“A girl can do
what she wants to do and that's
What I'm gonna do
An' I don't give a damn ' bout my bad reputation”
(Bad Reputation,
Joan Jett and the Blackhearts)
Capítulo 3: As Leis das Damas
Somos Grifinórias acima de tudo.
Quando as cinco Damas aproximaram-se
da mesa do banquete foi como se o mar tivesse abrido. Todos davam passagem para
elas. Alguns alunos vinham cumprimenta-las, outros não se aproximavam por
cautela. E dai vieram os sussurros.
-Que jaqueta é essa?
Dominique abriu um sorriso satisfeito.
Esse fora seu presente para as amigas. Já fazia um bom tempo que o uniforme
delas era feito a parte. Não só a minissaia com a barra de renda preta, que já
tinha se estabelecido como marca das primeiras Damas, mas também camisas feitas
sob medida e jaquetas mais elegantes, melhor que o saco que os demais pareciam
vestir. Mas dessa vez elas tinham se superado. Dominique encomendara jaquetas
bordadas. Nas lapelas ficavam as inicias da dona do casaco e nas costas...
Dominique mandara estampar o escudo grifinório. Não que alguém duvidasse a quem
pertencia a lealdade das cinco.
As garotas podiam estar
apenas em seu sexto ano, mas Hogwarts aprendera rápido a respeita-las e
teme-las. Desde o quarto ano delas, as cinco tinham mais influencia e controle
do que os Monitores-Chefes. E era assim que pretendiam continuar.
Para a Grifinória as Damas
eram realeza. Claro que o fato de Lily ser filha de um herói de guerra e de uma
famosa ex-jogadora ajudava muito. Não que fizesse diferença para ela. Assim
como não fazia diferença para Maxine seus pais serem trouxas extremamente ricos
e famosos.
Todos pensavam que as cinco
tiravam proveito da fama dos pais, mas o que eles não entendiam era que, na
verdade, elas queriam distanciar-se disso o máximo possível, não serem apenas
as “filhas de alguém”. E era exatamente por isso que estavam dispostas a tudo
para controlar Hogwarts.
Nós nunca mentimos para nós mesmas.
Lily viu Roxanne batucar os
dedos na mesa de forma impaciente.
-Irritada ou ansiosa? –quis
saber.
-Por mais que eu odeie
admitir, os dois. –a morena falou –Ainda não acredito que Longbottom não me fez
capitã do time.
-Entra na fila! –Hugo
Weasley, primo delas e artilheiro do time, resmungou –Eu só quero ver que
idiota ele achou que era mais capaz que você.
-Eu sei que o Mars me
indicou ano passado. –Roxanne falou –E pra ele ter ido contra uma indicação do
próprio capitão... –a garota praticamente rosnou.
-Ele fez isso pra você se
comportar. –Maxine falou com desprezo –Mas não tema. Nós teremos tudo sob
controle já já, certo, gêmea?
Anabelle piscou para Maxine.
-Quando nós não temos?
Roxanne revirou os olhos e
viu a porta do salão se abrir.
-La vem as ovelhas... –Lily
comentou com um sorriso.
Fazia tanto tempo que fora
uma primeiranista, mas Lily lembrava-se com clareza de sentir-se maravilhada ao
entrar no Salão pela primeira vez. Sabia muito bem como os pequenos sentiam-se.
-Tudor vem ai... –Dominique
cantarolou.
Não abaixamos a cabeça para ninguém.
-Olha, se não são as
piranhas mais odiadas da escola. –Elias Tudor falou se aproximando. Era
Grifinório do sétimo ano, mas guardava um profundo ressentimento pelas Damas,
que nascera quando Dominique se recusara a sair com ele.
-Você deve estar falando das
suas irmãs, porque nós somos as vagabundas que essa escola ama. –Maxine falou
com um sorriso.
O rapaz lançou um olhar
cheio de ódio para a morena, antes de recuperar o controle e virar para Roxanne
com um sorriso vitorioso no rosto.
-Que tal parabenizar o novo
capitão do time da Grifinória, Weasley? –ele falou de forma arrogante.
Roxanne arqueou a
sobrancelha.
-Então você é o novo capitão?
–sem emoção alguma.
-Sim.
Roxanne abriu um pequeno
sorriso.
-Nunca pensei que eu fosse
te agradecer por alguma coisa algum dia, Tudor. –ela falou –Mas dessa vez sua
imbecilidade se superou. Eu estava aqui pensando em como eu iria descobrir quem
era o capitão novo para poder me livrar dele e você vem e me conta. –um sorriso
cruel –Muito obrigada, Tudor. Agora é só pensar em como eu vou acabar com a sua
vida.
