segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

MIB 2 - Capítulo 2 (parte 3)


***

-Eu preciso de uma aspirina. –Ayla declarou, jogando-se na poltrona vermelho sangue –E desinfetante para me limpar depois de ter sentado no colo daquele miserável. –ela falou de forma dramática, jogando a cabeça para trás e fazendo os cabelos cor de chocolate caírem pelo braço da poltrona.

-Pense pelo lado positivo. –Jade falou seca –Você não teve que fazer strip-tease.

-Em nossa defesa você realmente perdeu no zero ou um. –Ayla retrucou com um pequeno sorriso.

Jade mandou um olhar assassino para a outra.

-Chega de briga, crianças. –Laryssa pediu, revirando os olhos –O importante é que deu tudo certo e agora nós temos vinte mil libras a mais.

-Quem dera isso significasse que nós estivessemos vinte mil libras mais perto de sumir daqui.

Todas olharam na direção de Ully que estava sentada na janela, fumando um cigarro e olhando o Tâmisa.

Desde que voltaram a Inglaterra as quatro moravam no que um dia havia sido um galpão. O lugar era eficiente o bastante e tinha uma vista legal. Poucas pessoas em Londres podiam dizer que tinham vista para o rio.

-De novo sessão deprê, Ully? Ninguem te merece. Ta de TPM? –Ayla perguntou revirando os olhos.

Ully ignorou-a.

-O dinheiro está certo, Jade? –ela quis saber.

-Como sempre. –a morena confirmou –A polícia pode ser formada por um bando de incompetentes, mas eles são incompetentes honestos.

-A gente precisa decidir qual vai ser o próximo caso que vamos pegar. –Laryssa lembrou, também acendendo um cigarro.

-Vamos pegar um fácil essa semana. –Ully declarou –Nada de correria.

Ayla endireitou-se na poltrona.

-Quem fez de você a chefe? –ela quis saber.

Ully olhou para a outra morena como se ela fosse estúpida.

-Vocês, sua louca! Aliás, se eu bem me lembro a ideia foi sua!

Ayla pareceu pensar por um minuto antes de dar de ombros.

-É que eu queria uma desculpa para te criticar sempre. –ela falou com um sorriso.

-Como se você precisasse de desculpas... –Jade falou baixo.

-O que você disse, Jadelicious? Acho que não ouvi direito. –Ayla provocou.

Jade apenas fez um gesto rude para a amiga.

-OK, chega de besteira. –Ully revirou os olhos –Laryssa, o que nós temos de interessante?

A outra olhou na tela do seu computador.

-Bom, se estamos procurando uma coisa fácil então... –Laryssa foi interrompida pelo toque do seu celular. Ela checou o visor, então arqueou a sobrancelha antes de atender e ter uma rápida conversa.

-Era a Michelle. –ela declarou, terminando a conversa –Ela mandou a gente esperar ela chegar antes de aceitar qualquer trabalho.

-Nossa, isso que é precisão...

Nem dez minutos depois um carro esporte prata parou diante do galpão e Michelle Lefreve saiu dele.

Michelle era francesa e tinha cara de advogada de divórcio. Seus cabelos eram loiros e num corte chanel, usava terninhos de marcas como Versace e Dior como se fossem camiseta e bermuda. Ela era também coordenadora de caçadores de recompensas e a pessoa que arrumava trabalhos para as meninas.

-Sabe, eu acho que setenta por cento do que você ganha vai pra comprar terninho, Mi. –Laryssa provocou, fazendo a loira rir.

-Provável. –ela admitiu –Como vocês estão, meninas?

-Corta o papo, Michelle. –Ully revirou os olhos –O que você tem de tão interessante?

A mulher deu um sorriso predador.

-Sabe quem está de volta a cidade? –ela perguntou –Os melhores amigos de Voldemort. O que vocês acham de sair caçando os famosos Marotos?

****
N/A: A piri da capa é nossa querida Ayla!!! hahaha Fim do capítulo meus amores!
COMENTEM!
Amanhã (talvez) tem post da BOD!

B-jão

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Boyfriend On Demand - Capítulo 6 (parte 3)

Assim que o pai e a mãe de Lily saíram para o trabalho a ruiva virou-se para James.

-Como seus pais ficaram sabendo disso? –ela quis saber.

James suspirou.

-O Sirius, com certeza. –ele falou cansado –Ele provavelmente pensou que seria hilário nós termos que nos explicar para meus pais.

Lily tentou contar até dez. Assim que voltasse a Hogwarts tinha que se lembrar de matar Sirius.

-O que eu deveria esperar? –ela perguntou por fim.

-Bom... –James pareceu pensar por um minuto –Eu não sei se isso é uma boa ou uma má notícia, mas meus pais são praticamente iguais aos seus, cheios de amor para dar e sem papas nas línguas. O único problema é que nenhum dos dois é mais quieto que nem seu pai, então no geral não tem ponto de equilíbrio.

Lily resmungou alguma coisa.

-Se serve de consolo minha mãe te adora antes mesmo de te conhecer e eles são super gente boa. –havia uma nota na voz de James que fez Lily perceber que, de certa forma, ele queria que ela conhecesse seus pais e gostasse deles.

-Espera ai. Como assim sua mãe me adora? –ela perguntou.

Lily viu, em fascinio, James corar. Nunca tinha visto o maroto perder a compostura daquela forma. Era bom ver que não era a única que ficava fazendo papel de tonta na frente dele.

-Eu... Talvez... –ele limpou a garganta –Eu posso ter falado de você um tanto... Insistentemente nesses últimos anos.

Lily arqueou a sobrancelha.

-Defina insistentemente. –ela provocou.

James estreitou os olhos.

-Eu declarei que você ia ser a próxima senhora Potter pelos últimos anos. Ta definido o bastante? –ele rebateu.

Foi a vez de Lily ficar sem graça.

James bufou.

