quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Damas Grifinórias 2 - Capítulo 3: As Leis das Damas




“A girl can do what she wants to do and that's
What I'm gonna do
An' I don't give a damn ' bout my bad reputation”
(Bad Reputation, Joan Jett and the Blackhearts)

Capítulo 3: As Leis das Damas

Somos Grifinórias acima de tudo.

Quando as cinco Damas aproximaram-se da mesa do banquete foi como se o mar tivesse abrido. Todos davam passagem para elas. Alguns alunos vinham cumprimenta-las, outros não se aproximavam por cautela. E dai vieram os sussurros.

-Que jaqueta é essa?

Dominique abriu um sorriso satisfeito. Esse fora seu presente para as amigas. Já fazia um bom tempo que o uniforme delas era feito a parte. Não só a minissaia com a barra de renda preta, que já tinha se estabelecido como marca das primeiras Damas, mas também camisas feitas sob medida e jaquetas mais elegantes, melhor que o saco que os demais pareciam vestir. Mas dessa vez elas tinham se superado. Dominique encomendara jaquetas bordadas. Nas lapelas ficavam as inicias da dona do casaco e nas costas... Dominique mandara estampar o escudo grifinório. Não que alguém duvidasse a quem pertencia a lealdade das cinco.

As garotas podiam estar apenas em seu sexto ano, mas Hogwarts aprendera rápido a respeita-las e teme-las. Desde o quarto ano delas, as cinco tinham mais influencia e controle do que os Monitores-Chefes. E era assim que pretendiam continuar.

Para a Grifinória as Damas eram realeza. Claro que o fato de Lily ser filha de um herói de guerra e de uma famosa ex-jogadora ajudava muito. Não que fizesse diferença para ela. Assim como não fazia diferença para Maxine seus pais serem trouxas extremamente ricos e famosos.

Todos pensavam que as cinco tiravam proveito da fama dos pais, mas o que eles não entendiam era que, na verdade, elas queriam distanciar-se disso o máximo possível, não serem apenas as “filhas de alguém”. E era exatamente por isso que estavam dispostas a tudo para controlar Hogwarts.

Nós nunca mentimos para nós mesmas.

Lily viu Roxanne batucar os dedos na mesa de forma impaciente.

-Irritada ou ansiosa? –quis saber.

-Por mais que eu odeie admitir, os dois. –a morena falou –Ainda não acredito que Longbottom não me fez capitã do time.

-Entra na fila! –Hugo Weasley, primo delas e artilheiro do time, resmungou –Eu só quero ver que idiota ele achou que era mais capaz que você.

-Eu sei que o Mars me indicou ano passado. –Roxanne falou –E pra ele ter ido contra uma indicação do próprio capitão... –a garota praticamente rosnou.

-Ele fez isso pra você se comportar. –Maxine falou com desprezo –Mas não tema. Nós teremos tudo sob controle já já, certo, gêmea?

Anabelle piscou para Maxine.

-Quando nós não temos?

Roxanne revirou os olhos e viu a porta do salão se abrir.

-La vem as ovelhas... –Lily comentou com um sorriso.

Fazia tanto tempo que fora uma primeiranista, mas Lily lembrava-se com clareza de sentir-se maravilhada ao entrar no Salão pela primeira vez. Sabia muito bem como os pequenos sentiam-se.

-Tudor vem ai... –Dominique cantarolou.

Não abaixamos a cabeça para ninguém.

-Olha, se não são as piranhas mais odiadas da escola. –Elias Tudor falou se aproximando. Era Grifinório do sétimo ano, mas guardava um profundo ressentimento pelas Damas, que nascera quando Dominique se recusara a sair com ele.

-Você deve estar falando das suas irmãs, porque nós somos as vagabundas que essa escola ama. –Maxine falou com um sorriso.

O rapaz lançou um olhar cheio de ódio para a morena, antes de recuperar o controle e virar para Roxanne com um sorriso vitorioso no rosto.

-Que tal parabenizar o novo capitão do time da Grifinória, Weasley? –ele falou de forma arrogante.

Roxanne arqueou a sobrancelha.

-Então você é o novo capitão? –sem emoção alguma.

-Sim.

Roxanne abriu um pequeno sorriso.

-Nunca pensei que eu fosse te agradecer por alguma coisa algum dia, Tudor. –ela falou –Mas dessa vez sua imbecilidade se superou. Eu estava aqui pensando em como eu iria descobrir quem era o capitão novo para poder me livrar dele e você vem e me conta. –um sorriso cruel –Muito obrigada, Tudor. Agora é só pensar em como eu vou acabar com a sua vida.

