terça-feira, 22 de outubro de 2013

Você Sabe Que Me Ama - Capítulo 4 (parte 1)



Capítulo 4

-James, o que nós falamos sobre assediar a Lily descaradamente?

-Mas não foi um...

-O que nós falamos?

James soltou um suspiro. Seus olhos fixaram-se no chão e a mão foi automaticamente parar nos cabelos.

-Nada de assediar a Lily descaradamente esse semestre. –ele recitou de forma relutante –Dar espaço para que ela me conheça melhor. Mas eu não estava assediando a Lily! –completou antes que conseguisse se conter.

Remus lhe lançou um olhar que deixava bem claro a sua opinião sobre a última afirmação.

-É sério! –James insistiu –Eu só disse que ela estava bonita. Isso não é assédio! É uma constatação de um fato tão óbvio que até um cego veria.

Remus teve que lutar contra o sorriso que estava quase escapando. James era mesmo um mané quando o assunto era Lily.

-E a parte de “não quero ser só um amigo”? –ele falou.

James soltou um muxoxo.

-Eu não acho que isso possa ser considerado assédio. -ele falou de forma fraca –Só outra constatação de fato. Um bem óbvio pra ser bem honesto. Eu não passei todos esses anos no pé dela pra de repente me contentar com...

-James, eu entendo, de verdade. –Remus cortou de forma paciente, como um pai benevolente com um filho burro –Seu amor é maior que o céu e o mar e blá blá blá. Mas você tem que dar um espaço pra Lily. Ela precisa aprender a apreciar aquele lado maduro que você adora esconder por trás de piadas idiotas.

-Eu acho que devia estar ofendido por alguma coisa que você disse ai, mas não tenho certeza o que. –James falou, os olhos apertados em concentração.

-Desisto. –Remus declarou com simplicidade deitando-se em sua cama.

James abriu a boca para retrucar quando a porta do dormitório abriu-se com força.

-James, seja um amorzinho e venha me ajudar. –Sirius cantarolou.

James revirou os olhos e foi até onde o amigo estava, o braço carregado de pacotes e garrafas.

-Não está um pouco cedo para Hogsmeade? –Remus perguntou arqueando a sobrancelha.

-Nunca é cedo demais para fazer um estoque de álcool, Aluado, meu caro. –Sirius falou com simplicidade –Rabicho, vamos logo!

Peter veio logo atrás, praticamente arrastando-se com uma caixa cheia de garrafas.

-Pelo amor de Merlin, não me digam que tudo isso é garrafa de whisky de fogo! –Remus falou levantando-se para ajudar Peter.

-Claro que não. –Sirius falou de forma casual –Só algumas...

-Tenta umas doze. –James comentou revirando os olhos.

-É para o ano todo. –Sirius assegurou de forma pouco convincente.

Todos eles sabiam que teriam sorte se isso durasse até o Natal.

-Eu chamei a Agnessa para o time. –James declarou de repente.

Os olhos de Remus fuzilaram o amigo.

-Essa você não me contou. –ele acusou.

-Eu estava chegando nesse tema. –James se defendeu.

-Ela aceitou? –Sirius perguntou chocado.

-Sim, depois que eu jurei dar minha alma pra ela. –James falou num suspiro.

-Muito provavelmente ela vai querer sua alma, seu sangue, sua vida, seus filhos... –Sirius comentou tranquilo –Fazer acordo com a Agnessa é pior do que acordo com o demo.

-Nem me fale. –James resmungou –Mas se a gente vencer o torneio eu não ligo.

-Palavras perigosas, Pontas. –Peter falou assustado.

James pareceu refletir.

-É. Talvez eu devese deixar pra la.

-Tarde demais. –Sirius sentenciou –Duvido que ela deixe você pular fora agora.

-Por que você teve que pedir justo pra ela? –Remus quase rosnou.

-Porque ela é muito boa! -James falou como se fosse óbvio –E depois de ter perdido a taça pra Corvinal ano passado eu não quero arriscar de novo!

-Aluado, larga do pé da Princesa de Gelo. –Sirius falou despreocupado –Só porque ela é metida, fria, desagradável e arrogante, não quer dizer que ela não seja uma pessoa interessante e razoavelmente decente.

Os outros três estavam jogando olhares significativos para Sirius.


-Ok, talvez seja isso mesmo. –ele cedeu –Mas são essas coisas que fazem dela alguém tão divertida.

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N/A: Ai está!

Comentem!

Remus, nosso xuxu preferido, mostra seu lindo sorriso! hahaha

B-jão

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Damas Grifinórias 2 - Capítulo 6 (parte 2)



-Pela última vez, ou eu não ligo mais para esse livro: o que você quer? 

-Você, senhorita Potter.

Bom, o que uma garota responde quando seu professor declara uma dessa tão diretamente?

-Nem que eu fosse louca, professor Lupin. –foi o que Lily respondeu.

***

Remus não ligava nada para a resposta de Lily. Para ser bem sincero era mais ou menos o que esperava. E pra ser mais sincero ainda ficaria bem desapontado se ela topasse de cara e se jogasse para cima dele.

Porque isso tiraria metade da graça da brincadeira.

Sirius podia falar o que quisesse, não era só porque ele estava entediado naquela escola. De quem tinha sido a ideia idiota de virar professor? Ah sim... Dele.

Bom, não exatamente. O Ministro sabia das vagas, suas mães ficaram sabendo e, por alguma razão estranha, Anabelle insistira e eles acabaram indo parar lá.