O garoto empalideceu,
enquanto as outras Damas riam.
-Essa é a hora que você sai
correndo chorando, querido. –Anabelle “cochichou”, de forma falsa.
O garoto ainda tentou salvar
seu orgulho levantando o queixo antes de sair, mas era óbvio que estava batendo
em retirada.
Nunca demonstramos fraqueza.
-Tudor está ficando abusado.
–Roxanne praticamente rosnou quando o rapaz se afastou.
-Como eu e a gêmea dissemos
antes... –Maxine começou.
-Deixa com a gente. –ela e
Anabelle falaram ao mesmo tempo.
-Vocês são estranhas.
–Dominique concluiu revirando os olhos.
-Olha quem fala, destruidora
de lares. –Anabelle provocou, o que tirou um sorriso de Dominique.
As cinco ignoraram o sorteio
o os avisos do diretor Longbottom, como sempre faziam. Neville era padrinho de
Lily, e ela não tinha nada contra ele fora da escola. Dentro já era outra
coisa.
-E para finalizar...
–Neville continuou –Eu gostaria de apresenta-los aos monitores-chefes desse
ano: Rose Weasley, da Grifinória...
A Casa dos Leões vibrou com
o nome.
-E Scorpious Malfoy, da
Sonserina.
-Então esse foi o acordo que
fizeram para salvar o relacionamento amoroso do seu irmão e do Malfoy? –Maxine
falou –Um capitão do time, o outro Monitor-Chefe?
-É por ai. –Lily deu de
ombros –Longbottom escreveu para os dois explicando que era o certo para evitar
conflitos, já que os dois eram perfeitos para ambos os papéis. Como Rose ia ser
Monitora-Chefe...
-Ele resolveu fazer o Malfoy
monitor pra tirar o poder da família Weasley. –Anabelle deduziu.
-Exatamente. Sabia que a
Molly só não pegou monitoria por isso? –Dominique contou –Por ser Weasley? Ela
ficou arrasada.
-Ninguém manda ter uma
família tão esperta. –Maxine falou indiferente, espreguiçando-se –Eu só quero
que essa porcaria acabe e nós possamos vazar.
-Qual a urgência? –Lily
arqueou a sobrancelha.
Maxine deu de ombros.
-Nada de mais.
Maxine tinha enxaquecas
terríveis no começo do seu ciclo, mas negava-se a reconhecer isso. Não estava
nem na ficha médica dela da escola, então apenas as amigas sabiam e ficavam de
olho nela.
-Olha, lá vai sua futura
cunhada cheia de pena. –Dominique apontou para a mesa Corvinal.
Não sofremos por homem nenhum.
Lily revirou os olhos ao ver
Jessamine Bards, a namorada Corvinal de seu irmão, caminhar até a mesa
Sonserina.
-Tinha que ser Albus para
trazer uma prostituta pra família. –ela bufou –Ele ainda acha que é a ovelha
negra da família e tem que ficar fazendo essa criancices.
Como se soubesse que era
alvo da atenção das Damas, Albus Potter, príncipe Sonserino, levantou o copo em
um brinde zombeteiro na direção delas.
-Babaca. -Dominique
resmungou.
-É mal dos homens da sua
família. –Maxine informou –Acho que é babaquice é um defeito genético dos
homens Potter.
-De acordo com o diário da
vó Lily é mesmo. –Lily confirmou.
Nós estamos acima de todos.
-Lily, ta na hora. –Hugo
declarou levantando-se.
A ruiva bufou e levantou-se
também.
-Vou ajudar a levar a
pirralhada pro dormitório. Vejo vocês la. –ela falou, acenando para as amigas.
Hugo caminhou ao lado dela,
com aquele sorriso contente com o mundo que sempre tinha, parecia um filhote
querendo que alguém coçasse sua barriga. Hugo estava sempre pronto para
agradar. Quando eram mais novos os dois foram amigos. Hoje em dia ele apenas
aborrecia Lily com seu jeito.
Ela deixou o primo falando
com a pirralhada e explicando as regras, enquanto andavam pelos corredores.
Quando entraram no corredor da sala comunal Grifinória deram de cara com
Scorpius Malfoy. O outro príncipe Sonserino.
-O que ele ta fazendo aqui?
–Hugo perguntou incomodado.
-Eu falo com ele. –Lily
disse, afastando-se da fila em direção a Scorpius.
