domingo, 15 de fevereiro de 2015

A Dama Vingadora - Capítulo 16



Capítulo 16

Clint demorou seis dias para encontrar Natasha. O que queria dizer que ela queria ser encontrada por ele.

Do contrário poderiam levar meses.

Ela estava na Lituânia, em um muquifo que se fazia passar por apartamento. Quando Clint entrou no quarto –sem bater na porta, porque sabia que a russa o estava esperando –ela estava sentada na poltrona, uma garrafa de vodka em uma mão, uma pistola na outra.

-Dia difícil? –ele perguntou tranquilo.

A maioria das pessoas achava que Natasha era infálivel e inquebrável.

Clint sabia que não era assim.

O arqueiro conhecia cada demônio que perseguia a mulher, cada medo e hesitação. Sabia a linha tênue que ela andava todos os dias e sabia cada beira de precípicio do qual ja se recupera.

A cena que tinha diante de si? Infelizmente não era novidade.

Porém, prometera a ela anos atrás: nunca trataria Natasha como louca ou como um risco. Sempre estaria ao lado dela, nas piores situações. E, embora nunca tivesse dito em voz alta, daria sua própria pele para salvar a dela.

E sabia, no fundo da alma, que ela faria o mesmo por ele.

-Eu tive que fazer um favor para o Reddington (1). –ela falou, coçando a tempora com o cano da arma.

Isso devia ter sido difícil. Favores para Reddington sempre terminavam com alguém morto. Pelo menos não fora Natasha.

-Isso quer dizer que você está pronta para voltar? –ele jogou casualmente.

-Eu não deveria. –ela suspirou, largando a arma sobre a mesinha ao seu lado –Essa coisa toda está me deixando mole. Fraca.

-Você sabe que não é verdade. –ele reprovou suavemente –Você sabe que no fundo está com medo, pensando em quando vão tirar isso tudo de você. Quando eles vão olhar para você e perceber que seu passado é podre e pensar que você também deve ser.

-E de onde você tira tanta besteira, Barton? –ela retrucou irritada.

-Porque é exatamente o que eu sinto. –ele falou.

-É diferente para mim. –ela resmungou.

-Para com essa mania de medir o nível de tragédia e coisas erradas no nosso passado, Natasha. –ele falou levemente impaciente –Não é uma competição. Além do mais, você mesma jogou tudo pro público. Eles sabem exatamente quem nós somos. E todos estão esperando por você.

Ela ficou quieta.

-Eu... –ela bufou e deu um gole na bebida –Eu ainda tenho que fazer mais uma coisa para o Reddington.

Clint suspirou.

-Para onde estamos indo?

XxX

Toni não ia negar. Estava ansiosa, preocupada.

Hoje era o dia. James queria encontrar o Capitão.

Quando ela descera para visita-lo, na manhã seguinte ao... “encontro”, James estivera esperando por ela, com uma expressão decidida.

Queria encontrar Steve.

Toni ficara mais que um pouco chocada. Estava começando a achar que levarias meses para James tomar coragem e decidir encontrar-se com Steve. Ele a surpreendera.

Steve tinha aceitado ver James, mas os Vingadores decidiram que a situação teria que ser levada muito a sério.

Preparações teriam que ser feitas.

Eles decidiram que, antes de mais nada, o encontro seria fora do quarto onde James estava. Muitas coisas la podiam ser usadas como armas. Porém, também não iam muito longe. Na verdade, o soldado só ia sair do seu quarto.

O andar todo era reforçado, sem saídas alternativas. Jarvis ia travar o elevador. Apenas Steve, Thor e Toni estariam la embaixo.

Thor tinha sido escolhido porque era o único deles que usava uma arma que não podia ser aproveitada pelo inimigo. Toni tinha argumentado que Ozzy não ia se sentir bem se não tivesse algum rosto familiar por ali. Ela seria o rosto familiar.

Steve tinha discutido, mas eventualmente percebera que ela estava certa.

Eles levaram dois dias para decidir a melhor forma de fazer a coisa toda.

Hoje ela ia ser colocada em prática.

Toni desceu o elevador com Steve e Thor. Os dois homens ficaram esperando do lado de fora, enquanto ela entrava no quarto para falar com Ozzy.

Jarvis dissera que o homem estava calmo, sem sinais de ansiedade, medo ou agitação. Steve esperava que não fosse uma armação. Toni só queria que ele continuasse em paz.

