Capítulo 20
O sol mal tinha nascido quando Rei Théoden convocou suas forças e os
Rohirrim começaram a marchar em direção a Minas Tirith.
Susan só queria chegar la logo. Edmund e Lucy estavam la sozinhos. Eles
não foram feitos para reinar sozinhos, lutar sozinhos. Os Reis e Rainhas de
Nárnia lutavam juntos e venciam juntos.
Ela só queria alcança-los logo.
-Fawkes. –ela chamou.
-Minha Senhora. –a majestosa fênix pousou no ombro da rainha, suas penas
cintilando a luz do sol do amanhecer.
-Vá na frente com Sekhmet e Mehit. –ela ordenou –Encontre meus irmãos.
Avise-os que estamos chegando.
-Como minha Rainha ordenar. –a ave fez uma cortesia antes de partir.
Ia dar tudo certo. Eles tinham que acreditar que ainda havia tempo.
XxX
Pippin viu em pânico os guardas trazerem o corpo de Faramir. Denethor
começou a delirar e dizer algo sobre o fim de sua linha e a morte de seu filho
caçula.
O hobbit aproximou-se da maca e tocou a testa de Faramir. Mas ele...
-Ele está vivo! Meu senhor, ele está vivo! –Pippin gritou –Ele precisa
de cuidados, meu senhor. A Rainha Lucy...
Pippin parou de falar ao perceber que não vira mais a Rainha ou o Rei
Edmund. Onde eles estavam?
Virou-se para Denethor para ver se o homem o escutara, mas ele estava
parado a frente, os olhos fixos no exército de Mordor, resmungando imprecações
para si mesmo.
Pippin mais ouviu do que viu quando as catapultas começaram a lançar
pedras contra a cidade e as pessoas começaram a gritar em desespero. Porém,
mesmo em meio a tanto caos, todos ali puderam ouvir a voz do Regente:
-Abandonem seus postos! –ele bradou, fazendo todos travarem em choque
–Fujam! Fujam por suas vidas!
Os soldados estavam trocando olhares entre si quando Gandalf, que
parecia ter vindo do nada, atingiu o regente até deixa-lo caído no chão.
-Preparem-se para batalha! –ele ordenou.
Os homens começaram a seguir Gandalf e Pippin não teve a chance de dizer
a ele que os Reis de Nárnia não estavam ali. A cidade estava coberta em caos e
só o Mago Branco a estava defendendo.
XxX
A cidade estava em escombros e mal tinha começado. Os homens tremiam a
cada passada dos temidos Nazgûl e a moral das tropas estava caindo.
Gandalf ordenara a Pippin que voltasse para a citadela. Ele tinha que
encontrar Lucy e Edmund, mas não havia sinal deles em lugar algum. Princípe Elphir
também estava procurando por seu irmão Amrothos que tinha desaparecido.
A última vez que Pippin tinha visto o rapaz ele estava com... Lucy! Isso
não era um bom sinal. O que teria acontecido?
Outro Nazgûl sobrevoou a cidade, causando mais gritos. Então a coisa
mais mágica que Pippin ja vira aconteceu (e muito ja tinha acontecido desde que
ele saíra do Condado). Algo pareceu iluminar o céu, como se uma estrela
estivesse caindo naquele exato minuto.
Pippin viu maravilhado a estrela atacar e derrubar a fera que o Nazgul
montava, então percebeu que tratava-se de uma ave com penas flamejantes. Duas
outras criaturas como ele nunca vira antes também atacaram mais dois deles. Os
dois enormes animais pareciam uma mistura curiosa de Leão e Águia, o que queria
dizer...
-Nárnia!
Será que os narnianos estavam la? Ou era apenas Rainha Lucy e Rei Edmund
finalmente unindo-se a batalha?
Pippin viu os três seres pousarem na Jardim da Árvore e Branca e correu
ao encontro deles.
Isso só podia ser um bom presságio.
Ele correu até as três criaturas.
-Você! –a ave de penas de fogo exigiu –Onde estão Rei Edmund e Rainha
Lucy? As nossas tropas não estão em combate.
-Eu não sei onde eles estão.
–o hobbit admitiu –Não consigo encontra-los.
-Sekhmet, Mehit!
Encontrem-nos. –ele ordenou –A qualquer custo.
As duas feras assentiram e
levantaram vôo de novo.
Pippin ia falar mais alguma
coisa, quando viu Denethor liderando uma procissão que também carregava o corpo
de Faramir, então decidiu segui-los.
-Espere por mim! –ele pediu a ave –Eu também quero achar os Reis de
Nárnia!