-Olha, isso é passado, mas minha mãe acreditou, ok? –ele não parecia mais feliz do que ela com a situação –Ela acha que você é o tipo de mulher que eu preciso e... É isso. Ela ja gosta de você.

Droga, droga, droga! Ela odiava quando James fazia essas coisas, dizia essas coisas, porque fazia com que ela se sentisse uma monstra, mesmo que essa não fosse a intenção dele.

Como ele tivera coragem de ser apaixonado por ela, ainda ser, depois de todos os anos que ela o tratou de forma tão terrível? Se tinha alguem que não merecia um rapaz como James esse alguem era ela. E cada dia que ela o forçava a ficar nessa farsa ela merecia ainda menos.

Lily abaixou a cabeça.

-Eu sinto muito por tudo isso, James. –ela falou sincera.

James se aproximou dela e levantou o queixo da ruiva, fazendo-a encarar.

-Ei, eu que aceitei vir, Lily –ele falou –Eu devia ter imaginado que Sirius ia fazer alguma coisa idiota nesse sentido.

Ah, por que ele tinha que ser tão maravilhoso?

-Não era disso que eu estava falando, James. –ela falou.

James deu um sorriso triste.

-Eu sei. Mas eu sou um menino grandinho, Lily. –ele falou –Eu sei me cuidar.

Lily não queria acreditar. Queria dizer que tudo aquilo era besteira, mas não tinha coragem. Porque se ela falasse que James estava mentindo e ele assumisse o que faria? O que ela ia fazer se ele resolvesse falar diretamente para ela que ainda gostava dela? Que a amava? Lily não queria ter que lidar com isso. Não agora.

-Certo. Certo. –ela se afastou um passo –Vamos terminar de nos arrumar e sair? –ela perguntou, tentando soar animada.

E James, como sempre, sorriu e acompanhou.

-Vamos.

***

Lily levou James para Portobello Road, uma das feiras de antinguidades mais movimentadas de Londres. La os dois caminharam juntos, compraram presentes para os pais de Lily e para os de James, almoçaram em um pub lindo e então James quis assistir um filme no cinema.

-O que você quer ver? –Lily perguntou, analisando as opções.

James pareceu pensar.

-Se eu disser que quero assistir o tal de ação... –ele perguntou com cuidado.

Lily revirou os olhos.

-Eu vou respirar fundo e aguentar. –ela assegurou –O que você quer ver?

-Velozes e Furiosos! –ele falou animado.

Lily riu, mas os dois foram assistir o filme mesmo assi.

-Obrigada por ter me feito assistir o filme, James. –Lily falou na saída do cinema –O loirinho la era uma graça.

James não pareceu nada feliz com isso.

-Eu sou mais eu. –ele reclamou.

Lily riu.

-Vamos para casa e eu faço o jantar? –ela propôs.

-Que namorada mais prendada eu tenho. –James brincou, virando-se para Lily.

Nessa hora o olhar dos dois se atraíram e de repente o mundo tinha re resumido aos dois. Quando James olhou para a boca de Lily pareceu incrivelmente natural que ela se aproximasse mais, e assim que ele chegou mais perto ela fechou os olhos.

Foi um beijo lento e simples, porque não havia pressão nem desculpa. Dessa vez ele a beijara porque quisera e ela aceitar porque também quisera.

E foi nessa hora que Lily se tocara de uma coisa: isso não era mais uma farsa. Em algum momento de toda a confusão James se tornara seu namorado de verdade.

***

N/A: Comentários geram mais posts!!! hahaha Amanhã é quase 100% de certeza que rola post na MIB!!!

B-jão

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

MIB 2 - Capítulo 2 (parte 2)



Hora do show.

Aquele era um dos clubes de strip mais movimentados de Londres, também um dos com a pior reputação. Era ali que bandidos, traficantes, cafetões e afins se encontravam para discutir negócio. Que o homem que elas procuravam estivesse ali não era surpresa alguma.

Mundungus Fletcher começara como um ladrãozinho de carros. Roubando tapes, por vezes pneus, depois passando a roubar os carros em si... Hoje ele era um “empresário” de sucesso. Ninguem podia negar que o imbecil construíra um império impressionante roubando carros.

Ele também tivera a sorte de ser bom em sumir. Razão pela qual a Scotland Yard estava pagando 20 mil libras para quem o trouxesse em custódia. E era exatamente isso o que Laryssa e as amigas tinham todas a intenção de fazer.

A morena de cabelo chanel olhou em volta do salão. Fumaça de cigarro e charuto cobriam todo o ar, alguns figurões estavam em mesas reservadas, bebendo whisky e com uma garota dançando em frente a eles. Laryssa passou os olhos rapidamente pelo ambiente parcamente iluminado, apesar de que, pelo que sabiam de Fletcher ele estaria la na frente, perto do palco principal.

E ela não estava errada.

Mundungus Fletcher tinha cara de bandido. Careca, com uma argola de ouro em cada orelha, um sorriso nojento e um terno de mau gosto, não era dificil ver que ele viera da lama. E era para la que elas iam manda-lo de volta.

Havia três homens em volta dele. Obviamente fazendo a segurança, enquanto ele apreciava o show.

Havia uma morena de cabelos longos e espartilho vermelho dançando no palco, a pele branca dela apenas acentuada pela luz artificial. Também havia uma mulher mais ou menos vestida sentada no colo de Mundungus, rindo como uma idiota e sussurrando na orelha dele. De onde Laryssa estava ela podia ver uma tatuagem de fênix nas costas da garota. Um sorriso puxou o canto do seu lábio.

Uma garçonete aproximou-se em salto alto e lingerie para servir mais um drink a Mundungus e Laryssa decidiu que era hora de entrar em ação.

-Mundungus Fletcher. –ela chamou aproximando-se.

