N/A: Ola, meus queridos e queridas!!
Finalmente aqui está o terceiro e último final alternativo da MIB, este escrito pela nossa querida Baby Beer: Ully! Eu adorei o final dela e ri horrores! Espero que vcs curtam tb! Parabéns pelo capítulo, boneca!
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O barulho dos saltos ecoou pelo corredor escuro. A mulher estava vestida de negro. No geral, ela era silenciosa como uma sombra, mas sabia que seu Mestre precisava sempre de um aviso quando alguém se aproximava. Ele não gostava de ser surpreendido. E nunca aconteciam coisas boas com quem o surpreendia.
Bellatriz bateu na pesada porta de madeira e ouviu a voz de gelo lhe dar permissão pra entrar. O escritório era todo mobiliado em mogno e couro escuro. O homem sentado na suntuosa cadeira por detrás da escrivaninha era branco como papel. Ele era careca e magro, com as maçãs do rosto muito salientes. A mão branca e longa mexia num mouse. Ele nem se deu ao trabalho de olhar para sua visitante.
- Milorde...
- Seja breve.
Bellatriz trincou os dentes.
- Eu e minha irmã falamos com os idiotas. Eles vão nos dar os nomes de quem precisa morrer e nós terminamos o trabalho.
- Desnecessário.
A mulher arqueou as sobrancelhas em sinal de interrogação. Ele não viu o gesto, mas pareceu tê-lo pressentido, pois virou a tela do computador, que até então ele encarava, para Bellatriz. Agora ela franziu as sobrancelhas.
A mulher da fotografia era belíssima. Ela era bronzeada, com cabelos castanhos claros e belíssimos olhos azuis.
- Trata-se de Charlotte Myers. Ex-caso de Woods. Ela tem as informações que vocês precisam destruir. – Voldemort deu um clique no mouse. A foto de quatro mulheres surgiu. Charlotte estava entre elas. – Essas são Lily Evans, Marine Swan e Mary Jane Hall. – Ele não se deu ao trabalho de especificar quem era quem. Não importava. – Mate todas.
- Sim, Milorde. – Bellatriz confirmou.
- Sei que não é necessário especificar isso a você, mas ainda assim... Eu quero que elas sofram. De preferência, torture as três garotas na frente de Myers. Não entrem mais em contato com os Marotos. Não quero mais aqueles pivetes envolvidos em meus assuntos. – Ele falava com calma, parecendo dar instruções normais a algum empregado.
- É claro, Milorde.
- Procure por Antonella antes de ir. – Voldemort instruiu, virando outra vez o monitor. - Ela lhe dará a localização exata das garotas, rotina, e o que mais for necessário para que vocês duas não tenham dificuldade para capturá-las.
- Sim.
Bellatriz ainda ficou alguns segundos como uma estátua no meio do escritório. Voldemort finalmente olhou pra ela.
- Você já pode sair.
- Você me permitiria uma pergunta, Milorde?
- Se eu quisesse lhe dizer como consegui essas informações, você não precisaria me perguntar, Bellatriz. – Então ele desviou outra vez os olhos para a tela do computador. - Você já pode sair.
A morena ainda respirou fundo mais uma vez antes de dar as costas a Voldemort e sair dali. Dessa vez sem fazer barulho.
***
Charlotte pôs seu último pertence importante dentro da mala e suspirou derrotada, prendendo os cabelos num coque alto. Ela pensava na idiotice que tinha feito ao contar às amigas sobre o envelope que Henri tinha lhe dado. Outro suspiro.
Ela sabia por que tinha feito aquilo. Só não gostava de pensar, porque a fazia se sentir bem pior do que já se sentia. Charlotte não agüentava mais guardar aquilo pra si. Ainda mais depois da morte de Henri, e da forte suspeita que ela sentia pelos vizinhos. Tinha sido de um egoísmo sem tamanho, e agora ela via que não tinha valido a pena dividir o peso daquelas informações com as meninas. O peso da culpa por tê-las colocado em perigo era três vezes pior.
