sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MIB 2 - Capítulo 9 (parte 4)

***

O celular de Lucius vibrou uma vez, indicando a chegada de uma mensagem. O homem retirou o telefone do bolso e analisou-a com cuidado.

“Snape está aqui também. Serão oito. Vocês dão conta? –PP”

Severus Snape? As surpresas não paravam de aparecer. Aquele lá tinha sorte de ter contatos tão bons e ter virado policial. Também tinha sorte de não ter família nem amigos, porque do contrário...

Como será que Snape tinha ido parar com um grupo tão peculiar? Seria a imagem de policial honesto apenas um disfarce e ele estivera esse tempo todo envolvido com assassinos? Não, talvez não fosse exatamente isso. Se dependesse dos quatro assassinos a polícia não estaria envolvida, mas as quatro idiotas? Havia grandes chances disso ser culpa delas.

Não era exatamente um problema.

Snape era um fator com o qual eles não estavam contando. Tudo estava pronto para receber os quatro Marotos, porém se Snape entrasse no jogo a mesa podia mudar a favor deles. Todos achavam que o ex-Comensal era idiota ou covarde, mas Lucius sabia que não era bem assim. Antes de ele ter sua epifania de salvação e trocar de lado Severus era como todos eles: cruel, frio e muito perigoso. Nunca vira alguém apanhar tanto antes de cair. Snape não era um adversário a ser desconsiderado. Devia informar a Voldemort.

E mesmo assim...

Isso era um bom sinal. A maré estava ponto de virar e Lucius podia ver-se livre daquele ser desprezível, que já não era mais o chefe a quem se aliara um dia.

Voldemort não precisava saber que Snape estava a caminho. Se um homem só fizesse tanta diferença assim... Bom, daí fazer o que né?

***

-Nós conseguimos poucas informações referentes a casa de Kent. –Jade estava explicando a todos na cozinha.

O ar estava tão carregado no aposento que parecia ser quase um ser vivo entre eles. Ninguém olhava para ninguém, com a exceção de Peter, que parecia alheio aquilo tudo. Ayla também não estava lá muito preocupada. Os outros evitavam olhar para os lados. Com a exceção de James, que não conseguia parar de lançar olhares para Jade. Pelo menos este estava tentando ser discreto, os demais estavam praticamente exalando ressentimento. Quem de quem já eram outros quinhentos...

-Regulus só nos passou algumas informações antes de... –Jade parou e lançou um olhar desconfortável a Sirius –Enfim. Ele ia arrumar uma planta da casa, mas não deu tempo.

-O Regulus tava bem a fim de ajudar, hein? –Sirius comentou seco –Qual de vocês seduziu e iludiu meu pobre irmão? –puro sarcasmo.

-Com base em que você ta acusando a gente de seduzir alguém pra conseguir alguma coisa? –Laryssa perguntou inconformada.

-O tal do Lee, o Ranhoso, o imbecil do James, até o louco do Remus... –ele foi contando nos dedos.

-E até você... –Ayla cantarolou de forma falsamente doce.

Isso fez o outro lançar um olhar de raiva para ela.

-Ninguém seduziu ninguém. –Jade declarou –Muito.

Ully revirou os olhos.

-Ta, talvez eu tenha flertado um pouco e usado decotes, mas foi um detalhe. –ela falou fazendo um gesto de descarte -Ele realmente queria pular fora e ferrar Voldemort. Meu charme não é tão potente ao ponto de causar uma confusão dessas.

-Nossa, você sabe ser modesta. –Jade falou em choque –Meio que...

-Voldemort perdeu muito apoio depois daquela bagunça de anos atrás. –Snape cortou, lançando um olhar irritado as duas –Muitos membros do grupo dele se desligaram e começaram a tentar ser independentes. Muitos foram mortos e outros foram presos.

-Acho que o estado em que ele ficou fez todos perceberem que ele era humano. –Laryssa falou –Regulus falava dele com um certo nojo. Talvez se não tivesse acontecido ele não o teria traído, mas a verdade é que esse Voldemort era o deus deles. Ninguém gosta de descobrir que seu deus é humano.

Isso pareceu interessar aos Marotos.

-Quer dizer que você acha que tem mais gente por ai que o trairia também, se tivesse a chance? –James quis saber.

-Para ser bem sincera... Acho sim. –Jade falou, embora sem olhar para ele –A maioria deles ainda têm medo, mas se soubessem que tem alguém indo fazer o serviço por eles, não acho que muitos pulariam na frente da bala para salva-lo.