O garoto empalideceu, enquanto as outras Damas riam.

-Essa é a hora que você sai correndo chorando, querido. –Anabelle “cochichou”, de forma falsa.

O garoto ainda tentou salvar seu orgulho levantando o queixo antes de sair, mas era óbvio que estava batendo em retirada.

Nunca demonstramos fraqueza.

-Tudor está ficando abusado. –Roxanne praticamente rosnou quando o rapaz se afastou.

-Como eu e a gêmea dissemos antes... –Maxine começou.

-Deixa com a gente. –ela e Anabelle falaram ao mesmo tempo.

-Vocês são estranhas. –Dominique concluiu revirando os olhos.

-Olha quem fala, destruidora de lares. –Anabelle provocou, o que tirou um sorriso de Dominique.

As cinco ignoraram o sorteio o os avisos do diretor Longbottom, como sempre faziam. Neville era padrinho de Lily, e ela não tinha nada contra ele fora da escola. Dentro já era outra coisa.

-E para finalizar... –Neville continuou –Eu gostaria de apresenta-los aos monitores-chefes desse ano: Rose Weasley, da Grifinória...

A Casa dos Leões vibrou com o nome.

-E Scorpious Malfoy, da Sonserina.

-Então esse foi o acordo que fizeram para salvar o relacionamento amoroso do seu irmão e do Malfoy? –Maxine falou –Um capitão do time, o outro Monitor-Chefe?

-É por ai. –Lily deu de ombros –Longbottom escreveu para os dois explicando que era o certo para evitar conflitos, já que os dois eram perfeitos para ambos os papéis. Como Rose ia ser Monitora-Chefe...

-Ele resolveu fazer o Malfoy monitor pra tirar o poder da família Weasley. –Anabelle deduziu.

-Exatamente. Sabia que a Molly só não pegou monitoria por isso? –Dominique contou –Por ser Weasley? Ela ficou arrasada.

-Ninguém manda ter uma família tão esperta. –Maxine falou indiferente, espreguiçando-se –Eu só quero que essa porcaria acabe e nós possamos vazar.

-Qual a urgência? –Lily arqueou a sobrancelha.

Maxine deu de ombros.

-Nada de mais.

Maxine tinha enxaquecas terríveis no começo do seu ciclo, mas negava-se a reconhecer isso. Não estava nem na ficha médica dela da escola, então apenas as amigas sabiam e ficavam de olho nela.

-Olha, lá vai sua futura cunhada cheia de pena. –Dominique apontou para a mesa Corvinal.

Não sofremos por homem nenhum.

Lily revirou os olhos ao ver Jessamine Bards, a namorada Corvinal de seu irmão, caminhar até a mesa Sonserina.

-Tinha que ser Albus para trazer uma prostituta pra família. –ela bufou –Ele ainda acha que é a ovelha negra da família e tem que ficar fazendo essa criancices.

Como se soubesse que era alvo da atenção das Damas, Albus Potter, príncipe Sonserino, levantou o copo em um brinde zombeteiro na direção delas.

-Babaca. -Dominique resmungou.

-É mal dos homens da sua família. –Maxine informou –Acho que é babaquice é um defeito genético dos homens Potter.

-De acordo com o diário da vó Lily é mesmo. –Lily confirmou.

Nós estamos acima de todos.

-Lily, ta na hora. –Hugo declarou levantando-se.

A ruiva bufou e levantou-se também.

-Vou ajudar a levar a pirralhada pro dormitório. Vejo vocês la. –ela falou, acenando para as amigas.

Hugo caminhou ao lado dela, com aquele sorriso contente com o mundo que sempre tinha, parecia um filhote querendo que alguém coçasse sua barriga. Hugo estava sempre pronto para agradar. Quando eram mais novos os dois foram amigos. Hoje em dia ele apenas aborrecia Lily com seu jeito.

Ela deixou o primo falando com a pirralhada e explicando as regras, enquanto andavam pelos corredores. Quando entraram no corredor da sala comunal Grifinória deram de cara com Scorpius Malfoy. O outro príncipe Sonserino.

-O que ele ta fazendo aqui? –Hugo perguntou incomodado.

-Eu falo com ele. –Lily disse, afastando-se da fila em direção a Scorpius.