- Ch... Charlotte! Desce aqui! – Era a voz de Mary Jane.
- Já vou, Mary! – Ela gritou de volta. – Só vou fechar o zíper da mala.
Charlotte desceu e quase caiu pra trás com o que encontrou na sala. Uma mulher morena tinha uma arma apontada pra cabeça de Lily. E outra loira segurava Marine e tinha uma faca encostada em sua garganta. Mary Jane estava sentada no sofá, completamente aterrorizada.
- Me desculpa, Charlotte! Elas ameaçaram matar as duas se eu não te chamasse e...
- Eu já ia descer de qualquer jeito. – Charlotte tranqüilizou a amiga. Em seguida se virou pras duas mulheres. – Quem são vocês?
- Eu sou Bellatriz, meu anjo. E essa é minha irmã Narcisa. – Respondeu Bellatriz, com uma doçura que poderia soar verdadeira se ela não estivesse com uma arma apontada para Lily.
- O que vocês querem.
Bellatriz riu.
- Sua cota de perguntas acabou, meu anjo. E você está destemida demais pra alguém que está prestes a ver os miolos de uma amiga explodir.
- Não! – Charlotte gritou. – Elas não têm nada com isso!
- Shhhhh. – Fez Narcisa. E Charlotte viu algumas gotas de sangue brotarem do pescoço de Marine. – Tem muito mais de onde essas gotinhas vieram, eu te garanto.
Mary Jane começou a chorar.
- FAÇA-A SE CALAR! – Berrou Bellatriz.
A loira calou-se na hora.
- Agora, perguntas. – Narcisa falou. – Mas acho que preciso das minhas mãos livres para isso.
E então ela soltou Marine só pra dar-lhe um pesado soco que a derrubou no chão.
Lily, Mary Jane e Charlotte gritaram. Narcisa as ignorou e sacou seu revólver, apontando-o para a mulher caída no chão.
- Bem melhor desse jeito... Embora eu fosse gostar bastante de rasgar a garganta dela. – Narcisa comentou. – E se eu ouvir mais uma única voz mais alta que a minha... Hummmm.
Bellatriz riu outra vez.
- Onde estão os papéis? – Narcisa perguntou.
- Que pap...
E Narcisa atirou contra o chão, a bala incrustando-se a centímetros da cintura de Marine.
- Querida, há muitos lugares onde eu posso atirar que não a matariam, sabia? – Narcisa perguntou. – E eu conheço todos eles. Tente me fazer de idiota mais uma vez e eu começo a usar o corpo da sua amiguinha pra te mostrar quais são.
- Onde estão os papéis? – Bellatriz repetiu. – E eu devo te dizer que também sei como fazer esse pica-pau tão bonitinho sofrer.
- Eles não estão aqui. – Charlotte respondeu. – Eu posso levar vocês até...
Um grito foi ouvido, enquanto o sofá era manchado com o sangue que jorrava de um ferimento aberto a bala no ombro de Mary Jane. Charlotte conteve o seu próprio grito e foi ajudar a amiga.
- Pra quem não queria mais vozes elevadas, hein, Cissa? – Bellatriz falou.
Narcisa revirou os olhos.
- Ela me provocou. – Disse com descaso. – Você acha que a gente vai deixar você nos guiar pra qualquer lugar, lindinha? Eu te disse pra não tentar me fazer de idiota.
- Agora comece a falar, antes que eu decida que a testa dessa ruiva precisa de um furo. – Bellatriz ameaçou.
Charlotte olhou pros lados em desespero. Em seguida ela olhou pra cada uma das três amigas e sentiu seus olhos queimarem.
- Me desculpem, meninas. – Ela falou. – É tudo minha culpa, eu não queria...
Narcisa chutou Marine, que gemeu.
- Eles estão lá em cima! – Charlotte gritou por fim. – Há uma tábua solta debaixo do tapete no corredor. Eu os escondi ali!
Bellatriz baixou a arma e socou Lily, chutando-a em seguida pra perto dos pés de Narcisa. Narcisa deu outro chute na costela da ruiva.