Os três seguranças sacaram as armas. A garota em cima do palco até aparou de dançar. Ao ver que era uma mulher, Mundungus deu um sorriso arrogante e fez um sinal para seus homens esperarem. O olhar dele desceu apreciativamente pelo corpo de Laryssa. Ela revirou os olhos, entediada.

-E quem seria você, meu amor? –ele perguntou com aquela voz oleosa.

-Eu sou a princesa que está aqui para entregar sua bunda para a Scotland Yard. –ela falou com um sorriso educado –Agora, que tal você facilitar minha vida e...

-Tirem ela daqui. –Mundungus fez um gesto para seus seguranças.

Laryssa bufou.

-Claro, complique a minha vida. –ela falou irônica.

Dois dos seguranças foram para cima dela. Laryssa tirou a pistola que tinha no coldre por baixo de sua jaqueta e apontou para o primeiro segurança.

-Eu realmente não quero ter que atirar. Isso da rolo com a policia, sabe?

Os dois hesitaram um segundo antes de irem para cima dela de novo. Mas antes que um deles tocasse nela uma bandeja acertou a nuca do primeiro com força, fazendo-o cair no chão. Laryssa conseguiu então desermar o segundo, acertando o queixo dele com o cabo de sua pistola.

-Obrigada, hein Ully. –Laryssa falou -Eu achei que você ia me deixar sozinha nessa.

Ully Blanchard jogou o cabelo por cima do ombro e deu um sorriso debochado.

-Relaxa, querida. Eu to aqui pra te proteger.

O terceiro segurança sacou a arma e ia atirar nelas quando um chute na cabeça vindo de cima derrubou-o.

-Se você tivesse demorado mais um minuto e eu tivesse que tirar mais um pedaço de roupa, você estava morta, Laryssa! –Jade Harvelle reclamou de cima do palco, mãos na cintura.

-Ah desencana, Jadelicious. Existe uma razão pela qual você é a que está dançando ai em cima. –Ully provocou.

Jade estreitou os olhos.

Mundungus aproveitou que as três estavam distraídas falando e colocou a mão por dentro de sue casaco para sacar a própria arma. Foi quando sentiu o toque frio de uma lâmina contra sua garganta. Olhou em choque para a garota que tinha em seu colo.

Ela sorriu docemente.

-Se eu fosse você, não me mexia.

-Mandou bem, Ayla. –Laryssa riu –Agora, que tal nos acompanhar até a delegacia, senhor Fletcher?

***

N/A: Ai está!!! Finalmente um post mais decente! A fotinho sexy é um pedacinho da nossa querida Jade Harvelle ;) hahaha Eu não queria abusar na foto pq isso ainda é uma fic de família!!! hahaha

COMENTEM!!

B-jão

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Boyfriend On Demand - Capítulo 6 (parte 2)

James dobrou a carta e engoliu em seco.

-Hum, Lily? Nós temos um... Pequeno problema. –ele falou de forma hesitante.

Lily arqueou a sobrancelha.

-Defina “nós” e defina “problema”. –ela falou.

-Nós, eu e você, meu amor. –ele falou levemente irônico –E problema seria isso aqui. –entregou a carta para ela.

Lily leu a carta, seu queixo caindo cada vez mais.

-Absolutamente não. –ela declarou.

-O que foi? –Monica perguntou curiosa.

-Nada! –os dois responderam rapidamente ao mesmo tempo.

Monica revirou os olhos.

-A Petunia está vindo para o café da manhã. –ela declarou de repente.

-O que? –Lily perguntou em choque. E Monica aproveitou a distração da filha e tirou a carta da mão dela.

-Ah! Te peguei, jacaré. –ela comemorou.

-Mãe!

Monica leu a carta.

-Moranguinho, eu tive uma ideia genial! –ela declarou.

-Ah céus... –Anthony revirou os olhos.

Monica ignorou, mas entregou a carta para ele ler.

-Vamos convidar os pais do James para jantar amanhã!

Lily queria morrer.

-Mãe, eu não acho que isso seja uma boa ideia... –Lily falou com cuidado.

-Como não? Você precisa conhcer seus futuros sogros, Lily!

-Mãe, você só conheceu os seus na igreja, depois do casamento! –a ruiva menor falou por entre os dentes.

-Mas nós estamos falando de você, não de mim. –Monica rebateu.

Anthony bufou.

-James, você poderia convidar seus pais para jantarem conosco amanhã? –ele falou por fim –Nós podemos comer sushi naquele restaurante japonês que as duas tanto gostam.

-Mas, pai! –Lily prostestou praticamente em pânico –Amanhã é a despedida de solteira da Petunia! Eu tenho que ir.

Claro que Lily tinha vontade zero de ir na despedida de solteira da irmã, mas era melhor isso do que sair para jantar com os pais de James. Não queria envolver mais ninguem nessa loucura toda! Ja estava de bom tamanho seus pais estarem gostando de James, sua família estar tão feliz com esse relacionamento. Não queria por os pais dele na brincadeira.

-Hum, verdade. –Monica falou, murchando consideravelmente.

-Então almoço amanhã, naquele espanhol perto do seu escritório. –Anthony concluiu, e a mulher voltou a ficar feliz.

-Ok... –James falou hesitante –Eu escrevo pra eles depois e...

-Não, não! Escreve ja! –Monica insistiu –Se você sair daqui eu tenho certeza de que a Lily vai usar todo o charme dela pra te convencer a não escrever nada!

-Mãe! –Lily protestou, mas havia um sorriso relutante em seus lábios –Você está insinuando que não confia em mim?

Monica fez uma pose dramática.

-Por mais que me doa o coração... Sim, eu estou dizendo que você não pode ser confiada nesse quesito. –ela falou.

Lily riu e, sem escolha, James escreveu a carta, anotando o endereço que Anthony lhe passou para o restaurante.

-Alguma coisa interessante hoje? –Lily quis saber.

-Nós temos jantar na casa da família do Vernom. –Monica falou.