Ser professor era um pé no saco. Principalmente quando o que ele mais queria fazer era azarar a grande maioria dos seus alunos. Um bando de idiotas, todos eles. Teria sido um adolescente tão ridículo? Provavelmente. Nunca admitiria em voz alta, mas era quase idêntico a Scorpius Malfoy e Albus Potter quando tinha aquela idade: arrogante e orgulhoso.

Se bem que tinha uma teoria muito séria de a cada geração que passava os adolescentes ficavam mais imbecis. Era uma opinião bem válida e provavelmente conseguiria fazer uma teoria científica em cima disso.

Mas pensamentos de teorias sobre adolescente idiotas e sonhos de azarar todas suas turmas não eram entretenimento o bastante para um rapaz que estava acostumado com tudo o que a vida tinha a oferecer de mais interessante. Ele precisava de alguma coisa a mais.

Lily Potter era uma bela distração, embora tivesse que admitir que fosse nova, talvez até nova demais. Só que Remus se convenceu que tudo bem, porque não estava pretendendo leva-la pra cama (num futuro próximo) e também não queria ser preso. O que realmente queria era brincar com aquela menina-mulher, que o intrigava mais a cada momento que passava.

Até então todas as imagens que tinha de Lily vinham de fotos e dos relatos de sua irmã. Anabelle adorava a ruiva e não fazia segredo disso para ninguém. Quando ela falava da filha caçula de Harry Potter a fazia parecer a pessoa mais fascinante do mundo.

A curiosidade de Remus fora atiçada pelo encontro casual que tiveram na casa de praia de sua mãe. Havia algo na ruiva de olhos inteligentes que mexia com aquela parte dele que normalmente ficava dormente, mexia com a sombra do lobo que vivia no fundo da sua mente.

E quando o lobo queria alguma coisa...

-Eu não imagino que você seja louca. –ele falou com toda a calma que lhe era característica –Muito pelo contrário, na verdade. Sua inteligência e perspicácia são duas das coisas que mais me interessam em você.

Lily bufou.

-Me bajular não vai te ajudar em nada. –ela informou de forma gélida –Agora que você já me deixou ciente das suas nada-nobres intenções, que tal me dar o livro? –a ruiva estendeu uma delicada mão, enquanto batia o pé direito de forma irritada no chão.

Remus não segurou o sorriso, porque sabia que sua atitude descontraída diante de cada irritação dela a deixava ainda mais irritada.

-Vem pegar. –ele falou segurando o livro bem diante do seu peito.

Lily arqueou a sobrancelha, mas fez exatamente isso. Caminhou até ele de forma firme e quando estava perto o bastante estendeu a mão e puxou o livro, ficando com ele para si. Os olhos dela caíram imediatamente na capa de couro com o “D” dourado e se iluminaram.

-Finalmente... –ela murmurou fascinada.

-Eu não acho que devia dar esse livro pra vocês. –Remus comentou –Ele pode dar ideias não positivas.

Os olhos dela voltaram para ele na hora, faiscando.

-Você leu? –perguntou furiosa.

-Claro que sim. –Remus falou como se fosse óbvio –Anabelle encheu meu saco por anos por causa desse livro. Claro que a primeira coisa que eu fiz quando achei foi ler.

Lily respirou fundo, como se pedisse paciência para alguma força divina.

-Onde você achou? –ela perguntou por fim.

-Por incrível que pareça... Um sebo trouxa. –ele respondeu sinceramente, não tinha razões para enrola-la ou ignorar suas perguntas. Por hora.

 Ele pôde ver que a tinha onde queria: curiosa e atenta as suas palavras.

-Alguém entrou na casa da família Marshall depois que eles morreram e levou coisas embora. Uma parente chegou a fazer uma denúncia, mas a polícia investigou sem vontade. Na época muitas famílias estavam sendo mortas de forma misteriosa e eles não iam se preocupar com coisas roubadas. –ele contou –Depois de eu ter descoberto que ninguém na família Marshall tinha ficado com o livro...

-Como você descobriu isso? –ela quis saber.

-Segredo. –ele respondeu na hora -Mas se você quiser podemos negociar a divulgação desse tipo de informação. –ofereceu malicioso.

-Aposto que foi alguma coisa ilegal, então deixa pra la. –Lily retrucou seca.

Tinha sido mesmo. Algo que envolveu muitos feitiços para mudar memórias, abrir portas e aparatação.

-Eu imaginei então que devia estar entre as coisas que o ladrão pegou. Eu procurei em antiquários e sebos até encontrar em um. –ele contou –Estava jogado entre livros muito velhos, ninguém nunca entendeu o que era e nunca quis comprar. O dono tinha até esquecido que estava la. –Remus pareceu pensativo –Se bem que ele era velho o bastante para ter esquecido até o próprio nome.

Ele tinha tido muita sorte, na verdade. Se a busca em antiquários e sebos tivesse falhado teria tido muito mais trabalho. Provavelmente teria que fazer um daqueles feitiços de localização super complicados e que geralmente só funcionavam se feitos pela pessoa que era a dona do objeto que buscavam ou por alguém que o desejava muito.

Felizmente teve sorte em um dos sebos. Aliás a maior sorte foi o dono ainda ser o mesmo e o lugar, embora decrépito ainda estar basicamente aberto.

-E fim. –ele falou de forma dramática –Aí está famoso livro.

Lily analisou o que finalmente tinha em mãos antes de virar-se para encara-lo.

-O que exatamente você quer por ele? –ela perguntou desconfiada.

