-Pela última vez, ou eu não
ligo mais para esse livro: o que você quer?
-Você, senhorita Potter.
Bom, o que uma garota
responde quando seu professor declara uma dessa tão diretamente?
-Nem que eu fosse louca,
professor Lupin. –foi o que Lily respondeu.
***
Remus não ligava nada para a
resposta de Lily. Para ser bem sincero era mais ou menos o que esperava. E pra
ser mais sincero ainda ficaria bem desapontado se ela topasse de cara e se
jogasse para cima dele.
Porque isso tiraria metade
da graça da brincadeira.
Sirius podia falar o que
quisesse, não era só porque ele estava entediado naquela escola. De quem tinha
sido a ideia idiota de virar professor? Ah sim... Dele.
Bom, não exatamente. O
Ministro sabia das vagas, suas mães ficaram sabendo e, por alguma razão
estranha, Anabelle insistira e eles acabaram indo parar lá.
Ser professor era um pé no
saco. Principalmente quando o que ele mais queria fazer era azarar a grande
maioria dos seus alunos. Um bando de idiotas, todos eles. Teria sido um
adolescente tão ridículo? Provavelmente. Nunca admitiria em voz alta, mas era
quase idêntico a Scorpius Malfoy e Albus Potter quando tinha aquela idade:
arrogante e orgulhoso.
Se bem que tinha uma teoria
muito séria de a cada geração que passava os adolescentes ficavam mais imbecis.
Era uma opinião bem válida e provavelmente conseguiria fazer uma teoria
científica em cima disso.
Mas pensamentos de teorias
sobre adolescente idiotas e sonhos de azarar todas suas turmas não eram
entretenimento o bastante para um rapaz que estava acostumado com tudo o que a
vida tinha a oferecer de mais interessante. Ele precisava de alguma coisa a
mais.
Lily Potter era uma bela
distração, embora tivesse que admitir que fosse nova, talvez até nova demais.
Só que Remus se convenceu que tudo bem, porque não estava pretendendo leva-la
pra cama (num futuro próximo) e também não queria ser preso. O que realmente
queria era brincar com aquela menina-mulher, que o intrigava mais a cada
momento que passava.
Até então todas as imagens
que tinha de Lily vinham de fotos e dos relatos de sua irmã. Anabelle adorava a
ruiva e não fazia segredo disso para ninguém. Quando ela falava da filha caçula
de Harry Potter a fazia parecer a pessoa mais fascinante do mundo.
A curiosidade de Remus fora
atiçada pelo encontro casual que tiveram na casa de praia de sua mãe. Havia
algo na ruiva de olhos inteligentes que mexia com aquela parte dele que normalmente
ficava dormente, mexia com a sombra do lobo que vivia no fundo da sua mente.
E quando o lobo queria
alguma coisa...
-Eu não imagino que você
seja louca. –ele falou com toda a calma que lhe era característica –Muito pelo
contrário, na verdade. Sua inteligência e perspicácia são duas das coisas que
mais me interessam em você.
Lily bufou.
-Me bajular não vai te
ajudar em nada. –ela informou de forma gélida –Agora que você já me deixou
ciente das suas nada-nobres intenções, que tal me dar o livro? –a ruiva
estendeu uma delicada mão, enquanto batia o pé direito de forma irritada no
chão.
Remus não segurou o sorriso,
porque sabia que sua atitude descontraída diante de cada irritação dela a
deixava ainda mais irritada.
-Vem pegar. –ele falou
segurando o livro bem diante do seu peito.
Lily arqueou a sobrancelha,
mas fez exatamente isso. Caminhou até ele de forma firme e quando estava perto
o bastante estendeu a mão e puxou o livro, ficando com ele para si. Os olhos
dela caíram imediatamente na capa de couro com o “D” dourado e se iluminaram.
-Finalmente... –ela murmurou
fascinada.
-Eu não acho que devia dar
esse livro pra vocês. –Remus comentou –Ele pode dar ideias não positivas.
Os olhos dela voltaram para
ele na hora, faiscando.
-Você leu? –perguntou
furiosa.
-Claro que sim. –Remus falou
como se fosse óbvio –Anabelle encheu meu saco por anos por causa desse livro.
Claro que a primeira coisa que eu fiz quando achei foi ler.
Lily respirou fundo, como se
pedisse paciência para alguma força divina.
-Onde você achou? –ela
perguntou por fim.
-Por incrível que pareça...