-Ah não, mãe, por fa...

-Eu disse nós, não vocês. –Monica cortou –Você e James tem a tarde e a noite livres. Divirtam-se.

-Fiquem fora de casa, em público! –Anthony falou de repente –Nada de ficar em casa, no... Quarto.

Lily sentiu-se corar.

Monica revirou os olhos.

-Deixa os dois, Anthony. Se o James desonrar a Lily muito a gente faz os dois casarem depois.

-MÃE!

-Cada dia que passa eu amo mais seus pais, Lily. –James falou rindo.

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N/A: Pessoas!!! Me desculpem a demora! T.T
Amanhã tem post em MIB 2!! Por agora, comentem esse!!!

B-jão

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

MIB - FINAL ALTERNATIVO - parte 3



N/A: Ola, meus queridos e queridas!!
Finalmente aqui está o terceiro e último final alternativo da MIB, este escrito pela nossa querida Baby Beer: Ully! Eu adorei o final dela e ri horrores! Espero que vcs curtam tb! Parabéns pelo capítulo, boneca!


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O barulho dos saltos ecoou pelo corredor escuro. A mulher estava vestida de negro. No geral, ela era silenciosa como uma sombra, mas sabia que seu Mestre precisava sempre de um aviso quando alguém se aproximava. Ele não gostava de ser surpreendido. E nunca aconteciam coisas boas com quem o surpreendia.
            Bellatriz bateu na pesada porta de madeira e ouviu a voz de gelo lhe dar permissão pra entrar. O escritório era todo mobiliado em mogno e couro escuro. O homem sentado na suntuosa cadeira por detrás da escrivaninha era branco como papel. Ele era careca e magro, com as maçãs do rosto muito salientes. A mão branca e longa mexia num mouse. Ele nem se deu ao trabalho de olhar para sua visitante.
            - Milorde...
            - Seja breve.
            Bellatriz trincou os dentes.
            - Eu e minha irmã falamos com os idiotas. Eles vão nos dar os nomes de quem precisa morrer e nós terminamos o trabalho.
            - Desnecessário.
            A mulher arqueou as sobrancelhas em sinal de interrogação. Ele não viu o gesto, mas pareceu tê-lo pressentido, pois virou a tela do computador, que até então ele encarava, para Bellatriz. Agora ela franziu as sobrancelhas.
            A mulher da fotografia era belíssima. Ela era bronzeada, com cabelos castanhos claros e belíssimos olhos azuis.
            - Trata-se de Charlotte Myers. Ex-caso de Woods. Ela tem as informações que vocês precisam destruir. – Voldemort deu um clique no mouse. A foto de quatro mulheres surgiu. Charlotte estava entre elas. – Essas são Lily Evans, Marine Swan e Mary Jane Hall. – Ele não se deu ao trabalho de especificar quem era quem. Não importava. – Mate todas.
            - Sim, Milorde. – Bellatriz confirmou.
            - Sei que não é necessário especificar isso a você, mas ainda assim... Eu quero que elas sofram. De preferência, torture as três garotas na frente de Myers. Não entrem mais em contato com os Marotos. Não quero mais aqueles pivetes envolvidos em meus assuntos. – Ele falava com calma, parecendo dar instruções normais a algum empregado.
            - É claro, Milorde.
            - Procure por Antonella antes de ir. – Voldemort instruiu, virando outra vez o monitor. - Ela lhe dará a localização exata das garotas, rotina, e o que mais for necessário para que vocês duas não tenham dificuldade para capturá-las.
            - Sim.
            Bellatriz ainda ficou alguns segundos como uma estátua no meio do escritório. Voldemort finalmente olhou pra ela.
            - Você já pode sair.
            - Você me permitiria uma pergunta, Milorde?
            - Se eu quisesse lhe dizer como consegui essas informações, você não precisaria me perguntar, Bellatriz. – Então ele desviou outra vez os olhos para a tela do computador. - Você já pode sair.
            A morena ainda respirou fundo mais uma vez antes de dar as costas a Voldemort e sair dali. Dessa vez sem fazer barulho.
            ***
            Charlotte pôs seu último pertence importante dentro da mala e suspirou derrotada, prendendo os cabelos num coque alto. Ela pensava na idiotice que tinha feito ao contar às amigas sobre o envelope que Henri tinha lhe dado. Outro suspiro.
            Ela sabia por que tinha feito aquilo. Só não gostava de pensar, porque a fazia se sentir bem pior do que já se sentia. Charlotte não agüentava mais guardar aquilo pra si. Ainda mais depois da morte de Henri, e da forte suspeita que ela sentia pelos vizinhos. Tinha sido de um egoísmo sem tamanho, e agora ela via que não tinha valido a pena dividir o peso daquelas informações com as meninas. O peso da culpa por tê-las colocado em perigo era três vezes pior.
            - Ch... Charlotte! Desce aqui! – Era a voz de Mary Jane.
            - Já vou, Mary! – Ela gritou de volta. – Só vou fechar o zíper da mala.
            Charlotte desceu e quase caiu pra trás com o que encontrou na sala. Uma mulher morena tinha uma arma apontada pra cabeça de Lily. E outra loira segurava Marine e tinha uma faca encostada em sua garganta. Mary Jane estava sentada no sofá, completamente aterrorizada.
            - Me desculpa, Charlotte! Elas ameaçaram matar as duas se eu não te chamasse e...
            - Eu já ia descer de qualquer jeito. – Charlotte tranqüilizou a amiga. Em seguida se virou pras duas mulheres. – Quem são vocês?
            - Eu sou Bellatriz, meu anjo. E essa é minha irmã Narcisa. – Respondeu Bellatriz, com uma doçura que poderia soar verdadeira se ela não estivesse com uma arma apontada para Lily.
            - O que vocês querem.
            Bellatriz riu.
            - Sua cota de perguntas acabou, meu anjo. E você está destemida demais pra alguém que está prestes a ver os miolos de uma amiga explodir.