- Não! –Charlotte gritou.
- Só para mantê-las imobilizadas enquanto eu vou lá em cima ver se essa sua historinha é verdade.
Bella subiu as escadas, deixando sua irmã com a arma apontada pras duas mulheres no chão e os olhos cravados em Charlotte.
- Não tente nada, meu anjo... Eu acerto o coração de uma das duas sem nem precisar olh...
Ouviu-se o barulho de uma janela se estilhaçando e de repente Narcisa estava no chão com uma bala na cabeça.
No segundo seguinte a porta foi aberta com um chute e quatro mulheres entraram. Bellatriz apareceu nas escadas com os papéis em mãos. A mulher ainda conseguiu disparar um tiro antes de ser baleada no peito e cair das escadas rolando.
- Vá checar se a vadia está mesmo morta! – Uma das mulheres, de cabelos cacheados negros e pele bronzeada, falou.
- Odeio quando você fala comigo nesse tom de ordem, Ayla. – Respondeu outra morena, de cabelos castanhos ondulados.
Ayla deu uma risadinha.
- Eu sei.
- Vocês duas me cansam. Claro que ela tá morta, fui eu quem atirou. – Falou a mulher morena e magra, de cabelos pretos e lisos, até os ombros. Ela foi checar se Bellatriz estava morta. – É, já foi tarde.
- Ótimo... Então vamos dar conta dessa bagunça antes que a polícia apareça. – Disse a de cabelos cacheados.
A segunda morena, a de cabelos ondulados, virou-se pras meninas. Lily e Marine tinham conseguido se levantar e agora as quatro estavam abraçadas no sofá.
- Vocês são sempre caladas assim, ou só estão em choque? – Ela perguntou. – Eu sou Ully, e não suporto gente calada demais. Sejam sociáveis!
- Nem todo mundo é tagarela que nem você, bebê. – Falou Ayla.
Ully bufou.
- Se a gente não tivesse trabalhando eu metia uma bala no seu nariz por me chamar assim.
- Eu ia adorar ver você tentar.
Uma mulher alta, de pele muito clara e longos cabelos castanhos entrou na casa, parecendo esbaforida.
- Ufa...
- Fez o que tinha que fazer, querida? – A morena mais magra quis saber.
- Evidentemente, Jade. – A recém-chegada falou. – Mas eu quase taco fogo nos meus próprios cabelos no processo.
- E desde quando isso acontece com você? – Jade estranhou.
- Desde que eu estava com pressa porque algum idiota apareceu quando eu estava saindo de lá.
- O que vocês... – Charlotte começou.
- Perguntas depois. – Jade, que tinha acabado de voltar da cozinha, pra onde ela tinha levado o corpo de Narcisa, interrompeu. – Agora a gente tem que dar o fora daqui.
Jade começou a arrastar o corpo de Bellatriz. Laryssa olhou o relógio.
- Bendita seja a criatura que inventou o silenciador, ou a polícia já teria sido chamada há tempos. Mas vamos embora de uma vez. Andem.
- Nossas coisas! – Lily alertou.
- Não há tempo! – Laryssa cortou.
- Mas já está tudo pronto! Nós íamos fugir!
- Andem logo. Vocês não vão precisar de nada.
Charlotte ainda conseguiu se abaixar pra pegar os papéis que tinham ficado no chão com a queda de Bellatriz.
As meninas entraram na cozinha, amparando Mary. Elas saíram pela porta dos fundos onde uma van as esperava. Elas se olharam. Não confiavam nas quatro mulheres. Mas elas já tinham provado que eram perigosas. E tinham livrado elas das duas outras loucas, afinal. Elas simplesmente não tinham mais nada a perder. Entraram no carro.
Laryssa abriu um sorriso.
- Última parte do plano.
- Minha parte preferida! –Ully comemorou.
- Seria a minha parte preferida se você estivesse lá dentro, bebê.