Um sebo trouxa. –ele respondeu sinceramente, não tinha razões para enrola-la ou
ignorar suas perguntas. Por hora.
Ele pôde ver que a tinha onde queria: curiosa
e atenta as suas palavras.
-Alguém entrou na casa da
família Marshall depois que eles morreram e levou coisas embora. Uma parente
chegou a fazer uma denúncia, mas a polícia investigou sem vontade. Na época
muitas famílias estavam sendo mortas de forma misteriosa e eles não iam se
preocupar com coisas roubadas. –ele contou –Depois de eu ter descoberto que
ninguém na família Marshall tinha ficado com o livro...
-Como você descobriu isso?
–ela quis saber.
-Segredo. –ele respondeu na
hora -Mas se você quiser podemos negociar a divulgação desse tipo de
informação. –ofereceu malicioso.
-Aposto que foi alguma coisa
ilegal, então deixa pra la. –Lily retrucou seca.
Tinha sido mesmo. Algo que
envolveu muitos feitiços para mudar memórias, abrir portas e aparatação.
-Eu imaginei então que devia
estar entre as coisas que o ladrão pegou. Eu procurei em antiquários e sebos
até encontrar em um. –ele contou –Estava jogado entre livros muito velhos, ninguém
nunca entendeu o que era e nunca quis comprar. O dono tinha até esquecido que
estava la. –Remus pareceu pensativo –Se bem que ele era velho o bastante para
ter esquecido até o próprio nome.
Ele tinha tido muita sorte,
na verdade. Se a busca em antiquários e sebos tivesse falhado teria tido muito
mais trabalho. Provavelmente teria que fazer um daqueles feitiços de
localização super complicados e que geralmente só funcionavam se feitos pela pessoa
que era a dona do objeto que buscavam ou por alguém que o desejava muito.
Felizmente teve sorte em um
dos sebos. Aliás a maior sorte foi o dono ainda ser o mesmo e o lugar, embora
decrépito ainda estar basicamente aberto.
-E fim. –ele falou de forma
dramática –Aí está famoso livro.
Lily analisou o que
finalmente tinha em mãos antes de virar-se para encara-lo.
-O que exatamente você quer
por ele? –ela perguntou desconfiada.
-No momento nada. –ele respondeu
sincero –Eu só estou deixando avisado que muito em breve nós vamos ter uma
conversa muito séria, que vai parecer muito com um assédio sexual, mas não vai
ser um.
Ela arqueou uma das
sobrancelhas, que eram perfeitamente desenhadas, como tudo nela.
-Eu devo admitir... -ela
começou com muito cuidado –Que até agora eu não entendi se você está falando
sério ou só tentando me aborrecer.
Remus deu três passadas
largas, até que menos que um palmo o separava de Lily. A ruiva tinha que
inclinar muito a cabeça para olha-lo e os olhos dele pareciam estar em chamas.
-Eu estou falando muito
sério, senhorita Potter. E se você não fosse minha aluna e menor de idade eu te
mostraria agora mesmo o quanto. –a voz dele parecia seda.
Lily podia ser uma Dama, mas
tinha uma parte dela que era unicamente feminina e essa parte estava a um passo
de se derreter e fazer a ruiva passar vergonha, então ela respirou fundo (o que
não ajudou muito, porque aquele homem cheirava muito bem) e puxou todo seu
poder de Dama.
-Quando você quiser, professor
Lupin, eu vejo se tenho tempo disponível para você. –declarou com o máximo de
confiança que conseguiu, virou as costas e foi embora de la o mais rápido que
pôde. E de forma elegante também, é claro.
***
N/A: Desculpa a demora!!! T.T
Espero que tenha compensado, pelo menos um pouco.
Semana que vem tem capítulo final de "Como Tatuagem" e atualização em "Você Sabe Que Me Ama".
B-jão
-Quando você quiser, professor Lupin, eu vejo se tenho tempo disponível para você.
ResponderExcluirO típico fim de uma Dama hahahaha
Isaa, adorei essa parte aqui !!
ResponderExcluir"-No momento nada. –ele respondeu sincero –Eu só estou deixando avisado que muito em breve nós vamos ter uma conversa muito séria, que vai parecer muito com um assédio sexual, mas não vai ser um."
quero sair daqui e pegar o lugar da Lily!! Muito bom
bjoo
Quem me dera ter um professor como esse querendo me assediar aiai...posta logo por favor *.*
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