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Marine
ajeitou a própria blusa pela milésima vez antes de deixar seu quarto. Charlotte parecia absurdamente divertida com
a situação toda e não fora de muita ajuda nos últimos dez minutos, mas dissera
algo útil a pouco.
-Melhor
você ir antes que as outras duas voltem.
Fato.
Se Mary Jane e Lily voltassem para o quarto as duas iriam encher o saco dela e
dai que não ia rolar.
Sendo
assim, com uma última olhada no espelho, Marine saiu do quarto. Não era que ela
queria que Snape a achasse atraente, mas não podia estar muito feia também, já
que ia...
Ah
deus, porque tinha aceitado aquilo mesmo? Onde achava que ia encontrar o bom
humor para seduzir Severus Snape, o cara mais insuportável que já conhecera?
Aliás, todo aquele mau humor dele devia ser falta de dar uma.
Parou
em frente a porta dele e, antes que conseguisse mudar de ideia, bateu e
esperou.
-Entra.
Marine
entrou e encontrou o homem sentado numa escrivaninha, mexendo em vários papéis.
Ele ainda estava usando as mesmas roupas de mais cedo, calça e camisa, além dos
sapatos, mas agora que estava sem casaco Marine podia ver o coldre e a arma
pendurados em seus ombros.
Resistiu
a vontade de levar a mão até o ombro direito, onde tinha tomado um tiro alguns
meses atrás, quando todo o caos começou. Ainda agora a mera visão de uma arma
lhe dava calafrios.
-Posso
ajudar, Swan? –Snape perguntou, com seu costumeiro azedume.
Marine
teve que lutar contra o ardente desejo de manda-lo a merda.
-Eu
preciso falar um minuto com você. –falou com mais calma do que realmente sentia
–Pode ser?
Snape
pareceu analisa-la por um momento, desconfiado, então fez que sim com a cabeça.
-Quer
se sentar? –perguntou indicando a cama.
Marine
fez que sim e sentou-se na beirada. Já tinha olhado em volta e constatado que
as chaves do carro não estavam nem na escrivaninha, nem no criado-mudo, mas
como todos já sabiam que Snape era um control
freak, ele obviamente não deixaria as chaves por ai. Elas deviam estar em
seu bolso, dai a necessidade de ficar bem... Perto.
Snape
puxou a cadeira da escrivaninha e sentou-se de frente para Marine. Tudo nele
era muito profissional. Quantos homens perderiam a chance de espremerem-se ao
lado dela, principalmente com o shortinho que ela estava usando? Mas o policial
nunca tirara proveito delas, nem por um segundo, até sua maneira azeda era
simplesmente um jeito dele, não grosseria. Era claro que ele as respeitava.
Ouvira
o barulho das chaves quando Snape se sentou, ou seja, as chaves estavam no
bolso de trás da calça dele. Ainda mais complicado do que esperara, já que não
tinha certeza se queria sua mão qualquer lugar próximo a bunda de Severus.
-Eu
sei que nós todas estouramos com o negócio de sermos afastadas... –ela começou,
tentando se passar de arrependida –Eu sei que... Sei que não tem sido fácil,
nem pra você e que a gente mais atrapalha do que ajuda, mas... –fingiu hesitar
–Eu quero que você saiba que nós... Aliás, eu estou muito agradecida por tudo.
Snape
continuou a olha-la sério, seus olhos negros não diziam nada, não demonstravam
nada.
-Qual
é realmente o problema, Swan? –ele perguntou calmamente.
Droga!
Hora de trazer a artilharia pesada, mesmo porque se queria pegar a dita chave
Snape não podia continuar sentado. Então levantou-se e andou de um lado para o
outro.
-Eu
tenho medo. –admitiu por fim –Tenho medo do que vai acontecer comigo e com
elas, se algum dias vamos nos ver de novo. –um suspiro –Se algum dia eu vou ver
meus pais de novo.
Estava
de costas para ele, mas ouviu a cadeira se afastado, então sentiu quando ele
parou logo atrás de si, mas a uma distância própria. Queria saber o que estava pensando
agora, embora achasse que ele devia estar se sentindo incomodado.
Abraçou
a si mesma. Tudo o que dissera agora eram preocupações reais, medos e
incertezas que a mantinham acordada durante a noite. Queria estar com seus
pais. Ela e as amigas assistiram pela tv os próprios funerais e a homenagem
prestada pela Universidade. Seu pai era a celebridade do local, já que era um
homem rico e de influencia em Londres, portanto a câmera o filmara mais de uma
vez. Fora de quebrar o coração ver todos eles, sua mãe, seus irmãos... Seu pai.
-Senhorita
Swan... Marine. –ele começou, obviamente desconfortável com a situação toda,
tanto que ela quase sentia pena dele. Quase –Eu sei que esse é um momento em
que parece que tudo vai dar errado e a tal luz no fim do túnel parece mais
longe do que nunca, mas... –tocou hesitante o ombro dela –Mas você tem que
acreditar em nós, Marine. Nós estamos fazendo o possível para devolver a vida
de vocês o mais rápido possível. Confie em mim.
Oh,
agora ela estava sinceramente emocionada. Que bonitinho, nunca achou que ele fosse
do tipo sensível por baixo de todo aquele cabelo oleoso.
Era
a hora. Virou-se para ele e se jogou para Snape, abraçando-o, seus braços em
volta da cintura dele. O homem travou e jogou as mãos para o alto como se não
quisesse toca-la.
-Muito
obrigada, Severus. Você não sabe o quanto isso singnifica para mim. –declarou,
afundando o rosto no peito dele.
-OK.
–ele parecia totalmente desconfortável agora –Que bom. Você poderia... Me
largar?
Marine
ignorou-o e levantou os olhos, lançando um olhar que era extremamente
convidativo, mas também inocente para o homem diante de si. Por sorte ele era
mais alto que ela, fazendo-a parecer ainda mais delicada. Mordiscou o lábio
inferior.
-Você
tem sido ótimo, Severus. –falou –Um cavaleiro de armardura e tudo.
O
olhar dele estava fixo no dela. E pro toque final...
Marine
ficou na ponta dos pés e depositou um beijo delicado nos lábios de Snape. Ele pareceu
congelado e quase sem respiração.
-Desculpa.
–Marine falou quando abaixou-se.
-Por
que? –ele perguntou, parecendo em choque.
-Por
isso. –Marine aproveitou a distração dele e o empurrou, diretamente para dentro
do ármario aberto que estava ali.
A
morena rapidamente passou a chave na porta.
-SWAN!
O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? –ele gritou furioso, esmurrando a porta.
-Fugindo,
oras. Eu achei que era óbvio. –ela declarou, segurando mais firmemente as
chaves que roubara enquanto ele estava distraído –Foi mal, Snape, mas é
necessário.
-Vocês
não sabem a loucura que estão fazendo...
Marine
saiu dali, antes que os gritos dele a deixassem surda.
Seboso:
definitivamente fora de jogo.
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N/A: Ai está amores!!!
COMENTEM!!
B-jão