-No momento nada. –ele respondeu sincero –Eu só estou deixando avisado que muito em breve nós vamos ter uma conversa muito séria, que vai parecer muito com um assédio sexual, mas não vai ser um.

Ela arqueou uma das sobrancelhas, que eram perfeitamente desenhadas, como tudo nela.

-Eu devo admitir... -ela começou com muito cuidado –Que até agora eu não entendi se você está falando sério ou só tentando me aborrecer.

Remus deu três passadas largas, até que menos que um palmo o separava de Lily. A ruiva tinha que inclinar muito a cabeça para olha-lo e os olhos dele pareciam estar em chamas.

-Eu estou falando muito sério, senhorita Potter. E se você não fosse minha aluna e menor de idade eu te mostraria agora mesmo o quanto. –a voz dele parecia seda.

Lily podia ser uma Dama, mas tinha uma parte dela que era unicamente feminina e essa parte estava a um passo de se derreter e fazer a ruiva passar vergonha, então ela respirou fundo (o que não ajudou muito, porque aquele homem cheirava muito bem) e puxou todo seu poder de Dama.

-Quando você quiser, professor Lupin, eu vejo se tenho tempo disponível para você. –declarou com o máximo de confiança que conseguiu, virou as costas e foi embora de la o mais rápido que pôde. E de forma elegante também, é claro.

***
 N/A: Desculpa a demora!!! T.T

Espero que tenha compensado, pelo menos um pouco.

Semana que vem tem capítulo final de "Como Tatuagem" e atualização em "Você Sabe Que Me Ama".

B-jão

Como Tatuagem - Capítulo 2



Capítulo 2

Era começo de dezembro e houve uma partida de quadribol entre a Grifinória e a Corvinal.  O jogo foi intenso, James foi incrível e nossa vitória foi maravilhosa. E vitória no quadribol significa festa na sala comunal.

Sendo a imbecil que eu sou estava louca para dar os parabéns ao James, dizer o quanto sensacional ele tinha sido. Eu sou mesmo uma imbecil.

Quando eu entrei na sala comunal a festa já estava correndo solta. Eu teria que dar uma conferida nas bebidas com certeza, porque Sirius tinha mania de transformar cerveja amanteigada em whisky de fogo e depois “esquecer” de avisar os outros. Só que antes eu queria ver James.

Mais uma vez: idiota.

Olhei em volta, procurando por ele. E não é que eu achei? Numa rodinha, cercado de ninfetinhas do sexto e quinto ano, sorrindo aquele sorriso charmoso, bagunçando os cabelos e flertando descaradamente com todas elas.

Eu não sei explicar porque, mas ver aquilo fez um nó na minha garganta. Era como que tê-lo visto de volta aos velhos hábitos de galinhagem me fizesse finalmente entender de uma vez por todas que ele não tinha mais interesse algum em mim.

Isso me magoou mais do que eu gostaria de admitir.

Virei as costas quando vi o maldito se inclinar para cochichar alguma coisa no ouvido de uma das fãzinhas dele e fui direto para a mesa de bebidas, pegando a primeira garrafa que consegui alcançar.

-Oh Evans, calma la! Isso ta batizado. –eu ouvi Black falando, depois de virar a garrafa quase toda de uma vez.

-Ótimo. -eu declarei antes de apanhar outra garrafa.

Essa provavelmente foi a noite mais humilhante de toda a minha vida. Primeiro eu resolvi ficar curtindo minha dor de cotovelo num canto. E estava fazendo isso muito bem até que Remus, um dos amigos de James, veio falar comigo.

-Oi, Lily. Você sabia que essa cerveja na verdade é whisky, né? –ele perguntou com um sorriso cuidadoso.

-Sim. –eu respondi de forma curta.

-Ok... –ele pareceu perdido por um momento e eu me senti um pouco culpada. Remus sempre foi legal comigo. Não era culpa dele que o amigo dele era um babaca.

-Você... –ele começou, então limpou a garganta e tentou de novo –Você, por acaso assim, já cumprimentou os jogadores?

Eu me recusei a olhar para o lugar onde sabia que James estava.

-Já.

-Até o Pontas?

-Ele está ocupado demais para ser incomodado. –eu falei sem conseguir conter a amargura na minah voz.

Remus soltou um muxoxo que soou vagamente como “ele é um idiota”.

-Eu tenho certeza de que ele não está ocupado para você. –Remus insistiu.

Nessa hora nós dois olhamos para onde James estava e o vimos com duas loiras aguadas agarradas aos seus braços.

-Acho que sim. –eu respondi.

Remus lançou um olhar desapontado ao amigo e abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas eu já não queria mais ouvir essa conversa, então peguei uma outra garrafa e saí dali.

Depois disso a noite não melhorou muito: tomei mais um tanto da cerveja/whisky e quando me dei conta estava dançando em cima de uma mesa, ao lado da Marlene. E quando nosso público começou a gritar “tira, tira” eu até achei que era uma boa ideia tirar meu moletom, afinal estava quente ali. Aliás, estava tão quente que tirar minha camisa também pareceu uma ótima ideia.

Quando Sirius e Remus conseguiram tirar nós duas de cima da mesa eu já estava considerando tirar a camiseta que estava por baixo da camisa. Ainda bem que os dois chegaram a tempo...

Depois disso eu lembro vagamente de Sirius arrastando a Marlene para algum lugar enquanto o Remus me acompanhava até o meu dormitório.

