quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Você Sabe Que Me Ama - Capítulo 3 (parte 4)

***

Agnessa subiu as escadas para o dormitório feminino cantarolando Joan Jett. Ela tinha grandes planos para esse ano. Claro que nenhum envolvia jogar quadribol, mas ela podia se adaptar. Agora que James estava lhe devendo tudo seria mais fácil.

Mas uma coisa de cada vez. Tinha a leve impressão de que Lily não ia precisar de sua ajuda. Verona definitivamente ia e Celina também. Ainda estava decidindo se seria uma boa amiga para Iolanta ou se só ia zoar a meio metro quando entrou no seu quarto e...

-Pelo amor de Deus! O que você está fazendo?

-Sh. É difícil me concentrar nessa posição. –Celina respondeu sem abrir os olhos.

Agnessa tentou respirar fundo e acessar a coisa toda de forma calma. La estava Celina, usando um turbante azul turquesa (sim, um turbante de verdade), um short de ginastica bem curto e apertado e um top. Claro que, apesar do turbante, o problema não era esse. Ela estava em alguma posição estranha. Era até difícil de explicar. Celina estava em posição de quem está sentado, mas sem cadeira alguma, o que queria dizer que a perna dela devia estar doendo pra caramba. E sim, uma perna só estava apoiada no chão, porque a outra estava enrolada na de apoio de um jeito muito esquisito, que fazia parecer que ela não tinha ossos. Os braços também estavam enrolados um no outro e as mãos dela estavam unidas palma a palma em frente ao seu rosto.

-Sério, Celina, você está me assustando. O que é isso?

A ruiva suspirou entediada e desmanchou a posição lentamente.

-Essa é a posição Garurasana, do Bikram Yoga. –ela esclareceu ficando totalmente reta –Ela melhora a flexibilidade de vários pontos do corpo e dá força aos músculos. Além de ajudar a circular o sangue nos rins e aumentar a energia e o controle sexual.

-A não ser que você esteja com intenções de fazer alguma coisa sexual eu não vejo a utilidade. –Agnessa declarou jogando-se em sua cama.

Celina ignorou-a, declarou para o nada “Pada-Hastasa” e abaixou o tronco, abraçando os joelhos.

-Sério, você é mega flexível... –Agnessa comentou –Os caras iam pirar nisso.

-Não é meu foco. –foi a resposta abafada.

Claro que não.

Celina estava fazendo uma posição que chamara de Sasangasana, que consistia basicamente de se fazer passar por um ovo no chão, quando Iolanta entrou no quarto. A outra garota olhou para a amiga, deu de ombros e foi sentar-se na cama com Agnessa.

-Eu deveria perguntar?

-Não. –foi a resposta da loira –Deixa ela. Alguma novidade na monitoria?

-Ainda não. –ela respondeu espreguiçando –Lily vai entregar os horários para patrulha amanhã. Espero não pegar nenhum Sonserino.

-Você devia fazer rondas com o Diggory e se resolver com ele de uma vez por todas. –Agnessa falou com um sorriso maldoso.

Iolanta jogou um olhar ultrajado a sua amiga.

-Como assim? –exigiu irritada.

-Colega, você não tem como escapar, a não ser que um milagre aconteça. –Agnessa falou de forma prática –O que vai adiantar você ficar se estressando?

Durante as férias de verão os pais de Iolanta a informaram de que ela estava noiva de Amos Diggory. Sem direito a opinião, reclamações ou a pular fora. Era um contrato que existia há anos e não ia ser anulado só porque ela era uma adolescente cheia de vontades.

Pobre Iolanta. Se tinha uma coisa que ela nunca fora era mimada. Era sempre tão tranquila e sorridente e cheia de energia...

-Eu não quero casar com aquele babaca! –ela choramingou –Ele é arrogante, chato...

-Lindo de morrer. –Agnessa comentou com descaso.

-E daí? –Iolanta rebateu –Beleza não põe mesa!

-Mas abre o apetite. –a loira retrucou com indiferença.

Iolanta jogou as mãos pro alto em frustração.

-Dá pra você ser mais caridosa com os meus problemas?

-Hum... –Agnessa fingiu pensar –Não.

-Por que você não é Sonserina mesmo? –Iolanta quis saber.

-Sonserina ficou com medo de mim. –ela deu de ombros -Grifinória foi a única corajosa o bastante pra me encarar.