Jade bufou. Laryssa riu. As quatro mulheres tiraram de dentro da van garrafas de vidro cheias de um líquido transparente. Na tampa de cada uma das garrafas havia uma tira de pano. Ao mesmo tempo, as mulheres tiraram isqueiros de dentro de seus bolsos, queimando os panos. Então, elas atiraram as garrafas pra dentro da casa.
O som das garrafas se quebrando foi ouvido, e então a casa estava em chamas.
- Vamos! – Ully gritou.
Ayla pulou pro volante, com Jade e Laryssa ao seu lado. Ully foi no banco de trás, juntos às meninas.
As oito mulheres ficaram caladas por um bom tempo. Até Ully abrir uma bolsa preta, tirar uma maleta de primeiros socorros e atirar pra Charlotte.
- É você que cursava medicina, né? – O verbo no passado não passou despercebido a Charlotte. – Dá um jeito no ombro da figura aí.
- Nós podemos fazer perguntas agora? – Lily pediu, apreensiva.
Ayla bufou.
- Andem logo. Nosso bebezinho ama falar.
Ully franziu a testa, mas não disse nada.
- Quem são vocês?
- Somos caçadoras de recompensa. – Ully respondeu.
- O que isso quer dizer?
- Quer dizer que alguém pagou muito dinheiro pra que nós tirássemos vocês de lá, déssemos um fim nas duas loucas e sumíssemos com qualquer evidência. – Laryssa virou pra explicar. – E nós somos movidas a dinheiro.
- O que vocês fizeram com... os corpos? – Charlotte quis saber.
- Excelente pergunta... Jade? – Ully perguntou.
- Estão no porta-malas. Eu vou cremá-las. – Jade respondeu com a maior naturalidade.
- Mas... ninguém vai vir atrás da gente? Ou delas? Vocês simplesmente sumiram com a gente e queimaram nossa casa! – Lily exclamou.
Ully riu.
- Olha... Pra um bando de universitárias imbecis o suficiente pra se meter com Voldemort, elas fazem perguntas bem inteligentes. – Comentou. – A morte de vocês foi providenciada.
As meninas olharam pra mulher com cara de terror. Ully riu outra vez. E dessa vez as meninas a acompanharam.
- Do que vocês estão rindo? – Lily perguntou.
- Ai... eu me mato ou mato todas elas? Retiro o que eu disse sobre vocês serem inteligentes. – Ully disse, ainda rindo.
- Ela quis dizer que já providenciamos pra que todos acreditem que vocês morreram. – Jade explicou. – MERDA! Minha unha quebrou.
Ully enfiou a mão na mesma bolsa preta de onde tinha tirado a caixa de primeiros socorros e de lá tirou uma lixa.
- Toma. – E entregou a Jade.
- Obrigada, querida.
- Providenciaram como? – Lily quis saber.
- Plantamos quatro cadáveres no Dark Angel e ateamos fogo ao bar. – Laryssa explicou. – Na verdade eu plantei, e quase queimei meu cabelo.
- Vocês queimaram o Dark Angel? – Charlotte perguntou chocada.
- O que é que tem? – Laryssa rebateu. – Vocês nunca mais vão voltar lá mesmo.
- Onde vocês arranjaram os corpos? – Mary parecia meio amedrontada de perguntar aquilo.
- No necrotério de Londres. – Ully esclareceu. – Nós vamos cuidar pra que o fato de que a casa de vocês também foi incendiada os faça ligar os cadáveres a vocês quatro sem precisar de autópsia. E de qualquer jeito, com os corpos carbonizados não vai sobrar nada pra eles identificarem.
- Quem pagou a vocês pra nos tirar de lá? – Marine quis saber.
- Isso vocês vão ficar sabendo quando chegarmos ao nosso destino. – Ully disse.
- Mas por quê? – Marine devolveu.
- Porque isso desencadearia perguntas que nós não temos paciência pra responder. – Jade, que ainda lixava as unhas, explicou.
- Só o que vocês precisam saber é: vocês não vão morrer. – Ayla completou. Pelo menos não pelas nossas mãos. – Depois ela pareceu pensativa. – Essa é a primeira vez que a gente é paga pra salvar alguém. Não sei se eu teria aceitado o tédio que isso está sendo se matar as duas vagabundas não tivesse incluso.