-Eu não entendo, Lily. –ele suspirou –Pra que beber daquele jeito?

-A culpa é dele. –eu resmunguei.

Mas acho que o Remus entendeu perfeitamente o que eu quis dizer porque ele ficou quieto.

Eu não lembro de ter chegado no meu quarto, mas podia ter jurado ouvir a voz do James e do Remus do lado de fora da minha porta.

-Eu só quero ver como ela está! –James.

-Não. –Remus, que bravo! –Você já fez o bastante por hoje.

-Eu? Eu não empurrei a bebida na garganta dela!

-Não. Só aquelas meninas que não significam nada pra você.

Um silêncio tão longo que eu achei que tinha parado de sonhar.

-O que mais eu posso fazer, Remus? Se você sabe me diz, porque eu já não sei de mais nada. –uma voz tão derrotada que não quis acreditar que pertencia ao meu James.

-Eu não sei o que você devia fazer, pontas. Mas sei que você não devia ter feito o que fez.

Confuso demais então eu resolvi apagar de novo.

Quando eu abri os olhos de novo percebi que estava no meu dormitório e tudo estava escuro, a não ser por um abajur aceso. Ainda era noite, mas nem conseguia imaginar que horas eram.

Percebi também que ainda estava vestida. Bom, pelo menos com as roupas que não tinha tirado no meio da sala comunal... Eu ia sentir vergonha disso amanhã, mas no momento ainda não estava sóbria o bastante.

Eu estava descalça, daí eu vi que meu tênis e meias estavam guardado direitinho do lado da minha cama, junto com meu moletom e camisa. Remus, só podia.

Olhei em volta, bocejei e perdi totalmente o sono.

Do outro lado da minha porta James devia estar dormindo no quarto dele, se o silêncio absoluto era uma pista. Talvez uma daquelas mini-piranhas estivesse dormindo com ele. Talvez as duas loiras estivessem lá!

Acho que eu devia ter mais álcool no cérebro do que pensara a princípio porque de repente eu estava possessa e indo ao quarto de James, batendo na porta.

Eu não parei de bater até James aparecer, com cara de quem estava obviamente dormindo.

-Lily? –ele pareceu confuso –O que foi?

Eu deixei meus olhos escorregarem por ele. James estava usando uma calça de moletom preta e uma regata branca, com os cabelos parecendo mais bagunçados do que nunca e os óculos tortos em seu rosto.

-Lily?

Da porta eu conseguia ver a cama dele. Não tinha ninguém ali. Muito bom.

-Lily?

Eu finalmente virei meus olhos para James e ele parecia preocupado.

-Tira a camiseta. –eu exigi.

-O que?

-Você me ouviu muito bem, Potter. Tira – a – camisa. –eu repeti de forma ameaçadora.

-Eu acho que você está mais bêbada do que imagina... –ele falou parecendo preocupado.

Ah! Ele não estava preocupado na festa, né? Ocupado demais com as mini-piranhas.

-Potter, tira essa camiseta agora ou eu vou tirar por você. –eu declarei decidida.

-Opa, calma, Lily! –ele pediu chocado –Dá pra você pelo menos me explicar porque eu tenho que tirar a camiseta?

-Como se você não soubesse! –eu declarei cruzando os braços –Fica me provocando todo esse tempo e acha que eu não vou fazer nada? Até parece!

-Lily... Você não ta fazendo sentido. –James falou num suspiro cansado.

Eu bufei impaciente. Por que ele tinha que se fazer de tonto?

-Eu quero ver sua tatuagem e eu quero ver agora! –bati o pé no chão.

James olhou para mim em choque por alguns segundos, antes de tentar disfarçar.

-Não sei do que você está falando. –ele falou sem firmeza alguma.

-Potter... –eu praticamente rosneu –Faz mais de um mês que eu tento descobrir o que é essa tatuagem. Ou você me mostra ou eu vou ficar muito irritada.

-Mais? –ele provocou, aparentemente perdendo a noção do perigo.

-É. Mais.

-Vamos fazer um acordo. –ele propôs daquela forma tão arrogante, tão sexy, tão... James.


-Que acordo? –perguntei desconfiada.

-Eu te mostro a minha tatuagem... Se você me mostrar a sua. –ele declarou com um sorriso maroto gigante.

Meu queixo desabou.

-COMO VOCÊ SABE DISSO? –eu exigi.

O sorriso dele tornou-se positivamente maquiavélico.

-Não vem ao caso. Mas faz mais de um mês que eu tento descobrir o que é essa tatuagem. –ele falou, me provocando ao repetir minhas palavras –Se você me mostrar a sua eu te mostro a minha.

Eu nem hesitei: tirei minha blusa na hora.

-Lily! –James gritou, pulando para trás, como se eu fosse ataca-lo.

Merlin, ele não podia deixar mais óbvio que não tinha interesse nenhum em mim, hein?

-Até parece que você nunca viu um sutiã antes, Potter. –eu revirei os olhos –Ou peitos.

Aliás, eu tinha um certo carinho pelo par. Não de peitos, de sutiã. Era um azul marinho com estrelas brancas que minha mãe tinha me dado nesse verão. Eu finalmente cheguei no número 44!

-Não é que eu nunca tenha visto. –ele protestou –Eu só nunca tive que falar tão pouco para convencer uma menina a mostra-los.

Eu revirei os olhos de novo.

-Com o tipo de menina que você saí, eu duvido muito disso. –eu retruquei.

Antes que James tivesse a chance de retrucar eu virei as costas para ele.

-Uau.