            - Não! – Charlotte gritou. – Elas não têm nada com isso!
            - Shhhhh. – Fez Narcisa. E Charlotte viu algumas gotas de sangue brotarem do pescoço de Marine. – Tem muito mais de onde essas gotinhas vieram, eu te garanto.
            Mary Jane começou a chorar.
            - FAÇA-A SE CALAR! – Berrou Bellatriz.
            A loira calou-se na hora.
            - Agora, perguntas. – Narcisa falou. – Mas acho que preciso das minhas mãos livres para isso.
            E então ela soltou Marine só pra dar-lhe um pesado soco que a derrubou no chão.
            Lily, Mary Jane e Charlotte gritaram. Narcisa as ignorou e sacou seu revólver, apontando-o para a mulher caída no chão.
            - Bem melhor desse jeito... Embora eu fosse gostar bastante de rasgar a garganta dela.  – Narcisa comentou. – E se eu ouvir mais uma única voz mais alta que a minha... Hummmm.
            Bellatriz riu outra vez.
            - Onde estão os papéis? – Narcisa perguntou.
            - Que pap...
            E Narcisa atirou contra o chão, a bala incrustando-se a centímetros da cintura de Marine.
            - Querida, há muitos lugares onde eu posso atirar que não a matariam, sabia? – Narcisa perguntou. – E eu conheço todos eles. Tente me fazer de idiota mais uma vez e eu começo a usar o corpo da sua amiguinha pra te mostrar quais são.
             - Onde estão os papéis? – Bellatriz repetiu. – E eu devo te dizer que também sei como fazer esse pica-pau tão bonitinho sofrer.
            - Eles não estão aqui. – Charlotte respondeu. – Eu posso levar vocês até...
            Um grito foi ouvido, enquanto o sofá era manchado com o sangue que jorrava de um ferimento aberto a bala no ombro de Mary Jane. Charlotte conteve o seu próprio grito e foi ajudar a amiga.
            - Pra quem não queria mais vozes elevadas, hein, Cissa? – Bellatriz falou.
            Narcisa revirou os olhos.
            - Ela me provocou. – Disse com descaso. – Você acha que a gente vai deixar você nos guiar pra qualquer lugar, lindinha? Eu te disse pra não tentar me fazer de idiota.
            - Agora comece a falar, antes que eu decida que a testa dessa ruiva precisa de um furo. – Bellatriz ameaçou.
            Charlotte olhou pros lados em desespero. Em seguida ela olhou pra cada uma das três amigas e sentiu seus olhos queimarem.
            - Me desculpem, meninas. – Ela falou. – É tudo minha culpa, eu não queria...
            Narcisa chutou Marine, que gemeu.
            - Eles estão lá em cima! – Charlotte gritou por fim. – Há uma tábua solta debaixo do tapete no corredor. Eu os escondi ali!
            Bellatriz baixou a arma e socou Lily, chutando-a em seguida pra perto dos pés de Narcisa. Narcisa deu outro chute na costela da ruiva.
            - Não! –Charlotte gritou.
            - Só para mantê-las imobilizadas enquanto eu vou lá em cima ver se essa sua historinha é verdade.
            Bella subiu as escadas, deixando sua irmã com a arma apontada pras duas mulheres no chão e os olhos cravados em Charlotte.
            - Não tente nada, meu anjo... Eu acerto o coração de uma das duas sem nem precisar olh...
            Ouviu-se o barulho de uma janela se estilhaçando e de repente Narcisa estava no chão com uma bala na cabeça.
            No segundo seguinte a porta foi aberta com um chute e quatro mulheres entraram. Bellatriz apareceu nas escadas com os papéis em mãos. A mulher ainda conseguiu disparar um tiro antes de ser baleada no peito e cair das escadas rolando.
            - Vá checar se a vadia está mesmo morta! – Uma das mulheres, de cabelos cacheados negros e pele bronzeada, falou.
            - Odeio quando você fala comigo nesse tom de ordem, Ayla. – Respondeu outra morena, de cabelos castanhos ondulados.
            Ayla deu uma risadinha.
             - Eu sei.
            - Vocês duas me cansam. Claro que ela tá morta, fui eu quem atirou. – Falou a mulher morena e magra, de cabelos pretos e lisos, até os ombros. Ela foi checar se Bellatriz estava morta. – É, já foi tarde.         
            - Ótimo... Então vamos dar conta dessa bagunça antes que a polícia apareça. – Disse a de cabelos cacheados.
            A segunda morena, a de cabelos ondulados, virou-se pras meninas. Lily e Marine tinham conseguido se levantar e agora as quatro estavam abraçadas no sofá.
            - Vocês são sempre caladas assim, ou só estão em choque? – Ela perguntou. – Eu sou Ully, e não suporto gente calada demais. Sejam sociáveis!
            - Nem todo mundo é tagarela que nem você, bebê. – Falou Ayla.
            Ully bufou.
            - Se a gente não tivesse trabalhando eu metia uma bala no seu nariz por me chamar assim.
            - Eu ia adorar ver você tentar.
            Uma mulher alta, de pele muito clara e longos cabelos castanhos entrou na casa, parecendo esbaforida.
            - Ufa...
            - Fez o que tinha que fazer, querida? – A morena mais magra quis saber.
            - Evidentemente, Jade. – A recém-chegada falou. – Mas eu quase taco fogo nos meus próprios cabelos no processo.
            - E desde quando isso acontece com você? – Jade estranhou.
            - Desde que eu estava com pressa porque algum idiota apareceu quando eu estava saindo de lá.
            - O que vocês... – Charlotte começou.
            - Perguntas depois. – Jade, que tinha acabado de voltar da cozinha, pra onde ela tinha levado o corpo de Narcisa, interrompeu. – Agora a gente tem que dar o fora daqui.
            Jade começou a arrastar o corpo de Bellatriz. Laryssa olhou o relógio.
            - Bendita seja a criatura que inventou o silenciador, ou a polícia já teria sido chamada há tempos. Mas vamos embora de uma vez. Andem.
