sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MIB 2 - Capítulo 9 (parte 4)

***

O celular de Lucius vibrou uma vez, indicando a chegada de uma mensagem. O homem retirou o telefone do bolso e analisou-a com cuidado.

“Snape está aqui também. Serão oito. Vocês dão conta? –PP”

Severus Snape? As surpresas não paravam de aparecer. Aquele lá tinha sorte de ter contatos tão bons e ter virado policial. Também tinha sorte de não ter família nem amigos, porque do contrário...

Como será que Snape tinha ido parar com um grupo tão peculiar? Seria a imagem de policial honesto apenas um disfarce e ele estivera esse tempo todo envolvido com assassinos? Não, talvez não fosse exatamente isso. Se dependesse dos quatro assassinos a polícia não estaria envolvida, mas as quatro idiotas? Havia grandes chances disso ser culpa delas.

Não era exatamente um problema.

Snape era um fator com o qual eles não estavam contando. Tudo estava pronto para receber os quatro Marotos, porém se Snape entrasse no jogo a mesa podia mudar a favor deles. Todos achavam que o ex-Comensal era idiota ou covarde, mas Lucius sabia que não era bem assim. Antes de ele ter sua epifania de salvação e trocar de lado Severus era como todos eles: cruel, frio e muito perigoso. Nunca vira alguém apanhar tanto antes de cair. Snape não era um adversário a ser desconsiderado. Devia informar a Voldemort.

E mesmo assim...

Isso era um bom sinal. A maré estava ponto de virar e Lucius podia ver-se livre daquele ser desprezível, que já não era mais o chefe a quem se aliara um dia.

Voldemort não precisava saber que Snape estava a caminho. Se um homem só fizesse tanta diferença assim... Bom, daí fazer o que né?

***

-Nós conseguimos poucas informações referentes a casa de Kent. –Jade estava explicando a todos na cozinha.

O ar estava tão carregado no aposento que parecia ser quase um ser vivo entre eles. Ninguém olhava para ninguém, com a exceção de Peter, que parecia alheio aquilo tudo. Ayla também não estava lá muito preocupada. Os outros evitavam olhar para os lados. Com a exceção de James, que não conseguia parar de lançar olhares para Jade. Pelo menos este estava tentando ser discreto, os demais estavam praticamente exalando ressentimento. Quem de quem já eram outros quinhentos...

-Regulus só nos passou algumas informações antes de... –Jade parou e lançou um olhar desconfortável a Sirius –Enfim. Ele ia arrumar uma planta da casa, mas não deu tempo.

-O Regulus tava bem a fim de ajudar, hein? –Sirius comentou seco –Qual de vocês seduziu e iludiu meu pobre irmão? –puro sarcasmo.

-Com base em que você ta acusando a gente de seduzir alguém pra conseguir alguma coisa? –Laryssa perguntou inconformada.

-O tal do Lee, o Ranhoso, o imbecil do James, até o louco do Remus... –ele foi contando nos dedos.

-E até você... –Ayla cantarolou de forma falsamente doce.

Isso fez o outro lançar um olhar de raiva para ela.

-Ninguém seduziu ninguém. –Jade declarou –Muito.

Ully revirou os olhos.

-Ta, talvez eu tenha flertado um pouco e usado decotes, mas foi um detalhe. –ela falou fazendo um gesto de descarte -Ele realmente queria pular fora e ferrar Voldemort. Meu charme não é tão potente ao ponto de causar uma confusão dessas.

-Nossa, você sabe ser modesta. –Jade falou em choque –Meio que...

-Voldemort perdeu muito apoio depois daquela bagunça de anos atrás. –Snape cortou, lançando um olhar irritado as duas –Muitos membros do grupo dele se desligaram e começaram a tentar ser independentes. Muitos foram mortos e outros foram presos.

-Acho que o estado em que ele ficou fez todos perceberem que ele era humano. –Laryssa falou –Regulus falava dele com um certo nojo. Talvez se não tivesse acontecido ele não o teria traído, mas a verdade é que esse Voldemort era o deus deles. Ninguém gosta de descobrir que seu deus é humano.

Isso pareceu interessar aos Marotos.

-Quer dizer que você acha que tem mais gente por ai que o trairia também, se tivesse a chance? –James quis saber.

-Para ser bem sincera... Acho sim. –Jade falou, embora sem olhar para ele –A maioria deles ainda têm medo, mas se soubessem que tem alguém indo fazer o serviço por eles, não acho que muitos pulariam na frente da bala para salva-lo.

Isso deixou todos em um silêncio reflexivo.

-Eu nunca entendi porque as pessoas seguiam esse cara tão fielmente antes. –Ully falou de repente –Agora eu entendo menos ainda.

-É o jeito que ele fala. –Snape declarou de forma simples, voz baixa, olhos fixos em suas mãos sobre o balcão –Ele é... Era um daqueles homens que te faz parar e pensar. De repente suas ideias são as dele. Os argumentos são sempre magistrais. Você se vê pensando em tudo de errado que já viu na vida e talvez, só talvez, realmente seja culpa das pessoas “normais”, dos governos e igrejas. Ele escolhe bem. Todos nós erámos futuros problemas, marginais desde novos, crianças e adolescentes que tinham sofrido com a violência e descaso do resto do mundo e tinham consciência de que ninguém dava a mínima para o que ia acontecer conosco. Ele parecia ligar.

As quatro mulheres estavam olhando em choque para o policial, enquanto os marotos pareciam entender exatamente o que ele sentia.

-É por essas e por outras que ele tem que morrer. –James declarou de forma simples –Ele é tóxico. Se aproveita da fraqueza dos outros.

-Não se preocupem. –Ayla falou –Nós vamos matar esse desgraçado. E, sinceramente, se for lenta e dolorosamente eu até prefiro.

-Nós vamos precisar de ajuda. –Snape insistiu –Só nós não vai ser o bastante.

-Defina “ajuda”. –Ully pediu desconfiada.

-Só tem uma pessoa em quem eu confiaria.

***

Barbara tinha acabado de sair do pub quando seu celular tocou. Olhou o display e viu, com grande surpresa, que era Severus. Achou estranho porque o homem dificilmente lhe ligava, muito menos nesses horários alternativos. O dia estava quase nascendo e ela estava mais do que um pouco bêbada.

-Snape? –perguntou ao atender o telefone.

-Barbara, eu preciso da sua ajuda. –ele declarou de forma direta.

-Nossa, nem pra agradar um pouco antes? Que falta de consideração...

Silêncio. E então...

-Você ta bêbada?

-Com muito orgulho.

Ele soltou um suspiro entediado.

-Vai pra casa, toma café, me liga. É importante. É sobre Voldemort.

Barbara, que estivera mexendo na bolsa em busca de suas chaves, parou na hora.

-Eu estou sóbria o bastante. O que foi?


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N/A: Ai está!

Post super dedicado a minha querida Jade Marilene, que fez aniversário esses dias e pediu atualização da MIB especificamente. Pra voce, queridinha ;)

Fazia tempo que eu não postava MIB, né? Bom, estamos cada vez mais perto da reta final e agora o kisuco vai ferver!!

Comentem, please.

B-jão