Essa era a reação que eu estava esperando quando tirei a camiseta...

James pôs as mãos no meu ombro e me puxou mais para dentro do quarto, onde havia mais luz e ele poderia ver o desenho melhor. Eu sentia pequenos choques nos lugares onde ele me tocava. Eu sou tão patética...

-Muito bonito. –ele aprovou.

Eu podia sentir a respiração dele batendo nas minhas costas, já que obviamente ele se aproximara mais para ver melhor o desenho. Não tinha como ele não perceber que eu estava arrepiada. Meu medo era que ele também conseguisse ouvir meu coração, que parecia uma escola de samba dentro do meu peito.

Sabia exatamente o que James via: dois beija-flores aconchegados juntos de forma carinhosa, mas não romântica. Carinhosa amiga, companheira... Fraterna.

-O que eles representam? –James quis saber.

Isso me pôs na defensiva e eu me virei rapidamente para ele, fazendo as mãos de James deixarem meu ombro.

-Nós não estamos falando de simbologia, Potter. Agora para de enrolar.- eu mandei.

James hesitou e por um minuto achei que ele fosse se negar. Então o maroto soltou um suspiro resignado, virou de costas para mim e tirou a camiseta.

-Merlin... –dessa vez era eu quem estava maravilhada.

Um cervo! James tinha um cervo gigantesco tatuado nele. E era tão magnifico quanto eu imaginara que seria. Até mais.

A tatuagem começava na linha do quadril dele e retratava apenas a cabeça e o peito do animal: seu perfil elegante, os chifres majestosos. A última linha chegava ao ombro de James. Mas não era só o tamanho que era impressionante, mas o estilo. A tatuagem era formada por linhas tribais negras e complicadas. Eu nunca tinha visto nada mais bonito em toda a minha vida.

-Ele é lindo. –falei encantada.

James resmungou alguma coisa, mas eu o ignorei. Então comecei a traçar as linhas com a ponta do meu dedo indicador.

Vi a pele dele arrepiar-se, mas nem me dei muitas esperanças, afinal eu era uma menina seminua e ele um adolescente cheio de hormônios.

Eu sei que devia me sentir envergonhada de estar tocando um garoto com que eu não tinha nada desse jeito. Mas não era assim. James era, nesse momento mais que nunca, uma coisa real e constante na minha vida, alguém que se tornara importante para mim, mesmo eu não querendo. Eu queria ter esse momento na memória. Essa chance de ficar perto, mesmo que só um pouquinho.

Então no fim não era realmente estranho estar ali no quarto dele, usando jeans e sutiã enquanto traçava um desenho nas costas dele. E que costas... A pele de James era dourada de sol e por mais leve que fosse o meu toque dava pra sentir os músculos deles.

Eu tinha que sair dali antes que fizesse uma besteira e o atacasse ou coisa do tipo...

Já estava para me afastar (depois de ter praticamente molestado James) quando algo capturou meus olhos. Era um desenho tão tribal que chegava a ser confuso, além de estar escondido entre tantas linhas. Era um lírio. O cervo tinha um lírio no lado esquerdo do peito.

Eu não sabia o que falar ou o que pensar.

-É um lírio. –eu falei em choque. É, eu sei. Nada brilhante, mas fazer o que.

James soltou um suspiro.

-É, é um lírio. –ele confirmou.

-Por que?

A ideia ainda não entrava na minha cabeça. Tudo bem, eu não vou ser egocêntrica, eu sei que não sou a única Lily do mundo, mas... Não entrava na minha cabeça que podia ter qualquer outro significado. Se James tinha um lírio era por minha causa e ponto. E sim, eu sei que isso é mega egocêntrico, mas eu tenho o direito! Eu to bêbada. Acho. Mais ou menos.

-Porque você é única, Lily. –ele falou sem se virar, olhando para o chão –Você sempre foi a única.

Agora me diz: o que eu deveria fazer numa situação dessas? Porque eu fiz a única coisa que me pareceu sensata: virei James para mim e o beijei!

Oh, Merlin... Oh Merlin! Eu estou beijando James Potter!

Mas ele não estava exatamente me beijando de volta.

Será que eu tinha entendido errado essa história de ser “á única”?

Mas eu ainda não estava pronta para desistir. Incrível o que algumas doses de whisky de fogo não fazem.

Eu deslizei minha mão pelo peito de James, me deliciando com aquela pele quente e lisa dele. estar pregada àquele peitoral, com apenas um sutiã separando pele de pele, era paraíso. Eu envolvi o pescoço de James com os braços e mordi o lábio inferior dele, exigindo uma resposta.

E eu finalmente recebi uma.

De repente as mãos dele estavam na minha cintura, me segurando mais firmemente contra ele. A boca dele começou a se mover contra a minha e eu senti a pedra fria contra minhas costas e soube que ele tinha me pregado na parede. Não que eu estivesse a ponto de reclamar.

As coisas progrediram rápido dali. Minhas mãos não estavam mais satisfeitas em ficar paradas, as dele muito menos. Eu enlacei minha perna na de James, nos fazendo ficar mais perto e pode ser que (não estou que sim, sabe como essas coisas são, ficam confusas e tal...) eu tenha soltado um gemido por ai...

A boca de James desceu pelo meu pescoço, mordiscando minha pele. Eu estava pronta para derreter totalmente.

Foi nessa hora que James parou.

Ele me soltou como se queimasse e deu dois passos para trás.

-O que foi? –eu perguntei sem folego e confusa.