Tinha que admitir que o maldito
era bonito. Tinha puxado o pai, com cabelos muito loiros e olhos cinzas, mas
nunca usou o estilo lambido que Draco preferia. O cabelo dele chegava um pouco
abaixo das orelhas, mas não estava nunca bagunçado, nem intencionalmente.
-Perdido, Malfoy? –ela
perguntou ao se aproximar.
-Eu estava te procurando.
–ele falou, naquele jeito direto dele. Scorpius nunca perdia tempo.
-Pra que? Quer um flashback?
–provocou.
Scorpius estreitou os olhos.
-Lily...
-Você não tem um pingo de
bom humor, Malfoy. –ela falou rindo –Por isso eu te dei um pé na bunda.
Ele arqueou a sobrancelha.
-Não é isso que eu me
lembro. –ele falou.
-Mas foi exatamente o que
aconteceu. –ela falou –Agora me diga, querido, se você não quer me pegar, o que
você está fazendo aqui?
Scorpius bufou.
-Agora eu lembro porque eu
terminei com você. –ele resmungou –Eu estou aqui porque eu não quero problemas
esse ano, Lily.
A ruiva arqueou a
sobrancelha.
-Lembre-se bem de quem é
monitor-chefe da escola agora. –o loiro continuou –Esse ano vocês não poder
bancar as rainhas de Hogwarts. Eu não vou deixar.
O canto esquerdo do lábio de
Lily subiu.
-Que bonitinho. Você acha
que manda. –ela comentou –Nós não somos rainhas, somos Damas. E nós mandamos
nessa escola, Malfoy. Lembre-se disso.
Ele estreitou os olhos.
-Você não quer brigar
comigo, Lily. –falou em tom de aviso.
-Aí que você se engana, meu
amor. –ela falou, ficando na ponta do pé, roçando sua boca na dele –Eu estou
louca pra brigar com você. –e com isso passou por ele e foi embora.
Nós nunca pedimos desculpa.
Dominique estava procurando
sarna para se coçar, mas isso não era novidade. Sabia muito bem o que estava
fazendo quando ficou para trás após o banquete. Sua sarna provavelmente também
estava procurando por ela, principalmente depois do que acontecera no expresso.
Seu sorriso se tornou cruel
ao vê-lo marchar em sua direção.
-Olá, primo querido. –falou
com falsa doçura –Linda noite, não acha?
Os olhos verde-esmeralda de
Albus faiscaram quando ele a pegou pelo braço e jogou para dentro de uma sala,
batendo a porta atrás dos dois logo em seguida.
-Que brutalidade, Al... –ela
falou revirando os olhos e arrumando dobras inexistentes em seu casaco –Ta
bravinho, primo?
-Muito engraçado, Dom,
hilário. –ele falou, obviamente irritado –O que você estava fazendo, falando
com o Whitfield mais cedo?
-Não me chame de Dom! –ela
sibilou antes que conseguisse se controlar –E ele estava falando comigo, não o
contrário.
Albus bufou, claramente
frustrado.
-Bom, não interessa. Fica
longe dele. –avisou.
Dominique riu na cara do
primo.
-Albus, eu falo com quem eu
quiser. Whitfield é muito bonito, além de ser rico. –deu de ombros –Não tem
porque eu não falar com ele.
Albus venceu o espaço que os
separava em duas passadas e passou os braços pela cintura de Dominique,
puxando-a de encontro ao seu peito.
-Pra que perder seu tempo
com ele, quando eu sou tão melhor?
Dominique acabou rindo de
novo.
-Você andou bebendo foi?
–perguntou sarcástica –Além do mais, o que sua namorada cheia de penas ia achar
se ouvisse você falando isso?
-A Jesse não tem nada a ver
com isso. –ele falou.
-Eu acho que ela discordaria
disso. –Dominique falou irônica, colocando as mãos contra os ombros de Albus,
impedindo-o de se aproximar mais.
-Eu não sabia que você
ligava para os sentimentos dela. –Albus debochou.
-Ah querido... –ela envolveu
o pescoço dele com os braços –Eu não ligo mesmo.
Garotas Grifinórias não são inimigas (a não ser que insistam muito).
-Esperem ai!
Maxine e Anabelle trocaram
olhares e bufaram impacientes, enquanto Roxanne revirou os olhos.
Elas tinham acabado de
entrar na sala comunal quando foram paradas pela nova Monitora-Chefe: Rose.
-Olha, se não é a mais nova
vagabunda dessa escola. –Anabelle falou jogando as mãos para o alto em
comemoração –Eu vou admitir, Weasley, eu sempre achei que você era frígida. Mas
estou muito orgulhosa de saber que existe uma mulher debaixo desse uniforme
horrível.
