quinta-feira, 10 de março de 2016

A Senhora de Nárnia - Capítulo 20



Capítulo 20

O sol mal tinha nascido quando Rei Théoden convocou suas forças e os Rohirrim começaram a marchar em direção a Minas Tirith.

Susan só queria chegar la logo. Edmund e Lucy estavam la sozinhos. Eles não foram feitos para reinar sozinhos, lutar sozinhos. Os Reis e Rainhas de Nárnia lutavam juntos e venciam juntos.

Ela só queria alcança-los logo.

-Fawkes. –ela chamou.

-Minha Senhora. –a majestosa fênix pousou no ombro da rainha, suas penas cintilando a luz do sol do amanhecer.

-Vá na frente com Sekhmet e Mehit. –ela ordenou –Encontre meus irmãos. Avise-os que estamos chegando.

-Como minha Rainha ordenar. –a ave fez uma cortesia antes de partir.

Ia dar tudo certo. Eles tinham que acreditar que ainda havia tempo.

XxX

Pippin viu em pânico os guardas trazerem o corpo de Faramir. Denethor começou a delirar e dizer algo sobre o fim de sua linha e a morte de seu filho caçula.

O hobbit aproximou-se da maca e tocou a testa de Faramir. Mas ele...

-Ele está vivo! Meu senhor, ele está vivo! –Pippin gritou –Ele precisa de cuidados, meu senhor. A Rainha Lucy...

Pippin parou de falar ao perceber que não vira mais a Rainha ou o Rei Edmund. Onde eles estavam?

Virou-se para Denethor para ver se o homem o escutara, mas ele estava parado a frente, os olhos fixos no exército de Mordor, resmungando imprecações para si mesmo.

Pippin mais ouviu do que viu quando as catapultas começaram a lançar pedras contra a cidade e as pessoas começaram a gritar em desespero. Porém, mesmo em meio a tanto caos, todos ali puderam ouvir a voz do Regente:

-Abandonem seus postos! –ele bradou, fazendo todos travarem em choque –Fujam! Fujam por suas vidas!

Os soldados estavam trocando olhares entre si quando Gandalf, que parecia ter vindo do nada, atingiu o regente até deixa-lo caído no chão.

-Preparem-se para batalha! –ele ordenou.

Os homens começaram a seguir Gandalf e Pippin não teve a chance de dizer a ele que os Reis de Nárnia não estavam ali. A cidade estava coberta em caos e só o Mago Branco a estava defendendo.

XxX

A cidade estava em escombros e mal tinha começado. Os homens tremiam a cada passada dos temidos Nazgûl e a moral das tropas estava caindo.

Gandalf ordenara a Pippin que voltasse para a citadela. Ele tinha que encontrar Lucy e Edmund, mas não havia sinal deles em lugar algum. Princípe Elphir também estava procurando por seu irmão Amrothos que tinha desaparecido.

A última vez que Pippin tinha visto o rapaz ele estava com... Lucy! Isso não era um bom sinal. O que teria acontecido?

Outro Nazgûl sobrevoou a cidade, causando mais gritos. Então a coisa mais mágica que Pippin ja vira aconteceu (e muito ja tinha acontecido desde que ele saíra do Condado). Algo pareceu iluminar o céu, como se uma estrela estivesse caindo naquele exato minuto.

Pippin viu maravilhado a estrela atacar e derrubar a fera que o Nazgul montava, então percebeu que tratava-se de uma ave com penas flamejantes. Duas outras criaturas como ele nunca vira antes também atacaram mais dois deles. Os dois enormes animais pareciam uma mistura curiosa de Leão e Águia, o que queria dizer...

-Nárnia!

Será que os narnianos estavam la? Ou era apenas Rainha Lucy e Rei Edmund finalmente unindo-se a batalha?

Pippin viu os três seres pousarem na Jardim da Árvore e Branca e correu ao encontro deles.

Isso só podia ser um bom presságio.

Ele correu até as três criaturas.

-Você! –a ave de penas de fogo exigiu –Onde estão Rei Edmund e Rainha Lucy? As nossas tropas não estão em combate.

