Capítulo 17
-Majestade.
Lucy olhou para Trumpkin e
abriu um pequeno sorriso.
-Todos estão prontos? –ela
quis saber.
-Sim. Nossos soldados estão
prontos para entrarem em batalha a qualquer minuto. –ele informou –Estamos
todos esperando por suas ordens.
-E nós estamos todos
esperando por Gandalf. –ela assegurou –Aliás, é o que estou fazendo agora
mesmo.
-Como assim? –o anão
perguntou confuso.
-Ele me pediu para ficar de
olho naquela torre. –ela falou apontando para a dita torre –E para tomar
cuidado. Algo vai acontecer e Denethor ficará furioso.
-Eu sei que ele é o regente
de Gondor, mas aquele homem não pode te tratar dessa forma, Majestade.
-Está quase na hora,
Trumpkin. –ela suspirou –Quase na hora de mergulharmos em batalha de novo e
rezarmos para sobrevivermos a ela. Eu me pergunto quando iremos parar.
-Eu acho que nunca,
Majestade. –o anão falou sinceramente –Sempre haverá alguem cruel, algum mal
que precisa ser derrotado. Vocês poderiam virar o rosto e fingir que não sabem
dele, mas vocês não são assim.
-Não, nós não somos. –ela
aceitou.
A porta abriu-se e Edmund
entrou, com um falcão enorme em seu ombro.
-Algo aconteceu? –ele quis
saber.
-Ainda nada.
-Lorde Treymane tem notícias
da região. –ele falou.
O falcão andara vigiando os arredores
da cidade, procurando sinais de invasão por outro lado que não fosse Osgiliath.
-Um exército se aproxima. –o
falcão falou –Eu estimo mais de 6 mil homens.
-Aliados? –Lucy perguntou
preocupada.
-Eu não saberia dizer, minha
senhora. A bandeira deles é um cisne. –ele informou.
-Eu acho que esse é o
símbolo de um dos principados de Gondor. –Lucy falou na dúvida –Vamos ter que
falar com Gandalf.
-Olhe lá! –Trumpkin apontou
para a torre.
Era uma fogueira na verdade
e o fogo ardia nesse exato momento.
-Ele acendeu os faróis.
–Edmund comentou chocado –Denethor ficará furioso.
-Isso não importa. –Lucy
falou –Susan e Peter virão para cá!
-E trarão o exército de
Rohan. –Edmund balançou a cabeça –Então nós iremos mesmo para a guerra.
-E nós vamos vence-la. Por
Nárnia.
XxX
-Peter, por que essa
preocupação? –Susan perguntou, pousando a mão no ombro de seu irmão.
-É óbvio para onde a guerra
está se deslocando agora. –ele falou –Todos nós sabemos que o inimigo irá
atacar Gondor e Minas Tirith com toda sua força. Edmund e Lucy estão la.
-E nós estaremos lá. –ela
prometeu –Com ou sem Rohan, eu não vou deixar meus irmãos la, Peter. E eles
sabem que podem contar conosco.
O Rei sorriu levemente para
sua irmã.
-Majestades. –Aslam
aproximou-se –A hora chegou.
Os dois viraram-se
imediatamente para o Grande Leão, mas antes que pudessem perguntar algo, as
portas dos salão se abriram e Aragorn entrou correndo.
-Os faróis de Minas Tirith!
–ele gritou –Os faróis estão acesos! Gondor pede auxílio!
Ele parou no meio do salão,
diante de Rei Théoden, que estivera falando com seus homens.
Os narnianos estavam de pé
num segundo e todos pareciam estar em silêncio absoluto, esperando pelas ordens
do rei.
Théoden pareceu hesitar por
um momento.
-E Rohan atenderá. –ele
falou por fim –Reúna os Rohirrim.
Toda a cidade pareceu entrar
em atividade imediatamente. Rei Théoden enviou seus homens de confiança para
reunir mais soldados pelo país. Todos deviam se encontrar em um determinado
lugar em dois dias, para partirem para a guerra em três.
-Lorde Éomer. –Susan chamou
ao ver o homem preparando-se para montar –Cavalgue em segurança.
Ele acenou com a cabeça para
ela.