-Bom, eu fui. –ela declarou.

-Toni, cuidado. –Steve pediu –Nós não sabemos se alguma coisa pode faze-lo... “Voltar” a ser o Soldado.

-Querido, se alguma coisa pode, deve ser você. –ela indicou sem crueldade.

Steve não falou mais nada, apenas deixou-a entrar.

-Bom dia, Ozzy! –Toni declarou animada.

Ozzy estava sentado na cama, de frente para a porta.

-Bom dia, Toni. –ele falou com aquela voz sem emoção alguma.

-Pronto para o grande encontro? –ela perguntou –Eu trouxe uma gravata para você usar se quiser.

Ozzy arqueou a sobrancelha.

-Gravatas são necessárias ou você só está sendo sarcástica de novo? –ele perguntou.

-Não exatamente sarcástica, mas sim, eu estou te zoando. –ela admitiu –E ai? Pronto?

-Sim. –ele falou com simplicidade –Pelo tempo que vocês demoraram para organizar isso, eu imagino que vocês tiveram que planejar algo.

-Sim, nós tivemos. –Toni admitiu –Você me segue e nós vamos ver o Capitão la fora. Thor também vai estar aqui, mas ele não vai falar.

-Isso deverá ser interessante. –James comentou –Vamos.

Toni deu passagem para James ir na sua frente. Gostando ou não dele, não ia dar suas costas a um assassino treinado.

O homem passou por ela sem comentários, saindo do quarto. Ao entrar na sala parou imediatamente a uma boa distância de Steve.

-James. –Steve falou com firmeza.

James encarou o capitão intensamente, sem mexer um músculo ou falar uma palavra. Thor estava apoiado contra a parede ao lado do elevador, sem falar absolutamente nada (tinha primeira vez para tudo) e observando a coisa toda.

O Soldado deve ter passado um minuto inteiro imóvel, no mais completo silêncio.

Então ele falou.

-Punk. (2)

Toni parecia confusa, mas Steve estava de queixo literalmente caído.

-Como você...

-Algumas palavras ficam rodando minha cabeça. –James falou –Quando eu penso em você, essa é uma delas.

Toni estava olhando de um para o outro.

-O que nós vamos fazer daqui para frente, James? –Steve perguntou, mais do que um pouco cansado.

-Eu não sei. –o outro falou –Eu estou esperando que alguem me diga.

-O que você quer? –o capitão insistiu.

-Eu não sei. –ele respondeu de novo –Eu não me lembro de querer algo antes.

Toni sentiu um nó na garganta.

-Você quis me encontrar. –Steve lembrou –E quis que Toni continuasse a te chamar de Ozzy.

-Eu imagino que ambas as escolhas sejam bem... “Menores” do que o que você me pergunta agora.

-Verdade. –Steve cedeu –Mas o que você quer ainda conta. Com limites, claro.

-Claro. –ele olhou em volta –A Viúva Negra está aqui?

-Por que você quer saber dela? –Toni perguntou.

-Ela deve saber o que fazer. –James falou –Ela ja esteve na mesma situação.

-Ela não está aqui. –Toni falou, embora Steve a censurasse com os olhos –Mas ela vai voltar.

James olhou para ela.

-Vai mesmo?

-Eu espero que sim. –Toni falou sincera –Porque eu não sei o que mais fazer por você.

XxX

-Café, Bruce?

Bruce parou de olhar no seu microscópio para poder olhar para Cora.

-Chá, na verdade. –ele pediu –Essa história com os demais e o Soldado Invernal ja está me deixando agitado o bastante. Eu continuo esperando por sirenes a qualquer minuto.

Cora tocou o ombro dele de leve.

-Está tudo bem. O Capitão Rogers deve ter tudo sob controle. –ela falou.

-Não a Toni? –Bruce provocou.

-Só nos sonhos dela. –Cora retrucou sarcástica.

Bruce riu.

-Você está ocupada agora? –ele quis saber.

-Na verdade não.

-Por que você não senta para tomar chá comigo? –ele ofereceu com cuidado, corando antes de terminar a frase e se chamando de idiota por ter dito algo tão ridículo.

O sorriso de Cora provava que não era ridículo.