As outras três riram.
- É claro que você teria aceitado. – Jade falou. Ela ainda trabalhava furiosamente nas unhas. – Pelo menos eu teria. Aquela mala de dinheiro tinha um poder de persuasão...
- Jade, você vai perder seu dedo desse jeito. – Ayla alertou.
- Eu não consigo consertar minha unha! – Jade choramingou.
Ully olhou pras meninas que ainda pareciam aterrorizadas. Charlotte tinha enfaixado o ombro de Mary Jane e agora trabalhava no fino corte que Narcisa havia feito no pescoço de Marine.
- Quanto tempo, Aylete? – Ully perguntou.
- Mais umas duas horas.
- Vocês têm mais alguma pergunta? Porque eu quero ouvir música.
As meninas não responderam.
- Ai que saco. Desfaçam essas caras. – Ully reclamou. – Nós não somos perigo pra vocês! A não ser que alguém nos pague pra ser, mas isso não vem ao caso.
- Parabéns, Ully. Agora com certeza elas não têm mais medo da gente. – Ayla alfinetou.
- Como se eu me importasse se elas têm medo ou não. É só que a cara delas tá me irritando. – Ela deu um suspiro trágico. – Liga esse som.
Laryssa riu e ligou o rádio do carro. E elas permaneceram caladas o restante da viagem.
***
James Potter olhou o relógio.
- Elas estão demorando demais. – Disse. – Quem foi que disse mesmo que dava para confiar naquelas quatro loucas?
- Você, James. – Sirius respondeu entediado. – E eu concordo. Relaxa que já já elas aparecem. Alguma vez elas já furaram com a gente?
James, Sirius e Remus estavam num casebre no meio do nada. Ele era todo de palha, com um único cômodo. Havia apenas quatro cadeiras de madeira e uma mesa.
- Não. Mas dessa vez nós temos Peter se recusando a trabalhar conosco. Como nós vamos saber se ele não nos delatou?
Sirius suspirou.
- Você provavelmente tem razão. – Ele admitiu. – Eu só não entendi ainda porque a gente tá fazendo isso.
- Porque é nossa culpa. E porque o James acha que elas não merecem morrer. – Remus respondeu mecanicamente. – Pelo menos essa é a desculpa que ele deu pra nós e pra si mesmo.
- Pra quem acha que é só uma desculpa você aceitou com facilidade demais, não é Remus? – Sirius provocou.
Remus cruzou os braços e nem o olhou.
O barulho de um carro estacionando na frente do casebre chamou a atenção dos três homens. Sirius e James pularam de suas cadeiras e já iam saindo, quando Remus os fez parar.
O loiro sacou sua arma, e entreabriu a porta, saindo da casa com a arma em punho.
- Sempre alerta... – Laryssa comentou, abrindo a porta de correr da van pra deixas as cinco mulheres no banco de trás saírem.
- Eu prefiro o termo “paranóico”. – Ully provocou, pulando pra fora da van.
Remus bufou e guardou a arma.
- Prazer em vê-la, também. – Remus disse, ácido.
- Ué, foi você quem nos recebeu com uma arma e tá reclamando que eu não te cumprimentei?
Sirius e James saíram da casa.
- Por que a gente ainda faz negócio com elas, mesmo? – Remus quis saber.
- Porque elas são divertidas demais... – Sirius respondeu com um sorriso maldoso.
- Eu não sei se posso considerar isso um elogio vindo de você, Black querido. – Ayla comentou. – E vocês quatro não vão descer?
- Foram eles que pagaram a vocês pra nos salvar? – Marine perguntou em choque.
As quatro mulheres fizeram cara de desprezo em perfeita sincronia.
- Não, querida. – Ayla respondeu. – Foi a minha sogra. E olha que eu estou a anos-luz de ter uma.
Charlotte foi a primeira a reagir e descer da van.