            - Nossas coisas! – Lily alertou.
            - Não há tempo! – Laryssa cortou.
            - Mas já está tudo pronto! Nós íamos fugir!
            - Andem logo. Vocês não vão precisar de nada.
            Charlotte ainda conseguiu se abaixar pra pegar os papéis que tinham ficado no chão com a queda de Bellatriz.
            As meninas entraram na cozinha, amparando Mary. Elas saíram pela porta dos fundos onde uma van as esperava. Elas se olharam. Não confiavam nas quatro mulheres. Mas elas já tinham provado que eram perigosas. E tinham livrado elas das duas outras loucas, afinal. Elas simplesmente não tinham mais nada a perder. Entraram no carro.
            Laryssa abriu um sorriso.
            - Última parte do plano.
            - Minha parte preferida! –Ully comemorou.
            - Seria a minha parte preferida se você estivesse lá dentro, bebê.
            Jade bufou. Laryssa riu. As quatro mulheres tiraram de dentro da van garrafas de vidro cheias de um líquido transparente. Na tampa de cada uma das garrafas havia uma tira de pano. Ao mesmo tempo, as mulheres tiraram isqueiros de dentro de seus bolsos, queimando os panos. Então, elas atiraram as garrafas pra dentro da casa.
            O som das garrafas se quebrando foi ouvido, e então a casa estava em chamas.
            - Vamos! – Ully gritou.
            Ayla pulou pro volante, com Jade e Laryssa ao seu lado. Ully foi no banco de trás, juntos às meninas.
            As oito mulheres ficaram caladas por um bom tempo. Até Ully abrir uma bolsa preta, tirar uma maleta de primeiros socorros e atirar pra Charlotte.
            - É você que cursava medicina, né? – O verbo no passado não passou despercebido a Charlotte. – Dá um jeito no ombro da figura aí.
            - Nós podemos fazer perguntas agora? – Lily pediu, apreensiva.
            Ayla bufou.
            - Andem logo. Nosso bebezinho ama falar.
            Ully franziu a testa, mas não disse nada.
            - Quem são vocês?
            - Somos caçadoras de recompensa. – Ully respondeu.
            - O que isso quer dizer?
            - Quer dizer que alguém pagou muito dinheiro pra que nós tirássemos vocês de lá, déssemos um fim nas duas loucas e sumíssemos com qualquer evidência. – Laryssa virou pra explicar. – E nós somos movidas a dinheiro.
             - O que vocês fizeram com... os corpos? – Charlotte quis saber.
            - Excelente pergunta... Jade? – Ully perguntou.
            - Estão no porta-malas. Eu vou cremá-las. – Jade respondeu com a maior naturalidade.
            - Mas... ninguém vai vir atrás da gente? Ou delas? Vocês simplesmente sumiram com a gente e queimaram nossa casa! – Lily exclamou.
            Ully riu.
            - Olha... Pra um bando de universitárias imbecis o suficiente pra se meter com Voldemort, elas fazem perguntas bem inteligentes. – Comentou. – A morte de vocês foi providenciada.
            As meninas olharam pra mulher com cara de terror. Ully riu outra vez. E dessa vez as meninas a acompanharam.
            - Do que vocês estão rindo? – Lily perguntou.
            - Ai... eu me mato ou mato todas elas? Retiro o que eu disse sobre vocês serem inteligentes. – Ully disse, ainda rindo.
            - Ela quis dizer que já providenciamos pra que todos acreditem que vocês morreram. – Jade explicou. – MERDA! Minha unha quebrou.
            Ully enfiou a mão na mesma bolsa preta de onde tinha tirado a caixa de primeiros socorros e de lá tirou uma lixa.
            - Toma. – E entregou a Jade.
            - Obrigada, querida.
            - Providenciaram como? – Lily quis saber.
            - Plantamos quatro cadáveres no Dark Angel e ateamos fogo ao bar. – Laryssa explicou. – Na verdade eu plantei, e quase queimei meu cabelo.
            - Vocês queimaram o Dark Angel? – Charlotte perguntou chocada.
            - O que é que tem? – Laryssa rebateu. – Vocês nunca mais vão voltar lá mesmo.
            - Onde vocês arranjaram os corpos? – Mary parecia meio amedrontada de perguntar aquilo.
            - No necrotério de Londres. – Ully esclareceu. – Nós vamos cuidar pra que o fato de que a casa de vocês também foi incendiada os faça ligar os cadáveres a vocês quatro sem precisar de autópsia. E de qualquer jeito, com os corpos carbonizados não vai sobrar nada pra eles identificarem.
            - Quem pagou a vocês pra nos tirar de lá? – Marine quis saber.
            - Isso vocês vão ficar sabendo quando chegarmos ao nosso destino. – Ully disse.
            - Mas por quê? – Marine devolveu.
            - Porque isso desencadearia perguntas que nós não temos paciência pra responder. – Jade, que ainda lixava as unhas, explicou.
            - Só o que vocês precisam saber é: vocês não vão morrer. – Ayla completou. Pelo menos não pelas nossas mãos. – Depois ela pareceu pensativa. – Essa é a primeira vez que a gente é paga pra salvar alguém. Não sei se eu teria aceitado o tédio que isso está sendo se matar as duas vagabundas não tivesse incluso.
            As outras três riram.
            - É claro que você teria aceitado. – Jade falou. Ela ainda trabalhava furiosamente nas unhas. – Pelo menos eu teria. Aquela mala de dinheiro tinha um poder de persuasão...
            - Jade, você vai perder seu dedo desse jeito. – Ayla alertou.
            - Eu não consigo consertar minha unha! – Jade choramingou.
            Ully olhou pras meninas que ainda pareciam aterrorizadas. Charlotte tinha enfaixado o ombro de Mary Jane e agora trabalhava no fino corte que Narcisa havia feito no pescoço de Marine.
            - Quanto tempo, Aylete? – Ully perguntou.