Ele se sentia o melhor homem do mundo cada vez que ela sorria para ele. Bruce nunca entenderia o que Cora realmente via nele. Ela era tão bonita, inteligente, especial... Ele era... Um problema.

Mesmo assim la estava ela, sorrindo porque ele a convidara para tomar chá ali, no laboratório.

Cora foi buscar os dois chás e então sentou-se ao lado dele. A companhia dela era sempre agradável, porque Cora não sentia necessidade de preencher cada segundo de silêncio com conversa. Porém, quando tinha algo a dizer, era sempre interessante e bem pensado.

Bruce andara pensando. O encontro deles tinha sido há algumas noites e tinha sido ótimo (não tinha?). Então... Será que Cora estava esperando ele chama-la para um segundo?

E ela ja tomara a iniciativa da primeira vez, agora tinha que ser ele.

Certo?

Se bem que... Ela dera um beijo na bochecha dele no fim da noite. Seria isso um sinal de alguma coisa?

-Bruce? –Cora estava chamando-o, aparentemente há algum tempo –Você está bem? Parecia que você estava a quilometros daqui.

-Desculpa. –ele pediu corando e empurrando seus óculos de volta para o lugar –Eu estava pensando em... Bom... Sobre... A...

Cora estava olhando para ele com um ar de preocupação.

Jesus, ele era pior que um adolescente.

-Vocêquersaircomigo?

-Ah... Desculpa, mas eu não entendi. –Cora falou confusa.

Bruce respirou fundo.

Onde estava um ataque alienígena quando se precisava de um?

-Você... –engoliu em seco –Você gostaria de sair comigo de novo?

Cora arregalou os olhos. Ela parecia bem surpresa.

-Cora? –Bruce deu uma risada sem graça –Claro que você não precisa se...

-Não, não! –ela falou rapidamente –Eu só estou surpresa. Eu estava achando que ia ter que te chamar de novo. Eu só estou surpresa. De forma positiva! –apressou-se em esclarecer.

-Isso quer dizer...

-Que eu aceito. –ela afirmou –Eu adoraria sair com você de novo, Bruce.

Bruce imaginava que estava sorrindo como um louco no momento. Não importava.

-Então... –ele não sabia como terminar a frase.

-Eu estou livre amanhã a noite? –parecia algo entre uma sugestão e uma pergunta.

Só fez Bruce adora-la um pouco mais.

-Eu também estou.

Cora ficou levemente vermelha.

-Jantar amanhã então? –Bruce perguntou sorrindo.

-Combinado.

XxX

Natasha nunca imaginara que ficaria feliz de ver a Torre. Não acreditava muito em toda essa coisa de “trabalho em equipe”, mas desde que a SHIELD caíra...

Enfim.

Estava de volta.

Demorara alguns dias, mas ela e Clint terminaram o que tinham que fazer e agora estavam de volta. Tinha até uma certa... “Saudade” talvez fosse uma palavra forte demais. Tinha uma certa vontade de ver os outros.

Claro que Toni tinha que estragar isso.

Assim que a porta do elevador abriu-se revelando a sala comunal da Torre música começou a tocar hum volume ensurdecedor.

Killer, stone cold killer, she's a killer, stone cold killer
Killer, stone cold killer, she's a killer, stone cold killer

Natasha revirou os olhos. Toni podia ser um gênio, mas a idade mental dela era de 13 anos.

She's a killer, she's a killer, stone cold killer
She's a killer, stone cold killer, she's a killer
(3)

De repente a música parou.

-Ah, olá, Natasha. -Toni falou agradavelmente de sua posição apoiada no bar –Eu não te vi ai.

-Sóbria, Stark? –ela falou com falsa surpresa e fingiu checar seu relógio –Mas já são 10 da manhã!

Toni começou a gargalhar.

-Eu mereci essa. –admitiu –Chega de fugir?

Natasha suspirou.

-Acho que sim.

Toni abriu um pequeno sorriso.

-Da próxima vez eu tranco a porta e te deixo pra fora.

A ruiva revirou os olhos mais uma vez e largou sua mala no chão, caminhando em direção a Toni. A bilionária pareceu seriamente alarmada, olhando de um lado para o outro, como se estivesse pensando como fugir.

-Hum, eu tava brin... –Toni parou de falar quando Natasha lançou os braços em volta do pescoço dela abraçando-a.

-Obrigada por não ter trancado dessa vez. –ela falou sinceramente ao ouvido da morena.