- Mas... Por quê? – Ela perguntou, seus olhos cravados em Remus.
James limpou a garganta parecendo sem jeito.
- Era nossa culpa vocês estarem em perigo. Nós achamos que deveríamos ajudar.
- Nós? – Sirius perguntou irônico.
James olhou-o assassinamente.
- Que seja. – Sirius cortou. – Nós pagamos as quatro malucas aí pra tirar vocês de lá porque nós tínhamos que arranjar outras coisas pra fuga de vocês e estávamos sem tempo.
As outras três garotas desceram da van, Mary Jane amparada por Marine.
- Acho que a loirinha aí precisa de um médico. – Jade comentou.
- Eu vou ficar bem... – Mary garantiu.
- Relaxe, querida... Eu não me importo. – Jade devolveu.
- Sempre um doce... – Sirius provocou.
Jade limitou-se a arquear uma sobrancelha.
- Como vocês sabiam que aquelas duas mulheres iam atrás da gente? – Lily perguntou.
- A secretária de Voldemort, Antonella, é nossa informante. – James explicou. – Ou era, porque depois de ter nos dado aquela informação a gente teve que dar um jeito de fazer ela sumir também.
Lily virou-se de repente pra Ully.
- Quantos eles pagaram a vocês pra nos salvar?
- Isso definitivamente não vem ao caso! – James cortou.
Ully deu uma risadinha cínica.
- Eles nos deram o pagamento que eles receberam pela morte do tal do Woods, menos a parte do Petigreew.
- E isso seria...? – Lily incitou.
- Blanchard, FIQUE QUIETA! – Remus mandou.
- 3,75 milhões de libras. – Ayla completou.
- MAUDRELL!
- Que foi, Lupin? Você disse pra pirralhinha ficar quieta, não eu. – Ela respondeu inocentemente.
Remus deu um rosnado.
- Vamos logo, estamos perdendo tempo! – E ele entrou na casa como um furacão.
Os outros dois homens entraram também. As mulheres se olharam.
- Hum... Obrigada? – Lily tentou.
As quatro riram.
- Vão embora logo. – Ully pediu. – A cara de vocês ainda tá me irritando.
Elas entraram no casebre.
- Quase quatro milhões desembolsados pra salvar essas portas. Esses caras tão enlouquecendo. – declarou Jade.
- O dinheiro está nas nossas contas bancárias mesmo, então eu não ligo. – Laryssa deu de ombros. – Vamos logo que a gente ainda tem um par de corpos pra torrar.
***
As quatro mulheres entraram no casebre só pra serem arrastadas para fora outra vez. Elas saíram pra um gigantesco quintal de terra batida onde um pequeno jato as esperava.
- Mas o que...? – Marine se assustou.
- Quem vai pilotar isso? – Lily quis saber.
- Moi. – Sirius respondeu.
- O QUÊ? – As quatro gritaram de vez.
- Ah, fala sério. – Sirius se irritou. – Vocês acham mesmo que a gente ia torrar aquilo tudo de grana pra tirar vocês das garras das minhas priminhas se o piloto do jato não fosse de confiança?
- Suas priminhas? – Mary Jane arqueou a sobrancelha.
Sirius só meneou a cabeça e entrou no jato.
- Sabem... Ele é mesmo de confiança. – James comentou.
Um segundo de hesitação e as meninas entraram, seguidas dos outros dois Marotos.
O interior tinha um tamanho impressionante se comparado ao exterior. Ele parecia ser muito menor visto de fora.
- Acomodem-se. – Remus instruiu.
Quando todos já tinham se sentado, a voz de Sirius soou pelos altos falantes.
- Mantenham os cintos presos até segunda ordem.
***
Lily tinha os olhos em James. Ele tinha os olhos voltados para a janela.
- Podem desafivelar os cintos.
Foi o que a ruiva fez. Então ela foi em direção ao moreno e sentou na poltrona vazia em frente a ele.
Ela ficou alguns minutos ali, encarando-o, até que James olhou para ela.
- Oi, Evans.