-Isso não está certo. –James declarou arfando.

-Como não? –eu exigi inconformada.

-Você não está completamente sóbria e eu não vou tirar vantagem.

-Muito nobre da sua parte e tal e coisa... –eu falei revirando os olhos –Mas caso você não tenha percebido eu estou querendo tirar vantagem de você.

James parecia estar lutando contra um sorriso. No fim a expressão preocupada venceu.

-Lily... Você nunca teve interesse em mim. –ele falou com uma resignação que doeu em mim –Esse é o álcool falando e...

-Olha aqui, James, eu conheço muito bem meus interesses! Por que você acha que eu vi a tatuagem? Porque eu estava olhando pra sua bunda!

James estava olhando para mim em choque. Eu tinha mesmo falado que... Ah Merlin.

-Você me chamou de James. –ele falou maravilhado.

-Chamei. –concordei, feliz que estivéssemos focando nisso e não na parte onde eu admiti ter sacado a bunda dele.

Um enorme sorriso maroto se abriu no rosto de James.

-Voltando aquela parte de você abusar de mim...

-Graças a Merlin!


Eu não sei quem beijou quem primeiro, mas a boca dele estava na minha e estávamos cambaleando para a cama. Meu sutiã de estrelinhas não chegou la.

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N/A: Ai está!

Obrigada por quem leu!
Semana que vem teremos o finale!
Comentem, please!

B-jão

terça-feira, 8 de outubro de 2013

MIB 2 - Capítulo 9 (parte 3)



-Posso te tocar agora? –ele perguntou de uma forma que soava formal de um jeito muito estranho, como se não estivessem falando exatamente disso, mas só do tempo lá fora.

-Pode. –ela respondeu num sussurro, se odiando por dentro.

-Eu acho melhor não.

Ully pulou, mas Remus apenas virou-se na direção da voz. Ela nem tinha ouvido a porta se abrir, mas la estava Jade olhando para os dois de forma reprovadora. Remus lançou um olhar frio a outra morena, que dizia claramente que ela podia sumir, mas Jade manteve-se firme.

Ully adoraria ter saído daquela posição estranha, mas Remus não estava dando espaço. Se ele achava que depois desse super bloqueio tinha chance de rolar alguma coisa ele era um pouco mais louco do que ela lembrava.

-Nós estamos esperando vocês na cozinha para decidirmos o que fazer. –Jade declarou de forma firme –Não é hora pra essas coisas.

Remus tirou as mãos da parede, mas não afastou o corpo do de Ully.

-Saí daqui, Lily. –ele falou com simplicidade –Isso não tem nada a ver com você.

-A Lily morreu, Lupin. Vocês a mataram, junto com as amigas dela. –ela falou de forma fria –O que nós somos agora é graças a vocês.

-Se você está querendo me fazer sentir culpado...

-Não, eu não estou. –Jade cortou –Pra você se sentir culpado você teria que ter uma consciência e, vamos ser bem sinceros aqui, você não tem uma. Você é só um assassino qualquer, uma ferramenta. Você mal chega a ser humano.

Remus finalmente afastou-se de Ully, só para aproximar-se de Jade e pega-la pelo pescoço. Ully ficou pregada na parede, mas sua mão foi parar na arma em sua cintura. Não queria mexer-se por temer que a coisa toda explodisse, mas se ele apertasse um pouco que fosse o pescoço de sua amiga, Ully ia atirar nele.

-Cuidado com essa língua, Jade. –ele sibilou –Ela vai te pôr em mais problemas do que você aguenta.

A mão dele apertou minimamente o pescoço de Jade e ela teve que ficar na ponta do pé pra aliviar um pouco do desconforto que ele estava causando. Foi quando Remus sentiu o cano da arma contra sua cabeça.

-Você não tem ideia do que nós aguentamos, Lupin. –Ully declarou de forma fria –Solta ela. Agora.

Remus abriu a mão e Jade afastou-se dois passos.

-Já perdemos tempo demais. –Ully falou com uma voz mais firme do que previra –Vamos pra cozinha.

Remus foi primeiro, sem olhar para nenhuma das duas. Quando Ully ficou sozinha com Jade esperava que a outra lhe desse uma bronca, reclamasse ou brigasse. Ao invés disso a amiga lhe lançou um olhar tão profundo de decepção que Ully preferia que ela tivesse gritado.

-Jade...

-Eu não quero saber, Ully. –a outra cortou –De verdade. Você faz o que você quiser.


Ully viu a amiga sair e respirou fundo. Devia ter problemas muito sérios mesmo. Isso não era normal, não podia se sentir assim. Devia isso a todas as outras, afinal elas só estavam naquela situação por causa dela. Não podia resolver “confraternizar” com o inimigo. Não a essa altura do campeonato. Não com tanta coisa prestes a acender e explodir...

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N/A: Eu sei que faz muito tempo e isso é praticamente nada, maaaaaaaaaaaaas eu to numa crise de inspiração u.u

Ta meio dificil sair dela, mas estou lutando bravamente contra a corrente que me prende no momento. Obviamente nunca perdendo o drama... rs

COMENTEM!

B-jão

Como Tatuagem - Capítulo 1



N/A: Olá, xuxus!

Aqui estou para mais uma fic. Essa vai ser curtinha. Na verdade era uma one-shot que acabou virando uma three-shot... hahaha

É meio viagem, temos um James tatuado, uma Lily tarada e enfim! Fanfics são feitas para serem delírios na minha humilde opinião.

