra sua vontade, que começou uma guerra para te
conseguir... Você acha realmente que poderia ter conversado com ele?
Ela comprimiu os lábios, mas
não respondeu, aparentemente decidida a segurar sua culpa. Uma suspeita
formou-se na cabeça de Legolas.
-Seus irmãos te acusaram de
ter começado a guerra? –ele exigiu, talvez com firmeza demais.
-Não seja ridículo. –ela
falou ofendida –Peter e Edmund nunca fariam isso.
Ah, aí estava...
-E sua irmã Lucy? –ele
perguntou.
Dessa vez ela não disse
nada.
-Ela te acusou, não foi?
–ele insistiu.
-Meu relacionamento com a
minha irmã não é da sua conta. Lucy é uma mulher incrível. –ela defendeu com
vêemencia.
Legolas não duvidasse que
ela fosse. Havia um grande carinho na voz de Susan quando ela mencionava sua
família. Porém, esse era o maior problema de família: as vezes eles nos machucavam
e marcavam mesmo sem ter a intenção.
Talvez Lucy não quisesse ter
acusado Susan de algo, mas falara alguma coisa que fizera parecer exatamente
isso. E Susan vinha acreditando nisso há dois anos.
-Você não fez nada de
errado, Majestade. –ele falou com calma –E seu irmão fez o certo ao te tirar
daquele lugar o mais rápido possível. Se eu tivesse uma irmã nessa situação, eu
ainda teria atravessado a garganta desse Rabadash com uma flecha.
Ela ficou em silêncio mais
uma vez. Então soltou sua corrente de repente.
-Bom, agora você sabe o que
aconteceu com os Calormanos, mestre elfo. –ela falou por fim –Boa noite.
Legolas observou-a se
afastando. Sim, agora ele sabia. E, infelizmente, a achava ainda mais
fascinante.
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N/A: Então... Eu dei uma mexida na história de Nárnia e da batalha, para explicar a relação de Susan com os irmãos e o que a faz ser do jeito que é. Legolas ta ficando bobo, tadinho... hahahaha
Como vocês podem perceber eu não sou muito chegada na Galadriel. Acho que ficou meio óbvio nesse capítulo... hahaha
Na minha casa eu ja escrevi até o fim de "Duas Torres", então vou tentar dar uma apressada nos post ;)
COMENTEM!
B-jão