- Oi, Potter.
Eles ficaram se olhando por mais alguns minutos até James abrir um sorriso triste.
- Você não precisa me agradecer, Evans. Não precisa, de verdade. Fomos nós quem pusemos vocês nessa enrascada. Era nossa obrigação tirar.
Lily também sorriu tristemente.
- Eu preciso agradecer... James. Porque eu sei que você teria sangue-frio o suficiente pra nos deixar morrer. Você provavelmente foi treinado pra isso. E, por algum motivo... você não o fez.
James não agüentou mais encarar aqueles olhos. Ele voltou a olhar a janela, com a garganta seca. Então ele sentiu a mão macia em seu queixo, fazendo-o virar o rosto. Os olhos dela estavam agora a centímetros dos seus, sua respiração quente varrendo seu rosto.
- Muito obrigada. – Ela sussurrou. Então ela depositou um inocente beijo nos lábios dele, antes de sair dali e voltar pra sua poltrona.
James tornou a encarar a janela, pensando em como um beijo tão curto poderia ser tão doce e amargo ao mesmo tempo.
***
Remus se olhou no espelho do banheiro enquanto lavava as mãos. Ele meneou a cabeça. Estava sendo um estúpido.
Ele saiu do banheiro e deu de cara com Charlotte.
- Me desculpe, eu não sabia que você estava esperando pra usar. – Ele disse já se afastando, mas Charlotte postou-se na frente dele.
- Por que você nos salvou? E não venha me dizer que “acharam que deveriam ajudar” porque eu sei que gente como você não age assim. – Charlotte atacou.
- Eu não sei se você percebeu, mas foram aquelas quatro mulheres que te salvaram, não eu.
Charlotte cruzou os braços e olhou-o ceticamente.
- Eu não sei o que você quer ouvir, Myers.
- A verdade.
- Culpa, principalmente. – Remus confessou. – E acredite... isso vindo de nós é uma grande coisa.
- Ah, eu acredito. – Ela devolveu. – O que mais?
- O que te faz pensar que há mais?
- O termo “principalmente”.
Remus levantou as sobrancelhas surpreso. E depois teve vontade de se chutar.
Os olhos dele caíram nos lábios dela e Remus sacudiu a cabeça, confuso. Em seguida deu alguns passos pra trás.
- Myers, saia da minha frente.
Ela não descruzou os braços, mas venceu a distância que ele tinha posto entre os dois.
- Só quando você me der respostas.
Remus respirou fundo e o perfume dela entrou por suas narinas. E no segundo seguinte ela estava com as costas contra a parede, os lábios dele nos dela.
O susto foi tanto que Charlotte entreabriu os lábios de surpresa. E Remus aproveitou pra tornar o beijo mais profundo.
Charlotte não conseguiu resistir. Seus braços formaram um nó apertado em volta do pescoço de Remus. A mão dele agarrou os fios castanhos com força.
Os dois sabiam que seria difícil parar. Aquele beijo tinha um gosto de despedida tão forte que nem respirar mais era necessário. Foi só quando a morena cravou com força as unhas no pescoço dele que Remus acordou, e afastou-se dela com tal velocidade que a desequilibrou.
Eles se encararam, ambos sem ar.
- Está aí a resposta que você queria. – Remus falou muito rápido, pra em seguida sair dali, deixando uma Charlotte totalmente desnorteada pra trás.
***
- Aterrissagem está próxima. Sentem-se e afivelem seus cintos.
As quatro já estavam sentadas e olhavam uma pra outra. Estavam juntas. E vivas, acima de tudo. Elas sentiram o desconforto que a aterrissagem provocava e fecharam os olhos.
- Pouso completo.
O som do cinto se desafivelando foi ouvido antes que elas tivessem coragem de abrir os olhos. Ao abrir, elas olharam pela janela se sentindo apreensivas.
Uma nova vida ia começar.
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N/A: Comentem e façam nossa bebê feliz!!!! hahahaha
Se eu sobreviver ao shopping amanhã vou tentar postar na BOD!
B-jão