Queria agradecer mais uma vez a Sulene por ser uma boneca e betar minhas vírgulas! hahaha

Enjoy!

XxX

Capítulo 1

James Potter tem uma tatuagem!

Maldito de uma figa!

E por sinal não era uma tatuagenzinha pequena não. Pelo pouco, o agonizante pouco, que eu tinha visto dava para deduzir que não era algo pequeno. Não, era grande, tribal e totalmente preto e eu exijo saber o que é!

Droga, eu estou surtando. De novo.

Certo, respira fundo. Melhor começar de novo.

Eu (Lily Evans, prazer em conhece-los), a monitora perfeitinha da Grifinória sou apaixonada por tatuagens. Marlene, minha melhor amiga, diz que eu sou tarada por tatuagens, mas não é verdade! Não é uma tara, é um fascínio. Há algo tão lindo nas linhas, desenhos e sombreados. A técnica, o cuidado, as cores... Era algo que me atraía desde criança.

Eu vim de uma cidade menor, onde elas não eram bem vistas, mas a primeira vez que fui para Londres com a minha família eu só me lembro da explosão de cores, designs, as peles marcadas. Foi amor a primeira vista.

Meu primeiro namorado foi um trouxa chamado Patrick que eu conheci nas férias antes do meu quinto ano. Ele era mais velho e tinha os dois braços fechados por tatuagens. Eu ainda suspiro sozinha pensando nele. Ai ai...

Okay, okay... Talvez eu seja levemente obcecada.

O que me leva de volta ao problema em mãos: James Potter.

Uma boa pergunta seria: quando James Potter não era um problema na minha vida? A resposta seria nunca, mas dessa vez ele se superara.

Para nós dois tinha sido ódio a primeira vista. Ta bom, talvez "ódio" fosse uma palavra forte demais, então deixemos como implicância a primeira vista.

O imbecil conseguia fazer da minha vida um pesadelo durante seis anos aqui em Hogwarts e agora, quando ele finalmente parava de me incomodar, me chamando para sair a cada 60 segundos, parecia pior.

Não é como se eu não estivesse aliviada que ele finalmente se tocara de que eu realmente não estou a fim, porque de verdade, eu estou. Marlene podia falar o que quisesse isso não é negação.

Tudo bem que eu sinto um pouco de saudade do jeito que ele sorria para mim, como ele ficava nervoso antes de me convidar para sair, como ele me seguia com o olhar quando eu entrava na sala, como... Enfim. Isso não queria dizer que eu gostava ou gosto dele. Porque eu não gosto!

Só é... Estranho. Nós passamos tantos anos feito cão e gato que agora era estranho esse nosso "relacionamento" civilizado.

Quando eu fiquei sabendo que James ia ser Monitor-Chefe questionei seriamente a sanidade mental de Dumbledore, mas, como sempre, fui uma boa menina e aceitei calada esperando que o tempo provasse que James era inapto. No fim das contas o tempo só mostrou o quanto eu estava enganada. James provara-se atencioso, dedicado e devotado ao seu cargo. Totalmente indiferente a minha pessoa.

Eu ficava esperando por pedidos e cantadas que eu obviamente recusaria, mas que nunca vieram. O impensável acontecera: James cansara de mim.

E eu não queria ter que dizer que isso incomodava, mas de certa forma... Incomoda. Justo quando eu comecei a pensar que ele era uma pessoa legal, um cara decente, ele resolve que não tem mais interesse nenhum em mim. Não que eu queira que ele se interesse.

Foi mais ou menos nessa época de confusão sentimental (não que houvesse sentimentos assim... Sentimentais) que eu descobri a tatuagem.

Foi no comecinho de outubro.

Eu ainda estava meio que vigiando o James, esperando que ele cometesse um deslize qualquer que provasse que não servia para ser monitor-chefe ou que me chamasse para sair. A tarefa ficava bem mais fácil levando em conta que dividíamos um dormitório.

Nesse dia eu estava lendo no sofá da nossa sala comunal quando James entrou, vindo de um treino de quadribol. Eu nunca vou admitir em voz alta, mas ele fica muito bem naquele uniforme, principalmente todo suado e desarrumado desse jeito... Aliás, eu já estava me xingando mentalmente por estar reparando no Potter dessa forma quando ele deixou sua varinha cair e esta rolou para de baixo de uma poltrona.

Eu assisti, com certo interesse, o maroto resmungar alguma coisa e abaixar-se para pegar a varinha. Eu já estava admirando todas as vantagens do quadribol (quem imaginaria que ficar voando por ai deixaria ele com uma bunda dessas...) quando a camiseta dele deslizou e eu vi! EU VI!

James Potter tem uma tatuagem!

Eu não consegui ver o que era, apenas o pedaço mínimo que estava exposto, mas eu podia ver que começava na base da espinha dele, logo acima da linha do quadril. Era dali que saíam as linhas negras. Dava para ver que era um desenho tribal e, Merlin, devia ser enorme! Mas o que? Quando parei para pensar a única coisa que conseguia imaginar ele tatuando era um pomo de ouro, mas aquilo estava meio grande para ser isso.

Antes que eu pudesse contemplar o que mais poderia ser James recuperou a varinha e levantou-se, indo para seu quarto.

Eu quase pulei do sofá e fui atrás dele, exigindo saber o que era aquela tatuagem. Desde quando ele a tinha? Tinha doído muito fazer? O que significava para ele? Eu podia ver?

