***
O
celular de Lucius vibrou uma vez, indicando a chegada de uma mensagem. O homem
retirou o telefone do bolso e analisou-a com cuidado.
“Snape está aqui também. Serão oito. Vocês
dão conta? –PP”
Severus
Snape? As surpresas não paravam de aparecer. Aquele lá tinha sorte de ter
contatos tão bons e ter virado policial. Também tinha sorte de não ter família
nem amigos, porque do contrário...
Como
será que Snape tinha ido parar com um grupo tão peculiar? Seria a imagem de
policial honesto apenas um disfarce e ele estivera esse tempo todo envolvido
com assassinos? Não, talvez não fosse exatamente isso. Se dependesse dos quatro
assassinos a polícia não estaria envolvida, mas as quatro idiotas? Havia
grandes chances disso ser culpa delas.
Não
era exatamente um problema.
Snape
era um fator com o qual eles não estavam contando. Tudo estava pronto para
receber os quatro Marotos, porém se Snape entrasse no jogo a mesa podia mudar a
favor deles. Todos achavam que o ex-Comensal era idiota ou covarde, mas Lucius
sabia que não era bem assim. Antes de ele ter sua epifania de salvação e trocar
de lado Severus era como todos eles: cruel, frio e muito perigoso. Nunca vira
alguém apanhar tanto antes de cair. Snape não era um adversário a ser
desconsiderado. Devia informar a Voldemort.
E
mesmo assim...
Isso
era um bom sinal. A maré estava ponto de virar e Lucius podia ver-se livre
daquele ser desprezível, que já não era mais o chefe a quem se aliara um dia.
Voldemort
não precisava saber que Snape estava a caminho. Se um homem só fizesse tanta
diferença assim... Bom, daí fazer o que né?
***
-Nós
conseguimos poucas informações referentes a casa de Kent. –Jade estava
explicando a todos na cozinha.
O
ar estava tão carregado no aposento que parecia ser quase um ser vivo entre
eles. Ninguém olhava para ninguém, com a exceção de Peter, que parecia alheio
aquilo tudo. Ayla também não estava lá muito preocupada. Os outros evitavam
olhar para os lados. Com a exceção de James, que não conseguia parar de lançar
olhares para Jade. Pelo menos este estava tentando ser discreto, os demais
estavam praticamente exalando ressentimento. Quem de quem já eram outros
quinhentos...
-Regulus
só nos passou algumas informações antes de... –Jade parou e lançou um olhar
desconfortável a Sirius –Enfim. Ele ia arrumar uma planta da casa, mas não deu
tempo.
-O
Regulus tava bem a fim de ajudar, hein? –Sirius comentou seco –Qual de vocês
seduziu e iludiu meu pobre irmão? –puro sarcasmo.
-Com
base em que você ta acusando a gente de seduzir alguém pra conseguir alguma
coisa? –Laryssa perguntou inconformada.
-O
tal do Lee, o Ranhoso, o imbecil do James, até o louco do Remus... –ele foi
contando nos dedos.
-E
até você... –Ayla cantarolou de forma falsamente doce.
Isso
fez o outro lançar um olhar de raiva para ela.
-Ninguém
seduziu ninguém. –Jade declarou –Muito.
Ully
revirou os olhos.
-Ta,
talvez eu tenha flertado um pouco e usado decotes, mas foi um detalhe. –ela falou
fazendo um gesto de descarte -Ele realmente queria pular fora e ferrar
Voldemort. Meu charme não é tão potente ao ponto de causar uma confusão dessas.
-Nossa,
você sabe ser modesta. –Jade falou em choque –Meio que...
-Voldemort
perdeu muito apoio depois daquela bagunça de anos atrás. –Snape cortou,
lançando um olhar irritado as duas –Muitos membros do grupo dele se desligaram
e começaram a tentar ser independentes. Muitos foram mortos e outros foram
presos.
-Acho
que o estado em que ele ficou fez todos perceberem que ele era humano. –Laryssa
falou –Regulus falava dele com um certo nojo. Talvez se não tivesse acontecido
ele não o teria traído, mas a verdade é que esse Voldemort era o deus deles. Ninguém
gosta de descobrir que seu deus é humano.
Isso
pareceu interessar aos Marotos.
-Quer
dizer que você acha que tem mais gente por ai que o trairia também, se tivesse
a chance? –James quis saber.
-Para
ser bem sincera... Acho sim. –Jade falou, embora sem olhar para ele –A maioria
deles ainda têm medo, mas se soubessem que tem alguém indo fazer o serviço por
eles, não acho que muitos pulariam na frente da bala para salva-lo.
Isso
deixou todos em um silêncio reflexivo.
-Eu
nunca entendi porque as pessoas seguiam esse cara tão fielmente antes. –Ully falou
de repente –Agora eu entendo menos ainda.
-É
o jeito que ele fala. –Snape declarou de forma simples, voz baixa, olhos fixos
em suas mãos sobre o balcão –Ele é... Era um daqueles homens que te faz parar e
pensar. De repente suas ideias são as dele. Os argumentos são sempre magistrais.
Você se vê pensando em tudo de errado que já viu na vida e talvez, só talvez,
realmente seja culpa das pessoas “normais”, dos governos e igrejas. Ele escolhe
bem. Todos nós erámos futuros problemas, marginais desde novos, crianças e
adolescentes que tinham sofrido com a violência e descaso do resto do mundo e
tinham consciência de que ninguém dava a mínima para o que ia acontecer
conosco. Ele parecia ligar.
As
quatro mulheres estavam olhando em choque para o policial, enquanto os marotos
pareciam entender exatamente o que ele sentia.
-É
por essas e por outras que ele tem que morrer. –James declarou de forma simples
–Ele é tóxico. Se aproveita da fraqueza dos outros.
-Não
se preocupem. –Ayla falou –Nós vamos matar esse desgraçado. E, sinceramente, se
for lenta e dolorosamente eu até prefiro.
-Nós
vamos precisar de ajuda. –Snape insistiu –Só nós não vai ser o bastante.
-Defina
“ajuda”. –Ully pediu desconfiada.
-Só
tem uma pessoa em quem eu confiaria.
***
Barbara
tinha acabado de sair do pub quando seu celular tocou. Olhou o display e viu,
com grande surpresa, que era Severus. Achou estranho porque o homem dificilmente
lhe ligava, muito menos nesses horários alternativos. O dia estava quase
nascendo e ela estava mais do que um pouco bêbada.
-Snape?
–perguntou ao atender o telefone.
-Barbara,
eu preciso da sua ajuda. –ele declarou de forma direta.
-Nossa,
nem pra agradar um pouco antes? Que falta de consideração...
Silêncio.
E então...
-Você
ta bêbada?
-Com
muito orgulho.
Ele
soltou um suspiro entediado.
-Vai
pra casa, toma café, me liga. É importante. É sobre Voldemort.
Barbara,
que estivera mexendo na bolsa em busca de suas chaves, parou na hora.
-Eu
estou sóbria o bastante. O que foi?
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N/A: Ai está!
Post super dedicado a minha querida Jade Marilene, que fez aniversário esses dias e pediu atualização da MIB especificamente. Pra voce, queridinha ;)
Fazia tempo que eu não postava MIB, né? Bom, estamos cada vez mais perto da reta final e agora o kisuco vai ferver!!
Comentem, please.
B-jão