Iolanta jogou um olhar irritado a amiga, que teria sido mais ameaçador se não fosse pela cara de boneca que tinha.

-Ustrasana! –Celina declarou do nada e trocou de posição.

-Ela fala o nome da pose antes de fazer? –Iolanta perguntou confusa.

-Pelo jeito... –Agnessa suspirou –Olha, Io, não é que eu não ligue e não é que eu não ache ridículo. Eu acho um absurdo seus pais poderem te forçar a casar, mas a verdade é que eles podem. Nem o Diggory tem direito a reclamar, que dirá você, uma mulher. –ela falou com sarcasmo direcionado a sociedade sangue-puro –Eu até posso te ajudar a reclamar e amaldiçoar, mas a longo prazo não seria melhor você tentar se entender com ele?

Iolanta estava olhando para a amiga em silêncio, mordendo o lábio inferior. Então seus olhos começaram a encher de lágrimas.

-Ah não!- Agnessa falou na hora –Não, não, não! Sem...

Tarde demais. Lágrimas gordas começaram a escorrer pelos olhos da outra e soluços chacoalhavam todo seu corpo.

-Ah Nessa! –ela exclamou jogando os braços em volta do pescoço da amiga e chorando em seu ombro.

-Ah Deus. –Agnessa bufou –Que tal uma ajuda, Celina?

-Eu estou tentando me concentrar aqui... –a outra cantarolou.

-Eu sabia que você tinha um coração generoso e caridoso, Agnessa. –Iolanta falou em meio as lágrimas.

-Menos, pentelha. Bem menos, quase nada. –ela falou.

Iolanta tinha explosões de emoções que não podiam ser normais. Quem mais chorava desse jeito do nada?

Foi bem nessa hora que Alice Cooper entrou no quarto.

-Meninas, vocês...

Ela parou ao ver Celina de turbante e Agnessa com cara de desespero enquanto Iolanta chorava em seu ombro.

-Hum... Deixa pra la. –saiu e fechou a porta.


***********************************************************************************
N/A: Aí está! A super frase da Agnessa "Sonserina ficou com medo de mim. Grifinória foi a única corajosa o bastante pra me encarar." foi emprestada da RaeganBlack, da fanfic "I don't like her!" hahaha Amei essa, tive que usar.

Se vocês jogarem no Google ele mostra as posições de yoga que a Celina tava fazendo! kkkkk

COMENTEM!

Ioio histérica é nossa capa! hahahaha

B-jão

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Damas Grifinórias - Capítulo 6 (parte 1)



“Darlin' you give love a bad name
An angel's smile is what you sell
You promise me heaven then put me through hell”
(You Give Love A Bad Name, Bon Jovi)

Capítulo 6: Família

Lily não gostava de surpresas. Aprendera muito cedo o valor do planejamento, odiava o caos e os imprevistos.

Professor Lupin era um imprevisto. Do pior tipo.

Lily ainda não entendia qual era o jogo que ele estava jogando. Se fosse um aluno seria mais fácil de entender, mas o cara era um professor, anos mais velho. O que achava que ia conseguir com essa brincadeira?

Um processo por assédio sexual, isso sim. Se ele achava que ia brincar com ela teria uma surpresa enorme. Lily não jogava mais por diversão, só para vencer.

Graças ao Mapa do Maroto, que Roxanne conseguira recriar, a ruiva sabia que o professor estava sozinho em sua sala e não havia mais ninguém por perto. O que não era uma surpresa, já que a maioria dos alunos preferia passar o dia dormindo no domingo.

Ia resolver isso de uma vez por todas.

Entrou na sala sem bater e encontrou Remus sentado a sua mesa, escrevendo alguma coisa em um pergaminho. Ele parecia muito concentrado e estava usando óculos. Quem diria?

-Posso ajudar, senhorita Potter? –ele perguntou sem levantar os olhos do que escrevia.

Lily empurrou a porta que se fechou. Um clique foi ouvido, indicando que ela tinha sido trancada. Remus levantou a cabeça para encara-la e arqueou a sobrancelha.

-Você disse que queria negociar. –ela falou de forma simples –Então aqui estou.

Remus soltou uma risada rouca, abaixou sua pena e tirou os óculos.

-Do jeito que você fala parece que eu te forcei a vir aqui para te molestar. –ele falou.

-Eu não sei por que você me chamou aqui. –Lily indicou –Pode ter sido pra me molestar.