-Nos vemos em dois dias,
Susan. –ele sorriu e apressou seu cavalo.
-Eu tinha a impressão de que
ele tinha desistido.
Susan revirou os olhos e decidiu
ignorar o elfo, aproximando-se de seu cavalo.
-Majestade. –Jared acenou
para sua rainha.
-Jared. –ela colocou seu pé
no estribo e segurou as rédeas.
Porém, antes que tivesse que
fazer força para subir, sentiu mãos em sua cintura, ajudando-a a levantar.
-Você está ficando abusado,
elfo. –ela falou, de sua posição sentada na sela.
Legolas segurou o estribo
onde o pé dela estava, aproximando-se o máximo possível, olhando para cima para
poder encara-la.
-E sabe qual o pior,
Majestade? –ele falou baixo, como se fosse contar um segredo –Você adora.
Susan ficou literalmente de
queixo caído, enquanto ele se afastou sorrindo.
-Audacioso o rapaz, não?
–Jared comentou.
-Você nem imagina, Jared.
XxX
-GANDALF!
O mago virou-se
imediatamente diante do chamado de Edmund. Um falcão enorme voava atrás dele.
-Osgiliath está sob ataque!
–o rapaz falou sem fôlego, aproximando-se do mago –Treymane acabou de informar.
Gandalf virou-se
imediatamente e começou a correr.
-Gandalf. –Pippin
preparou-se para correr atrás dele, mas Edmund o impediu.
-Não há o que fazer. –o Rei
falou –Eles só precisam de uma chance para escapar e alcançar a cidade.
Pippin correu para os muros
da cidade, onde avistou Rainha Lucy, olhando cheia de medo e os cochichos
surpresos do povo, ao ver Gandalf cavalgar de encontro aos soldados que vinham
desesperados na direção da cidade.
-O que é aquilo? –ela
perguntou horrorizada.
-Nazgul. –Pippin falou, sua
voz coberta de medo das criaturas voadoras.
Os Nazgul davam rasantes
sobre os cavaleiros, arrastando-os pelo chão, ou jogando-os para cima. Era uma
visão grotesca.
Então Gandalf levantou seu
cajado, uma luz intensa saindo da pedra que havia ali, que fez as criaturas
irem embora.
O mago uniu-se ao grupo que
voltava e, finalmente, eles alcaçaram os portões da cidade, que se fecharam
imediatamente atrás deles.
-Mithrandir. –Faramir chamou
–Eles atravessaram nossas defesas. Tomaram a ponte e a margem oeste. Legiões de
orcs estão cruzando o rio.
Iorlas, um dos cavaleiros
que estava ali, bradou para quem quisesse ouvir:
-É como Lorde Denethor
previu. –ele disse –Há tempo ele previu essa desgraça.
-Previu e não fez nada.
–Gandalf retrucou sem paciência.
Nesse momento os reis de
Nárnia vieram descendo, junto com a maioria do povo ali perto, além de Pippin.
-Gandalf, o que houve
exatamente? –Lucy perguntou ao mago.
Porém, Gandalf viu que os
olhos de Faramir estavam fixados em Pippin.
-Faramir? –o mago chamou
–Esse não é o primeiro pequeno que cruza seu caminho. –ele falou reflexivo.
-Não. –o homem confirmou,
ainda olhando desconcertado para Pippin.
-Você viu Frodo e Sam? –o
hobbit perguntou maravilhado.
Faramir apenas fez que sim
com a cabeça.
-Quando? Onde? –Gandalf quis
saber.
-Em Ithilien. Não faz dois
dias. –ele informou.
Gandalf e Pippin trocaram
olhares extasiados de saber que ambos estavam vivos.
-Gandalf, eles pegaram a
estrada para Vale Morgul. –Faramir prosseguiu.
-E então a passagem de
Cirith Ungol. –o mago completo.
Faramir mais uma vez acenou.
-O que isso quer dizer?
–Pippin perguntou preocupado –Qual é o problema?
-Faramir, conte-me tudo.
Conte-me tudo o que você sabe. –Gandalf exigiu.
-E nos inclua na conversa.
–Lucy pediu de forma impaciente.
Finalmente o olhar de
Faramir foi parar na Rainha.
