quinta-feira, 21 de março de 2013

MIB 2 - Capítulo 7 - Final



Pedras voaram quando o carro brecou e derrapou levemente antes de parar.

-Eu devo dizer, Ayla, que eu nunca achei que você fosse aprender, mas você me surpreendeu.

Ayla revirou os olhos e desligou o motor do carro.

-Eu sempre fui a melhor aluna. –ela falou.

-Comparada com as outras, com certeza. –ele falou –Não que isso seja muito difícil.

A morena riu e inclinou-se no banco do carro, seu olhar fixo no teto.

-Logo logo a gente vai poder voltar para a Inglaterra, né?

-Sim. Vocês nunca vão estar mais prontas do que vocês estão agora a não ser que comecem a ganhar experiência. –Lee confirmou.

-Experiência como caçadoras de recompensa? –ela arqueou a sobrancelha de forma duvidosa.

-Ei, é uma profissão digna e legalizada. –ele argumentou –E a Michelle vai ajudar vocês. Ela é levemente psicótica, mas faz um bom trabalho.

-Reconfortante, japônes.

-Eu já falei que eu sou chinês. –Lee retrucou.

Ayla riu porque Lee trocava de nacionalidade com uma cara de pau impressionante. Toda vez que elas usavam a ultima que ele tinha falado o imbecil aparecia com outra, cheio de ultraje.

-Quando você vai contar pra gente sua verdadeira nacionalidade? –ela perguntou, virando-se no banco do carro para poder encara-lo.

-Eu já falei.–dessa vez ele nem escondeu o sorriso divertido - Tailandesa.

Ayla revirou os olhos, mas acabou sorrindo também. Tinha essa intimidade com Lee, sentia-se bem quando estava com ele. Até quando o homem agia como um babaca sarcástico, como era a maior parte do tempo.

Ele treinara todas elas bem e sem dó nenhum. Cada sessão era um roxo novo, uma queimadura nova, músculos que doíam muito, mas tudo valia a pena. Elas iam voltar para casa agora.

O olhar de Ayla caiu em Lee e percebeu que ele também a olhava fixamente.

-O que foi? Nunca viu? –perguntou, levantando o queixo.

Ele abriu um sorriso divertido.

-Já deu uns amassos no banco de trás do carro? –perguntou arqueando a sobrancelha de forma sugestiva.

Ayla arqueou a sua.

-Não desde que eu tinha 17 anos. –foi a resposta dela.

-Relembrar é viver, ex-loira. –ele retrucou pulando para o banco de trás do carro.

Ayla olhou em choque para Lee.

-Essa foi a proposta mais não-romântica da minha vida. –declarou.

-Eu duvido. –foi a única resposta que ele deu, seu sorriso ainda la.

-Você ta mesmo achando que eu vou pular pro banco de trás pra você poder abusar de mim? –ela perguntou incrédula, mas rindo.

-Você pode abusar de mim, se preferir. –ele ofereceu solícito.

Ayla sabia que não ia se fazer de difícil por muito mais tempo. Gostava bastante de Lee. Além do mais, a última pessoa com quem estivera fora o Black e estava na hora de tirar a zica. Pulou para o banco de trás direto no colo de Lee.

-Você é muito cara de pau. –ela comentou, ajeitando-se de forma a ficar de frente para ele, cada joelho de um lado do quadril dele.

-Eu sempre prefiro ser honesto. –ele falou com um sorriso.

Ayla olhou nos olhos dele.

-Por que você largou a Yakuza? –perguntou de repente.

Não tinha nada pior para cortar o clima e Ayla nem sabia de onde tinha vindo a pergunta. Lee nunca falava sobre seu passado, principalmente seu tempo com a máfia. Porém algo naquele momento era intimo demais para que existisse segredos entre eles. Lee já sabia tudo sobre ela. Ayla não sabia nada sobre ele.

Ele desviou o olhar do dela e fixou-o na janela do carro. Ayla já desistira de ouvir uma resposta, quando ele suspirou e puxou-a para mais perto, colando seus quadris.

-Quando você é novo e acha que tem o mundo a seu dispor tudo é divertido. –ele começou, ainda sem encara-la –Até as coisas “erradas”. E era tudo muito divertido no começo: as drogas, as brigas, as mulheres. A coisa que eu mais gostava de fazer era cobrança. –uma risada cheia de amargura –Ter uma desculpa para entrar na casa de alguém e acabar com essa pessoa de tanto bater. Uma vez, eu bati tanto em um homem que trinquei os dedos das mãos. E mesmo assim foi muito “divertido”.