            - Mais umas duas horas.
            - Vocês têm mais alguma pergunta? Porque eu quero ouvir música.
            As meninas não responderam.
            - Ai que saco. Desfaçam essas caras. – Ully reclamou. – Nós não somos perigo pra vocês! A não ser que alguém nos pague pra ser, mas isso não vem ao caso.
            - Parabéns, Ully. Agora com certeza elas não têm mais medo da gente. – Ayla alfinetou.
            - Como se eu me importasse se elas têm medo ou não. É só que a cara delas tá me irritando. – Ela deu um suspiro trágico. – Liga esse som.
            Laryssa riu e ligou o rádio do carro. E elas permaneceram caladas o restante da viagem.
            ***
            James Potter olhou o relógio.
            - Elas estão demorando demais. – Disse. – Quem foi que disse mesmo que dava para confiar naquelas quatro loucas?
            - Você, James. – Sirius respondeu entediado. – E eu concordo. Relaxa que já já elas aparecem. Alguma vez elas já furaram com a gente?
            James, Sirius e Remus estavam num casebre no meio do nada. Ele era todo de palha, com um único cômodo. Havia apenas quatro cadeiras de madeira e uma mesa.
            - Não. Mas dessa vez nós temos Peter se recusando a trabalhar conosco. Como nós vamos saber se ele não nos delatou?
             Sirius suspirou.
            - Você provavelmente tem razão. – Ele admitiu. – Eu só não entendi ainda porque a gente tá fazendo isso.
            - Porque é nossa culpa. E porque o James acha que elas não merecem morrer. – Remus respondeu mecanicamente. – Pelo menos essa é a desculpa que ele deu pra nós e pra si mesmo.
            - Pra quem acha que é só uma desculpa você aceitou com facilidade demais, não é Remus? – Sirius provocou.
            Remus cruzou os braços e nem o olhou.
            O barulho de um carro estacionando na frente do casebre chamou a atenção dos três homens. Sirius e James pularam de suas cadeiras e já iam saindo, quando Remus os fez parar.
            O loiro sacou sua arma, e entreabriu a porta, saindo da casa com a arma em punho.
            - Sempre alerta... – Laryssa comentou, abrindo a porta de correr da van pra deixas as cinco mulheres no banco de trás saírem.
            - Eu prefiro o termo “paranóico”. – Ully provocou, pulando pra fora da van.
            Remus bufou e guardou a arma.
            - Prazer em vê-la, também. – Remus disse, ácido.
            - Ué, foi você quem nos recebeu com uma arma e tá reclamando que eu não te cumprimentei?
            Sirius e James saíram da casa.
            - Por que a gente ainda faz negócio com elas, mesmo? – Remus quis saber.
            - Porque elas são divertidas demais... – Sirius respondeu com um sorriso maldoso.
            - Eu não sei se posso considerar isso um elogio vindo de você, Black querido. – Ayla comentou. – E vocês quatro não vão descer?
            - Foram eles que pagaram a vocês pra nos salvar? – Marine perguntou em choque.
            As quatro mulheres fizeram cara de desprezo em perfeita sincronia.
            - Não, querida. – Ayla respondeu. – Foi a minha sogra. E olha que eu estou a anos-luz de ter uma.
            Charlotte foi a primeira a reagir e descer da van.
            - Mas... Por quê? – Ela perguntou, seus olhos cravados em Remus.
            James limpou a garganta parecendo sem jeito.
            - Era nossa culpa vocês estarem em perigo. Nós achamos que deveríamos ajudar.
            - Nós? – Sirius perguntou irônico.
            James olhou-o assassinamente.
            - Que seja. – Sirius cortou. – Nós pagamos as quatro malucas aí pra tirar vocês de lá porque nós tínhamos que arranjar outras coisas pra fuga de vocês e estávamos sem tempo.
            As outras três garotas desceram da van, Mary Jane amparada por Marine.
            - Acho que a loirinha aí precisa de um médico. – Jade comentou.
            - Eu vou ficar bem... – Mary garantiu.
            - Relaxe, querida... Eu não me importo. – Jade devolveu.
            - Sempre um doce... – Sirius provocou.
            Jade limitou-se a arquear uma sobrancelha.
            - Como vocês sabiam que aquelas duas mulheres iam atrás da gente? – Lily perguntou.
            - A secretária de Voldemort, Antonella, é nossa informante. – James explicou. – Ou era, porque depois de ter nos dado aquela informação a gente teve que dar um jeito de fazer ela sumir também.
            Lily virou-se de repente pra Ully.
            - Quantos eles pagaram a vocês pra nos salvar?
            - Isso definitivamente não vem ao caso! – James cortou.
            Ully deu uma risadinha cínica.
            - Eles nos deram o pagamento que eles receberam pela morte do tal do Woods, menos a parte do Petigreew.
            - E isso seria...? – Lily incitou.
            - Blanchard, FIQUE QUIETA! – Remus mandou.
            - 3,75 milhões de libras. – Ayla completou.
            - MAUDRELL!
            - Que foi, Lupin? Você disse pra pirralhinha ficar quieta, não eu. – Ela respondeu inocentemente.
            Remus deu um rosnado.
            - Vamos logo, estamos perdendo tempo! – E ele entrou na casa como um furacão.
            Os outros dois homens entraram também.  As mulheres se olharam.
            - Hum... Obrigada? – Lily tentou.
            As quatro riram.
            - Vão embora logo. – Ully pediu. – A cara de vocês ainda tá me irritando.
            Elas entraram no casebre.
            - Quase quatro milhões desembolsados pra salvar essas portas. Esses caras tão enlouquecendo. – declarou Jade.
            - O dinheiro está nas nossas contas bancárias mesmo, então eu não ligo. – Laryssa deu de ombros. – Vamos logo que a gente ainda tem um par de corpos pra torrar.