-Eu não sei onde eles estão. –o hobbit admitiu –Não consigo encontra-los.

-Sekhmet, Mehit! Encontrem-nos. –ele ordenou –A qualquer custo.

As duas feras assentiram e levantaram vôo de novo.

Pippin ia falar mais alguma coisa, quando viu Denethor liderando uma procissão que também carregava o corpo de Faramir, então decidiu segui-los.

-Espere por mim! –ele pediu a ave –Eu também quero achar os Reis de Nárnia!

O hobbit correu atrás deles até o que parecia ser um tipo de cripta. Ao entrar encontrou homens preparando algo que parecia terrivelmente com uma fogueira, com Denethor e Faramir no centro.

-Ele não está morto! –falou aproximando-se –Ele não está morto! –bradou, tentando tirar a lenha, mas era pequeno e estava sozinho.

Por que aquele homens obedeciam a ordem de um homem claramente insano?

Denethor desceu da pilha e agarrou-o pela roupa, arrastando-o para fora. Pippin ainda gritou, repetindo que Faramir não estava morto.

-Adeus, Peregrin, filho de Paladin. Eu o liberto de meu serviço. –declarou, jogando-o para fora –Vá agora e morra da maneira que lhe parecer melhor.

Denethor fechou as portas e Pippin ouviu-as sendo trancadas. Precisava da ajuda de alguém. Agora!

Lembrou-se das criaturas de Nárnia e correu de volta para onde as deixara. Uma das grandes feras estava la, segurando um serviçal do castelo sob sua pata.

-O que houve? –Pippin quis saber.

-Mehit encontrou esse humano que admitiu que o regente desse lugar trancou os narnianos. –a ave de fogo falou –Ele estava para nos dizer onde.

-Nas cavernas! –o homem gritou em pânico.

-Eu preciso da ajuda da Rainha Lucy. –Pippin falou em desespero.

-Venha conosco, pequeno. –a ave ordenou.

Eles fizeram o homem leva-los até a entrada da caverna, onde Mehit –a criatura de penas castanhas –derrubou a porta com ajuda de Sekhmet –que tinha penas negras.

Assim que havia espaço eles puderam ver todos os narnianos ali.

-Fawkes? –Lucy chamou surpresa -Mehit? Sekhmet? Meus irmãos ja chegaram?

-Ainda não, Majestade. –Fawkes respondeu –Sua irmã nos mandou a frente para dizer que eles estão a caminho. E ainda bem que viemos!

Edmund abriu a boca, para falar, mas Pippin não tinha tempo a perder.

-Rainha Lucy! Denethor está louco! Ele quer queimar Faramir vivo. Você tem que me ajudar. –ele implorou.

-Esse homem perdeu toda a razão? –ela falou em choque –Edmund, vá a cidade ajudar no que está acontecendo. Mehit, Pippin, vocês vêm comigo.

A Rainha pulou nas costas de Mehit e ajudou Pippin a subir.

-Majestade! –Amrothos chamou –Nos vemos no campo.

Ela acenou para o rapaz antes de sair de lá voando nas costas da terrível criatura.

-Como você chama essa criaturas? –Pippin perguntou assustado, agarrando-se a cintura da Rainha.

-Nós nos chamamos hipogrifos, criança. –Mehit praticamente rosnou.

-Eles são sensíveis. –Lucy desculpou-se.

Pippin não teve que responder, porque nessa hora eles chegaram as portas barradas. Mehit levantou-se em suas patas traseiras e usou suas garras para destruir a porta.

-Parem essa loucura! –Lucy exigiu.

Denethor estava sobre a pilha de lenha e guardas aproximavam-se com tochas. Diante da voz da Rainha todos eles pararam, mas Denethor tomou a tocha do homem que estava mais próximo a si.

-Você pode achar que sabe muito de guerras, criança... –ele falou com desprezo para Lucy –E que ja teve vitórias no campo de guerra. Porém contra o poder que vem do leste, não haverá vitória. –declarou e soltou a tocha.