Isso deixou todos em um silêncio reflexivo.

-Eu nunca entendi porque as pessoas seguiam esse cara tão fielmente antes. –Ully falou de repente –Agora eu entendo menos ainda.

-É o jeito que ele fala. –Snape declarou de forma simples, voz baixa, olhos fixos em suas mãos sobre o balcão –Ele é... Era um daqueles homens que te faz parar e pensar. De repente suas ideias são as dele. Os argumentos são sempre magistrais. Você se vê pensando em tudo de errado que já viu na vida e talvez, só talvez, realmente seja culpa das pessoas “normais”, dos governos e igrejas. Ele escolhe bem. Todos nós erámos futuros problemas, marginais desde novos, crianças e adolescentes que tinham sofrido com a violência e descaso do resto do mundo e tinham consciência de que ninguém dava a mínima para o que ia acontecer conosco. Ele parecia ligar.

As quatro mulheres estavam olhando em choque para o policial, enquanto os marotos pareciam entender exatamente o que ele sentia.

-É por essas e por outras que ele tem que morrer. –James declarou de forma simples –Ele é tóxico. Se aproveita da fraqueza dos outros.

-Não se preocupem. –Ayla falou –Nós vamos matar esse desgraçado. E, sinceramente, se for lenta e dolorosamente eu até prefiro.

-Nós vamos precisar de ajuda. –Snape insistiu –Só nós não vai ser o bastante.

-Defina “ajuda”. –Ully pediu desconfiada.

-Só tem uma pessoa em quem eu confiaria.

***

Barbara tinha acabado de sair do pub quando seu celular tocou. Olhou o display e viu, com grande surpresa, que era Severus. Achou estranho porque o homem dificilmente lhe ligava, muito menos nesses horários alternativos. O dia estava quase nascendo e ela estava mais do que um pouco bêbada.

-Snape? –perguntou ao atender o telefone.

-Barbara, eu preciso da sua ajuda. –ele declarou de forma direta.

-Nossa, nem pra agradar um pouco antes? Que falta de consideração...

Silêncio. E então...

-Você ta bêbada?

-Com muito orgulho.

Ele soltou um suspiro entediado.

-Vai pra casa, toma café, me liga. É importante. É sobre Voldemort.

Barbara, que estivera mexendo na bolsa em busca de suas chaves, parou na hora.

-Eu estou sóbria o bastante. O que foi?


 ***********************************************************************

N/A: Ai está!

Post super dedicado a minha querida Jade Marilene, que fez aniversário esses dias e pediu atualização da MIB especificamente. Pra voce, queridinha ;)

Fazia tempo que eu não postava MIB, né? Bom, estamos cada vez mais perto da reta final e agora o kisuco vai ferver!!

Comentem, please.

B-jão

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Damas Grifinórias 2 - Capítulo 6 (parte 3)

***

Rose sabia que não devia estar na biblioteca num domingo a tarde, sabia que devia estar conversando com pessoas, socializando... Só que não ia rolar. Odiava ser comparada com a sua mãe, como se não fosse nada além de um clone dela, mas quando se sentia engolida por tudo que estava acontecendo, corria estudar. A lógica e as regras lhe davam muito conforto e a ajudavam a pensar melhor.

Não devia estar se metendo com as primas e as amigas loucas delas. Ouvira os planos que elas tinham e... Merlin, isso não podia ser normal! As cinco pareciam a máfia! Eles estavam planejando se livrar de Tudor, de Jessamine e se Albus não tomasse cuidado ia acabar sendo o próximo.

Normalmente Rose não se envolveria nisso, porque era o tipo de coisa que ia acabar fazendo jantares de família parecerem campos de guerra. Já era um inferno quando James e Fred estavam na mesma sala. Depois que Lily terminou com Scorpius e Albus começou a namorar Jessamine o clima na família azedou muito, mesmo porque tia Ginny também odiava a namorada do seu caçula.

Então, no geral, ela não se metia nas picuinhas infantis que seus primos arrumavam (vide fingir que não sabia que Albus e Dominique se pegavam), mas já estava de saco cheio de ser a sombra da sua mãe. E, pra ser bem sincera, estava de saco cheio de Albus também.