Os olhos azuis de Rose se
arregalaram, seu queixo caiu e ela virou-se furiosa para Roxanne.
-ROXANNE! Eu não acredito
que você contou para elas! –esbravejou.
-Eu não acredito que você
achou que eu não fosse. –a outra retrucou.
Rose corava igual ao pai,
começando pelas orelhas, que ficavam escarlates, e indo até o pescoço.
-Eu já falei que vocês
entenderam tudo errado! –ela protestou.
-Não tema, Rose, seu segredo
está a salvo conosco. –Maxine prometeu –Afinal não queremos perder a nossa fama
de vagabundas pra você.
-Vocês são impossíveis! –a
Weasley protestou.
-Verdade? A maioria das
pessoas nos acha tão fáceis. –Anabelle provocou.
Rose jogou as mãos para o
alto e saiu batendo os pés.
-A sua prima é muito
engraçada. –as gêmeas falaram ao mesmo tempo.
-Podem ficar com ela. –a
outra falou.
Nós não temos medo de nada.
Lily chegou ao dormitório
pouco depois das amigas terem subido e encontrou Roxanne lendo, Maxine fazendo
as unhas e Anabelle arrumando suas coisas.
-Pra que a demora, boneca?
–a loira perguntou, sem levantar os olhos.
-Eu fui abordada pelo nosso
grandessíssimo Monitor-Chefe. –Lily informou, jogando-se na cama.
-O que o nosso Sonserino
preferido queria? –Anabelle perguntou, finalmente olhando para a amiga.
-Eu não sabia que você
estava nesse amor todo com o Scorpius, Anabelle. –Roxanne comentou.
-Eu não estou. –a loira
revirou os olhos –Porém, ele é muito divertido de se irritar.
-Isso ele é. –Lily concordou
–Ele só queria dizer que quem manda na escola é ele e pra gente ficar na nossa.
As outras três explodiram em
risadas.
-E ele achou que a gente ia
acatar? –Roxanne perguntou, ainda rindo.
-Pelo jeito. –ela deu de
ombros –Eu ainda não entendo porque eu namorei aquilo.
-Porque o Albus praticamente
te forçou. –Anabelle falou –Ele não queria ser o único isolado da família.
-Albus é isolado porque ele
quer. –Roxanne cortou sem simpatia –Ele banca o rebelde sem causa por livre e
espontânea vontade.
-Vamos não falar do meu irmão,
por favor? –Lily revirou os olhos –A não ser que nós estejamos planejando
acabar com a raça Sonserina dele.
-Esse é um projeto que tem
valor. –Maxine falou, de repente interessada na conversa.
-Acabar com os Sonserinos?
–Roxanne também pareceu interessada.
-Pra que? A raça deles é tão
útil!
Nossa amizade está acima de tudo. Mesmo das outras regras.
-O cabelo pode estar
impecável, querida, mas a cara é de quem acabou de ser muito bem beijada. –Lily
falou divertida, ao ver Dominique entrar no quarto, após declarar a utilidade
Sonserina.
-Seu irmão. –a outra ruiva
informou.
Lily fez uma careta.
-Eu não quero detalhes de
vocês dois. –lembrou.
-Eu quero! –as outras três
falaram juntas.
-Eu não divulgo. –Dominique
deu de ombros.
-Estraga prazeres. –Anabelle
resmungou –Mas, mudando de assunto... Eu acho que a gêmea tem razão. Eu acho
que está na hora de mostrar qual é a melhor casa.
-E que jeito melhor de
mostrar quem manda do que derrubando nosso Monitor-Chefe? –Roxanne completou.
-Isso vai dar um rolo...
–Maxine suspirou feliz.
-Vai ser merecido.
–Dominique lembrou –No meio tempo, me ajuda a desfazer as malas, Anabelle?
-Eu já comecei a ajudar. –a
loira indicou, mostrando a mala aberta na cama da outra.
-Enquanto vocês fazem as
chatices eu vou me unir ao lado da Força que está passando esmalte. –Lily
comentou, analisando as próprias unhas -O meu já era.
-Vem ca que eu te ajudo,
moranguinho. –Maxine falou, batendo no colchão para que Lily sentasse.
-Esse ano vai ser ótimo né?
–Roxanne espreguiçou.
-E ele só ta começando.
–Lily falou com um sorriso maldoso.
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N/A: Ai está, xuxus!!
A tradução da música é:
"Uma garota tem que fazer o que ela quer fazer e
É isso que eu vou fazer
Eu eu não dou a minima para minha má reputação"
Não dou mesmo! hahahaha
COMENTEM!!!
B-jão