-Quem é você? –ele perguntou
confuso.
-Rainha Lcuy de Nárnia. Esse
é meu irmão, Rei Peter. Nós...
-Faramir!
Lucy bufou, desistindo da
conversa.
-Tio?
O rapaz saltou rapidamente
do seu cavalo e foi abraçar o homem que veio ao seu encontro.
-Aquele é o Princípe Imrahil
de Dol Amroth. –Gandalf explicou –Ele é tio de Faramir.
-Eu estava preocupado com
você, rapaz. –o homem falou.
-Você trouxe seus homens?
–Faramir quis saber.
-Seis mil homens, prontos
para essa guerra. –o outro garantiu.
-Lorde Faramir. –um soldado
do palácio apareceu –Seu pai ordena sua presença agora mesmo. –ele olhou para
Lucy e pareceu hesitar –A sua também, Majestade.
-Quem esse homem pensa que é
para exigir...
-Edmund, está tudo bem.
–Lucy garantiu tocando a mão do irmão –Eu vou.
XxX
-É assim que serve sua
cidade? –Denethor rosnou para o filho -Arriscando sua ruína completa?
-Fiz o que julgava ser
certo. –Faramir respondeu, embora sua voz não fosse firme.
Quebrava o coração de Lucy
ver um homem que era obviamente um guerreiro forte e corajoso, ser transformado
em um menino assustado diante da frieza do pai.
-E o que você julga ser
certo? Você enviou o Anel do Poder a Mordor nas mãos de um pequeno fraco! -o regente bradou furioso -Deveria tê-lo
trazido a Cidadela para que o protegêssemos. Escondido. Na mais profunda e
escura das criptas, para não ser usado. A não ser num caso de extrema
necessidade.
-Eu não usaria o Anel.
–Faramir falou –Mesmo que Minas Tirith estivesse caindo em ruínas e eu fosse o
único que pudesse salva-la.
-Você sempre desejou parecer
nobre e gracioso... –Denethor falou com zombaria –Como um dos reis de
antigamente. Boromir teria se lembrado da necessidade de seu pai. Ele teria me
trazido um presente digno de um rei.
Denethor tinha feito Lucy
ficar parada em pé ao lado de seu trono. Podia não ver o rosto do homem, mas
sentia sua crueldade, sua loucura.
-Boromir não teria trazido o
Anel. –Faramir afirmou –Teria estindo sua mão para ele e, ao faze-lo, teria
caído na escuridão.
-Você não sabe de nada
disso!
-Ele teria mantido o Anel
para si mesmo. –Faramir insistiu –E quando ele tivesse retornado, você não
reconheceria seu filho.
-Boromir era leal a mim!
–Denethor esbravejou, levantando de seu trono em fúria e avançando sobre o
filho –Não um discípulo de um mago!
Faramir recuou um passo e
Lucy avançou dois, mas o regente ja parara. Ele cambaleou alguns passos para
trás e tropeçou nos degraus, caindo aos pés de seu trono. Faramir avançou na
direção do pai, mas parou antes de socorre-lo. Lucy sequer se moveu.
Porém o rapaz não pôde não
fazer nada e aproximou-se hesitante.
-Pai?
De repente um estranho
sorriso abriu-se no rosto de Denethor, enquanto ele olhava para o nado, algum
ponto logo atrás de Faramir. Ele levantou-se, lágrimas em seus olhos.
-Meu filho. –ele falou
hipnotizado por uma visão que só seus olhos enxergavam.
Então a expressão dele mudou
e um olhar de desprezo tomou seus olhos.
-Deixe-me. –ele falou para o
filho, por entre os dentes.
Faramir virou-se para sair e
Denethor virou-se para Lucy.
-Você vê, Lucy, o que eu
tenho que aguentar? –perguntou com voz sofrida.
-Nada que você não mereça.
–ela falou para ele de forma fria, antes de ignorar a mão estendida do regente e ir atrás de
Faramir.
-Faramir, espere! –ela pediu
ao vê-lo no corredor.
Ele parou de andar, mas não
virou-se para encara-la.
-Majestade?
Lucy suspirou. Não havia
nada que pudesse dizer agora que não fossem confortos vazios e palavras que não
tinham poder.