Não que Lily fosse flor que se cheirasse, mas Albus era um grande babaca. Ele não fora sempre assim, inclusive tinha sido um menino muito decente. Hugo falava que era por ele ser Sonserino, naquele preconceito idiota que muitos tinham, mas Rose não achava isso. Na verdade, acreditava que a falta de aceitação da família deixara Albus daquele jeito. Freud provavelmente explicaria melhor.

E pra ser bem justa, Lily estava ajudando de um jeito que nunca imaginou que a prima a ajudaria. Mesmo que a outra estivesse fazendo isso apenas para se divertir, ainda sim era muito mais do que Albus já fizera por ela em anos.

-Rose.

E falando no diabo...

Rose nem ia mentir, sabia que isso ia acontecer. A notícia de que ela passara o dia em Hogsmeade com as Damas tinha corrido a escola feito fogo. Albus não ia querer deixar barato.

-Eu estou ocupada, Albus. –falou sem tirar os olhos do seu pergaminho.

-Eu ouvi falar. –ele comentou casualmente, puxando a cadeira que estava de frente para ela e sentando-se.

Rose tentou agir o mais naturalmente possível e continuou escrevendo em seu pergaminho, embora não tivesse nem noção do que escrevia. Albus queria aterroriza-la e pressiona-la, igual fazia quando eram crianças: ele empurrava e empurrava até que ela fazia exatamente o que o primo queria. Não dessa vez.

-Eu soube que você foi com a Lily para Hogsmeade ontem. –ele falou de repente.

-Nós fomos fazer compras. –ela deu de ombros –Passar um tempo entre primas.

-As três nunca deram a mínima pra você, Rose. –ele falou de forma direta –Você não acha suspeito que de repente elas estejam querendo sua companhia?

-Tipo você agora? –ela retrucou irônica.

-Eu me preocupo com você.

Rose revirou os olhos.

-Me engana que eu gosto, Albus. –ela retrucou –Você ta aqui porque você quer alguma coisa tanto quanto a Lily.

Albus abriu um pequeno sorriso de canto de lábio.

-Uma tarde com elas e você já acha que está cheia de garras, Rose? –ele provocou.

A garota abaixou a pena que tinha em mãos e lançou um olhar fulminante ao primo.

-Se você acha que eu vou deixar você vir até aqui pra me irritar você está muito enganado, Albus. –ela declarou levantando-se –Eu ando com quem eu quiser, quando eu quiser. E no momento eu estou me divertindo horrores com as Damas.

-Elas não vão deixar você ser uma delas, Rose, não se iluda. –ele falou também se levantando.


-Isso só mostra o quanto você não sabe, Albus. –ela falou juntando seu material –Eu estou usando as cinco do mesmo jeito que elas estão me usando.

Albus estreitou os olhos e deu um passo para frente, ficando mais próximo dela.

-Você está brincando com fogo, Rose.

-Crianças, a biblioteca não é lugar pra conversar.

Os dois primos se viraram ao mesmo tempo, dando de cara com Professor Black parado ao lado de uma prateleira casualmente, como se os três estivessem no meio de um bar. O coração de Rose acelerou, porque ela não tinha certeza do que devia fazer agora. Dominique e Maxine iam ajuda-la com isso! Ainda não estava pronta pra dar de cara com o maldito! Ela não era uma Dama.

Mas então seu olhar caiu em Albus e na cara irritada do primo. Uma calma estranha invadiu-a e foi como se visse alguem controlando seu corpo, porque tudo o que fez e disse nos minutos seguintes não era normal pra ela. De jeito nenhum.

-Professor Black. –ela lançou ao professor um sorriso enorme –Nós só estávamos falando da aula de amanhã.

Sirius arqueou uma sobrancelha e até Albus olhou para ela confuso.

-Se vocês me dão licença eu tenho algumas coisas da monitoria para fazer agora. –ela continuou com calma e uma classe que não eram dela –Sempre um prazer falar com você, priminho. –jogou com uma doçura envenenada para Albus.

-Você precisa de ajuda com os livros, senhorita Weasley? –Sirius ofereceu, ja dando um passo para frente e abrindo aquele sorriso cafajeste.

-Não, obrigada. –ela falou sem parar de sorrir –Com os livros eu me viro. Do resto... Quem sabe outra hora. –deu uma piscadela para ele e saiu caminhando calmamente.

Só até virar o corredor e saber que estava fora da linha de vista dos dois. Daí seu coração comeõu a bater enloquecidamente, mas um sorriso gigante brotou em seu rosto. Talvez isso pudesse mesmo dar certo...