Toni abraçou-a Natasha de volta de forma hesitante.

-Eu nunca vou trancar.

-Ah, que gracinha! De novo, meninas, mas sem as blusas agora!

Natasha soltou apenas um braço para pegar a lâmina escondida em sua jaqueta e atirar na direção de Clint.

-Nat! Você quase me acertou. –o arqueiro reclamou.

-Acho que eu estou ficando ruim de mira. –ela falou, finalmente separando-se de Toni.

-E aí, Stark. –Clint falou com um sorriso enorme –Conseguiu abusar do Steve ja?

-Não que seja da sua conta, mas nós fomos num “encontro”. –Toni resmungou.

Era difícil dizer quem estava mais chocado: Clint ou Natasha.

-Oi? –Clint estava passado -Encontro? Você?

-O que tem de errado com isso? –Toni perguntou na defensiva.

-A sua ideia de romantismo, até onde eu me lembro, era tocar Led Zepplin no quarto. –Natasha falou de forma seca –E você não dormia de conchinha porque sofria de “claustrofobia pós orgásmica”. (4)

Clint parecia estar imaginando cenas em sua cabeça.

-Ei, essa é uma condição médica séria. –Toni falou sem nem um pingo de vergonha –E eu não estou sendo romântica. Só estou tentando abusar do Capitão, mas ta dificil.

-Pera ai! –Clint pediu rindo –Quer dizer que vocês ainda não transaram?

-Não é da sua conta. –ela falou cruzando os braços.

-Ah que fofo! –Clint estava se divertindo demais com a coisa toda –Ja ja o Steve vai fazer de você uma mulher honesta.

-Segura os cavalos ai, Piu-Piu. –Toni revirou os olhos –A chance de eu me casar são nulas. Vegas não conta.

Isso interessou Clint.

-Você já casou em Vegas? –ele quis saber.

-Na verdade já.

-E teve que divorciar? –ele insistiu.

-No fim das contas o casamento não era válido. –Toni deu de ombros.

-Como assim? –até Natasha estava curiosa.

-Eu casei com uma mulher, antes de permitirem casamentos gays. –ela explicou -Acho que o juiz de paz era partidário da causa, porque casou nós duas mesmo sabendo que não podia.

-Deixa eu adivinhar... –a ruiva tinha um pequeno sorriso -Stripper.

O sorriso de Toni era maquiavélico.

-Não. Cafetina.

Natasha riu. Tudo bem, talvez voltar não fosse tão ruim assim.

XxX

-Aqui está bom, doutora Foster?

-Está sim, Steve. Obrigada. Desculpa por ficar pedindo ajuda com essas coisas.

Steve sorriu para a mulher, então fingiu analisa-la de cima a baixo.

-Eu entendo que você precise de ajuda para alcançar os lugares altos. –ele falou.

-Muito engraçado. –ela revirou os olhos.

Steve colocou a última caixa na prateleira para Jane.

-Mais alguma coisa? –ele perguntou.

-Não. –ela realmente parecia sem graça –Desculpa, eu normalmente peço para o Thor, mas...

-Mas ele está fora com Darcy. –Steve completou –Comprando o que mesmo?

-Na verdade eu não sei. –Jane bufou –Eles disseram uma máquina de lavar, mas nós não precisamos de uma. Eu acho que os dois estão me enrolando.

Steve riu. Provavelmente sim.

-Eu gostaria de te perguntar algo, na verdade... –ele admitiu, suas orelhas ficando vermelhas.

-Claro. –Janes respondeu distraidamente, checando informações num tablet.

-É sobre um segundo encontro com a Toni. –ele admitiu.

Isso fez Jane prestar atenção.

-Vocês vão sair de novo? –perguntou animada.

-Eu não chamei ainda. –ele falou sem graça –Porque eu não tenho ideia de onde leva-la e eu queria algo que a deixasse maravilhada. A Toni não é uma mulher comum, ela é uma cientista, alguém de mente brilhante. Você é o mesmo tipo de mulher, talvez você tenha uma ideia.

-Oh. –Jane corou –Você acabou de ganhar milhares de pontos com essa frase. –ela parou e pensou –Na verdade eu sei sim.

-Sério? –Steve perguntou animado –O que?