A lenha devia estar coberta em óleo, porque incendiou-se imediatamente. Lucy tomou a lança do guarda que estava parado ao lado da porta e avançou contra Denethor, acertando-o e derrubando-o no chão.

Pippin saltou das costas de Mehit, pulando na fogueira que ainda queimava. O pequeno hobbit usou de toda sua força para fazer Faramir rolar e cair no chão, longe do fogo. Os dois caíram e Pippin rapidamente levantou-se para apagar o fogo que ainda tomava as roupas do rapaz.

-Não! –Denethor gritou, agarrando Pippin pela roupa mais uma vez –Você não vai tirar meu filho de mim!

Lucy avançou mais uma vez contra Denethor e Mehit atingiu-o com uma patada que o fez voar para cima da fogueira.

O olhar dele foi parar no filho, que agora abria os olhos.

-Faramir... –ele chamou surpreso.

Denethor então começou a gritar em agonia ao se ver coberto de fogo. Ele correu para fora da cripta, em direção ao penhasco.

-Que ele finalmente encontre paz... –Lucy murmurou.

-Majestade! –Pippin chamou ao correr para Faramir.

Lucy desmontou de Mehit e correu para junto dos dois.

-Afaste-se, Pippin. –ordenou, soltando o frasco que havia em seu cinto.

Abriu a pequena garrafa e deixou uma gota cair gentilmente nos lábios abertos do rapaz. Os olhos de Faramir fecharam-se por um segundo, antes de se abrirem de novo.

-O que houve? –ele exigiu sentando-se –Meu pai...

-Eu sinto muito, mas não há tempo. –Lucy falou –A cidade está sob ataque, nós temos que ir!

Os três se levantaram e ao longe ouviram...

-Essa é a corneta de Susan. –Lucy murmurou maravilhada.

XxX

Os narnianos estavam lado a lado com o exército de Rohan, esperando para entrar na batalha. Rei Théoden estava animando suas tropas com discursos sobre morte e honra. Os homens tinham medo porque viam o que tinham a frente.

Os narnianos tinham coragem porque sabiam o que vinha depois disso. Morrer em batalha, lutar para salvar os que amavam, tudo isso era certo e tudo seria recompensado um dia. Narnianos não temiam a morte porque sabiam o que vinha depois.

-Por Nárnia! –Peter gritou para seu exército. –Por Aslan!

Eles avançaram contra o exército de orcs que atirou flechas contr eles, derrubando homens e narnianos, mas nada podia ficar em seu caminho.

Eles devastaram o exército de orcs, os cavaleiros de Rohan passando por cima das criaturas horríveis e os narnianos esmagando-os com suas patas, cascos ou pura força.

Susan pulou de Jared e continuou desferindo golpes com seu arco e atirando flechas. Viu Sekhmet, Fawkes e Mehit levantarem vôo da cidade, sendo seguidas pelos outros hipogrifos que haviam ficado com o exército de Edmund e Lucy. Eles estavam lutando na cidade!

Os orcs começaram a bater em retirada, assutados pela fúria do exército. Foi quando o som de uma corneta chamou a atenção de todos.

-Céus... –Susan murmurou chocada.

Criaturas gigantescas, como ela nunca vira antes, vinham na direção deles. Em suas costas homens estavam no que pareciam ninhos. As feras tinham espinhos gigantes em suas presas e seriam capazes de pisotear os cavalos.

-Voltem a formação! –Théoden estava gritando –Ataquem!

Eles foram para cima das criaturas, mas elas pareciam capazes de varrer os cavaleiros com suas presas e trombas. Pisoteavam tudo em seu caminho sem parecer realmente incomodadas.

Susan viu Mehit derrubar um ninho todo daqueles homens antes do Nazghul vir e atacar o hipogrifo, fazendo-o cair do céu.

-Derrubem as feras! –Peter gritou de algum lugar.

Logo eles perceberam que era o melhor a se fazer: focar em derruba-los, porque ao caírem levavam todos consigo.

-Nós ainda podemos virar isso. –Peter falou em dado momento.

-Nós vamos. –Susan falou com certeza –Lucy precisa de nós.