****************************************************************************
N/A: Sofrido!!! hahaha

COMENTEM, PLEASE!

Rose mostrando seus lindos olhos na capa hoje.

B-jão

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Você Sabe Que Me Ama - Capítulo 4 (parte 2)

***

-Eu vou jogar quadribol esse ano.

A declaração de Agnessa foi recebida com vários olhares de incredulidade. Inclusive o do terceiranista que estava sentado do lado dela, por puro acaso.

A loira lançou um olhar congelante ao menino, que pegou suas torradas e correu para a outra ponta da mesa.

-Repete, oh do Gelo, porque eu acho que entendi errado. –Celina falou, fingindo limpar a orelha.

Agnessa revirou os olhos.

-Eu vou jogar quadribol esse ano. O Potter veio me pedir pessoalmente. –ela declarou.

-Pobre James... –Iolanta falou num suspiro –Você fez ele assinar um contrato com sangue ou foi um Voto Perpétuo mesmo.

-Como vocês são dramáticas. –Agnessa bufou –Potter é bem crescidinho e pode cuidar de si mesmo, não é Lily?

A ruiva em questão pareceu bem chocada por estar de repente no centro da conversa, ainda mais para falar de James. Essas coisas geralmente não terminavam bem.

-Hum... Acho que sim. –ela falou com cuidado –Pelo menos no que se refere a quadribol ele sempre foi muito centrado.

Agnessa abriu um sorriso satisfeito.

-Está vendo? Resolvido.

As outras garotas trocaram olhares duvidosos. Não que duvidassem da capacidade de Agnessa de jogar quadribol. A loira fizera um teste no seu terceiro ano e entrara como artilheira titular de primeira. Mas, por motivos que ela nunca contou, largou o time em menos de duas semanas e recusou-se a voltar mesmo tendo sido pedida várias vezes.

-Não vou negar que meu sonho é jogar quadribol. Então eu apoio. –Verona falou tranquila.

-Seu sonho? –Iolanta perguntou confusa.

-Claro que sim! Imagina dividir um vestiário com todos aqueles homens lindos. –ela falou se abanando.

Lily e Celina reivraram os olhos, mas Iolanta torceu o nariz.

-Não faça essa cara. –Verona alertou –Deus nos deu esses corpos lindos, jovens e firmes para serem usados. Do jeito que vocês se salvam pra sabe la quem, a florzinha de vocês vai murchar e cair.

Agnessa, que tinha acabo de dar um gole no seu chá, arregalou os olhos e engasgou. Iolanta parecia chocada, Lily foi um pouco mais vocal, mas Celina só parecia pensativa.

-Eu não acho que isso seja fisicamente possível. –ela declarou de forma reflexiva –Quer dizer, ela não é exatamente uma coisa pendurada que...

-Meu deus, Celina, fica quieta! –Lily pediu –Não é possível e ponto!

-O que não é possível? –Remus, que acabara de se aproximar e ouvir esse último pedaço, quis saber.

-Que a nossa flo... –Iolanta, que era a pessoa mais próxima, pulou em Celina e tapou a boca dela.

Verona não conseguia parar de rir. Agnessa apenas revirou os olhos e Remus achou melhor deixar pra la.

-Lily? –ele chamou, decidido a começar tudo de novo.

-Sim? A ruiva perguntou de forma educada, virando-se para poder encara-lo melhor.

-Eu já topei com três monitores que vieram me perguntar quando vai ser a próxima reunião de monitoria e percebi que eu não tenho a mínima ideia. –ele explicou.

-Ah não tema, Lupin, na verdade a gente ainda não marcou. –Lily esclareceu –Na verdade eu só estou esperando o inútil do seu amigo aparecer para...

-Olha, ruiva, ta muito cedo pra todo esse amor. –James falou chegando por trás de Remus –Eu nem to atrasado. Ainda.

Lily estreitou os olhos e lançou um olhar reprovador a James. O sorriso do maroto só aumentou, fazendo-a bufar.

-Como eu estava falando... –Lily virou-se para Remus com um sorriso forçado –Eu só estou esperando meu caro colega de monitoria para ir até a sala da McGonagall e marcar a próxima reunião.

-Muito melhor. –James aprovou –Agora vamos indo, Lily, ou você vai nos fazer ficar atrasados.

O queixo de Lily caiu com essa última frase, mas a ruiva respirou fundo e levantou-se, ignorando totalmente o braço que James lhe ofereceu. O maroto, longe de parecer abatido, praticamente saltitou atrás dela.