O hobbit correu atrás deles até o que parecia ser um tipo de cripta. Ao
entrar encontrou homens preparando algo que parecia terrivelmente com uma
fogueira, com Denethor e Faramir no centro.
-Ele não está morto! –falou aproximando-se –Ele não está morto! –bradou,
tentando tirar a lenha, mas era pequeno e estava sozinho.
Por que aquele homens obedeciam a ordem de um homem claramente insano?
Denethor desceu da pilha e
agarrou-o pela roupa, arrastando-o para fora. Pippin ainda gritou, repetindo
que Faramir não estava morto.
-Adeus, Peregrin, filho de
Paladin. Eu o liberto de meu serviço. –declarou, jogando-o para fora –Vá agora
e morra da maneira que lhe parecer melhor.
Denethor fechou as portas e
Pippin ouviu-as sendo trancadas. Precisava da ajuda de alguém. Agora!
Lembrou-se das criaturas de
Nárnia e correu de volta para onde as deixara. Uma das grandes feras estava la,
segurando um serviçal do castelo sob sua pata.
-O que houve? –Pippin quis
saber.
-Mehit encontrou esse humano
que admitiu que o regente desse lugar trancou os narnianos. –a ave de fogo
falou –Ele estava para nos dizer onde.
-Nas cavernas! –o homem
gritou em pânico.
-Eu preciso da ajuda da
Rainha Lucy. –Pippin falou em desespero.
-Venha conosco, pequeno. –a
ave ordenou.
Eles fizeram o homem
leva-los até a entrada da caverna, onde Mehit –a criatura de penas castanhas
–derrubou a porta com ajuda de Sekhmet –que tinha penas negras.
Assim que havia espaço eles
puderam ver todos os narnianos ali.
-Fawkes? –Lucy chamou
surpresa -Mehit? Sekhmet? Meus irmãos ja chegaram?
-Ainda não, Majestade.
–Fawkes respondeu –Sua irmã nos mandou a frente para dizer que eles estão a
caminho. E ainda bem que viemos!
Edmund abriu a boca, para
falar, mas Pippin não tinha tempo a perder.
-Rainha Lucy! Denethor está
louco! Ele quer queimar Faramir vivo. Você tem que me ajudar. –ele implorou.
-Esse homem perdeu toda a
razão? –ela falou em choque –Edmund, vá a cidade ajudar no que está
acontecendo. Mehit, Pippin, vocês vêm comigo.
A Rainha pulou nas costas de
Mehit e ajudou Pippin a subir.
-Majestade! –Amrothos chamou
–Nos vemos no campo.
Ela acenou para o rapaz
antes de sair de lá voando nas costas da terrível criatura.
-Como você chama essa criaturas?
–Pippin perguntou assustado, agarrando-se a cintura da Rainha.
-Nós nos chamamos
hipogrifos, criança. –Mehit praticamente rosnou.
-Eles são sensíveis. –Lucy
desculpou-se.
Pippin não teve que
responder, porque nessa hora eles chegaram as portas barradas. Mehit
levantou-se em suas patas traseiras e usou suas garras para destruir a porta.
-Parem essa loucura! –Lucy
exigiu.
Denethor estava sobre a
pilha de lenha e guardas aproximavam-se com tochas. Diante da voz da Rainha
todos eles pararam, mas Denethor tomou a tocha do homem que estava mais próximo
a si.
-Você pode achar que sabe
muito de guerras, criança... –ele falou com desprezo para Lucy –E que ja teve
vitórias no campo de guerra. Porém contra o poder que vem do leste, não haverá
vitória. –declarou e soltou a tocha.
A lenha devia estar coberta
em óleo, porque incendiou-se imediatamente. Lucy tomou a lança do guarda que
estava parado ao lado da porta e avançou contra Denethor, acertando-o e
derrubando-o no chão.
Pippin saltou das costas de
Mehit, pulando na fogueira que ainda queimava. O pequeno hobbit usou de toda
sua força para fazer Faramir rolar e cair no chão, longe do fogo. Os dois
caíram e Pippin rapidamente levantou-se para apagar o fogo que ainda tomava as
roupas do rapaz.
-Não! –Denethor gritou,
agarrando Pippin pela roupa mais uma vez –Você não vai tirar meu filho de mim!
Lucy avançou mais uma vez
contra Denethor e Mehit atingiu-o com uma patada que o fez voar para cima da
fogueira.
O olhar dele foi parar no
filho, que agora abria os olhos.
-Faramir... –ele chamou
surpreso.
Denethor então começou a
gritar em agonia ao se ver coberto de fogo. Ele correu para fora da cripta, em
direção ao penhasco.