XxX

Eles estavam cercados no quarto nível da cidade. Os narnianos tinham ajudado a evacuar as pessoas e a segurar o exército de orcs o bastante para que todos pudessem ser tirados em segurança.

Agora eles estavam tentando segurar uma porta enquanto o exército do outro lado dela tentava derruba-la.

-Os Narnianos está aqui. Rohan também. –Faramir falou surpreso –Eles vieram.

-Eles prometeram que viriam. –Lucy falou com simplicidade.

-A fé de vocês é algo belo. –Amrothos falou do lado dela.

-Fé é tudo o que temos. –Lucy falou com um pequeno sorriso –Um rato me ensinou isso.

-Quando tudo isso tiver terminado, Majestade, eu quero conhecer Nárnia. –Amrothos deu um pequeno sorriso para Lucy, fazendo-a corar.

Antes que Lucy pudesse responder Edmund entrou entre os dois.

-Podemos focar no ataque? –ele resmungou.

Lucy revirou os olhos, mas segurou a mão do irmão.

-Vai dar tudo certo. –ela falou com certeza absoluta –Nada pode nos parar quando estamos juntos.

-Por Nárnia. –Edmund falou para sua irmã caçula.


-Por Nárnia.

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N/A: Segura esse forninho!!!

Agora a batalha pegou e todos estão lutando. Força Terra-Média!

COMENTEM!

B-jão

Primeiras Impressões - Capítulo 12


Capítulo 12

MERDA! MERDA! MERDA! MERDAAAAAAAAAAAA!

O que eu tenho na minha cabeça? JESUS AMADO!

Eu nunca mais vou beber na minha vida! Aliás, eu estou considerando seriamente fugir para o Tibet e ir morar num monastério! Eu poderia sobreviver de boa la. Eu só preciso levar um estoque de chocolate.

E talvez um modem...

Enfim!

EU BEIJEI DARCY!

Eu devo ter usado drogas na noite anterior. Não tem explicação! E ninguem nem poderia me julgar porque aquele jantar estava torturante.

Mas sabe o que vou fazer antes de qualquer outra coisa? MATAR O FITZ! Porque tudo o que aconteceu noite passada é 100% culpa dele!

Eu adoraria ser uma daquelas pessoas bêbadas que jura que não lembra o que fez a noite passada, mas eu não tenho essa felicidade. Lembro-me perfeitamente bem de cada mico que paguei ontem. E sinceramente, to achando que beijar o Darcy foi o menor dos meus problemas! Eu falei que o carro dele era sexy, o acusei de olhar para minha bunda e molestei as bochechas dele!

Vou me jogar de uma janela e ja volto. Ou não.

E hoje é o dia do casamento! Eu não sei o que fazer, porque não tem escapatória, vou dar de cara com o Darcy!

Tenho que dar um jeito nisso. Agora.

Eu saí do meu quarto decidida a ser madura.

-Lizzie!

Eu quase morri antes de virar e dar de cara com Fitz.

-Você quer me matar, seu idiota? –falei irritada.

-Você está bem? –ele me perguntou preocupado.

-Óbvio que não!

-Isso tudo é ressaca? –ele perguntou confuso.

-É. Minha cabeça está me matando. –resolvi ir com a resposta mais fácil, embora eu não esteja realmente de ressaca.

-Quer aspirina? –ele ofereceu solícito.

-Não, to de boa. –respirei fundo –Eu tenho que achar a Charlotte, porque acho que as madrinhas vão ter que passar a manhã bajulando-a.

-Café da manhã da noiva e madrinhas está sendo servido la fora. –ele me informou na hora –Lizzie...

-Oi?

-Deu tudo certo ontem a noite? –ele perguntou com cuidado.

Ah é verdade! Eu tinha que mata-lo.

-Não graças a você! –eu falei por entre os dentes –Por que você me largou sozinha com o Darcy?

-Eu juro que foi sem querer! –ele se defendeu –Eu fui me despedir para te levar e dai tia Catherine falou que eu não podia ir embora e me fez sentar do lado dela. Então eu pedi pro Darcy, porque ele é ninja na hora de sair de fininho.