-Eu não sei onde meu irmão
está. –ela falou por fim –Você me ajudaria a procura-lo?
Faramir finalmente virou-se
para ela.
-Seria um prazer, Majestade.
-Só Lucy está bom.
XxX
Eles ainda estavam
cavalgando para o ponto de encontro dos cavaleiros de Rohan. Susan ouvira que
eles chegariam la pouco antes do cair da noite.
-O que Vossa Majestade acha
da Terra Média? –Aslan, que andava do lado de Susan e Jared, quis saber.
-Terrível. Mal posso esperar
para voltar para Nárnia. –ela respondeu.
Aslan riu levemente.
-Não é possível, minha
Rainha. –ele censurou de forma divertida -Algo deve ter causado uma boa
impressão.
-Claro. –ela cedeu –Eu
adoraria ver de novo todos os lugares que vi em tempos de paz. Rohan deve ser
uma terra bela. Eu não me importaria de pular as terras dos elfos. E eu devo
admitir que a coragem do povo daqui é tocante. A lealdade também, levando em
conta o quanto eles sofreram e o Mal que se agarra a essa terra. Os homens da
Terra Média continuam me surpreendendo.
-Apenas os homens? –Ele
insistiu.
-Bem, hobbits também, embora
eles tenham pouco tamanho.
-Susan...
-Eu não sei o que você
espera que eu diga, Aslan. –ela bufou por fim.
-Talvez você esteja
propositalmente excluindo um certo povo da sua lista.
-Tudo bem. Anões são
arrogantes, mas têm seu valor.
O Leão gargalhou, atraindo a
atenção de vários ao seu redor.
-Você certamente sabe
teimar, minha Rainha. –ele cedeu divertido.
-Não é teima, Aslan. É bom
senso. –ela informou.
-Eu não vejo porque.
-Se eu não te conhecesse
bem, eu diria que você está querendo me arrumar um relacionamento, Aslan. –ela
arqueou uma sobrancelha.
-Longe de mim dizer com quem
alguém deve estar. –ele falou –Porém, nada me faria mais feliz do que ver todos
vocês felizes. E uma vida pode se tornar mais completa quando dividida com a
pessoa certa.
-E quem diz que a pessoa
certa está aqui? –ela quis saber.
-Quem disse que não está?
–ele desafiou.
O olhar de Susan levantou-se
automaticamente. Legolas estava cavalgando ao lado de Aragorn.
-Pode ser que não seja nada.
Só um apego passageiro pela situação. –ela falou por fim.
-Se for o caso porque você
está apegada só a um deles?
-Eu estou apegada a Boromir.
–ela protestou.
-Do mesmo jeito? –Aslan
falou de forma paciente.
-Não adianta, meu Senhor.
–Jared finalmente interferiu –Você conhece nossa Rainha. Quando ela quer teimar
não há nada que possa ficar no caminho dela.
-Jared! Você devia estar no
meu lado. –ela protestou.
-Eu conheço Vossa Majestade
melhor que ninguem. Portanto, posso dizer que você está sendo teimosa sem motivo.
-Que absurdo!
-O que é um absurdo? –Cor
quis saber, aproximando-se dele.
-Rainha Susan não quer
admitir que está toda...
-Ei! –Susan deu um peteleco
na orelha do cavalo.
-O que? Encantada pelo cara
das orelhas pontudas? –o princípe ofereceu.
-Vocês são inacreditáveis.
–ela bufou irritada.
Seu olhar voltou para o
elfo, bem a tempo de ver que ele também a olhava, com a sobrancelha arqueada.
Susan balançou a cabeça, sabendo que estava com a testa franzida. O rosto dele
pareceu iluminar-se de curiosidade.
Susan voltou os olhos para
suas mãos nas rédeas.
-O povo dele vai embora
daqui. Eles estão todos indo agora. Logo não haverão mais elfos na Terra Média.
–ela falou baixo.
-Isso não quer dizer que ele
não pode escolher ficar. –Aslan falou gentilmente –Ou viajar para outro lugar.
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N/A: Aslan ta brincando de cupido! hahahah
Espero que tenham gostado!
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B-jão