Ele parou de novo e Ayla deu-lhe tempo. Lee virou-se e começou a encara-la.

-A organização que eu fazia parte trabalhava mais com tráfico de drogas, jogatina e prostituição. –ele explicou –Outras famílias têm outros interesses, como estelionato, falsificações e até assaltos e sequestros. Nós nunca entrávamos nesses negócios e mantínhamos nossa distância das outras famílias que trabalhavam com os crimes mais pesados. Até que eles resolveram... Diversificar os negócios.

As mãos dele apertaram a cintura de Ayla, como se estivesse tentando conter sua fúria. Ela levou as mãos do ombro dele, em apoio.

-Havia uma máfia das Filipinas que queria fazer um acordo de comércio com o nosso grupo. Eu fui mandado com outros membros para ajudar na segurança. –ele fechou os olhos.

-O que eles queriam comercializar, Lee? –Ayla perguntou gentilmente.

-Mulheres. –ele falou sem conseguir encara-la –O tráfico estava ficando muito lucrativo no Norte do país e eles queriam uma parcela disso. No começo ainda pareceu “divertido”, mas... –ele respirou fundo –Por algum motivo me colocaram para ajudar no transporte das mulheres e na supervisão das casas. Eu nunca tinha me envolvido com a parte de prostituição, preferia era brigar e ficar louco mesmo, mas os outros achavam que ia ser interessante e eu acabei entrando na deles.

A voz dele era carregada de nojo por si mesmo.

-Não foi divertido, nem por um minuto. –ele suspirou –Eu sei que parece hipócrita da minha parte achar que bater em pessoas por dinheiro era legal, mas isso não. Mas na minha cabeça todos aqueles caras que perdiam dinheiro jogando ou por causa de drogas mereciam apanhar por serem burros. O que aquelas meninas tinham feito para merecer aquilo? Quando elas chegavam nas casas muitas choravam e gritavam e os homens se divertiam. Estupros, surras, drogas... Era um circo de horrores. Eu não podia viver com aquilo. Eu não podia fazer parte daquilo.

-Então você pediu para sair? –ela adivinhou.

-Eu fui um pouco mais dramático que isso. –ele admitiu –Uma noite, quando a grande maioria dos homens estava bêbado, eu matei todos eles e soltei as garotas. Eu já tinha arrumado um homem bom que tinha um caminhão para pega-las e levar todas para a delegacia mais próxima. Eu achei que ia morrer aquela noite, porque tive que ficar segurando os outros até elas fugirem. Por um milagre eu saí também.

-Por isso você tem tantas cicatrizes.

-É. A grande maioria delas é daquela noite. –ele confirmou.

-Lee, o que você fez...

-Não foi nada, Ayla. –ele falou frustrado -15 meninas não são nada para o tanto que eles levam para o país todo mês.

-Você não pode querer salvar o mundo, Lee. –ela falou gentilmente.

-É, mas eu posso tentar. –ele falou de forma teimosa.

Então a ficha caiu.

-É por isso que você vive aqui isolado no meio dessa floresta! –ela falou –Você ainda está brigando com eles.

-É. –ele admitiu –A facção tailandesa é forte, mas mal organizada. Eu consigo cuidar deles sozinho.

-É isso que você faz quando sai e não fala para onde. –não era uma pergunta, mas ele fez que sim com a cabeça –Por que você não pede ajuda pra gente?

-Essa briga é minha. Além do mais, vocês precisam voltar vivas pra Inglaterra pra resolver o problema de vocês. –ele falou quando ela abriu a boca para protestar –Mas esse vai ser meu preço, Ayla.

-Como assim?

-Quando vocês matarem os inimigos de vocês, eu quero que vocês voltem pra me ajudar. –ele falou sério.

-Ah pode deixar. –Ayla falou séria –Nós vamos cuidar disso.

-Obrigado. –ele encostou a testa na dela.

Os dois passaram um longo minuto em silêncio.

-Eu destruí o clima, né? –ela perguntou rindo envergonhada.

Lee fingiu pensar.

-Eu tenho uma mulher bonita no meu colo. –ele refletiu –Para mim, o clima ta perfeito.

Ayla riu e pressionou o quadril contra o dele, fazendo Lee soltar um gemido.