-Eles são tão bonitinhos... –Iolanta suspirou.

-Mais alguma coisa, Lupin? –Agnessa perguntou pro maroto –Ou você só está parado ai pra nos dar o prazer da sua companhia?

Remus fuzilou a loira com os olhos, enquanto ela apenas arqueou a sobrancelha meio em divertimento, meio em desafio.

-Ta gostando do que ta vendo, Lupin? –ela provocou por fim.

Remus bufou, virou as costas e saiu de la pisando firme. Agnessa riu e jogou o cabelo por sobre os ombros.

-Qual é o seu problema com o Lupin? –Verona perguntou confusa –Ele é super gente boa.

-Meu único problema com o Lupin é o fato de ele me tratar como se eu fosse inferior a ele. –Agnessa resmungou.

-E todos nós sabemos que na verdade você é superior a todos nós. –Iolanta falou sarcástica.


-Exatamente.

***
N/A: Sim, eu aindo to viva... u.u

Desculpa a demora!

Celina é a imagem que abre nosso post!

COMENTEM!

B-jão

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Como Tatuagem - Capítulo 3 (Final)


Capítulo 3

Não sei dizer se foi um mês ou uma hora depois que eu me vi deitada na cama de James, enrolada no lençol enquanto o dito maroto estava deitado de bruços me deixando traçar as linhas da tatuagem dele com a unha. Se James fosse um gato tenho certeza de que ele estaria ronronando.

-De onde você tirou a ideia de fazer uma tatuagem desse tamanho? – eu perguntei ainda encantada pelo desenho.

-É vergonhoso. – ele admitiu sem graça.

-Agora sim eu quero ouvir. – insisti rindo.

-Bom, no fim do ano passado você estava falando para a Marlene que ia fazer uma tatuagem a qualquer custo. – ele começou. De fato eu falara e de fato eu fizera a tatuagem – Ela perguntou porque essa tara com tatuagem e ficou te zoando.

-É eu me lembro desse dia. –resmunguei.

- Aquilo me deixou encanado. Para os bruxos tatuagens são coisas de criminosos. –ele ignorou meu protesto indignado – Eu convenci os meninos a irem comigo a um estúdio trouxa em Londres durante as férias para ver exatamente o que era tão interessante. Nós ficamos bem chocados de ver essa cultura tão gigante. Sirius quis fazer uma na hora.

-O Black tem uma tatuagem? – eu perguntei chocada.

James levantou a cabeça brevemente do travesseiro e me jogou um olhar bem sério.

-Batata da perna esquerda e acho bom você não ir la manda-lo arrancar a calça pra você ver. – ele avisou.

-Eu não tenho interesse nenhum no Black sem calças. –eu informei – Continue a história.

-Mandona. – disse sorrindo – Sirius foi tatuado ali mesmo. Remus queria mata-lo e eu ainda não tinha certeza do que achava de tudo aquilo. Foi aí que eu vi o desenho do cervo.

-É o seu Patronus. – eu me toquei.

James me lançou um olhar curioso.

-Eu não sabia que você sabia. –ele falou.

-Eu nunca esqueci, porque na aula que aprendemos você criou um e todos estavam maravilhados com a sua capacidade, até o Sirius falar...

-“Eu sempre soube que havia um viado dentro de você, louco para sair”. –James revirou os olhos – Eu me pergunto porque ainda somos amigos.

-Porque ninguém mais aguentaria você. –eu falei impaciente – Continue a história!

James riu.

-Eu vi o cervo e gostei do desenho, então resolvi falar com o cara que tinha feito. Nós trocamos algumas ideias e de algum jeito Sirius me convenceu a fazer uma gigante tatuagem, ele disse que já que você gostava ia achar uma grande extra sexy.

-Você fez uma tatuagem só pra me impressionar? – eu perguntei incrédula.

-Não, não! –James garantiu virando-se para poder me olhar melhor – Eu realmente gostei e quis fazer. Te impressionar foi só um bônus. –falou convencido.

Eu dei um tapa no ombro dele.

-Eu to falando sério, Lily. –ele assegurou enlaçando nossos dedos – Eu gostei da ideia e quis investir nela. Se eu só quisesse te impressionar eu teria tirado a camisa no primeiro dia! E tatuado um buquê de lírios.

Isso me fez rir.

-E de onde saiu esse lírio ai?