Ele revirou os olhos e levantou-se da mesa.

-Eu não tenho interesse em te molestar, muito menos a necessidade. –ele falou caminhando até um armário e abrindo a porta.

Lily viu o professor tirar um livro do armário e seu coração disparou. O Livro das Damas! Finalmente! Faria tudo para tê-lo, mas não podia deixar Remus saber disso ainda. Se ele soubesse p quanto ela queria o livro teria vantagem na negociação. E já que Lily não tinha ideia do que ele poderia querer não podia dar-lhe vantagem alguma.

Remus virou-se para ela e fez um gesto para que a ruiva se aproximasse. Lily sabia que não devia ceder tão fácil, mas queria o livro mais que tudo, então revirou os olhos, só pra fazer charme, e foi.

-Quer dar uma conferida, pra ter certeza de que eu não estou te enrolando? –ele provocou divertido.

-Não precisa. –ela falou com descaso –Você estaria enrolando sua irmã também e todos nós sabemos que você não faria isso.

Remus riu divertido. Parecia que nada do que ela falava incomodava o homem e isso estava começando a incomodar Lily.

-Ponto para você. –ele cedeu.

-Então que tal pararmos com essa brincadeira e você me dar o livro de uma vez? –ela rebateu.

-E perder a diversão? –ele fingiu pensar –Eu acho que não. –completou colocando o livro embaixo do braço e caminhando para a sua mesa.

Lily teve que respirar fundo para manter sua compostura. Não podia deixa-lo ver que a estava irritando.

-Eu não entendo o que você espera conseguir com isso. –ela falou por fim –Eu duvido que seja dinheiro. –o viu dar uma risada de escárnio –Status na escola muito menos. Então por que você não esclarece de uma vez por todas o que você quer comigo.

Remus encostou o quadril na mesa e colocou o livro atrás de si. Ele tinha esse constante sorriso de canto de lábio que estava começando a irrita-la sobremaneira. Ele cruzou os braços, seus olhos incrivelmente azuis nunca desgrudando do dela.

Lily tinha que dar crédito a ele: os olhos de Remus nunca saíam do seu rosto. Não era como a maioria dos meninos, que a essa altura já estaria babando pelas pernas dela expostas pelos shorts. Mas até aí, Remus não era um moleque. Era um homem e isso queria dizer que ele era problema. Dos grandes.

-Eu achei que era meio óbvio, senhorita Potter. –ele declarou com simplicidade –Eu te acho fascinante. Bonita, inteligente, madura.

-Posso acrescentar menor de idade? –ela perguntou irônica.

O sorriso dele tornou-se malicioso.

-Seria esse um bom momento para dizer que eu não ligo? –ele perguntou divertido –Além do mais, você quer que eu acredite que você gosta desses meninos ridículos com os quais você convive? Que você gosta da imaturidade que todos eles têm?

Lily fingiu refletir.

-Nem todos são imaturos. Scorpius tem a cabeça bem feita.

Remus bufou.

-Ele é um pirralho mimado como o seu irmão e você sabe muito bem. –ele retrucou –Se você está querendo me cutucar vai ter que achar alguém melhor.

Lily estreitou os olhos.

-Pela última vez, ou eu não ligo mais para esse livro: o que você quer? –ela perguntou por entre os dentes.

-Você, senhorita Potter. –ele declarou sem hesitar.

Bom, o que uma garota responde quando seu professor declara uma dessa tão diretamente.


-Nem que fosse louca, professor Lupin. –foi o que Lily respondeu.

********************************************************************************

N/A: MEO DEOS!!! hahahah Agora foi hein? hahahah O que será que vai rolar?

A música de abertura desse capítulo é um clássico do Bon Jovi que diz:

"Querida, você dá má fama ao amor
Um sorriso de anjo é o que voce vende
Voce me promete o céu, então me faz passar pelo inferno"

COMENTEM!!

B-jão

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Você Sabe Que Me Ama - Capítulo 3 (parte 3)



***

James cruzou o retrato para a sala comunal Grifinória quase que correndo. Uma coisa era deixar Lily sabendo que ainda era interessado nela, outra era fazer papel de idiota fazendo uma declaração de devoção. Talvez devesse cortar os próprios pulsos e acabar com seu sofrimento.