-To percebendo. –ela comentou, então começou a desabotoar a camisa dele –Então... Sobre aqueles amassos no banco de trás...

-Eu achei que você nunca fosse pedir. –ele falou beijando-a.

Realmente ficar no banco de trás do carro trazia lembranças de tempo onde não havia preocupações e tudo era uma festa. Ali, naquele momento, Ayla voltou a ser Mary Jane, antes de toda aquela confusão, focada só na pessoa com quem estava e no momento.

Ela deslizou a mão para dentro da camisa de Lee, parando sobre o coração dele, enquanto sua boca se moldava a dele. Sem pressa, nem desespero. Era bom assim, com calma, como se tivessem todo o tempo do mundo.

Ayla terminou de desabotoar a camisa de Lee e empurrou-a pelo ombro e braços do homem, livrando-o da peça. As mãos dele, que estiveram em sua cintura até então, subiram por dentro da regata que ela usava, tocando pele. Ela pressionou mais o corpo contra o dele, oferecendo mais do seu beijo.

Lee puxou a camiseta dela e os dois se separaram o bastante para descartarem a peça. A boca dele deslizou para o pescoço e então para o colo dela, fazendo uma trilha de beijos e, ocasionalmente, mordidas. Ayla ondulou o quadril contra o de Lee, causando gemidos em ambos.

A morena sentiu a mão dele subir para suas costas e vagar pelo seu sutiã e começou a rir.

-Fecho na frente, Ligeirinho. –ela informou.

-Não tem graça. –Lee resmungou, mas suas mãos resumiram a tarefa com o fecho.

E quando o sutiã caiu no chão começou a chover. Não que um deles tivesse percebido.

***

Ully estava ansiosa. Amanhã era o grande dia.

-Quer cerveja, pentelha?

A morena revirou os olhos, mas aceitou a garrafa que Lee lhe ofereceu. Deu um gole em silêncio, sem tirar os olhos da mata a sua frente. Como já tinha anoitecido era praticamente impossível ver muito longe, mas gostava de fixar-se no nada.

-Então... A gente ta indo embora amanhã. –ela comentou, ainda sem olhar para ele.

-Sim. Graças a Deus. –ele falou reverente.

Ully bufou, mas não acreditou no alivio dele. Por mais que Lee reclamasse, o japa/coreano/o que fosse, até ia com a cara delas. A maior parte do tempo.

-Você vai sentir a nossa falta, admita. –ela provocou.

-Só porque eu já me acostumei a ter casa, comida e roupa lavada. –ele insistiu.

Ela arqueou a sobrancelha.

-Você ta pegando a Ayla? –perguntou direta.

-Não sei porque isso seria da sua conta. –ele falou, cruzando os braços.

-Porque dai você estaria ganhando um tiquinho mais que casa, comida e roupa lavada. –ela falou, já rindo.

Lee bufou.

-É, é... Eu talvez sinta falta de vocês. –ele falou por fim –Pelo menos vocês servem para algumas coisas.

-No caso da Ayla, para mais do que só algumas né? –ela falou com um sorriso maldoso.

-Você é impossível, Ully. –ele declarou, mas estava sorrindo –Se cuidem, ok? Eu preciso de vocês vivas.

Ayla contara as outras porque Lee realmente as ajudara e todas concordaram que voltariam para ajuda-lo assim que possível.

-Não tema, meu tesouro do Oriente. –ela falou –Nós vamos ficar de boa.

Lee caiu na risada.

-Você é mesmo uma chata. –ele concluiu.

-E você me ama mesmo assim, fazer o que né?

Os dois trocaram sorrisos.

-Boa sorte na aventura. –ele falou, levantando a própria garrafa de cerveja em brinde.

-Amém. –Ully bateu a sua na dele.

No dia seguinte começaria a jornada delas de volta para a Inglaterra. Com sorte retomariam suas vidas e sua paz de espirito. Se tivessem azar... Bom, dai não teriam mesmo com que se preocupar. Afinal, garotas mortas não contam histórias.

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N/A: Ai está, meus amores!

Acabou não rolando lemon, porque senão eu ia demorar ainda mais para postar... u.u Eu quero ver se posto na Cho em Strani Amori logo. O capítulo ta quase terminado. Finalmente u.u

COMENTEM, PLEASE!

Tenho um comunicado importante, mas vou segurar até a postagem da Cho.

B-jão