-Eu fui convidada para um evento que eu acho que ela vai adorar. –Jane falou, remexendo em papéis na sua mesa, revirando uma bolsa e derrubando todo o conteúdo de uma caixa no chão –Eu tenho dois ingressos e ia chamar Thor para ir comigo, mas você precisa mais que eu. AHA!

Ela finalmente achara os ingressos jogados numa gaveta, levemente amassados e os entregou para Steve. O capitão leu o título dos ingressos.

-Jane, não! –ele falou na hora –Parece algo que você adoraria ver.

-E eu vou. –ela falou despreocupada –Depois. A Toni vai adorar estar na estreia. Eu não ligo de ver depois.

-Você tem certeza? Porque eu posso...

-Steve! Desencana. –ela falou –Aliás, poupe suas energias. Afinal, você ainda tem que convencer a Toni a ir.

Ah é. Tinha esse detalhe.

XxX

-Wilson.

Sam levantou a cabeça do livro que lia e olhou para Natasha.

-Natasha! –ele sorriu –Não me chame de Wilson. Eu me sinto uma bola. (5)

A ruiva revirou os olhos.

-Eu gostaria de falar com você sobre o Soldado Invernal. –ela declarou.

-Eu estou muito bem, obrigado. Que bom que você reparou que eu perdi peso. Você também está incrível. Como sempre, claro. –ele falou com um sorriso amigável.

Natasha cruzou os braços e jogou um olhar congelante a Sam. Não parecia estar tendo efeito algum.

-Eu não vim aqui jogar conversa fora. –ela falou séria.

-Eu percebi. Você veio aqui me usar pelo meu cérebro. –ele declarou –Estou ofendido que não seja pelo meu corpo.

Sam podia ver claramente Natasha lutar contra um sorriso. Ponto para ele.

Por fim ela bufou.

-Eu estou ótima, Wilson. Obrigada por perguntar. –ela falou de forma sarcástica –Você não perdeu peso nenhum, você está obviamente alucinando. E eu sei que estou incrível. É uma condição da qual eu não me livro.

Sam caiu na gargalhada.

-Assim está bem melhor. –ele falou –Agora, como eu posso ajuda-la?

-Steve falou que você trabalhava como um psicólogo para o exército, para pessoas com caso de TEPT. (6) –ela falou –Toni me pediu ajuda para desprogramar o Soldado Invernal. Eu sei que posso fazer isso, mas as consequências, tudo o que ele viveu...

-Ele vai ter problemas psicológicos imensos e eu vou ter o prazer de resolve-los. Entendi. –Sam falou sério –Eu nem imagino o caos que deve ser a mente dele e o choque que vai vir quando ele se recuperar... Não vai ser fácil.

-Não. –Natasha falou sincera -Principalmente porque ele é forte demais para ser contido. Alguém vai ter que supervisiona-lo 24 horas por dia.

-Eu entendo. Ele terá que “merecer” sair da Torre e ser confiado para ficar sozinho.

-Sim. E isso não vai ser fácil, porque se ele “virar” Soldado em um momento de pânico...

-Ele pode acabar com a maioria das pessoas aqui, eu sei. –Sam pareceu refletir –Mas, quando ele se recuperar, será de valor imenso para a SHIELD.

-No que você está pensando? –ela perguntou curiosa.


-Que é do melhor interesse deles nos ajudar.

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N/A: E ai está. Comentem, por favor!

(1) Para quem não entedeu o sútil da primeira aparição... hahahaha Sim, Ray Reddington de "The Blacklist".
(2) Era assim que o Bucky chamava o Steve e eu não encontrei nenhuma tradução que me agradasse, logo, vai ser isso mesmo.
(3) "Killer", do Kiss.
(4) Essa pérola eu ouvi em "Lost Girl" XD
(5) Wilson era a bola e melhor amigo do Tom Hanks "O Naufrago".
(6) Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Em dois dias teremos "A Senhora de Nárnia"!

B-jão

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Nove Meses - Terceiro Mês



Terceiro mês

Toni se olhou no espelho e então olhou de novo para sua barriga.

Nada. Nadica de nada. Nem um sinalzinho de que tinha alguém ali. Nem um grama a mais, uma curvinha extra. Nenês não chutavam?

-Jarvis, eles ainda estão aqui? –ela perguntou sem tirar os olhos da barriga.

-Sim, senhorita. –Jarvis respondeu e, se fosse humano, estaria revirando os olhos.