Só depois me toquei do ridículo da ideia. Nós mal nos falávamos e agora eu ia ataca-lo para ver uma tatuagem que eu nem devia ter visto? É, não ia ser legal.

Mas a misteriosa tatuagem virou uma obsessão para mim.

OK, eu estava obcecada e pronta para admitir. Mas obcecada pela tatuagem, não pela pessoa. James nem era tudo isso. Tudo bem que ele era alto e sarado e que os olhos dele eram absolutamente incríveis... E aquele cabelo bagunçado era na verdade muito charmoso, o sorriso dele era incrível. Ah droga! Isso não podia estar acontecendo! O único interesse que eu tenho em James é aquela maldita tatuagem. E só!

Então a partir daquele dia minha missão de vida passou a ser descobrir qual era a tatuagem que James tinha. E de preferência vê-la.

Eu tentei puxar o assunto com a Marlene, afinal ela tinha algum tipo de relacionamento não identificado com Black, o melhor amigo de James, então talvez soubesse alguma coisa. Mas eu mal comecei a falar de rapazes tatuados e ela já me jogou um olhar e me chamou de tarada.

Ah as maravilhas da amizade...

Depois desse pequeno comentário, achei melhor não perguntar nada ou a Marlene ia tirar conclusões muito erradas das quais eu não ia gostar nada.

Tentei falar com a Alice. O namorado dela, Frank, jogava quadribol com James, o que queria dizer que os dois dividiam um vestiário. Não que eu achasse que o Frank ficava secando o James enquanto ele tomava banho ou algo do tipo, mas se a tatuagem fosse tão grande quanto eu achava que era não tinha como alguém não reparar. Mas Alice cortou minhas esperanças. Quando eu comentei de tatuagens com ela, ela me disse que era difícil ver um puro sangue tatuado, porque a sociedade bruxa achava de péssimo gosto se marcar.

Isso me deixou confusa. Eu tinha certeza que tinha visto uma tatuagem em James. Eu não estava louca (a esse ponto, pelo menos). Mas por que ele teria uma tatuagem se elas não eram bem vistas no mundo bruxo?

A conversa com Alice me deixou mais perguntas do que respostas e com isso o tempo foi passando e a curiosidade aumentando. Eu sempre fui muito curiosa, o tipo de pessoa que a frase "eu tenho um segredo para te contar, mas tem que ser depois" podia levar a loucura. E todo aquele mistério estava me matando lentamente. A curiosidade estava ficando tão grande que eu cheguei seriamente a considerar invadir o banheiro quando ele estivesse tomando banho. Nós dois tínhamos um banheiro em comum, então isso nem seria um desafio.

Foi só aí que eu me dei conta da idiotice da ideia. Merlin, eu devia estar ficando realmente louca.

Imagina a cena! James tomando banho e eu invado o local e pego ele no chuveiro... Sem roupa... Água escorrendo pelo peito...

Merlin! O que foi isso? Eu não estou pensando no Potter sem roupa! De jeito algum. Embora ela realmente tenha um ótimo corpo.

Eu não disse isso!

Eu devo estar ficando louca.

De novo. Ainda. Sei lá.

Por razões óbvias eu mudei de ideia sobre o chuveiro, mas passei a frequentar os treinos de quadribol.

Eu sabia que as meninas iam la para ficar secando os jogadores, então quem sabe tivesse a chance de eu ver alguma coisa.

A primeira vez que eu apareci no treino James quase caiu da vassoura com a surpresa. Ele passou o tempo todo me olhando com um ar especulativo, como se achasse que eu aparecera ali para aprontar alguma coisa. Não melhorou muito com o tempo.

No quesito tatuagem os treinos foram inúteis. James não era como a maioria dos jogadores que tiravam a camiseta em público, como Sirius adorava fazer, só para deixar as menininhas babando. Mas era divertido, eu conversava com as outras meninas, dava risada e acabei conhecendo melhor o time e ficando mais próxima deles. Consequentemente fiquei mais próxima do James também.

No começo ele ainda era cuidadoso, como se achasse que eu tinha algum motivo secreto para estar ali (como eu realmente tinha achei melhor não brigar com ele). Depois de alguns dias ele deve ter resolvido que não havia motivo algum (que ele soubesse) para desconfiar e nós entramos numa camaradagem simples. Não dava para chamar de amizade, mas era muito diferente de todos os nossos "relacionamentos" anteriores. E, por algum motivo, eu gostava disso. Gostava de cumprimenta-lo de forma madura e conversar com ele sem ser aos gritos. Gostava da forma como trabalhar com ele ficava mais fácil. Gostava de como ele me pedia ajuda com Poções e me ajudava com Transfiguração.

Eu gostava de James Potter. Ah droga.

A realização me acertou com a força de um balaço desgovernado. Depois de todo esse tempo rejeitando e brigando com o imbecil eu me apaixono por ele bem quando ele desiste de mim.

Ah, a ironia.

O pior era saber que ele não tinha mais interesse em mim e a culpa era só minha. Afinal quem dissera milhares de vezes para ele desistir porque não tinha chance alguma?

Alguém la em cima devia estar se divertindo muito as minhas custas.

E eu já tinha decidido não incomodar o James com meus sentimentos. Era quase cruel que eu resolvesse gostar dele justamente quando ele não me queria mais.

Isso não diminuiu minha curiosidade. Muito menos minha frustração.

E em dezembro eu meio que surtei. Em minha defesa a culpa é toda do James.

xXx

N/A: É ó-beveo que a culpa é do James! De quem mais seria?

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Sexta tem mais!

B-jão