-O cara perguntou se eu queria algo entre as linhas, que desse um toque pessoal. Ele disse que algumas pessoas faziam coração, símbolos ou escreviam nomes de pessoas. Na hora eu pensei em você.

O olhar que ele estava me lançando ia me matar. De verdade, sem exagero. Eu nunca imaginei que fosse digna de receber um olhar tão cheio de carinho, principalmente vindo de James, depois de todos esses anos que eu o tratei tão mal. (Mas eu não vou esquecer que ele também foi um babaca comigo por um bom tempo! É que no momento eu estava derretendo, então não me lembrei disso.)

-James... –eu não sabia o que dizer.

-Eu sei que é um pouco demais. –ele falou de repente, o nervosismo tomando conta do seu rosto – Mas eu disse a verdade, pra mim você sempre foi a única.

Tinha uma parte muita chata de mim que queria arquear uma sobrancelha e perguntar “A única depois de quantas?”, mas pra ser bem sincera eu não ligava muito pra isso. Pelo menos não no momento. James tinha um lírio tatuado, porque o tatuador perguntou de algo especial e ele pensou em mim.

As outras que explodissem em milhares de pedaços. Dolorosamente, de preferência.

E não é como se não tivessem existido outros e tal... Enfim, não relevante no momento.

Mas a dura verdade é que no momento...

-Eu não sei o que dizer. –admiti num muxoxo.

Era um pouco demais e rápido demais. Eu tinha medo de decepcionar James. Ele estava pondo muita esperança em mim e, ao contrário do que algumas pessoas pareciam pensar, eu não sou perfeita, nem perto. E quanto mais perto a gente chegasse e quanto mais nós convivêssemos mais ele ia perceber isso. E então, será que eu ia continuar sendo “a única”?

-Por enquanto você não precisa dizer nada. –ele falou de forma suave, trazendo a minha mão para perto de sua boca e depositando um beijo ali – Só “sim” pra minha próxima pergunta.

-Que seria? –eu perguntei desconfiada.

-Que tal Hogsmeade amanhã a noite? –ele abriu um enorme sorriso maroto.

-Não tem nenhuma visita agendada para amanhã. –eu falei estreitando os olhos.

-Detalhes. –James dispensou com facilidade.

-James, eu não sei se...

Ele colocou um dentro contra meus lábios, facilmente me silenciando.

-Lily, no momento eu não estou te pedindo em casamento. –ele provocou suavemente – Eu só quero uma chance de conversar com você, te mostrar que nós podemos ser um casal. E você me deve uma. –um sorriso divertido apareceu no rosto dele – Depois de ter abusado tanto de mim.

Isso me fez explodir em risadas.

-OK. –eu cedi – Um encontro. Se você me responder essa... –um leve mistério... –O que você mais gosta em mim?

James me lançou um olhar cheio de pânico. Eu podia ver pelos olhos dele que ele sabia que essa era um daquelas perguntas filhas da puta que mulher tem mania de fazer e que dificilmente ele se sairia bem dessa, não importasse o que ele respondesse. O maroto olhou em volta do quarto, tentando ganhar tempo, então soltou um suspiro. Acho que ele decidiu ser sincero e estava esperando um porrada, porque ele parecia estar sentindo dor para falar.

-Eu gosto do fato de você ser louca. –ele falou bem sinceramente, mas cheio de medo – Eu não tinha percebido direito até ano passado, mas ouvindo conversas e histórias eu fui percebendo que sua cabeça é um circo. Com todo respeito! –ele falou rapidamente quando me viu arqueando a sobrancelha – Você fala sozinha, dá nome a objetos inanimados... –COMO ELE SABE DISSO? –Tem teorias estranhas sobre praticamente tudo, é tarada por tatuagens...

-Não é tara, é admiração. –eu cortei corada – Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

James riu.

-O que eu mais gosto em você é o fato de que você não é a santinha que todo mundo pensa. –ele falou sorrindo – Você é na verdade verdadeira completamente louca.

Eu olhei par James em choque por um segundo, antes de começar a rir incontrolavelmente. E dai eu comecei a beija-lo rindo, o que foi bonitinho, mas desajeitado. Principalmente quando ele começou a rir também.

-Ok, podemos ir pra Hogsmeade. – eu falei finalmente me acalmando um pouco – Mas se formos pegos e eu perder minha posição de Monitora-Chefe eu vou te matar, arrancar sua pele e fazer um abajur.

-Sim, senhora. –James falou absurdamente feliz com a coisa toda.