Eu não acredito nele. De verdade.

-Vocês brigaram? –ele perguntou com cuidado.

-Não. –cruzei meus braços. Mesmo porque eu não estava pra admitir o que realmente aconteceu.

-Olha, Lizzie, eu sei que você acha que o Darcy é chato, metido e tal... E eu sei que ele passa essa impressão, mas ele é super gente boa.

Revirei os olhos.

-Ele é o tipo de cara que faz de tudo pelos amigos, com quem você pode sempre contar.

-Sei.

-Sério! Esses tempos atrás mesmo! Ele ajudou um amigo dele sair de um relacionamento ruim, que só ia ferrar com o cara.

Isso capturou minha atenção.

-Amigo? –eu perguntei ainda me fazendo de desinteressada.

-Bingley. –ele falou na hora –Cara legal, você ia curti-lo.

Eu senti um nó se formando na minha garganta, tinha um pressentimento terrível.

-Sei. E... Qual essa história com ele? –perguntei.

-Bingley começou a sair com essa menina, mas ela não estava levando a sério. Ela só ficava enrolando o coitado. Darcy estava até achando que ela só queria o dinheiro dele, mas no fim ela estava saindo com outros caras. –Fitz explicou.

Oh meu Deus. Eu suspeitava que algo tinha acontecido, que tinha sido muito repentino, mas isso?

-E Darcy foi quem contou isso pro amigo e fez ele largar dela? –eu queria confirmar.

-Foi. –Fitz falou, obviamente orgulhoso do primo –Ele é um grande amigo e ajudou o outro a ver a furada na qual tinha se metido. Ele cuida das pessoas que ele gosta.

-Adorável da parte dele. –falei seca –Mas agora eu tenho que ir encontrar Charlotte.

Eu ignorei Fitz chamando meu nome. Eu não conseguia mais segurar minhas emoções, não conseguia mais fingir que não sabia muito bem quem era a tal garota com que Bingley estivera saindo. Minha cabeça estava rodando e eu queria chorar de raiva.

Darcy tinha destruído o relacionamento de Jane com Bingley com mentiras!

Ele era o pior tipo de pessoa que existia.

XxX

Não consegui descer para o café da manhã. Eu me enfiei na biblioteca e liguei para Jane. Aí estava a resposta para aquela pergunta que ficara martelando nas nossas cabeças. Por que? Agora nós sabíamos porquê.

Jane ouviu o que eu contei em silêncio absoluto. Ela não abriu a boca nem por um minuto. Ao final da conversa ela suspirou.

-Obrigada por ter me ligado, Lizzie. –ela falou calma.

-Você está bem? –eu perguntei preocupada.

-Eu vou ficar. –ela garantiu –Agora você tem que lembrar que hoje é o casamento da Charlotte. Não vá arrumar briga com o Darcy, especialmente por minha causa. Só mais um pouco e você vai embora.

Eu respirei fundo. Ela tinha razão, eu tinha que me controlar. Nunca fui barraqueira e não ia começar agora. Só tinha que aguentar a cara do Darcy por mais algumas horas, poderia sobreviver.

O resto do dia passou sem que eu visse. Eu ouvia as conversas, mas todas as respostas e risadas eram automáticas. Eu sabia que não estava prestando atenção em nada, mas não conseguia parar de pensar no que Fitz dissera.

Estava tão distraída que Ricky veio falar comigo. Todas as madrinhas estavam com Charlotte enquanto esperávamos a hora da noiva entrar e ele estava com a gente.

-Lizzie, querida. –ele me entregou uma taça de champagne.

-Obrigada. –eu declarei antes de virar a coisa toda de uma vez só.

-O que está acontecendo? –ele me perguntou preocupado –Você está muito quieta. Vai me dizer que bateu arrependimento agora que você percebeu que esse podia ser o seu casamento?

O comentário era tão idiota que me fez rir. O que era exatamente o plano de Ricky.

-Você está bem? –ele perguntou com cuidado.

-Eu estou. –garanti –Vamos por esse show na estrada.