Deu dois passos dentro da sala e viu Agnessa jogada em uma das poltronas, as pernas sobre um dos braços e a cabeça no outro. Até desse jeito pouco refinado ela deixava a maioria das meninas da escola no chinelo. Sem contar que o short jeans e a regata que ela usava provavelmente custavam mais que uma vassoura nova.

-Ei Agnessa! –chamou.

A loira levantou a cabeça e quando viu James vindo em sua direção levantou-se da poltrona.

-Esse vai ser o ano que você vai aceitar minha proposta? –ele quis saber.

A loira abriu um sorriso sedutor e jogou os braços em volta do pescoço do maroto.

-A de deixar essa vida mundana para lá e ser a mãe dos seus mini-Potters? –ela perguntou de forma sedutora.

-Hum... Não. –James respondeu com cuidado –A de entrar pro time de quadribol.

Agnessa revirou os olhos e se afastou do maroto.

-Nem pensar. –declarou.

-Ah qual é, Agnessa! –James protestou –Nós seríamos imbatíveis com você no time! Você é uma das melhores artilheiras que eu já vi.

-Me diz uma coisa que eu não sei. -a loira pediu analisando as próprias unhas.

O ego dela era impressionante, James tinha que admitir. Conseguia bater de frente com o dele e de Sirius e vencer.

-Qual é, Agnessa! –James insistiu –Vai ser perfeito! Nós temos a vaga disponível, você tem o talento...

-Eu não quero jogar quadribol no time. –ela falou como se ele fosse lerdo –Eu tenho mais o que fazer da vida.

-Eu faço o que você quiser! –James falou sem pensar direito.

A loira voltou-se para ele na hora, seus olhos com um brilho estranho e James engoliu em seco. Agnessa era uma cobra em pele de leão, a mente dela trabalhava como a de um Sonserino. Não devia ter falado isso.

-Qualquer coisa? –ela desafiou.

E James era orgulhoso demais para voltar atrás.

-Qualquer coisa. –afirmou.

-Eu entro para o time e até participo dos treinos. Com a condição de que...

James prendeu a respiração. Ela não o faria beijar Snape, né? Ou dar um tapa na bunda da professora Minerva... Agnessa adorava apostas e fazer as pessoas fazerem coisas ridículas. Tudo era possível.

-Você vai ficar me devendo um favor. Um grande. –ela falou de forma dramática –Se eu matar alguém você tem que me ajudar a escapar de Azkaban. Se eu quiser explodir a escola você tem que acender o pavio. Se eu engravidar e não souber de quem você tem que assumir.

-Hum, essa última não, por favor. Seria difícil casar com a Lily desse jeito. –ele pediu.

Agnessa revirou os olhos.

-É só um exemplo, Potter. –ela falou impaciente –Você vai me dever um grande favor. Tem certeza que quer fazer isso?

James engoliu em seco.

-Hum... Sim?-respondeu hesitante.

-Ok, capitão. –ela deu de ombros –Te vejo no primeiro treino. –e foi embora.


-Essa menina... -James falou para si mesmo -Tem sérios problemas.

**************************************************************************
N/A: Falando em Agnessa, ela é nossa capa! COMENTEM!!!

B-jão

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Você Sabe Que Me Ama - Capítulo 3 (parte 2)






Os outros Marotos estavam tentando enlouquecidamente dar apoio moral a Sirius sem dar muita risada. Não estava sendo fácil. Não tinham ouvido o que Verona falara, mas pela cara do amigo devia ter sido ótimo. E totalmente “friendzone”.

Grande palavra, James decidiu, expressava bem como as coisas iam com Sirius. Mas tinha que confessar que entre não ter nada com Lily e estar na friendzone... Bom, era patético a esse ponto.

Nunca imaginara que Dumbledore daria o cargo de Monitor-Chefe para ele. Capitão do time de quadribol sim, porque, sem falsa modéstia, James era o melhor. Monitor-Chefe tinha sido uma grande surpresa, para ser sincero ainda nem acreditava direito. Estava esperando seus amigos saírem de algum canto a qualquer momento dando risada e o chamando de idiota por ter acreditado.

Será que eles podiam fazer isso depois que ele passasse uma noite sozinho com Lily?