Nós nos beijamos mais um pouco e eu estava pronta para abusar do James de novo quando ele parou tudo.

-E a sua tatuagem? –ele quis saber – Qual a história?

Eu suspirei e me sentei. Não era justo eu ter feito o menino me contar todos os detalhes da escolha dele e não querer contar da minha, mesmo assim não era uma história que eu tinha muita vontade de ficar divulgando.

Mas justo é justo.

Eu puxei um travesseiro e coloquei na frente do meu peito, porque meu sutiã de estrelinhas ainda estava na porta do quarto do James e conversar pelada seria estranho. Principalmente sobre isso.

James se sentou imediatamente, percebendo o estado que a pergunta dele tinha me deixado.

-Se você não quiser falar...

-Não. Tudo bem. –eu garanti –Eu só não sei por onde começar.

James sorriu gentilmente para mim, dando tempo para que eu organizasse minhas ideias e começasse a falar.

-Quando eu era pequena tinha mania de falar as coisas erradas. –eu falei por fim – Acho que eu entendia de um jeito e insistia em usar esse jeito. –dei de ombros – Eu não falava “beija-flor”. Eu sempre falava “cheira-flor”.

James abriu um sorriso carinhoso, como se estivesse imaginando uma mini-ruiva falando “cheira-flor”.

-Várias crianças me zoavam por isso e às vezes me faziam chorar, falando que eu era ou burra ou surda. – James franziu a testa com essa – Mas minha irmã mais velha, a Petúnia, sempre me defendia. Ela até começou a falar “cheira-flor” também. Isso fazia minha mãe sorrir e ela começou a nos chamar de “cheira-flores da mamãe”.

James estava em silêncio, só ouvindo minha explicação.

-O dia em que a minha carta de Hogwarts chegou, eu e a Petunia estávamos brincando do lado de fora, vendo beija-flores voando. Papai tinha colocado aqueles bebedouros específicos para eles, só para nós podermos ver os passarinhos. – eu olhei para minhas mãos – Foi a última vez que a Petunia brincou comigo.

James estendeu a mão e segurou as minhas, mas não disse nada.

-Eu sinto muito falta dela. –admiti baixo – Ela nunca mais falou “cheira-flor”, mas para mim ainda escapa de vez em quando.

-A tatuagem... São vocês duas, né? Os cheira-flores da mamãe. – James falou suavemente, um sorriso gentil no rosto.

-É, é isso. – eu olhei para o teto, tentando me recompor, antes que eu começasse a chorar que nem uma idiota – E eu destruí o clima totalmente, né?

James soltou outra daquelas risadas que eu amo. De verdade, como uma pessoa pode rir e sorrir tanto? Ele parece um depósito de felicidade e faz você ter vontade de se afogar nele.

-Não. –ele falou com simplicidade, me puxando para seu colo. Adeus travesseiro!

E daí muito tempo depois...

-Casamento. –James declarou numa risada sem fôlego – Depois de tudo isso você tem que casar comigo. Só assim minha pureza será salva.

-Você não tem pureza, Potter. –eu declarei, afundando meu rosto na curva do pescoço dele – E a gente pode discutir casamento mais tarde. Tipo, daqui uns 10 anos.

James soltou um som de concordância.

Eu fiquei em silêncio, simplesmente contente de estar ali, tão próxima dele, sentindo seu calor e seu cheiro. Acho que eu nunca imaginei estar numa situação dessas com Potter (mesmo tendo fantasiado algumas vezes). No momento não conseguia pensar em um lugar onde quisesse mais estar.

Então provando que era louca e era por isso que ele gostava de mim...

- Qual a tatuagem do Sirius? Ou eu vou ter mesmo que pedir pra ele tirar a calça?


******************************************************************************
N/A: Demorei um pouquinho mais que o previsto, maaaas aqui estamos! O último capítulo!

A imagem é mais ou menos como eu imagino a tattoo do James. Linda né?

Muito obrigada pro todos os comentários! Eu fiquei super feliz de saber o quanto vocês curtiram a ideia e me fez ter vontade de escrever novas aventuras da Lily Louca! hahahaha

Muito obrigada a Sulene por ser um xuxu e betar para mim!
Comentários? *-* Por favor.

A Sulene acha que eu devia escrever um capítulo extra com o Sirius... O que vocês acham?

B-jão

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Você Sabe Que Me Ama - Capítulo 4 (parte 1)



Capítulo 4

-James, o que nós falamos sobre assediar a Lily descaradamente?