XxX

Jane sempre chora em casamentos. Todos eles, não importa se nós achamos que os noivos vão durar ou não, não importa se nós sabemos que é um golpe do baú, que o noivo é cafajeste ou que a noiva não vale nada. Ela sempre chora.

Eu, por outro lado, nunca chorei em um casamento. OK, minto. Chorei no casamento da irmã de uma amiga minha de escola, Isabella Woodhouse (agora Knightley), porque foi muito fofo e os dois foram feitos um para o outro (E eu era adolescente e ainda levemente sentimental naquela época).

E não, eu não estou dizendo isso porque chorei nesse casamento. Porém Charlotte estava radiante e a cara de Collins quando a viu entrar foi fofa. Meus medos em relação ao casamento deles diminuiu um pouco. A cerimônia foi breve, mas foi bonita e os votos que eles trocaram foram bonitos. O fato de Collins ter usado o poema preferido de Charlotte como seu voto rendeu a ele pontos (e eu nunca achei que diria isso).

A festa logo começou, mas sinceramente, eu não estava no clima. Tudo estava lindo, a decoração estava divina e a cara da comida estava ótima. Eu nem tinha coragem de beber, porque estava com medo de ir arrumar briga com o Darcy.

Eu fiquei na minha um tempão, mas a hora que a galera começou a perder a vergonha e cair na pista de dança, fugi. A vantagem de estar na casa onde a festa estava acontecendo era que era mais fácil ir embora.

Minhas malas ja estavam prontas, porque eu ia sair daquela casa assim que amanhecesse e tentar trocar meu vôo. Eu só tinha que ficar mais um pouco.

E o universo me odeia.

-Lizzie.

A voz de Darcy me chamou assim que eu comecei a subir as escadas que levavam aos quartos.

-Lizzie. –ele me chamou de novo quando eu não parei –Você está bem?

Eu finalmente parei no topo da escada e virei-me para ele.

-Estou ótima, Darcy. Eu só estou cansada, amanhã meu vôo saí cedo e eu quero dormir. –falei por entre os dentes –Boa noite.

-Lizzie, espera. –ele me pegou pela mão –Eu preciso falar com você.

-Essa não é uma boa hora. –eu falei tentando soltar minha mão.

-Eu não posso mais esperar. Eu vim para esse casamento só pra te ver. –ele falou sério, sem me soltar.

Ele o que?

-Esses últimos meses têm sido uma loucura e eu não consigo mais esconder o que eu sinto por você. –ele continuou.

Eu acho que meu queixo bateu no chão e vai estar roxo amanhã.

-Nem eu entendo porque. Você é irritantemente teimosa e sarcástica, suas amigas são uma vergonha, nós somos de mundos completamente diferentes e minha família espera coisas de mim. Eu deveria ter mais bom senso que isso, mas... –ele continuou, porque pelo jeito não dava mesmo pra segurar mais –Mas eu estou completamente apaixonado por você.

-Você está bêbado, isso sim! –falei, puxando meu braço e dessa vez me soltando –Eu não sei onde você acha que me insultar desse jeito traria uma resposta positiva da minha parte. Mas eu tenho certeza que todas essas razões vão ser grandes confortos para você quando eu te mandar passear em cinco segundos.

Darcy parecia bem chocado.

-Posso saber o que eu fiz para merecer tanta agressividade? –ele perguntou com o cenho franzido –Principalmente depois que você me beijou ontem a noite.

-Eu estava bêbada, Darcy. –eu retruquei irritada –Não foi um dos meus momentos mais gloriosos. Mas o que você acabou de me falar? Você me insultou!

-Eu não quis... –ele respirou fundo –Isso foi mal dito e eu peço desculpas.

-E nem é só isso! –eu continuei antes que ele pudesse –Você acha mesmo que eu sairia com você depois do que você fez com a Jane?

-Jane? –ele repetiu em choque.

-Você acha mesmo que você tem alguma chance comigo depois de ter destruído o relacionamento da minha melhor amiga? –eu continuei –Ou você nega?

-Não, eu não nego. –ele falou sem um pingo de arrependimento.