Quando recebeu a notícia de que seria Monitor-Chefe (e depois de interrogar a casa inteira pra ter certeza de que ninguém estava armando uma pra cima dele) James refletiu muito sobre tudo. No primeiro momento houve uma certa revolta, odiava monitores, principalmente os superiores, porque não faziam anda além de estragar a diversão dos outros. Depois veio a ansiedade: como ia coordenar isso com quadribol? Seu time não podia ser prejudicado por uma besteira dessas. Dai a insegurança: será que ele tinha capacidade para ser Monitor-Chefe sem nunca ter sido monitor antes? Claro que essa passou logo, porque se tinha uma coisa que James tinha de sobra era confiança.

Ficaram muitas dúvidas correndo na cabeça de James e, como os amigos não paravam de zoa-lo, estava difícil entender o que realmente sentia com a notícia. Aí veio uma certeza: Lily seria a monitora-chefe! Era impossível ser qualquer outra pessoa. Ele teria a chance de...

De que? De faze-la odiá-lo ainda mais? Merlin, isso era ridículo.

Ele era ridículo.

Ele tinha ficado, supostamente, tão chato que Sirius declarara que ia chamar Verona para discutir a situação com eles. Claro que isso provavelmente era só uma desculpa de Almofadinhas para ver a morena.

Verona, com toda a doçura que lhe era característica, mandou James calar a boca e virar homem. Falou que sabia que ele faria um bom trabalho e prometeu conversar com Lily.

Esse tempo que teve foi bom para refletir e se acalmar. Também formara um plano: não ia mais ser um babaca, ia mostrar a Lily aquele lado que só os amigos viam, o lado que, embora ainda fosse arrogante,  não era o de um completo imbecil.

Por isso, no fim do dia, quando foi encontrar-se com Lily no dormitório dos monitores teve uma séria conversa consigo mesmo. Mentalmente, para ninguém achar que ele era muito louco. Ia agir como um estudante maduro, um rapaz de respeito, o Monitor-Chefe que...

Tudo isso foi pelo ralo quando entrou na sala comunal do novo dormitório e deparou-se com Lily parcialmente debruçada sobre a mesa, olhando sabe Merlin o que. Graças aos anjos ela não estava de costas para ele, porque provavelmente não teria sobrevivido a visão dela com aquela saia.

Mesmo assim, só o perfil, já o estava matando.

Depois de todo o tempo que passara praticamente perseguindo Lily, tinha suas partes preferidas nela decoradas. Começava dos olhos, claro, passando pelo nariz levemente arrebitado. O cabelo dela estava preso num coque bagunçado, o que deixava um único cacho caindo sobre o pescoço dela. James amava esse cacho. E, logicamente, dai vinha a blusa colada, a saia curta... Até os pés descalços dela eram lindos.

Ele era patético.

-Nossa, Lily, assim você acaba comigo. –se viu falando antes que conseguisse segurar a língua.

A ruiva virou a cabeça para encara-lo e arqueou uma sobrancelha. Incrível como um gesto tão simples era tão expressivo nela.

James respirou fundo. Ok, já tinha falado merda, mas agora tinha que levar na brincadeira, deixar de um jeito leve. Não queria Lily pensando que ele ia voltar a assedia-la diariamente.

-Ei, eu sou só um rapaz inocente! –ele falou, fazendo sua melhor expressão de inocência –O que eu posso fazer se você está aí, toda linda?

James viu, no mais completo fascínio, um sorriso começar a surgir de forma relutante no rosto de Lily, como se ela estivesse lutando contra. Até que finalmente o sorriso venceu e surgiu reluzente no rosto dela.

-Você é terrível. –ela declarou revirando os olhos.

-Eu sou sincero, o que é completamente diferente. –James provocou sorrindo.

Lily bufou e virou-se de novo para o que lia antes, mas James viu o sorriso. Ah! Vitória!

-O que você está fazendo? –ele perguntou aproximando-se com cuidado. Parou ao lado dela, mas não muito próximo, para não dar a impressão de que estava cercando-a.

-Pensando em como organizar as rondas. –ela falou de forma distraída, sem tirar os olhos do pergaminho –Precisamos apresentar isso amanhã para McGonagall.

James esticou a cabeça para olhar melhor.

-E eu pensando que como monitores-chefes nós poderíamos deixar tudo para os outros e relaxar. –ele falou de novo, então se xingou, porque sabia que ela ia levar para o lado errado.

Mais uma vez, para sua surpresa, Lily deu uma risada baixa.

-Não, não podemos. Nós temos que fazer mais que todo mundo. –ela falou, então olhou para ele –Algum problema com isso?

Merlin, os olhos dela eram mais que lindos.