Tinha que admitir que o maldito era bonito. Tinha puxado o pai, com cabelos muito loiros e olhos cinzas, mas nunca usou o estilo lambido que Draco preferia. O cabelo dele chegava um pouco abaixo das orelhas, mas não estava nunca bagunçado, nem intencionalmente.

-Perdido, Malfoy? –ela perguntou ao se aproximar.

-Eu estava te procurando. –ele falou, naquele jeito direto dele. Scorpius nunca perdia tempo.

-Pra que? Quer um flashback? –provocou.

Scorpius estreitou os olhos.

-Lily...

-Você não tem um pingo de bom humor, Malfoy. –ela falou rindo –Por isso eu te dei um pé na bunda.

Ele arqueou a sobrancelha.

-Não é isso que eu me lembro. –ele falou.

-Mas foi exatamente o que aconteceu. –ela falou –Agora me diga, querido, se você não quer me pegar, o que você está fazendo aqui?

Scorpius bufou.

-Agora eu lembro porque eu terminei com você. –ele resmungou –Eu estou aqui porque eu não quero problemas esse ano, Lily.

A ruiva arqueou a sobrancelha.

-Lembre-se bem de quem é monitor-chefe da escola agora. –o loiro continuou –Esse ano vocês não poder bancar as rainhas de Hogwarts. Eu não vou deixar.

O canto esquerdo do lábio de Lily subiu.

-Que bonitinho. Você acha que manda. –ela comentou –Nós não somos rainhas, somos Damas. E nós mandamos nessa escola, Malfoy. Lembre-se disso.

Ele estreitou os olhos.

-Você não quer brigar comigo, Lily. –falou em tom de aviso.

-Aí que você se engana, meu amor. –ela falou, ficando na ponta do pé, roçando sua boca na dele –Eu estou louca pra brigar com você. –e com isso passou por ele e foi embora.

Nós nunca pedimos desculpa.

Dominique estava procurando sarna para se coçar, mas isso não era novidade. Sabia muito bem o que estava fazendo quando ficou para trás após o banquete. Sua sarna provavelmente também estava procurando por ela, principalmente depois do que acontecera no expresso.

Seu sorriso se tornou cruel ao vê-lo marchar em sua direção.

-Olá, primo querido. –falou com falsa doçura –Linda noite, não acha?

Os olhos verde-esmeralda de Albus faiscaram quando ele a pegou pelo braço e jogou para dentro de uma sala, batendo a porta atrás dos dois logo em seguida.

-Que brutalidade, Al... –ela falou revirando os olhos e arrumando dobras inexistentes em seu casaco –Ta bravinho, primo?

-Muito engraçado, Dom, hilário. –ele falou, obviamente irritado –O que você estava fazendo, falando com o Whitfield mais cedo?

-Não me chame de Dom! –ela sibilou antes que conseguisse se controlar –E ele estava falando comigo, não o contrário.

Albus bufou, claramente frustrado.

-Bom, não interessa. Fica longe dele. –avisou.

Dominique riu na cara do primo.

-Albus, eu falo com quem eu quiser. Whitfield é muito bonito, além de ser rico. –deu de ombros –Não tem porque eu não falar com ele.

Albus venceu o espaço que os separava em duas passadas e passou os braços pela cintura de Dominique, puxando-a de encontro ao seu peito.

-Pra que perder seu tempo com ele, quando eu sou tão melhor?

Dominique acabou rindo de novo.

-Você andou bebendo foi? –perguntou sarcástica –Além do mais, o que sua namorada cheia de penas ia achar se ouvisse você falando isso?

-A Jesse não tem nada a ver com isso. –ele falou.

-Eu acho que ela discordaria disso. –Dominique falou irônica, colocando as mãos contra os ombros de Albus, impedindo-o de se aproximar mais.

-Eu não sabia que você ligava para os sentimentos dela. –Albus debochou.

-Ah querido... –ela envolveu o pescoço dele com os braços –Eu não ligo mesmo.

Garotas Grifinórias não são inimigas (a não ser que insistam muito).

-Esperem ai!

Maxine e Anabelle trocaram olhares e bufaram impacientes, enquanto Roxanne revirou os olhos.

Elas tinham acabado de entrar na sala comunal quando foram paradas pela nova Monitora-Chefe: Rose.

-Olha, se não é a mais nova vagabunda dessa escola. –Anabelle falou jogando as mãos para o alto em comemoração –Eu vou admitir, Weasley, eu sempre achei que você era frígida. Mas estou muito orgulhosa de saber que existe uma mulher debaixo desse uniforme horrível.