-Como você pôde? –eu sentia que minha cabeça ia explodir.

-Porque Charlie estava obviamente mais interessado nela do que ela nele. –ele retrucou –Ela estava saindo com outros homens.

-Outros homens? Você está louco, Darcy? Jane nunca faria isso!

-Eu mesmo vi os dois andando abraçados no dia anterior a festa do Charlie, da qual ela saiu para falar com outro homem no telefone!

E as peças se ligaram.

-Ricky? Você viu Jane falando com Ricky? –eu queria estrangula-lo –O mesmo Ricky que é irmão da Charlotte e está na festa agora?

Darcy finalmente conectou as peças. Ricky estava la com o namorado, Ricky era tão assumido que alguem teria que ser cego e surdo para não se tocar.

-E ao invés de falar para Charlie ser maduro e falar com a Jane como um adulto, você mandou ele sair correndo do país e mandar uma mensagem pra ela? –soltei frustrada –Aposto que a Caroline te ajudou com isso. Talvez você também fosse contra o relacionamento dos dois só pelo fato da Jane ser negra!

-Não! –ele protestou na hora –Eu sabia que Caroline não era a favor do dois, mas meu problema com Jane nunca foi esse!

-Mas você sabia que o problema da Caroline era esse e você ajudou a separar os dois do mesmo jeito! Isso não te faz muito melhor que ela.

Darcy abriu a boca, mas agora o azar era dele. Ninguem mandou vir mexer com quem ta quieto e eu ia falar tudo o que queria para ele.

-E você percebe como você é hipócrita? –eu soltei –Todos os motivos para você afastar Jane de Charlie se aplicam no seu caso! Você mandou seu amigo correr na direção oposta e mesmo assim você está aqui dizendo que está apaixonado por mim. Como você pode ser tão egoísta? E nem vamos falar de George.

A expressão de Darcy ficava mais fechada a cada palavra que eu dizia, mas o olhar dele ficou congelante quando eu falei o nome de George.

-O que tem ele? –Darcy quis saber.

-Você destruiu as chances dele e o trata com desprezo.

Darcy passou a mão pelos cabelos e parecia além de irritado agora.

-Então é isso que você pensa de mim? –ele soltou com armagura –Quais foram as ofensas até agora? Racista, hipócrita, cruel, egoísta? Você quer acrescentar mais alguma coisa?

-Eu não quero mais ver você na minha frente, Darcy! –praticamente gritei de volta.

-Quem sou eu para negar algo a uma dama. –ele declarou antes de me dar as costas e começar a descer as escadas.

Eu fui para meu quarto pisando firme e bati a porta. Quando me sentei na cama meu coração estava martelando no peito.

O que acabou de acontecer?


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N/A: Vixi, agora foi hein...

Lizzie expressou umas das coisas que sempre me deixou puta com o Darcy, o quanto ele foi hipócrita. Ele mó tirou o Bingley da reta da Jane e foi atrás da Lizzie que tinha todos os mesmo empecilhos, além de nunca ter dado bola para ele.

Enfim... Foi tenso!

A carinha da vez é a da Charlotte, a feliz noiva.

Espero que tenham gostado!

Comentem!

B-jão

O Contato - Capítulo 10



Capítulo 10

Quando Phil tinha passado esse endereço para Darcy ela tinha perguntado se ele tinha certeza.

-Infelizmente sim. –tinha sido a resposta cheia de arrependimento dele.

Darcy não tinha noção de qual era o problema do chefe. Ele nunca soara tão... Receoso antes. Como se tivesse um certo medo de manda-la para esse lugar.

Aquilo era uma escola para meninas. Qual podia ser o problema?

Agora que estava lá, Darcy estava começando a se sentir bem assustada.

Já não tinha começado bem, com os sinais de perigo no caminho pra escola. As duas pessoas pra quem ela pediu informações fizeram o sinal da cruz e se recusaram a responder. A entrada da escola tinha duas gárgulas gigantes, enroladas em cachecóis e tudo estava absolutamente deserto.

Não havia uma alma viva ali.

