Capítulo 18
-As coisas estão piorando
aqui. –Caspian comentou.
-Claro que estão. –Edmund
bufou –O Regente deles é louco, todos estão morrendo de medo. O povo não tem
força ou esperança. Se algo não acontecer logo eles perderão essa batalha antes
mesmo que ela comece.
-Seus irmãos precisam vir
logo. –Caspian falou.
-Mesmo que eles cheguem.
–Lucy bufou –Nós somos apenas dois mil. O Princípe Imrahil diz ter trazido seis
mil homens, mas ele os leverá a batalha? Se Denethor o proibir, será que ele
irá lutar?
-Irá. –Edmund falou decidido
–Os filhos dele estão na cidade. Se nada, Imrahil não irá coloca-los em risco.
Lucy passou a mão pelo
rosto.
-Eu não sei o que fazer.
–admitiu.
-Nenhum de nós sabe. –Edmund
falou –Se essa terra fosse nós seria diferente, aqui nós só podemos ajudar até
certo ponto. Mais do que isso é intrusão e não será bem vindo.
-Bom, talvez nós não
devêssemos ligar. –Lucy protestou –Nossas vidas e a dos nossos irmãos também
estão em jogo. Eu não vou deixar que pessoas se machuquem porque Denethor está
louco.
-Você está certa. –Caspian
falou por fim –Nós precisamos de mais ajuda. Gandalf está do nosso lado, mas
ele não tem um exército.
-Imrahil tem. –Edmund
observou.
-Devemos tomar cuidado com o
Princípe. Ele pode achar que está traindo seu Regente. –Lucy falou –Talvez seja
melhor... Contorna-lo.
-E falar com quem? –Caspian
perguntou confuso.
-Um dos filhos.
-Lady Lucy! –uma das
empregadas do palácio invadiu o quarto correndo, sem sequer bater na porta.
Caspian abriu a boca para censura-la,
mas Lucy sabia que nenhuma delas faria algo assim por capricho.
-O que houve? –ela perguntou
segurando a garota pelos ombros.
-O Regente... –ela falou,
lágrimas nos olhos –Ele ordenou que seus soldados recuperam Osgiliath.
-O que? –Lucy perguntou
chocada.
-Ele ordenou Lorde Faramir
que juntasse os soldados que deixaram a cidade e tentasse retoma-la. –ela
explicou em meio as lágrimas.
-Esse homem perdeu a razão
completamente! –Caspian falou –Alguem tem que para-lo.
-Eles ja partiram? –Lucy quis
saber.
-Estão indo para o portão
agora.
-Caspian, fique com ela.
Edmund, encontre um dos filhos de Imrahil! –Lucy ordenou, deixando a sala.
Tinha que dar tempo.
XxX
Eles finalmente alcançaram o
ponto de encontro dos cavaleiros de Rohan. Porém não eram boas as notícias.
-Seis mil lanças. –Théoden
falou –Menos da metade do que eu esperava.
Ele estava lado a lado com
Aragorn, Susan e Peter.
-Seis mil não serão
suficientes para passar pelas linhas de Mordor. –Aragorn falou –Nem com os mil
que Nárnia traz.
-Mais virão. –Théoden falou
com uma certeza que Aragorn parecia não partilhar.
-A derrota de Gondor se
acelera a cada hora que passa. –Aragorn falou –Nós temos até o alvorecer, então
devemos partir.
Todos podiam ver o medo, o
nervosismo nos olhos de Aragorn. Théoden pôs a mão sobre o ombro do rapaz.
Todos se viraram ao ouvir o
som dos cavalos relinchando impacientes, assustados, quase em pânico.
-Os cavalos estão inquietos.
–Legolas comentou com Éomer, que estava próximo –E os homens calados.
-Eles ficam nervosos na
sombra da montanha. –Éomer falou.
Ele virou o rosto para
indicar a montanha e Legolas e Gimli viram uma entrada nela.
-Aquela estrada, para onde
leva? –o anão quis saber.
-É a estrada para Dimholt, a
porta sob a montanha. –Legolas respondeu.
-Ninguém que tomou esse
caminho voltou. –Éomer falou –Aquela montanha é maligna.
-Soa assustador.
Os três praticamente pularam
com a voz de Susan.
-Majestade. –Éomer
curvou-se.
-Eu ja falei que Susan
basta, Éomer. –ela sorriu para o homem.
-Minha Senhora. –Jared
aproximou-se de sua Rainha –Ouça o conselho do cavaleiro. Aquele lugar... Eu
não desejaria ver minha Senhora entrando ali.
-Você também sente? –ela
quis saber –O Mal.
-Sim. –o cavalo respondeu de
forma curta –E eu não desejaria bater de frente com ele.
Susan tocou o focinho do
cavalo.
-Não tema, Jared. Nosso
caminho não nos leva para a montanha. –ela assegurou –Ele nos leva os meus
irmãos.
XxX
Lucy chegou tarde demais ao
portão. Faramir ja tinha partido. Eles seriam massacrados, era loucura.
-Majestade! –Gandalf chamou
aproximando-se –Você ficou sabendo.
-Gandalf...
-Eu tentei para-lo. –o mago
suspirou –Mas Faramir sempre foi um rapaz desesperado pela aprovação de seu
pai.
-O que nós vamos fazer? –ela
quis saber.
-A coragem dos soldados está
por um fio e Denethor não está tomando medida alguma para previnir que a cidade
seja tomada. –Gandalf comentou –Eu estou tentando manter a moral deles, mas não
é fácil.
-Eu vou trazer meu exército
para a cidade. –Lucy falou decidida –Podemos ser poucos, mas ele precisam ver
mais alguem pronto para lutar e defender Gondor. Na verdade, eu estava querendo
falar com...
-Lucy!