Os olhos azuis de Rose se arregalaram, seu queixo caiu e ela virou-se furiosa para Roxanne.

-ROXANNE! Eu não acredito que você contou para elas! –esbravejou.

-Eu não acredito que você achou que eu não fosse. –a outra retrucou.

Rose corava igual ao pai, começando pelas orelhas, que ficavam escarlates, e indo até o pescoço.

-Eu já falei que vocês entenderam tudo errado! –ela protestou.

-Não tema, Rose, seu segredo está a salvo conosco. –Maxine prometeu –Afinal não queremos perder a nossa fama de vagabundas pra você.

-Vocês são impossíveis! –a Weasley protestou.

-Verdade? A maioria das pessoas nos acha tão fáceis. –Anabelle provocou.

Rose jogou as mãos para o alto e saiu batendo os pés.

-A sua prima é muito engraçada. –as gêmeas falaram ao mesmo tempo.

-Podem ficar com ela. –a outra falou.

Nós não temos medo de nada.

Lily chegou ao dormitório pouco depois das amigas terem subido e encontrou Roxanne lendo, Maxine fazendo as unhas e Anabelle arrumando suas coisas.

-Pra que a demora, boneca? –a loira perguntou, sem levantar os olhos.

-Eu fui abordada pelo nosso grandessíssimo Monitor-Chefe. –Lily informou, jogando-se na cama.

-O que o nosso Sonserino preferido queria? –Anabelle perguntou, finalmente olhando para a amiga.

-Eu não sabia que você estava nesse amor todo com o Scorpius, Anabelle. –Roxanne comentou.

-Eu não estou. –a loira revirou os olhos –Porém, ele é muito divertido de se irritar.

-Isso ele é. –Lily concordou –Ele só queria dizer que quem manda na escola é ele e pra gente ficar na nossa.

As outras três explodiram em risadas.

-E ele achou que a gente ia acatar? –Roxanne perguntou, ainda rindo.

-Pelo jeito. –ela deu de ombros –Eu ainda não entendo porque eu namorei aquilo.

-Porque o Albus praticamente te forçou. –Anabelle falou –Ele não queria ser o único isolado da família.

-Albus é isolado porque ele quer. –Roxanne cortou sem simpatia –Ele banca o rebelde sem causa por livre e espontânea vontade.

-Vamos não falar do meu irmão, por favor? –Lily revirou os olhos –A não ser que nós estejamos planejando acabar com a raça Sonserina dele.

-Esse é um projeto que tem valor. –Maxine falou, de repente interessada na conversa.

-Acabar com os Sonserinos? –Roxanne também pareceu interessada.

-Pra que? A raça deles é tão útil!

Nossa amizade está acima de tudo. Mesmo das outras regras.

-O cabelo pode estar impecável, querida, mas a cara é de quem acabou de ser muito bem beijada. –Lily falou divertida, ao ver Dominique entrar no quarto, após declarar a utilidade Sonserina.

-Seu irmão. –a outra ruiva informou.

Lily fez uma careta.

-Eu não quero detalhes de vocês dois. –lembrou.

-Eu quero! –as outras três falaram juntas.

-Eu não divulgo. –Dominique deu de ombros.

-Estraga prazeres. –Anabelle resmungou –Mas, mudando de assunto... Eu acho que a gêmea tem razão. Eu acho que está na hora de mostrar qual é a melhor casa.

-E que jeito melhor de mostrar quem manda do que derrubando nosso Monitor-Chefe? –Roxanne completou.

-Isso vai dar um rolo... –Maxine suspirou feliz.

-Vai ser merecido. –Dominique lembrou –No meio tempo, me ajuda a desfazer as malas, Anabelle?

-Eu já comecei a ajudar. –a loira indicou, mostrando a mala aberta na cama da outra.

-Enquanto vocês fazem as chatices eu vou me unir ao lado da Força que está passando esmalte. –Lily comentou, analisando as próprias unhas -O meu já era.

-Vem ca que eu te ajudo, moranguinho. –Maxine falou, batendo no colchão para que Lily sentasse.

-Esse ano vai ser ótimo né? –Roxanne espreguiçou.

-E ele só ta começando. –Lily falou com um sorriso maldoso.

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N/A: Ai está, xuxus!!
A tradução da música é:

"Uma garota tem que fazer o que ela quer fazer e
É isso que eu vou fazer
Eu eu não dou a minima para minha má reputação"

Não dou mesmo! hahahaha

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B-jão

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