-Que ele finalmente encontre
paz... –Lucy murmurou.
-Majestade! –Pippin chamou
ao correr para Faramir.
Lucy desmontou de Mehit e
correu para junto dos dois.
-Afaste-se, Pippin.
–ordenou, soltando o frasco que havia em seu cinto.
Abriu a pequena garrafa e
deixou uma gota cair gentilmente nos lábios abertos do rapaz. Os olhos de
Faramir fecharam-se por um segundo, antes de se abrirem de novo.
-O que houve? –ele exigiu
sentando-se –Meu pai...
-Eu sinto muito, mas não há
tempo. –Lucy falou –A cidade está sob ataque, nós temos que ir!
Os três se levantaram e ao
longe ouviram...
-Essa é a corneta de Susan.
–Lucy murmurou maravilhada.
XxX
Os narnianos estavam lado a
lado com o exército de Rohan, esperando para entrar na batalha. Rei Théoden
estava animando suas tropas com discursos sobre morte e honra. Os homens tinham
medo porque viam o que tinham a frente.
Os narnianos tinham coragem
porque sabiam o que vinha depois disso. Morrer em batalha, lutar para salvar os
que amavam, tudo isso era certo e tudo seria recompensado um dia. Narnianos não
temiam a morte porque sabiam o que vinha depois.
-Por Nárnia! –Peter gritou
para seu exército. –Por Aslan!
Eles avançaram contra o
exército de orcs que atirou flechas contr eles, derrubando homens e narnianos,
mas nada podia ficar em seu caminho.
Eles devastaram o exército
de orcs, os cavaleiros de Rohan passando por cima das criaturas horríveis e os
narnianos esmagando-os com suas patas, cascos ou pura força.
Susan pulou de Jared e
continuou desferindo golpes com seu arco e atirando flechas. Viu Sekhmet,
Fawkes e Mehit levantarem vôo da cidade, sendo seguidas pelos outros hipogrifos
que haviam ficado com o exército de Edmund e Lucy. Eles estavam lutando na
cidade!
Os orcs começaram a bater em retirada, assutados pela fúria do exército.
Foi quando o som de uma corneta chamou a atenção de todos.
-Céus... –Susan murmurou chocada.
Criaturas gigantescas, como ela nunca vira antes, vinham na direção
deles. Em suas costas homens estavam no que pareciam ninhos. As feras tinham
espinhos gigantes em suas presas e seriam capazes de pisotear os cavalos.
-Voltem a formação! –Théoden estava gritando –Ataquem!
Eles foram para cima das criaturas, mas elas pareciam capazes de varrer
os cavaleiros com suas presas e trombas. Pisoteavam tudo em seu caminho sem
parecer realmente incomodadas.
Susan viu Mehit derrubar um ninho todo daqueles homens antes do Nazghul
vir e atacar o hipogrifo, fazendo-o cair do céu.
-Derrubem as feras! –Peter gritou de algum lugar.
Logo eles perceberam que era o melhor a se fazer: focar em derruba-los,
porque ao caírem levavam todos consigo.
-Nós ainda podemos virar isso. –Peter falou em dado momento.
-Nós vamos. –Susan falou com certeza –Lucy precisa de nós.
XxX
Eles estavam cercados no quarto nível da cidade. Os narnianos tinham
ajudado a evacuar as pessoas e a segurar o exército de orcs o bastante para que
todos pudessem ser tirados em segurança.
Agora eles estavam tentando segurar uma porta enquanto o exército do
outro lado dela tentava derruba-la.
-Os Narnianos está aqui. Rohan também. –Faramir falou surpreso –Eles
vieram.
-Eles prometeram que viriam. –Lucy falou com simplicidade.
-A fé de vocês é algo belo. –Amrothos falou do lado dela.
-Fé é tudo o que temos. –Lucy falou com um pequeno sorriso –Um rato me
ensinou isso.
-Quando tudo isso tiver terminado, Majestade, eu quero conhecer Nárnia.
–Amrothos deu um pequeno sorriso para Lucy, fazendo-a corar.
Antes que Lucy pudesse responder Edmund entrou entre os dois.
-Podemos focar no ataque? –ele
resmungou.
Lucy revirou os olhos, mas
segurou a mão do irmão.
-Vai dar tudo certo. –ela
falou com certeza absoluta –Nada pode nos parar quando estamos juntos.
-Por Nárnia. –Edmund falou
para sua irmã caçula.
-Por Nárnia.
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N/A: Segura esse forninho!!!
Agora a batalha pegou e todos estão lutando. Força Terra-Média!
COMENTEM!
B-jão