Os dois viraram-se para ver
Edmund aproximando-se com dois rapazes, obviamente nobres. Os dois tinham
cabelos negros e os olhos cinza, algo que lembrava em muito Imrahil.
-Esses são os Princípes
Elphir e Amrothos de Dol Amroth. –Edmund indicou os dois rapazes –Essa é minha
irmã, Rainha Lucy.
-Majestade. –os dois falaram
curvando-se.
-Nós precisamos fazer alguma
coisa. –ela falou de forma firme –Eu vou falar com Denethr sobre o exército...
-Vocês têm um exército?
–Princípe Elphir falou confuso.
-Claro que temos. –Edmund
falou impaciente –Denethor nos fez esconde-los, mas Lucy está certa. Chega de
diplomacia. O tio de vocês está louco, com todo respeito.
-Finalmente alguem que tem
coragem de falar isso alto. –Amrothos falou num suspiro.
-Amrothos! –Elphir
bronqueou.
-É verdade e você sabe. –o
outro falou –Elphir, ele mandou Faramir para sua morte, numa batalha
desnecessária.
Elphir respirou fundo.
-Eu falarei com nosso pai.
–ele prometeu.
-Eu vou falar com Denethor.
–Lucy decidiu –Vou tentar resolver a situação do exército de forma política,
mas do contrário...
-Majestade! –um soldado
aproximou-se deles correndo –Rainha Lucy, eu vim informa-la o mais rápido
possível! Lorde Treymane foi atingido por uma flecha.
-Quem é Lorde Treymane?
–Elphir perguntou confuso.
-Ele está bem? –Lucy
perguntou preocupada.
-Seus homens dizem que você
pode cura-lo, então viemos busca-la. –o homem informou.
-Eu vou com você
imediatamente. –ela falou.
-Eu vou com você. –Amrothos
falou –Depois que acudirmos seu amigo podemos ir falar com meu tio. Eu
costumava ser o sobrinho preferido dele.
Elphir revirou os olhos.
-Não suma, Amrothos. –ele
alertou.
-Nem sonharia com isso,
irmão. –ele falou com um enorme sorriso.
Nada assegurador.
XxX
Denethor tinha praticamente forçado
os narnianos numa caverna. Minas Tirith era uma cidade que tinha sido
construída na sombra de uma montanha e havia vários túneis e caminhos que
levavam á cavernas gigantescas.
Onde os narnianos estavam
até então era um salão que dava entrada para uma dessas cavernas. Porém quando
Lucy entrou ali seguida de Amrothos e os demais soldados os narnianos não
estavam ali.
-Onde estão meus soldados?
–ela exigiu.
-Lorde Denethor pediu para
eles se recolherem para a caverna. –um dos homens respondeu.
-Como? –ela exigiu furiosa
–Ele prendeu meus soldados?
-Foi para o bem deles,
Majestade. –um homem apressou-se em dizer.
-Eu terei que falar
seriamente com seu regente. –Lucy falou por entre os dentes, mas continuou em
direção as pesadas portas.
Três homens abriram e Lucy
adentrou a sala. Lorde Treymane estava estendido no chão, suas asas abertas com
Trumpkin ao seu lado.
O som das portas abrindo-se
atraiu a atenção de todos ali e os olhos de Trumpkin se arregalaram em pânico
ao vê-la.
-Não, Majestade! –ele
gritou.
Mas era tarde demais. O
guarda que estava logo atrás dela empurrou-a para trás.
-O que você pensa que está
fazendo? –Amrothos exigiu.
Um segundo guarda sacou sua
espada e acertou a cabeça do princípe com a empunhadeira dela. Aproveitando-se
do fato de Amrothos estar desnorteado empurrou o rapaz para dentro. A porta foi
fechada.
Lucy voltou-se para ela e
bateu contra a madeira.
-Tire-nos daqui! –ela
exigiu.
-Majestade. –Tumpkin
apareceu ao lado dela.
-O que está acontecendo?
–ela quis saber.
-Eles nos trouxeram aqui
ontem. Disseram que havia armamentos e mantimentos e que devíamos nos preparar
aqui. –ele falou –Então eles trancaram as portas. Agora pouco atiraram Treymane
e Caspian aqui.
-Treymane! –Lucy correu para
o falcão que tinha uma parte de sua asa ferida e envolvida em uma atadura
improvisade.
Ela tirou rapidamente o
frasco de sua cintura e pingou uma gota ali, curando imediatamente o ferimento.
-Onde está Caspian? –ela
quis saber.
-Aqui. –o rapaz apareceu.
Seu rosto mostrava sinais de combate.
-O que deu em Denethor?
–Lucy perguntou chocada, cuidando dos ferimentos dele.
-Eu não tenho ideia. –ele
falou –Eu acho que ele finalmente decidiu que interferimos demais.
-Nós já buscamos a caverna
toda. –um centauro informou –Não há saída.
-Rainha Lucy?
-Oh meus deus. –ela
voltou-se rapidamente para onde Amrothos estava, com um corte nas testa que
sangrava intensamente –Você está bem? Deixe-me ver isso.
Ele deixou ela curar o
ferimento, seu rosto maravilhado ao ver a magia.
-Eu não acredito que te
envolveram nisso. –ela falou –Eu sinto muito.
-Que princípe galante eu
seria se não pulasse para resolver uma injustiça? –ele falou levemente irônico
–Você está bem?
-Eles não me machucaram.
–ela garantiu –Nós temos que sair daqui.
-Como?
-Boa pergunta.
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N/A: É, Denethor surtou de vez e a coisa ficou feia agora.
O que será que vai acontecer com Lucy e os Narnianos presos?
Espero que vocês tenham gostado de todos os posts.
Nos vemos ano que vem ;)
B-jão