Ela tinha perguntado todos os dias. O IA devia estar perdendo a paciência. Se é que ele tinha uma dessas programada.

Ta, ela sabia que eles estavam la. Não fazia nem três dias que tinha feito o ultrassom morfologico, que mostrava que Fradinho e Carioquinha (como ela estivera chamando os seus feijõezinhos) estavam la, firmes, fortes e saudáveis.

Mas e a barriga? Quando ia aparecer?

Ela queria uma mudança visível!

Fora seus peitos, claro. Os peitos estavam la, maiores e sensíveis e doendo! Nunca tivera peitos tão grandes e estava dividida entre gostar deles ou não muito.

E sim, teoricamente sabia todas as mudanças pelas quais seu corpo deveria passar. Ela e Jarvis organizaram tabelas, organizaram datas e estavam seguindo tudo a risca.

Sabia que ia demorar um pouquinho mais para barriga, mas... Ela queria!

Fury quase caíra para trás quando ela informara que teria gêmeos. Clint caiu da cadeira de tanto rir.

Todos tinham parado de perguntar quem era o pai e ela sabia que era obra de Pepper. Sabia também que logo eles iriam querer respostas.

Não estava pronta para falar sobre isso. Talvez nunca estivesse.

-Você não vai conseguir esconder para sempre.

Toni quase morreu do coração.

-Pelo amor de Deus, Rudolph! Nunca ouviu falar em bater na porta antes de entrar? –ela fuzilou Loki com o olhar.

O semi-deus apenas revirou os olhos.

-Não vejo porque. –falou com ar de dispensa –E você sabe, não sabe?

-Porque você está tão interessado? –Toni quis saber.

A bilionária sentou-se em sua cama e vestiu uma camiseta. Sim, ela estava só de calcinha e sutiã antes. E não, não tinha nada ali que Loki não tivesse visto em algum momento.

É, era por isso que ele tinha sido suspeito de paternidade. O semi-deus ficara ofendido que fosse a terceira escolha, depois de Steve, que nunca nem dormira com a bilionária.

-Porque eu espero que você não esteja pretendendo ficar trancada aqui na Torre por nove meses. E depois trancar seus filhos. –ele falou sério.

Toni arregalou os olhos.

-Claro que eu não vou trancar ninguem. Fumou, foi?

Ele parecia realmente sério sobre a coisa toda. Toni suspirou.

-Olha, eu não sei de onde está vindo isso, Dracula. –ela falou por fim –Eu não quero que saibam da gravidez porque não quero que... Ele saiba. Não, não vou sair da Torre enquanto estiver grávida. Mas quando os bebês nascerem eu sei que vou ter que tomar uma atitude. E não vai ser tranca-los em lugar nenhum.

-Você sabe que eu tenho filhos? –ele perguntou de repente.

Toni não poderia ter ficado mais chocada se ele dissesse que se vestia de bailarina a noite.

-Eu li uma ou outra lenda, mas...

-De onde você acha que elas vêm? –ele revirou os olhos –Sim, eu tenho filhos. Odin tirou todos eles de mim e os escondeu do mundo. Hel, Fenrir, Jormungandr, Narfi e Sleipnir... Há séculos eu não vejo um deles. Todos trancados, todos mantidos como segredos sujos. –olhou para ela –Não faça isso, Toni. Por favor.

-Eu não vou. –ela assegurou –Eu estou assustada, eu quero esconder, mas... Eles não são segredos, eu não tenho vergonha deles. Eu tenho... Medo.

Loki suspirou.

-Eu posso por um feitiço em você. –ele falou por fim –Uma ilusão, como a que eu uso para manter essa aparência. Nós vamos ver como você realmente está, mas o resto do mundo não. Você só não pode deixar ninguem te tocar, porque eles vão poder sentir como você realmente está.

-Obrigada, Loki. –ela falou sincera –Eu quero isso. Você deve me achar uma monstra por estar fazendo isso.

-Não. –ele falou de forma simples –Eu até entendo sua motivação. Isso só me deixa ainda mais curioso para saber quem é o pai.

-Ninguem importante. –ela falou.

E cara... Isso era uma mentira deslavada.


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N/A: E aí está! Mais um mês e o mistério persiste!

Amanhã teremos post em "A Dama Vingadora".

Comentem!

B-jão