            ***
            As quatro mulheres entraram no casebre só pra serem arrastadas para fora outra vez. Elas saíram pra um gigantesco quintal de terra batida onde um pequeno jato as esperava.
            - Mas o que...? – Marine se assustou.
            - Quem vai pilotar isso? – Lily quis saber.
            - Moi. – Sirius respondeu.
            - O QUÊ? – As quatro gritaram de vez.
            - Ah, fala sério. – Sirius se irritou. – Vocês acham mesmo que a gente ia torrar aquilo tudo de grana pra tirar vocês das garras das minhas priminhas se o piloto do jato não fosse de confiança?
            - Suas priminhas? – Mary Jane arqueou a sobrancelha.
            Sirius só meneou a cabeça e entrou no jato.
            - Sabem... Ele é mesmo de confiança. – James comentou.
            Um segundo de hesitação e as meninas entraram, seguidas dos outros dois Marotos.
            O interior tinha um tamanho impressionante se comparado ao exterior. Ele parecia ser muito menor visto de fora.
            - Acomodem-se. – Remus instruiu.
            Quando todos já tinham se sentado, a voz de Sirius soou pelos altos falantes.
            - Mantenham os cintos presos até segunda ordem.
            ***
            Lily tinha os olhos em James. Ele tinha os olhos voltados para a janela.
            - Podem desafivelar os cintos.
            Foi o que a ruiva fez. Então ela foi em direção ao moreno e sentou na poltrona vazia em frente a ele.
            Ela ficou alguns minutos ali, encarando-o, até que James olhou para ela.
            - Oi, Evans.
            - Oi, Potter.
            Eles ficaram se olhando por mais alguns minutos até James abrir um sorriso triste.
            - Você não precisa me agradecer, Evans. Não precisa, de verdade. Fomos nós quem pusemos vocês nessa enrascada. Era nossa obrigação tirar.          
            Lily também sorriu tristemente.
            - Eu preciso agradecer...  James. Porque eu sei que você teria sangue-frio o suficiente pra nos deixar morrer. Você provavelmente foi treinado pra isso. E, por algum motivo... você não o fez.
            James não agüentou mais encarar aqueles olhos. Ele voltou a olhar a janela, com a garganta seca. Então ele sentiu a mão macia em seu queixo, fazendo-o virar o rosto. Os olhos dela estavam agora a centímetros dos seus, sua respiração quente varrendo seu rosto.
            - Muito obrigada. – Ela sussurrou. Então ela depositou um inocente beijo nos lábios dele, antes de sair dali e voltar pra sua poltrona.
            James tornou a encarar a janela, pensando em como um beijo tão curto poderia ser tão doce e amargo ao mesmo tempo.
***
            Remus se olhou no espelho do banheiro enquanto lavava as mãos. Ele meneou a cabeça. Estava sendo um estúpido.
            Ele saiu do banheiro e deu de cara com Charlotte.
            - Me desculpe, eu não sabia que você estava esperando pra usar. – Ele disse já se afastando, mas Charlotte postou-se na frente dele.
            - Por que você nos salvou? E não venha me dizer que “acharam que deveriam ajudar” porque eu sei que gente como você não age assim. – Charlotte atacou.
            - Eu não sei se você percebeu, mas foram aquelas quatro mulheres que te salvaram, não eu.
            Charlotte cruzou os braços e olhou-o ceticamente.
            - Eu não sei o que você quer ouvir, Myers.
             - A verdade.
            - Culpa, principalmente. – Remus confessou. – E acredite... isso vindo de nós é uma grande coisa.
            - Ah, eu acredito. – Ela devolveu. – O que mais?
            - O que te faz pensar que há mais?
            - O termo “principalmente”.
            Remus levantou as sobrancelhas surpreso. E depois teve vontade de se chutar.
            Os olhos dele caíram nos lábios dela e Remus sacudiu a cabeça, confuso. Em seguida deu alguns passos pra trás.
            - Myers, saia da minha frente.
            Ela não descruzou os braços, mas venceu a distância que ele tinha posto entre os dois.
            - Só quando você me der respostas.
            Remus respirou fundo e o perfume dela entrou por suas narinas. E no segundo seguinte ela estava com as costas contra a parede, os lábios dele nos dela.
            O susto foi tanto que Charlotte entreabriu os lábios de surpresa. E Remus aproveitou pra tornar o beijo mais profundo.
            Charlotte não conseguiu resistir. Seus braços formaram um nó apertado em volta do pescoço de Remus. A mão dele agarrou os fios castanhos com força.
            Os dois sabiam que seria difícil parar. Aquele beijo tinha um gosto de despedida tão forte que nem respirar mais era necessário. Foi só quando a morena cravou com força as unhas no pescoço dele que Remus acordou, e afastou-se dela com tal velocidade que a desequilibrou.
            Eles se encararam, ambos sem ar.
            - Está aí a resposta que você queria. – Remus falou muito rápido, pra em seguida sair dali, deixando uma Charlotte totalmente desnorteada pra trás.
            ***
            - Aterrissagem está próxima. Sentem-se e afivelem seus cintos.
            As quatro já estavam sentadas e olhavam uma pra outra. Estavam juntas. E vivas, acima de tudo. Elas sentiram o desconforto que a aterrissagem provocava e fecharam os olhos.
            - Pouso completo.
            O som do cinto se desafivelando foi ouvido antes que elas tivessem coragem de abrir os olhos. Ao abrir, elas olharam pela janela se sentindo apreensivas.
            Uma nova vida ia começar.

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N/A: Comentem e façam nossa bebê feliz!!!! hahahaha
Se eu sobreviver ao shopping amanhã vou tentar postar na BOD!

B-jão