-Nenhum. –ele falou, embora sentisse sua garganta seca –Você está realmente bonita hoje, Lily.

O rosto de Lily ficou repentinamente vermelho, mas James não se arrependeu de ter falado a verdade. Tudo bem, podia querer se relacionar melhor com Lily, mas não queria que ela achasse que tinha desistido dela. Embora fosse aceitar ser só amigo se fosse o que a ruiva realmente quisesse não ia deixar dúvidas de que não era só isso que queria.

-Obrigada. –ela murmurou sem graça, mas ele viu o sorriso!

-OK. –ele respirou fundo –Vamos ver essas rondas.

***

Lily estava chocada. Com a ajuda de James resolvera a questão das rondas em 20 minutos. 20 minutos! Muito mais rápido do que achara que seria necessário.

Sentiu-se um pouco culpada porque começara a fazer o roteiro sozinha, já que tivera certeza de que James não ia ajuda-la. No fim, ele fora super prestativo e atencioso e eles terminaram rápido.

Ela tinha aquela pontinha de dúvida e desconfiança da qual não conseguia se livrar. Anos achando que James era um babaca não iam desaparecer num passe de mágica, por mais que tivesse prometido as amigas que daria a ele uma chance. Mas até que ele estava sendo legal...

Não tinha esquecido os comentários que ele fizera há pouco, mas comparando com coisas que tinha ouvido dele antes, que supostamente eram declarações, estava bom. Mesmo porque que garota não gostava de saber que era considerada bonita?

E, apesar dos pesares, James sempre fora sincero nos elogios, mesmo quando exagerava na dose. Uma vez, no quinto ano, chegara a fazer uma poesia para o nariz dela. Celina achou a coisa mais linda do mundo e suspirou por dias, enquanto Agnessa ameaçou vomitar durante a declamação. Lily nunca mais viu seu nariz do mesmo jeito.

Mas ia ficar de olho, só por via das dúvidas. Se James começasse aquela chatice de chama-la para sair o tempo todo ia se arrepender amargamente.

-Então... –ele falou quando ela terminou de guardar o pergaminho –O que foi que a Verona falou para o Sirius na mesa do café da manhã?

Só a memória da conversa fez Lily cair na risada. Ela explicou ao maroto que, ao fim do conto, estava rindo tanto quanto ela.

-Coitado do Sirius. –James falou com simpatia –As vezes eu me pergunto se ela faz de propósito.

-Não é. –Lily falou sorrindo –Ela acha que eles são só amigos e que o Sirius dá em cima dela pra brincar.

-Por que vocês não explicam para ela que não é o caso? –o moreno quis saber.

-A gente já pensou na possibilidade. –Lily admitiu –Mas Agnessa acha que devíamos deixar os dois se virarem e ver no que dá. Ver se ele cria coragem pra ser mais direto.

-E no meio tempo vocês se divertem horrores as custas dele. –James acusou sorrindo.

-Mais ou menos isso.

Os dois compartilharam um sorriso. James limpou a garganta e sorriu levemente.

-É a primeira vez que a gente conversa sem brigar. –ele falou sem graça.

Lily pareceu surpresa por um segundo, então também sorriu.

-Na verdade é a segunda. –ela falou –Nós não brigamos no trem.

James não tinha pensado nisso. Ainda mal acreditava que a conversa do trem não tinha sido um delírio seu.

-Se a gente continuar nesse ritmo logo seremos melhores amigos e vamos pintar a unha um do outro. –James falou revirando o pulso e fazendo Lily rir.

-Até parece que você quer ser meu amigo. –ela falou.

-Não mesmo. –ele respondeu honestamente –Eu queria ser mais. Mas eu aceito sua amizade, se for a única coisa que você puder me oferecer.

Lily olhou chocada para James, sem saber o que falar. As palavras travaram em sua garganta e ela só conseguia olhar para ele. O maroto corou levemente.

-Hum... Bom... –ele passou as mãos repetidamente pelo cabelo –Eu preciso... Falar com os meninos. –declarou um pouco alto demais –Tchau!

E antes que Lily se recuperasse ele ja tinha sumido dali.


***
N/A: Comentem, please!!!!

Capa do dia é nosso querido Sirius que está passando frio na friendzone! hahaha E já que houve comentários que a outra foto era infeliz eu resolvi tentar mudar a opinião de vocês... hahahaha

B-jão