Darcy entrou no prédio e deu de cara com a recepcionista apagada na mesa. A moça tinha fones de ouvidos e estava roncando como um trator. A garota chegou considerar acorda-la, mas pensou melhor quando um cheiro adocicado muito peculiar invadiu o seu nariz.

Hum, melhor deixar a moça voltar pra terra e acordar sozinha.

Então ela sentou-se no sofá (depois que tirou um machado e o que parecia muito com uma granada verdadeira de lá) e esperou em silêncio, morrendo de medo.

Ficou quinze minutos la na frente. Durante os quais passaram um grupo de garotinhas arrastando uma pessoa amarrada e duas meninas puxando um caixão.

Ela preferiu não dizer absolutamente nada.

Estava quase se convencendo a sair correndo quando uma garota sozinha passou. Essa parecia mais normal, embora estivesse usando um batom vermelho paixão e seu uniforme desse uma nova definição a palavra risqué.

Ela passou pela recepcionista e não pareceu nada chocada, mas brecou ao ver Darcy.

-Oi. O que você está fazendo aqui? –ela perguntou curiosa.

-Eu tenho hora marcada com a Diretora Fritton, mas essa daí ta apagada. –Darcy deu de ombros –Eu não tinha certeza de onde devia ir.

-Ainda bem que você não saiu andando por ai sozinha. –a garota falou –Pessoas somem dessa escola por menos. Eu sou Annabelle Fritton, monitora-chefe. Eu te levo até a sala dela. Com sorte ela vai estar sóbria o bastante para te receber.

Darcy já nem sabia mais se era sério ou não, então decidiu levar tudo como piada.

As duas entraram na sala da diretoria onde uma mulher de terninho tinha as pernas jogadas sobre a mesa e fumava um cigarro enquanto falava no telefone.

-Eu nem imagino o que você quer dizer com isso. –ela estava falando –Minhas meninas são as mais finas flores da Inglaterra, inspetor, e que você sugira algo diferente é realmente ofensivo! Tenha um bom dia! –ela bateu o telefone no gancho, então virou-se para Annabelle –Annabelle querida, diga para as meninas serem um pouco mais discretas com o negócio de bebida delas.

-Sim, tia. –Annabelle falou na hora –E eu encontrei a senhorita Lewis esperando la na frente para falar com você.

Os olhos da mulher viraram-se para Darcy na hora.

-E quem seria você, querida? Uma nova professora? –ela quis saber.

-Hum... Na verdade, eu vim em nome de Phil Coulson...

-Ah Coulson! Aquele bibelô! –ela falou encantada –O que eu posso fazer por ele?

-Hum... Bom, ele me pediu pra te dizer que espera que sua amizade tenha sido com a SHIELD e não com a HYDRA. E que agora que as coisas desmoronaram, ele possa continuar contando com ela e... –Darcy tinha achado meio ridículo quando Phil forçou-a a decorar esse discurso, mas agora estava começando a entender –Que nós possamos continuar cuidando para que os negócios da sua escola, continuem sendo só de vocês.

Camilla Fritton estreitou os olhos e pareceu analisar Darcy. E sério, a garota estava começando a ficar bem preocupada.

E dai repente a mulher começou a rir.

-Ah que gracinha, senhorita Lewis! –ela falou dando um tapa na mesa –Claro que o querido Phil pode contar comigo. HYDRA? Quem quer fazer negócios com esse tipo de gente? Essas organizações megalomaníacas tiram a diversão de tudo.

-Que bom. –Darcy forçou um sorriso –Ele vai ficar feliz.

-Ah. –Camilla parecia extremamente satisfeita com a vida –Você tem que ficar para o chá, senhorita Lewis! Eu insisto.

E como a gente fala não pra isso né?

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N/A: E Darcy continua sua saga na Inglaterra!

As amigas da vez são as belas de "St. Trinian's", um filme inglês de 2007 que tem um elenco de arrasar e um humor negro de fazer chorar de rir! Eu super recomendo para quem gosta do estilo!

Espero que tenham gostado.

COMENTEM!

B-jão