-Mas não foi um...

-O que nós falamos?

James soltou um suspiro. Seus olhos fixaram-se no chão e a mão foi automaticamente parar nos cabelos.

-Nada de assediar a Lily descaradamente esse semestre. –ele recitou de forma relutante –Dar espaço para que ela me conheça melhor. Mas eu não estava assediando a Lily! –completou antes que conseguisse se conter.

Remus lhe lançou um olhar que deixava bem claro a sua opinião sobre a última afirmação.

-É sério! –James insistiu –Eu só disse que ela estava bonita. Isso não é assédio! É uma constatação de um fato tão óbvio que até um cego veria.

Remus teve que lutar contra o sorriso que estava quase escapando. James era mesmo um mané quando o assunto era Lily.

-E a parte de “não quero ser só um amigo”? –ele falou.

James soltou um muxoxo.

-Eu não acho que isso possa ser considerado assédio. -ele falou de forma fraca –Só outra constatação de fato. Um bem óbvio pra ser bem honesto. Eu não passei todos esses anos no pé dela pra de repente me contentar com...

-James, eu entendo, de verdade. –Remus cortou de forma paciente, como um pai benevolente com um filho burro –Seu amor é maior que o céu e o mar e blá blá blá. Mas você tem que dar um espaço pra Lily. Ela precisa aprender a apreciar aquele lado maduro que você adora esconder por trás de piadas idiotas.

-Eu acho que devia estar ofendido por alguma coisa que você disse ai, mas não tenho certeza o que. –James falou, os olhos apertados em concentração.

-Desisto. –Remus declarou com simplicidade deitando-se em sua cama.

James abriu a boca para retrucar quando a porta do dormitório abriu-se com força.

-James, seja um amorzinho e venha me ajudar. –Sirius cantarolou.

James revirou os olhos e foi até onde o amigo estava, o braço carregado de pacotes e garrafas.

-Não está um pouco cedo para Hogsmeade? –Remus perguntou arqueando a sobrancelha.

-Nunca é cedo demais para fazer um estoque de álcool, Aluado, meu caro. –Sirius falou com simplicidade –Rabicho, vamos logo!

Peter veio logo atrás, praticamente arrastando-se com uma caixa cheia de garrafas.

-Pelo amor de Merlin, não me digam que tudo isso é garrafa de whisky de fogo! –Remus falou levantando-se para ajudar Peter.

-Claro que não. –Sirius falou de forma casual –Só algumas...

-Tenta umas doze. –James comentou revirando os olhos.

-É para o ano todo. –Sirius assegurou de forma pouco convincente.

Todos eles sabiam que teriam sorte se isso durasse até o Natal.

-Eu chamei a Agnessa para o time. –James declarou de repente.

Os olhos de Remus fuzilaram o amigo.

-Essa você não me contou. –ele acusou.

-Eu estava chegando nesse tema. –James se defendeu.

-Ela aceitou? –Sirius perguntou chocado.

-Sim, depois que eu jurei dar minha alma pra ela. –James falou num suspiro.

-Muito provavelmente ela vai querer sua alma, seu sangue, sua vida, seus filhos... –Sirius comentou tranquilo –Fazer acordo com a Agnessa é pior do que acordo com o demo.

-Nem me fale. –James resmungou –Mas se a gente vencer o torneio eu não ligo.

-Palavras perigosas, Pontas. –Peter falou assustado.

James pareceu refletir.

-É. Talvez eu devese deixar pra la.

-Tarde demais. –Sirius sentenciou –Duvido que ela deixe você pular fora agora.

-Por que você teve que pedir justo pra ela? –Remus quase rosnou.

-Porque ela é muito boa! -James falou como se fosse óbvio –E depois de ter perdido a taça pra Corvinal ano passado eu não quero arriscar de novo!

-Aluado, larga do pé da Princesa de Gelo. –Sirius falou despreocupado –Só porque ela é metida, fria, desagradável e arrogante, não quer dizer que ela não seja uma pessoa interessante e razoavelmente decente.

Os outros três estavam jogando olhares significativos para Sirius.


-Ok, talvez seja isso mesmo. –ele cedeu –Mas são essas coisas que fazem dela alguém tão divertida.

***************************************************************************
N/A: Ai está!

Comentem!

Remus, nosso xuxu preferido, mostra seu lindo sorriso! hahaha

B-jão